domingo, abril 29, 2018

Comentários Eleison: Evitou-se a Guerra? – II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXIII (563) (28 de abril de 2018)



EVITOU-SE A GUERRA ?    II


São os judeus o pior problema do mundo? Sim e não.
Para que sigam seu rumo, eu devo consenti-lo.


Já que os melhores comentaristas políticos raramente chegam perto da fonte religiosa da história, e, no entanto, como Deus governa o homem, as relações do homem com seu Deus (religião) governam suas relações com seus concidadãos (política), e assim a religião governa a política, então um comentarista religioso deve abrir a dimensão religiosa das questões políticas, estas que a maioria das pessoas sem Deus pode querer positivamente que seus comentaristas políticos deixem em paz. O Deus Todo-Poderoso parece ser muito indesejado no cenário mundial de hoje, por mais que seja Ele, não obstante, seu absoluto Senhor!

O tema da religião dirigindo de fato a política surgiu nestes “Comentários” semana passada, quando se afirmou que certa raça de homens estava por trás tanto das mentiras da mídia quanto da pressão militar para iniciar a Terceira Guerra Mundial. Levando em consideração quão mortífera as mais recentes armas dos tempos modernos tornarão esta guerra, quem na terra pode pensar que eles ganharão mais do que perderão por causa do conflito global? A resposta é uma raça de homens tão absolutamente certos de sua superioridade sobre todos os outros homens e convencidos de que merecem governar toda a humanidade, e de que eles podem e devem manipular os eventos mundiais até que cheguem ao domínio, por bem ou por mal, porque o fim é tão sagrado que justifica todos os meios. Sagrado? A obliteração da humanidade é algo sagrado? Sim, um senso distorcido do sagrado é a chave para a insanidade: “Nós, o Povo Eleito, somos tão sagrados que ou nós governamos o mundo, ou ele deve ser destruído, e nós mesmos com ele!”.

O problema é que de Abraão a Cristo eles realmente foram a raça escolhida por Deus para ser o berço e o ponto de partida de Seu próprio Filho Encarnado. Por dois mil anos eles foram estritamente separados do resto dos homens e elevados acima destes, especialmente privilegiados e especialmente punidos quando necessário, seja como for, especialmente tratados para se tornarem aptos para darem ao Divino Filho Sua natureza humana, sua Mãe humana, seus amigos, sua raça e seu entorno, de modo que, como seu Messias, Ele poderia redimir todos os homens de seus pecados. E se o provérbio africano diz que é preciso uma aldeia inteira para formar uma criança, o que não teria custado para formar uma Santíssima Virgem Maria?

Diga-se hoje o que quiser sobre os desta raça, eles realmente cumpriram sua missão no que diz respeito ao aspecto principal. O drama é que quando seu Messias veio entre eles e provou que Sua missão era conquistar o mundo para o Reino dos Céus e não para a glória deles, eles O crucificaram, e, porque o repudiaram coletivamente desde então, se colocaram na posição de raça do Messias que odeia o Messias, um problema patológico insolúvel, ao menos e até que eles se voltem individualmente ao Cristo que tanto odiaram.

Desta patologia – ou, antes, teologia – da queda dos judeus por dois milênios, segue uma cascata de consequências para a leitura correta dos eventos mundiais recentes, mas as mais importantes conclusões por extrair-se são as seguintes. Antes de mais nada, se Deus Todo-Poderoso está deliberadamente permitindo que um pequeno número de judeus arquitetem a corrupção e o caos de um grande número de gentios, é somente em ordem a conduzir estes gentios a Ele. Pois, na verdade, a única coisa que os judeus não podem controlar é a Fé verdadeira da única e verdadeira Igreja Católica. Deus não criou o mundo e a Igreja Católica para que as almas caíssem no Inferno, de modo que sempre que as almas retomam a Fé verdadeira elas têm em suas mãos “a vitória sobre o mundo” (I Jo. V,4). E nada nem ninguém pode forçá-las a abandonar a Fé. Se elas abandonam, essencialmente não podem culpar a ninguém mais por isso que não seja a si mesmas.

Então, façamos com que cada um de nós se volte com seu coração e com sua mente para o único Deus da única Igreja verdadeira (não aquela do Vaticano II), e aos inimigos de Deus, judeus ou gentios, restará somente perder seu poder atual. Eis a única solução para a corrupção e o caos mundial atuais. Se possível, rezem quinze mistérios por dia do Santo Rosário da Santíssima Mãe de Deus, a pessoa humana mais grandiosa que já existiu – uma judia.

Kyrie Eleison


Traduzido por Leticia Fantin



                          

domingo, abril 22, 2018

Comentários Eleison: Evitou-se a Guerra? – I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXII (562) (21 de abril de 2018)


EVITOU-SE A GUERRA?  I


Os gentios estão protegidos desde que estejam com Deus,
Mas, se O desprezaram, escolheram serem vítimas dos judeus.



No fim do mundo haverá “guerras e rumores de guerras”, diz Nosso Divino Senhor (Mt XXIV, 6); mas “olhai, não vos turbeis; porque importa que estas coisas aconteçam, mas não é ainda o fim”. Nas últimas semanas tivemos indubitavelmente rumores de guerra que incluíram a ameaça na Síria de um grande confronto entre as forças armadas dos Estados Unidos e as da Rússia. Desde então a ameaça parece ter diminuído. O que aconteceu, e quais são as perspectivas para o futuro? Estamos agora a salvo da Terceira Guerra Mundial?

É difícil dizer com certeza, porque é claro que a grande mídia está virtualmente inteira nas mãos daquela raça que está empurrando para essa Terceira Guerra Mundial que ela espera que lhe permita completar sua tirania sobre a humanidade, deixada incompleta por suas duas primeiras Guerras Mundiais. Portanto, praticamente todos os relatórios midiáticos são inclinados em favor das pessoas e dos eventos que poderiam levar à guerra. No entanto, essa raça ainda não conseguiu controlar a Internet, que, no momento, quebrou seu controle monopolista da opinião pública, de modo que se alguém estiver procurando a verdade é ainda possível ouvir vozes sãs. O que se segue é uma versão de eventos a partir do material fornecido por dois comentaristas dos Estados Unidos, ambos acessíveis na Internet: Paul Craig Roberts e “the Saker”:

O último confronto temido entre EUA e Rússia na Síria foi evitado porque os líderes das forças armadas dos EUA em Washington não arriscariam um conflito com os russos, por causa das terríveis armas russas reveladas recentemente pelo presidente Putin na Rússia. Essas armas parecem capazes de causar estragos em qualquer frota americana que se encontre atualmente no Mediterrâneo. Portanto, os americanos evitaram cuidadosamente um ataque que poderia ter provocado uma retaliação russa, e avisaram aos russos antecipadamente, de modo que a maioria dos mísseis disparados foi abatida pela Síria, e o dano foi mínimo.

Isto significa que o perigo acabou? De forma nenhuma. A raça mencionada mais acima ainda quer a guerra, e controla a política externa americana, tal como Ariel Sharon uma vez se gabou em Israel: “Nós controlamos os americanos, e eles sabem disso”. De qualquer forma, por todos os meios que estiverem ao seu considerável alcance eles estarão trabalhando nos generais americanos dissidentes e no presidente Trump, enquanto se esforçam furiosamente para desenvolver meios efetivos de defesa contra as novas armas russas. E assim que acharem que superaram esses obstáculos, sua mídia produzirá outro conjunto de mentiras para enganar o estúpido público ocidental, como as “armas químicas” (que já foram há muito tempo completamente removidas da Síria), ou a construção da democracia (os próprios sírios estão bastante felizes com o seu Presidente Assad), ou “Putin é Hitler” (ele continua a mostrar notável tolerância em face da vil provocação ocidental; mas, se ela não cessar, então um dia ele reagirá mais do que compreensivelmente).

Entretanto, mesmo a influência dominadora dessa raça (pouco mencionada pelos dois comentaristas políticos) não chega ao cerne da questão (que os dois comentaristas não mencionam de jeito nenhum): essa raça é meramente um flagelo usado – e protegido – por Deus para servir a Ele punindo os povos da terra que lhe dão as costas. Assim, essa raça mostrou aos líderes do Ocidente todos os reinos do mundo, gabando-se de que estão em seu poder, e prometeu entregar ao Ocidente a Nova Ordem Mundial, se o Ocidente se inclinasse e a adorasse. Os líderes e as nações ocidentais não foram obrigados a aceitar a oferta, mas fizeram sua livre escolha.

Portanto, a menos que os líderes e as nações ocidentais comecem a dar a resposta correta a essa oferta, a saber: “O Senhor teu Deus adorarás, e a Ele só servirás”, essa raça continuará a usar todos os talentos especiais que Deus lhe deu para tentar e flagelar. Assim, parece provável que a III Guerra Mundial eventualmente ocorrerá, se não na Síria, então onde quer que mais nações sem Deus possam ser enganadas.


Kyrie eleison.

*Traduzido por Cristoph Klug.

segunda-feira, abril 16, 2018

Comentários Eleison: Antilefebvrismo – II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXI (561) (14 de abril de 2018)



 ANTILEFEBVRISMO – II

Demos graças a Deus pelo grande presente que nos concedeu:
O Arcebispo Lefebvre, por quem a Tradição ascendeu.

Existe alguma razão pela qual NM (ver os “Comentários” da semana passada), ao lidar com o problema dos Papas Conciliares, recorre à solução dramática de declarar que eles não são Papas? Parece haver. A Igreja Católica é tanto humana (uma sociedade constituída por seres humanos) como divina (animada especialmente pelo Espírito Santo), e é importante não confundir as duas coisas. Os seres humanos, como tais, são todos falíveis. Somente Deus é infalível. O erro dos católicos que recorrem à solução dramática de NM é que eles estão atribuindo aos Papas humanos muito da infalibilidade que só pode vir de Deus. Vamos usar como exemplo algo que há em uma casa moderna qualquer.

Quando eu enfio um plugue elétrico em uma tomada na parede, a corrente elétrica não vem do plugue, mas da estação de energia através da parede, e qualquer aparelho precisa receber a corrente elétrica pela tomada no plugue. A central elétrica é Deus. A parede e a tomada são a Igreja. A corrente é a infalibilidade da Igreja, vinda de Deus. O plug são as quatro condições que somente o Papa pode inserir na tomada. Essas condições, claro, são: que ele 1) fale como Papa 2) para definir de uma vez por todas 3) uma questão de fé ou de moral 4) com a intenção de obrigar todos os católicos a aceitá-la. Através do envolvimento das quatro condições pelo Papa, ele somente e ele garantiu o acesso como ser humano à infalibilidade divina da Igreja. As quatro condições envolvem o Papa. A infalibilidade envolve Deus.

Ocorre também, é claro, que essa tomada específica, conhecida como Magistério Extraordinário da Igreja (ME), não é o único acesso dos seres humanos à infalibilidade da Igreja. Eles aderem a ela muito mais pelo Magistério Ordinário da Igreja (MO), que é a Tradição Católica, ou, o que todos os mestres da Igreja, Papas e Bispos em particular, ensinaram em todo o mundo desde que Jesus Cristo depositou esse Depósito da Fé em Sua Igreja, confirmada infalivelmente nos Apóstolos em Pentecostes e transmitida infalivelmente por eles até que o último deles morreu. A partir de então, essa doutrina passou a estar nas mãos de seres humanos falíveis, a quem Deus deixou o livre arbítrio para ensinar o erro se assim decidissem fazê-lo. Mas, se alguma vez o erro humano tornou duvidoso o que pertenceria à doutrina infalível e o que não pertenceria, Deus deu à Sua Igreja também o Magistério Extraordinário, precisamente para definir de uma vez por todas o que pertence e o que não pertence ao Magistério Ordinário. Assim, o MO está para o ME como o cão está para a cauda, ​​e não como a cauda está para o cão!

O problema de inúmeros católicos desde a definição solene em 1870 sobre a infalibilidade da Igreja é que, uma vez que o acesso do ME à infalibilidade da Igreja está automaticamente garantido de uma maneira em que o acesso do MO não o está, então o ME parece superior, e os católicos tendem a exagerar o ME e a transferir pessoalmente para o Papa essa infalibilidade que na realidade pertence automaticamente somente à Igreja. Isso significa que se o Papa cometer sérios erros como os dos Papas conciliares, então a única explicação possível é que eles não são Papas. Ou, se são Papas, então é preciso seguir seus erros. A lógica é boa, mas a premissa é falsa. Os Papas não são tão infalíveis quanto a Igreja. Eles podem cometer erros sérios, como o mostraram o Vaticano II e seus Papas Conciliares, como nunca antes em toda a história da Igreja! Mas a Igreja continua infalível, e, portanto, eu sei que a Tradição Católica durará até o final do mundo, apesar do pior que qualquer Papa fraco possa tentar fazer daqui por diante.

Mas como é que eu sei que para o Papa como Papa pertence somente o acesso privilegiado (quatro condições) à corrente elétrica (infalibilidade), e não a corrente em si que pertence à parede (a Igreja)? Porque é o que diz a própria definição de infalibilidade em 1870! Eu só preciso ler: quando o Papa cumpre com as quatro condições (mencionadas acima), ele então possui “aquela infalibilidade da qual o divino Redentor quis que gozasse Sua Igreja na definição de doutrina relativa à fé ou à moral”.

Assim, os Papas católicos têm liberdade para cometer erros terríveis, sem que a Igreja seja menos infalível.

Kyrie eleison.

segunda-feira, abril 09, 2018

Comentários Eleison: Argumento (Anti) "Lefebvrista" - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLX (560) (7 de abril de 2018)




ARGUMENTO (ANTI)“LEFEBVRISTA” – I


O Arcebispo Lefebvre era sábio – sua regra era de ouro,
“Reconhecer, mas resistir” não é algo tão tolo!


Para atacar os sacerdotes dominicanos franceses de Avrillé por seu “Lefebvrismo”, ou seja, por sua recusa em aceitar que os Papas conciliares desde Paulo VI não foram Papas, um leigo francês – Sr. N. M. – acaba de escrever um artigo acusando os dominicanos de rejeitarem três dogmas católicos: que o Papa tenha primazia de jurisdição sobre a Igreja Universal; que o Magistério Ordinário Universal da Igreja é infalível; que é o Magistério vivo da Igreja que determina o que os católicos devem crer. Normalmente é melhor deixar essas questões de doutrina para os especialistas em doutrina, mas os nossos tempos não são normais. Hoje, os católicos podem confiar em seu bom senso católico para decidir essas questões por si mesmos.

Olhemos para as três perguntas de maneira simples e prática. Se eu quero aceitar que os Papas foram verdadeiros Papas desde Paulo VI, por que eu deveria negar, em primeiro lugar, que o Papa é o Chefe da Igreja; em segundo lugar, que o ensino normal da Igreja é infalível; e, em terceiro lugar, que o Papa reinante me diz em que devo acreditar? Vejamos os argumentos de N. M., um por um.

Quanto ao primeiro ponto, N. M. cita o completamente antiliberal Concílio Vaticano I (1879-1871) no sentido de que o Papa é o Chefe direto e imediato de todas as dioceses, de todos os sacerdotes e de todos os católicos. Se, então, como todos os lefebvristas eu me recuso a obedecê-lo, estou implicitamente negando que ele seja meu Chefe enquanto católico, então estou negando que o Papa é o que o Vaticano I o definiu ser. Resposta: eu não estou de forma nenhuma negando que os Papas conciliares têm a autoridade para comandar-me como católico; estou apenas dizendo que sua autoridade católica não inclui a autoridade para tornar-me um protestante, como farei caso eu siga suas ordens de acordo com o Vaticano II.

Em segundo lugar, N. M. argumenta que o Vaticano I também afirmou que o ensinamento cotidiano do Papa e dos Bispos é infalível. Ora, se alguma vez tivemos um ensinamento sério do Papa e dos Bispos juntos, foi no Vaticano II. Se, então, eu recuso esse ensinamento, estou implicitamente negando que o Magistério Ordinário Universal da Igreja seja infalível. Resposta, não, eu não estou. Reconheço plenamente que quando uma doutrina é ensinada pela Igreja em quase toda parte, em todos os tempos e por todos os Papas e Bispos, ela é infalível, mas se foi ensinada apenas nos tempos modernos do século XX pelos Papas e Bispos do Vaticano II, então é contrária ao que foi ensinado pelos Papas e Bispos em todos os outros tempos da Igreja, e eu não me considero obrigado a aceitá-la. Enquanto eu aceito o MOU consistente de todos os tempos, então eu rejeito o MOU inconsistente de hoje, que o contradiz.

Em terceiro lugar, N. M. argumenta que o verdadeiro Papa tem a autoridade viva para dizer-me como católico no que devo crer hoje. Se então me recuso a acreditar no que os Papas conciliares me disseram para crer, estou rejeitando sua autoridade viva como árbitros da Fé. Resposta: não, eu não estou. Eu estou usando meus olhos para ler, e meu cérebro dado por Deus para julgar, que o que os Papas conciliares me dizem contradiz o que todos os Papas anteriores até São Pedro me disseram, e eu prefiro seguir a consistência de duzentos e sessenta e um Papas dizendo-me no que acreditar do que a inconsistência de seis Papas Conciliares. “Mas então você está rejeitando a autoridade viva do Papa reinante como árbitro da Fé!”. Somente porque eu estou seguindo, obedecendo e submetendo-me aos duzentos e sessenta e um Papas como árbitros dessa Fé que meus olhos e meu cérebro me dizem que os Papas conciliares não estão seguindo. “Mas então você está apoiando seus próprios olhos e cérebro contra o Papa católico!” Deus me deu olhos e um cérebro que funcionam, e quando eu estiver diante Dele para ser julgado, responderei pelo uso que fiz deles.

É claro que a própria resposta de N. M. ao problema dos Papas protestantes, modernizadores e conciliares é negar que eles sejam Papas. Deveria ser igualmente claro que, para o problema, que é muito real, não estou obrigado a adotar a solução drástica de N. M. Tampouco, se me recuso a adotá-la, sou obrigado a negar três dogmas da Igreja. Que a paz esteja com N. M.

Kyrie eleison.
 
          Traduzido por Cristoph Klug.



terça-feira, abril 03, 2018

Comentários Eleison: Ressurreição da Igreja?

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLVIX (559) (31 de março de 2018)



RESSURREIÇÃO DA IGREJA?


Depende de cada homem, para a Igreja ressuscitar verdadeiramente,
Fazer tudo o que está ao seu alcance em sua situação de vida presente.


E o dia anterior à Páscoa deve ser um bom momento para refletir sobre como a Madre Igreja ressurgirá do estado atual que a aflige. Por nossa fé católica sabemos com absoluta certeza que ela ressuscitará, e que durará até o fim do mundo (Mt. 28, 20). Mas é um grande erro pensar que ressurgirá desta vez por meios humanos, porque aí se começa a acreditar, por exemplo, em meios humanos para ir em seu resgate, como por “discussões teológicas” ou negociações diplomáticas com seus atuais líderes no Vaticano.

Assim, as discussões teológicas de 2009-2011 não levaram a lugar nenhum, motivo pelo qual não ouvimos quase nada sobre elas desde então, o que provou que o abismo doutrinal entre a Roma conciliar e a Tradição católica não pode ser superado. E as negociações diplomáticas podem levar no máximo à mera aparência de um resgate da Tradição, porque os romanos de hoje têm 2000 anos de experiência em diplomacia, e eles não querem a Tradição, porque ela é um sério obstáculo no caminho de sua Nova Ordem Mundial, onde Nosso Senhor Jesus Cristo não tem espaço para reinar. O problema é uma rejeição generalizada de Deus por parte da humanidade em geral, e por parte de seus próprios homens da Igreja em Roma em particular.

Portanto, o problema não será resolvido por meios meramente humanos. Como o Cardeal Villot (1905-1979), um ex-secretário de Estado no Vaticano sob três Papas conciliares (1969-1979), admitiu em seu leito de morte, “humanamente, a Igreja está acabada”. E é uma falta de espírito sobrenatural, não sem certa arrogância, da parte dos atuais líderes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X argumentar, como o fazem, que a Fraternidade tem de negociar algum acordo com os oficiais da Igreja em Roma porque não há outra solução para a crise da Igreja. Esses homens realmente acham que o Senhor Deus carece de meios para resgatar Sua Igreja? Eles realmente acham que o braço de Deus foi encurtado pela iniquidade dos homens? Aqui fala Seu profeta Isaías (59, 1-3):

1. Eis que a mão do Senhor não se encolheu para não poder salvar; nem o seu ouvido ensurdeceu para não poder ouvir (as nossas súplicas). 2. Mas são as vossas iniquidades que puseram uma separação entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados são os que lhe fizeram esconder de vós a sua face, para não vos ouvir. 3. Porque as vossas mãos estão manchadas de sangue, e os vossos dedos, de iniquidades; os vossos lábios falaram mentira, e a vossa língua profere a iniquidade.

As iniquidades do homem são o problema. E é possível que Deus não tenha a solução? Não. E é possível que Ele queira que os homens não tenham parte em Sua solução? Não. E é possível que o que Ele queira que façam para salvar Sua Igreja seja especialmente difícil ou complicado? Não. Mas é possível que isto requeira alguma humildade? Sim, porque “Deus resiste aos soberbos, e dá a sua graça aos humildes” (Tg. 4 ,6). E isso requer alguma fé? Certamente, porque “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb. 11 ,6). E há alguma chance de que Deus não tenha comunicado à humanidade, à beira de destruir-se a si mesma, que humildade significa que Ele quer que os homens confiem e peçam-Lhe que intervenha e os salve da destruição? Não existe essa possibilidade. Então, o que de fato Ele disse à humanidade para que Sua Igreja fosse capaz de ressuscitar?

O que Ele disse foi por meio de Sua Mãe, em Fátima, em 1917, em Pontevedra, em 1925, e em Akita em 1973. Em Fátima: a Rússia deve ser consagrada ao Imaculado Coração de Maria pelo Papa com todos os Bispos católicos. Em Pontevedra: os católicos devem praticar a devoção dos Cinco Primeiros Sábados. Em Akita: os católicos devem rezar o Rosário pelo Papa, pelos Bispos, pelos sacerdotes.  São estes três pontos humildes? Sim. São sobrenaturais, requerem fé sobrenatural? Definitivamente. Algum deles é pedir muito, para que a Igreja ressuscite e para que a humanidade volte da beira da destruição? Definitivamente não. Então, que ninguém se queixe de que não haja nada que se possa fazer!

Kyrie Eleison.

Traduzido por Leticia Fantin.