domingo, junho 19, 2016

Comentários Eleison: A Trapaça do Antissemitismo

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXVI  (466) - (18 de junho de 2016)

A TRAPAÇA DO “ANTISSEMITISMO”


É a palavra “antissemita” brandida como uma espada?
Apenas peça a quem a brande para que a defina.

Há palavras traiçoeiras que parecem significar uma coisa, mas que são empregadas para significar outra completamente diferente. Uma das mais traiçoeiras de todas é a palavra “antissemitismo”. Esta parece significar oposição a todos os judeus pura e simplesmente porque são judeus; nesse sentido, ela condena corretamente algo mau, porque alguns judeus são perversos, mas é certo que nem todos o são. Por outro lado, é frequentemente utilizada para condenar qualquer oposição a tudo que os judeus fazem, e então a palavra está erradamente condenando algo bom, porque sempre que os judeus fizerem algo ruim, então a oposição a eles é boa. Mas os judeus fazem coisas ruins? Obviamente. Eles criaram o islã para os árabes, a maçonaria para os gentios e o comunismo para o mundo moderno, todos os três, primeiramente, para lutar contra Jesus Cristo e o Cristianismo e, então, enviar almas para o inferno.

Um livro que todos os católicos deveriam ler, os que querem defender a Igreja contra o islã, a maçonaria e o comunismo, agora globalismo, é Complô Contra a Igreja, de Maurice Pinay. O livro foi escrito pouco antes do Vaticano II para ser posto nas mãos de todos os padres conciliares e alertá-los sobre o grande perigo no qual a Igreja se encontraria no Concílio. Efetivamente. Os padres do Concílio acabaram por louvar o islã (Unitatis Redintegratio), adotar princípios maçônicos (Dignitatis Humanae) e nunca mencionar, e menos ainda condenar, o maléfico sistema comunista. Eis como em seu capítulo “Antissemitismo e Cristianismo”, Maurice Pinay analisa a traição da palavra “antissemitismo”:

Ao longo dos tempos, os judeus sempre utilizaram palavras vagas com uma gama de significados, escreve o autor, para emboscar as mentes gentias e impedi-las de se defenderem contra as manobras judaicas em direção à dominação do mundo nessa guerra de dois mil anos contra o Cristianismo, guerra que ele cuidadosamente documenta ao longo de todo o livro. Assim, num primeiro estágio, por meio de três argumentos, eles procuram persuadir os líderes gentios a condenarem o “antissemitismo” no primeiro sentido mencionado acima, de oposição a todos e a tudo o que é judeu: em primeiro lugar, Cristo, estabelecendo a igualdade de todos os homens diante de Deus, condenou qualquer degradação de toda uma raça; em segundo lugar, Cristo disse a todos os homens para “amarem-se uns aos outros”; em terceiro lugar, Cristo e sua Mãe eram ambos judeus.

            Mas, num segundo estágio, os judeus, tendo já obtido dos gentios a condenação de um vago “antissemitismo”, prosseguem dando à palavra um significado bem diferente, o segundo sentido mencionado acima, de toda e qualquer oposição a tudo o que os judeus façam. Assim, são “antissemitas”: todos os patriotas que exercem seus direitos de autodefesa contra a subversão judaica em seus países; todos os defensores da família contra os erros e os vícios de toda sorte fomentados por judeus para dissolvê-la (como o aborto e a pornografia); todos os católicos que defendem sua santa religião contra toda forma de corrupção que é aberta ou secretamente promovida por judeus para destruí-la; todos os que dizem a verdade ao desmascarar os judeus como os criadores da maçonaria e do comunismo (agora do globalismo, do feminismo, etc.); e todas as pessoas em geral que se opõem à subversão judaica da Igreja e da civilização cristã. E pelo controle que possuem da política, das finanças, dos filmes e de tudo mais por meio de sua mídia, os judeus seguem dando tal carga elétrica nesta única palavra: “antissemita”, que já é suficiente para eletrocutar qualquer um que ela toque.

Mas quem foi tolo o suficiente para tê-los permitido controlar a política e as finanças? Quem os permitiu virtualmente monopolizar a indústria cinematográfica e os meios de comunicação? Quem pensa que é inteligente rejeitar toda censura e agora está cooperando com eles, permitindo que censurem a internet? Liberais gentios, em todos os casos, que estão sendo escravizados, a cada minuto, na Nova Ordem Mundial dos judeus. Doutor, cura-te a ti mesmo! Para aquele que lê seus jornais e assiste aos seus programas de televisão, tem outro a quem culpar mais que a si mesmo, por deixar que eles controlem sua mente e sua civilização?

Católicos, leiam Complô Contra a Igreja. Se alguém lhes está acusando de serem “antissemitas”, é bem provável que vocês tenham razão para se orgulhar.

Kyrie eleison.





domingo, junho 12, 2016

Comentários Eleison: O Objetivo do Arcebispo

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXV (465)- (11 de junho de 2016)

O OBJETIVO DO ARCEBISPO


Quem põe a obra do Arcebispo sob essa Roma,
Trai-o, e trai a Fé e os católicos.

Este fatídico mês para a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, junho de 2016, quando ouvimos que seus 30 sacerdotes superiores se reunirão com o intuito de decidir se aceitam a última oferta de Roma acerca de um reconhecimento oficial, é certamente um bom momento para corrigir alguns mal-entendidos em relação às intenções de seu Fundador, o Arcebispo Lefebvre (1905-1991). Alguns afirmam que seu curso foi oscilante, que ele “ziguezagueou”, indo de um lado a outro. Outros fingem que, acima de tudo, ele procurou o reconhecimento de Roma para sua Fraternidade. Sem ter de dizer que ele era infalível, alguém precisa lembrar à esquecida Fraternidade do que ele queria dizer – e ambos os erros são corrigidos pela mesma observação: que sua motivação básica era glorificar a Deus e salvar almas, servindo à Sua verdadeira Igreja por meio da defesa da fé, e defender a Fé fundando a Fraternidade Sacerdotal São Pio X com o intuito de formar sacerdotes que preservariam a doutrina, os sacramentos e a Missa da Tradição Católica.

Pois bem, o grande obstáculo no caminho do Arcebispo foi os clérigos do Vaticano II, cuja prioridade principal era (e ainda é) agradar não a Deus, mas o ao homem moderno que se distanciou de Deus. Agora, tal como então, eles rejeitavam Deus (ao menos objetivamente; se subjetivamente, só Deus o sabe), e procuravam mudar a Igreja de Deus e sua Fé, sua doutrina, seus sacramentos e sua Missa, por meio de uma “renovação” humanística.

Por desgosto ou desespero, o Arcebispo conseguiu se afastar para um canto com sua Fraternidade, e deixar esses clérigos perecer com sua revolução conciliar. Mas, primeiramente, desde a visita romana a Écône em 1974, eles foram atrás dele e de sua obra porque não poderiam deixar de demonstrar a própria perversidade. Não poderiam permitir que ele ficasse em paz. E, em segundo lugar, se ele pudesse fazer qualquer coisa para levar a Tradição aos romanos e trazer os Romanos de volta à Tradição, isto beneficiaria, por meio deles, toda a Igreja, e não somente sua pequena Fraternidade. De fato, ainda que eles estivessem errados, ocupavam “a cadeira de Moisés” (cf. Mt. XXIII,2), e assim, desde 1975, o Arcebispo foi e voltou a Roma, até a prevaricação desta, em 1988, de tentar outorgar outro bispo à Fraternidade, ter provado de uma vez por todas que ele não poderia mais falar-lhes com palavras, mas somente com ações.

Mas “Stat Crux dum Volvitur Orbis”, o que significa que a Cruz permanece imóvel enquanto o mundo inteiro está em revolução. Ancorado na Tradição, o Arcebispo estava basicamente imóvel, mas lidando com clérigos e com uma situação na Igreja de soltura daquela âncora, que a deixou, doravante, à deriva. Então, enquanto eles se deslocavam para a esquerda, ele precisava manobrar para a direita. Enquanto eles pareciam se deslocar para a direita novamente (como no final de 1987 e no início de 1988), ele manobava para a esquerda (por exemplo, no Protocolo de 5 de maio de 1988), mas era sempre a guinada deles ou uma situação emergente (por exemplo, a deterioração da missa do Novus Ordo) que determinava seu “ziguezague”, e não o contrário. Seu objetivo era firme: a defesa da Fé.

Foi pela mesma razão que, uma vez que a prevaricação dos clérigos no mesmo 5 de maio de 1988 ficou clara a ponto de não deixar nenhuma sombra de dúvida, e depois de uma noite de reflexão, ele renunciou, em 6 de maio, ao Protocolo por meio do qual poderia ter obtido o reconhecimento oficial de sua Fraternidade por parte de Roma, e cortou todas as relações meramente diplomáticas com esta. Não para, primeiramente, salvar sua Fraternidade, mas para proteger a Tradição Católica para toda a Igreja. A doutrina teve de prevalecer sobre a diplomacia, e desde este momento até sua morte, dois anos e meio depois, mesmo quando agia com respeito para com os oficiais da Igreja que ele castigou como “anticristos”, ele declarou que a Fé tinha de vir primeiro na forma das encíclicas doutrinais antiliberais e antimodernistas dos papas pré-conciliares. Por sua fidelidade à doutrina da Igreja, ele estava no banco do motorista, e os romanos sabiam disso. Que contraste com seus sucessores que estão no topo da Fraternidade adulando os traidores da doutrina e da Tradição da Igreja, e sendo humilhados por estes! Que esses sucessores do Arcebispo releiam aquele que foi o seu discurso de despedida a eles, proferido em 6 de setembro de 1990.


Kyrie eleison.

quarta-feira, junho 08, 2016

Comentários Eleison: Igreja Abandonada?

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXIV (464)- (04 de junho de 2016)

Igreja abandonada?


Em circunstâncias de generalizada desesperação,
O salmista ensina confiança em Deus e oração.

Enquanto dia após dia o caos aumenta em quase tudo e em quase todas as pessoas ao nosso redor, e dentro da Igreja parece que, do mesmo modo, todos estão contra todos, é certamente tranquilizador ver que o salmista de talvez 3000 anos atrás clamou a Deus para que Ele viesse em auxílio a seu povo, em semelhante perigo por causa de seus inimigos. Então, assim como hoje, eles se levantaram em seu orgulho contra Ele, seu orgulho “crescia continuamente”, eles fizeram todo o possível para destruir Seu Templo e Sua religião, e Ele parece que permitiu que tivessem bastante êxito. Eis o salmo 73 (74), com notas mínimas de explicação em itálico:

A. Como Deus pode estar permitindo o triunfo de Seus inimigos contra Sua própria Igreja?

[1] Por que razão, ó Deus, nos desamparaste para sempre? (Por que razão) se acendeu o teu furor contra as ovelhas do teu pasto? [2] Lembra-te da tua família (Igreja Católica), que possuíste desde o princípio. Tu recuperaste o cetro da tua herança; o monte de Sião (Igreja católica), em que habitaste. [3] Levanta as tuas mãos contra a sua soberba (dos inimigos de Deus) sem limites. Quantas maldades cometeu o inimigo no santuário! [4] E os que te odeiam, gloriam-se (de te insultar) no meio da tua solenidade. Hastearam os seus estandartes como troféus; [5] e não respeitaram (a santidade de Deus) nem as eminências nem as saídas (portas e cimo do Templo). Como num bosque de árvores com machados [6] despedaçaram a porfia as tuas portas; com machado e martelo (Vaticano II) tudo derribaram. [7] Puseram fogo ao teu santuário; na terra profanaram o tabernáculo do teu nome (Igreja católica). [8] Disseram no seu coração com os das suas parentelas: Façamos cessar na terra todos os dias de festas consagrados a Deus (liturgia católica). [9] Não vemos mais os nossos estandartes; já não há um profeta (que nos guie); e (Deus) não nos conhecerá daqui em diante (Deus desistiu. Estamos por nossa conta). [10] Até quando, ó Deus, nos insultará o inimigo? O adversário há de blasfemar sempre? [11] Por que retrais a tua mão? Por que não tiras a tua direita do teu seio de uma vez por todas?

B. Mas Deus é o Mestre da salvação, da história e de toda a natureza.

[12] Mas Deus, que é nosso rei antes dos séculos, operou no meio da terra. [13] Tu com o teu poder deste solidez ao mar (travessia do Mar Vermelho), pisaste as cabeças dos dragões nas águas (egípcios); [14] Tu quebraste as cabeças do dragão (rei egípcio); deste-o por comida aos povos da Etiópia. [15] Tu fizeste brotar fontes e torrentes; tu secaste os rios de Etã (de forte corrente; por exemplo, Js. III). [16] Teu é o dia, e tua é a noite; tu criaste a aurora e o sol. [17] Tu estabeleceste todos os limites da terra; o estio e a primavera tu os formaste.

C. Ó Deus, não esqueças a teu próprio povo humilde e esmaga teus orgulhosos inimigos.

[18] Lembra-te disto: o inimigo ultrajou o Senhor, e um povo insensato blasfemou do teu nome. [19] Não entregues às feras as almas que te louvam, e não esqueças para sempre as almas dos teus pobres. [20] Olha para a tua aliança (Novo Testamento), porque todos os lugares obscuros do país estão cheios de antros de iniquidade; [21] Não se volte confundido o humilde; o pobre e o desvalido louvarão o teu nome. [22] Levanta-te, ó Deus, julga a tua causa; lembra-te dos ultrajes feitos contra ti, dos ultrajes com que um povo néscio te injuria continuamente. [23] Não te esqueças dos clamores dos teus inimigos. A soberba daqueles que te aborrecem aumenta continuamente.

Kyrie eleison.          




quinta-feira, junho 02, 2016

Comentários Eleison: Ilusões sobre a “normalização”

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXIII (463)- (28 de maio de 2016)


ILUSÕES SOBRE A “NORMALIZAÇÃO”


Entre a Fraternidade e Roma, um grande abismo aparece,
Nele toda reconciliação perece.                                                 

Que todos os superiores da FSSPX que participarão da iminente reunião para considerar a última oferta de Roma em relação à reconciliação ponderem bem os comentários do Pe. Girouard sobre as recentes declarações do Pe. Schmidberger (ver CE 457):

A) No parágrafo IV, o Pe. Schmidberger diz que Dom Lefebvre buscava o reconhecimento mesmo depois das consagrações de 1988, mas falha em não mencionar que o Arcebispo estabeleceu condições: um retorno total da parte de Roma aos documentos antiliberais e antimodernistas dos Papas Tradicionais. O mesmo parágrafo afirma que a FSSPX não busca uma reaproximação com Roma, mas que esta a iniciou em 2000. O Pe. S. também não menciona que os encontros do GREC, que procurava “normalizar” a Fraternidade, começaram em 1997, com a bênção de Dom Fellay.

B) No parágrafo V, a carta afirma que Roma diminuiu grandemente suas condições para uma normalização, e que este, então, é o momento ideal para que nós a aceitemos. O Pe. S. falha em não compreender que a redução das exigências por parte de Roma se dá por que: 1 - a FSSPX já mudou a imagem de sua marca, e se tornou, então, mais agradável a Roma; 2 – Roma sabe que uma maior liberalização da FSSPX acontecerá naturalmente depois da normalização.

C) No parágrafo VI (respostas a objeções) # 3, o Pe. S. diz que a FSSPX não se silenciará depois da normalização. Mas, de fato, ela já vêm fazendo isso! E tem-no feito por anos! As reações da FSSPX a Assis 3, às Jornadas Mundiais da Juventude, às “canonizações/beatificações” dos papas J XXIII, JP II e Paulo VI, aos Sínodos da Família e à última Encíclica do Papa Francisco (Amoris Laetitia), e a outros escândalos não foram nada mais que submissos e leves “tapinhas na mão”. Assim, isto ficará pior depois da normalização, já que a FSSPX temerá perder o que tantas penas lhe tem custado para adquirir.

D) No parágrafo VI, # 4, o Pe. S. diz que temos de nos tornar tão úteis quanto for possível à Igreja, o que significa que a FSSPX deve ser normalizada para melhorar a Igreja desde seu interior. Minha resposta a isto é a mesma que em B e C: uma vez absorvida pela estrutura oficial modernista, a FSSPX, que já perdeu sua “salinidade”, será esmagada por más influências, e sua mensagem e suas ações terão paulatinamente menos efeito.

E) No parágrafo VI, #5, o Pe. S. diz que todo o ponto da situação é o seguinte: “Quem converterá quem?” E que precisamos ser fortes, e seremos nós os que converteremos os modernistas, assim que estivermos dentro. Este é o mesmo tipo de raciocínio que alguém que quer alugar um quarto num bordel para converter as prostitutas e seus clientes! É um pecado de presunção.

F) No parágrafo VI, #6, o Pe. S. diz que não estamos enfrentando os mesmos problemas e tentações que as outras comunidades tradicionais que se incorporaram a Roma e traíram o combate, porque elas normalmente começaram o processo com culpa, enquanto que, no caso da FSSPX, foi Roma que o iniciou em 2000. Minha resposta a esta é a mesma que em A: o GREC começou o processo em 1997, com a bênção de Dom Fellay.

G) No parágrafo VII (Conclusão), o Pe. S. diz que não devemos temer, porque a Fraternidade foi consagrada à BVM, e Ela nos protegerá. O que ele não menciona são as muitas congregações e pessoas consagradas a Ela que têm perecido desde o Vaticano II! Basta pensar nos Oblatos de Maria Imaculada, nos Servos de Maria, e em tantos outros! A BVM nunca ajudará aqueles que se colocam voluntariamente em ocasião de pecado e de destruição! Acreditar no contrário é zombar dela e de Deus! Mais uma vez, um pecado de presunção! Este não é o melhor caminho, para dizer o mínimo, para trabalhar na conversão de Roma e na reconstrução da Igreja!

E tudo o que resta dizer, quando a Fraternidade estiver “normalizada”, é: RIP FSSPX, e que Deus tenha piedade de nós!


Kyrie eleison.