domingo, junho 30, 2019

Comentários Eleison: "Prometeo" - III: Neoigreja

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXXIV (624)- (29 de junho de 2019)


“PROMETEO” – III: NEOIGREJA


O Concílio diz que todos os homens são bons e estão salvos,
Inclusive os que se comportam muito mal!

Depois de estudar na Parte II de La Religión del Hombre o Homem Novo que emerge do Concílio, na Parte III de seu livro sobre o Vaticano II, o Padre Calderón estuda a Neoigreja do Concílio, uma verdadeira Igreja nova. A única religião verdadeira do único Deus verdadeiro foi fundada por Jesus Cristo, o Deus Encarnado, para "ensinar a todas as nações" (Mt  XXVIII, 20), de modo a alcançar todas as almas e a salvar o maior número delas possível. Para adaptar uma Igreja tão ambiciosa ao homem moderno, para proteger o humanismo moderno, é necessário reduzi-la e redefini-la, modificá-la radicalmente, ao mesmo tempo disfarçando essa mudança. Portanto, 1 a Neoigreja não tem mais uma missão para toda a humanidade, e 2 já não interferirá na parte mundana da humanidade. 3 Mesmo na parte religiosa da humanidade já não será a única igreja, e 4 ela precisará ser redefinida para cumprir com seu novo papel.

1 A Tradição Católica ensina que o "Reino de Deus" e a "Igreja" são duas expressões referentes exatamente à mesma realidade. Ambas têm a mesma missão de alcance universal. Mas para adaptar essa Igreja a um mundo em que a cada dia ela é menos universal na realidade, o Vaticano II distinguirá entre o Reino de Deus que é universal na realidade, estando presente invisivelmente no coração de todos os homens, e a Igreja nova que é universal somente na intenção, porque está o tempo todo visivelmente construindo e estendendo o Reino na vida dos homens. A Neoigreja também é universal por ser o "sacramento" ou sinal eficaz da unidade de todos os homens (LG n. 1).

2 Aqui é onde a Neoigreja libera poderes mundanos de qualquer dominação da Igreja. A glorificação do homem fez com que o "Reino de Deus" já não fosse potencial para todos os homens pelo batismo, mas atual para todos os homens por natureza. Portanto, a natureza assumiu a relevância da religião, e, assim, a Neoigreja pode sinalizar a universalidade do Reino, mas não pode afirmá-la ou reivindicá-la. Portanto, a política está livre da religião, e a Igreja Nova só precisa purificá-la em seu próprio domínio. Aqui está a Neocristandade de Maritain, na qual Mamon pode assumir o controle do mundo, como vimos desde o Vaticano II. O Concílio foi realmente a conclusão lógica do longo declínio da verdadeira cristandade da Idade Média. Mas então, a Neocristandade é ímpia? Não, o Mundo Novo de Maritain, nem crente nem batizado, continua sendo libertado por Cristo e conduzido para a glória.

3 Essa redução liberal da Igreja é seguida pela redução ecumênica. Desde que o protestantismo rompeu a Igreja Católica, os fragmentos espalhados têm tentado se reunir. A verdadeira Igreja não quis e não quer participar de sua busca vã pela unidade perdida, a menos que eles se reincorporem à Igreja Católica, mas a glorificação do homem faz com que a Neoigreja glorifique os não católicos e queira chegar a eles. Assim, nos cristãos não católicos, glorificará os "traços" sem vida do catolicismo, ainda presentes, mas sem vida entre eles, como por exemplo, entre os ortodoxos, Ordens válidas mas sem jurisdição; entre os protestantes, Escrituras, mas sem interpretação autorizada; e os transformará em "elementos" vivos (Unitatis Redintegratio). E na humanidade não cristã encontrará "sementes da Palavra", isto é, qualquer verdade e bondade que sejam faíscas da Palavra que "ilumina a todos os homens que vêm ao mundo" (Jo I, 9) (Nostra Aetate), porque todos os seres racionais foram escolhidos por Deus para glorificá-lo, e todos os escolhidos são salvos.

Mas como pode o Concílio dignificar dessa maneira todos os não católicos sem degradar os católicos? Declarando que a "Igreja de Cristo" que tudo abarca "subsiste", isto é, existe de alguma forma especial, na Igreja Católica (LG n. 8). Mas "subsiste" é meramente um truque verbal – se dignifica os não católicos, como pode não degradar os católicos? Se não degrada os não católicos, como pode dignificar os católicos?

4 Finalmente, como se vai redefinir a Neoigreja para cumprir com seu novo papel? Como "Povo de Deus", necessariamente democrático, e então o sacerdócio das Ordens será dissolvido no "sacerdócio" do batismo (I Pd II, 5), e toda a Neoigreja se torna sacerdotal com uma missão em todo o mundo, e assim os bispos são promovidos a governar a Igreja ao lado do Papa (LG n. 22). Outra palavra vaga o suficiente para corresponder ao caráter vago das noções da Neoigreja é "Comunhão", cuja atividade principal é o "Diálogo" com todos os homens, de modo que ninguém nunca está errado, e todos podem ser gentis com os demais. Esqueçam a doutrina ou a verdade!

Kyrie eleison.

domingo, junho 23, 2019

Comentários Eleison: "Prometeo" - II: O Novo Homem

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXXIII (623)- (22 de junho de 2019)



"PROMETEO" – II: O NOVO HOMEM


O Concílio virou a religião de cabeça para baixo
Com Deus agora servindo ao homem, com o homem coroado.

Em seu livro “Prometeo, la religión del hombre”, o Pe. Álvaro Calderón apresenta o Vaticano II como sendo essencialmente um humanismo, disfarçado de catolicismo pelos oficiais da Igreja. Esse disfarce deu uma autoridade sem precedentes ao humanismo, e exigiu uma habilidade sem precedentes para que fosse montado. Ora, o humanismo surgiu no século XIV para defender valores puramente humanos contra as exigências supostamente não humanas da pobreza, da castidade e da obediência da Idade Média católica, e também contra a autoridade da Igreja que supostamente tratava seres humanos como crianças. Assim, para afirmar a dignidade humana, o humanismo afirmará a liberdade humana, e dará origem ao liberalismo nos séculos XVII e XVIII, e ao superliberalismo nos séculos XX e XXI. À falsa liberdade desse superliberalismo, o Vaticano II se esforçará para adaptar a verdadeira Igreja de Deus. Assim, o Concílio “libertará” a mente do homem pelo subjetivismo, sua vontade pela “consciência”, e sua natureza fazendo com que seja servida pela graça, em vez de ser elevada pela graça.

O subjetivismo é o erro de tornar a verdade independente do objeto e, consequentemente, dependente do sujeito humano. Em última análise, isso resulta em pura loucura, que o Vaticano II queria evitar, ainda que quisesse subjetivismo suficiente para garantir a liberdade de pensamento. Por isso, recorreu à "insuficiência das fórmulas dogmáticas".

Ora, é verdade que nenhuma palavra humana pode dizer ou expressar a plenitude das realidades divinas, mas as palavras podem dizer algo, como por exemplo: “Deus existe” é verdadeiro, enquanto que “Deus não existe” é falso. Portanto, as palavras não são totalmente inadequadas para expressar dogmas; e, de fato, se eu creio em vários dogmas expressos em palavras, como a Igreja exige de todo católico, posso salvar minha alma. Mas o Vaticano II (Dei Verbum) diz que Deus se revela, não por uma doutrina em palavras, mas Ele mesmo é conhecido pela experiência subjetiva, não por palavras objetivas. Assim, as doutrinas podem ir e vir sem tocarem as realidades por trás delas, e assim o Vaticano II pode mudar os dogmas sem supostamente afastar-se da Verdade ou da Tradição! Portanto, todos os tipos de teologia são lícitos, e todos os tipos de religiões também o são! Portanto, a superioridade do cristianismo é meramente cultural!

Então, como o Vaticano II libera a vontade? Já está liberada. Se não há mais verdade ou falsidade, então é igualmente verdadeiro ou falso que roubar e mentir são errados. Em última instância, mais uma vez, essa posição termina em completa loucura; assim, como o Vaticano II afirmará a liberdade da mente e, ao mesmo tempo, evitará a dissolução de toda a moral? Pela "consciência". Dentro do coração de cada homem, mas sem palavras, Deus fala por uma inclinação moral para o bem e para longe do mal, de modo que nenhuma palavra pode ser adequada, mas com uma substância inalterável ao longo de todas as épocas. Assim, minha vontade não está restringida pelos Dez Mandamentos desde fora de mim, mas eu me inclinarei livremente desde dentro, permanecendo assim livre para fazer o que é certo. Mas, na realidade, eu o farei? – e quanto ao pecado original? Na realidade, a moral é objetiva, é racional, e pode e deve expressar-se em regras universais. A mera "consciência" subjetiva é fraca demais para resistir ao pecado original.

Finalmente, como o Vaticano II coloca a graça de Deus abaixo, em vez de acima, da natureza do homem? “A graça aperfeiçoa a natureza” é um princípio católico clássico, de modo que a graça aperfeiçoa o homem ao reparar sua mais alta qualidade, sua liberdade, que é escravizada pelo pecado. Assim, a graça de Cristo liberta e serve à natureza do homem, revelando o homem a si mesmo (Gaudium et Spes, n. 24), pela Encarnação. Mas a Encarnação não revelou primeiro Deus ao homem?

Em conclusão, o Pe. Calderón mostra como o Vaticano II, embora fundamentalmente humanista, embeleza o humanismo com condecorações católicas: liberdade, sim, mas à imagem de Deus! Subjetivismo, sim, mas da verdade interior, incluindo o mistério de Deus, que revela o próprio mistério do homem! Consciência, sim, mas naturalmente participando da Lei Eterna, para que os homens a cumpram naturalmente, para que a vontade de Deus esteja em sintonia com a vontade do homem! Graça, sim, mas aperfeiçoando a natureza do homem, libertando-nos da escravidão do pecado! Assim, quão mais belo é o humanismo decorado pela riqueza e pela herança da Igreja!

Kyrie eleison.

quarta-feira, junho 19, 2019

Comentários Eleison: "Prometeo" - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXXII (622)- (15 de junho de 2019)




"PROMETEO" - I 

Novo Humanismo? Erros tão antigos como as montanhas,
Mas, na Igreja, causando males jamais vistos.

O Vaticano II foi um desastre para a Igreja Católica. Para o futuro da mesma Igreja, é essencial que os católicos que desejam salvar suas almas vejam por que ele foi um desastre. O Pe. Álvaro Calderón, professor de Filosofia e Teologia tomistas no Seminário da Fraternidade Sacerdotal São Pio X em La Reja, na Argentina, escreveu há dez anos um livro que prova que o Vaticano II, desde dentro da Igreja, substituiu a religião de Deus pela religião do homem. A primeira das quatro partes do livro, para explicar o que foi o Vaticano II, começa com uma definição de três partes: foi a oficialização de um humanismo disfarçado de catolicismo.

Primeiramente, foi um humanismo, isto é, uma glorificação do homem em detrimento de Deus. A Idade Média foi seguida por uma série de humanismos, como o Renascimento, a Reforma e a Revolução Francesa, mas todas as vezes o humanismo pereceu, diz Calderón, porque rompeu com a Igreja Católica. Qual o resultado final? Duas guerras mundiais. Mas desta vez seriam os próprios clérigos que criariam o novo humanismo para encaixar-se com a Igreja Católica. Daí a oficialização sem precedentes do Vaticano II do que sempre foi um grave erro denunciado pela Igreja, mas desta vez os clérigos souberam como fazê-lo parecer católico. Assim, eles alcançariam o mundo moderno centrado no homem com seu novo humanismo, mas ao mesmo tempo estavam decididos a permanecer dentro da Igreja, supostamente para salvar tanto o homem moderno de seu ateísmo como a Igreja moderna de seu isolamento estéril. Na melhor das hipóteses, os clérigos do Vaticano II tinham boas intenções; e na pior das hipóteses sabiam que sua nova reconciliação de forças opostas não funcionaria, exceto para destruir a Igreja; mas isso é o que os piores dentre eles queriam.

Então, por que a nova reconciliação não funcionaria? Porque Paulo VI queria um novo humanismo: nem não humanamente orientado para Deus, como na Idade Média, nem reagindo excessivamente contra Ele como nos tempos modernos, mas um novo equilíbrio entre os dois excessos que mostraria que a maior glória de Deus coincide com a glória do homem. Por exemplo, o homem é a maior criação do seu Criador, e, portanto, glorificar o homem é também glorificar a Deus. E o homem é à imagem de Deus sendo livre, de modo que quanto mais livre ele é, mais ele glorifica a Deus. Portanto, promover a dignidade humana e a liberdade é glorificar não só o homem, mas também a Deus. No entanto, se alguém começa com a glória do homem, quem não pode ver o risco de deslizar de volta para a glória do homem? Ademais, Deus é o único e exclusivo Ser Perfeito, que não pode, portanto, precisar ou desejar algo fora de Sua própria glória intrínseca. Apenas secundariamente, para sua glória extrínseca, Ele pode querer ou desejar a bondade de qualquer criatura fora da Sua própria. Portanto, a verdade é que tanto Deus como o homem estão principalmente orientados para Deus, e Deus só pode ser secundariamente orientado para o homem.

Mas aqui estão algumas citações do documento do Vaticano II, Gaudium et Spes: “O homem é o centro e o cume de todas as coisas na terra... senhor e governador de toda a criação” (nº 12) – não é antes Deus? “O amor a Deus e ao próximo é o primeiro mandamento” (nº 24) – o próximo realmente aparece no primeiro mandamento? “O homem é a única criatura amada por Deus por si mesmo” (nº 24) – pelo homem em si mesmo? O desvio é grave, mas sutil, e nos próprios textos do Concílio é mais implícito do que explícito, mas aparece mais claramente no ensinamento da Igreja depois do Concílio, como, por exemplo, no Novo Catecismo (por exemplo, 293, 294, 299). De fato, diz o padre Calderón, o Concílio coloca o homem no trono da Criação, e Deus a seu serviço.

Da mesma forma, o Vaticano II vira a autoridade de ponta-cabeça. O humanismo está sempre contra a autoridade, mas o Novo Humanismo deve parecer católico, e por isso deve procurar um modo diferente para a autoridade de Cristo reinar na Igreja e no mundo modernos. Mas Cristo disse que veio para servir (Mt. XXV, 25-28). Assim, a neo-hierarquia se faria democrática de cima a baixo para servir ao homem moderno de uma maneira que ele entenda. Mas em que parte da neo-hierarquia estará a autoridade de Deus para elevar os homens ao Céu? Ela se dissolverá, e com a autoridade dissolvida na Igreja, a autoridade se dissolverá em toda parte, como vemos à nossa volta neste ano de 2019.

A Parte II do P. Calderón será o Novo Homem do Vaticano II; a Parte III, a Nova Igreja; e a Parte IV, a Nova Religião.

Kyrie eleison.

Comentários Eleison: "Prometeo" - Introdução

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXXI (621)- (8 de junho de 2019)



“PROMETEU” – INTRODUÇÃO


A hipocrisia dos homens nunca cessará,
Mas o Vaticano II é a sua obra-prima.

Quando o Arcebispo Lefebvre pensava no futuro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, esperava que ela contribuísse para os estudos dos 16 documentos do Concílio Vaticano II, porque esse era o principal arco através do qual chegava, na década de 1960, a multidão sem precedentes de problemas com os quais a Igreja e o mundo vêm sendo afligidos desde então. Sem dúvida, a Fraternidade contribuiu até certo ponto para esses estudos, mas, alguém bem poderia perguntar-se, seria ela mesma afligida (até a morte, como pensam alguns) hoje, do modo como o está sendo, se seus sacerdotes tivessem uma melhor compreensão da enfermidade do Vaticano II, que é atraente, altamente contagiosa e mortal para a verdadeira Fé?

No entanto, em 2010 apareceu em espanhol um estudo aprofundado do problema feito por um sacerdote argentino da Fraternidade, o Pe. Álvaro Calderón, um tomista plenamente qualificado que ensina filosofia e teologia no seminário da Fraternidade na Argentina. O título de seu livro é "Prometeo, La religión del hombre", e tem como subtítulo "Um ensayo para interpretar o Vaticano II". Suas 320 páginas concluem com a dramática acusação de que o Vaticano II é idolatria, e já em seus documentos, e não apenas em suas consequências. Diz-se que o livro teria sido traduzido para o francês, mas se essa tal tradução existe, certamente nunca apareceu, provavelmente para proteger a Neoigreja conciliar e sua descendência bastarda, a Neofraternidade. De qualquer forma, o livro precisa certamente ser traduzido e aparecer em vários idiomas.

Para ajudar a explicar por que estes “Comentários” tantas vezes culpam o Vaticano II, eles oferecerão aos leitores uma visão geral do livro em uma série de números. É uma tarefa perigosa apresentar em alguns poucos artigos, de cerca de 750 palavras cada um, um livro densamente argumentado de 320 páginas, mas é muito importante que os católicos tenham pelo menos uma ideia de toda a malícia do Vaticano II, o que justifica o esforço. Assim, esses artigos serão menos para os teólogos profissionais que exigem um pouco mais de profundidade e precisão para serem persuadidos, e mais para as almas comuns que buscam alguma explicação para a devastação da Igreja e do mundo que está sendo trabalhada ao redor delas. Para causar tal devastação, o Vaticano II tinha de ser profundo e coerente. Que estes temas dos “Comentários” sejam pelo menos suficientes para sugerir a profundidade e a coerência tomista do livro do Pe. Calderón.

A acusação de que o Vaticano II é idolatria não poderia ser mais séria, mas em seu livro ela está respaldada por uma série de referências aos 16 documentos do próprio Vaticano II, especialmente a Gaudium et Spes e a Lumen Gentium. O problema é que, como ele explica, por razões históricas os autores do Vaticano II tomaram um cuidado especial para disfarçar sua doutrina idólatra, de modo que ela não parecesse estar desalinhada com a Tradição Católica. O próprio Arcebispo Lefebvre, na época, assinou 14 dos 16 documentos, algo que jamais teria feito alguns anos mais tarde, quando os frutos do disfarce se tornaram claros. Portanto, os documentos são habilmente ambíguos, tendo uma letra e um espírito muito diferente. Portanto, até hoje tanto os católicos sinceramente fiéis à Igreja como os modernistas que buscam transformar a Igreja podem afirmar que a letra dos documentos é católica, mas a grande vantagem de uma análise como a do Pe. Calderón é argumentar a partir dos próprios documentos que o seu espírito é fabricar uma religião inteiramente nova centrada no homem. Assim, na realidade, o neomodernismo do Vaticano II é especialmente escorregadio e pérfido.

A edição espanhola de tal livro ainda está disponível? Espera-se que sim. Em todo caso, o editor está registrado como Luis María Campos 1592, Morón, Bs. As., Argentina, Tel. 4696–2094. No website https://www.scribd.com/document/116861810/PRH pode-se encontrar em 132 páginas o texto em espanhol do livro do Pe. Calderón.

O livro está em quatro partes: Parte I, o que o Vaticano II foi, uma definição; Partes II e IV, o que o Vaticano II fez; Parte II, um novo HOMEM; Parte III, uma nova IGREJA; Parte IV, uma nova RELIGIÃO. Nestes “Comentários Eleison” devem seguir quatro artigos (talvez interrompidos) correspondentes às quatro Partes.

Kyrie eleison.





quarta-feira, junho 05, 2019

Cristãos prestes a serem perseguidos no Brasil!

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Recado urgente do professor Carlos Nougué:

Curioso: para a defesa de pontos do governo Bolsonaro como a reforma da Previdência, as lideranças que o apoiam convocaram as megamanifestações de pouco mais de uma semana atrás. Mas para que se tente barrar a aprovação da "criminalização da homofobia", que pode dar-se amanhã pelo Senado ou no dia 13 pelo STF, nada; e veja-se que Bolsonaro teve como bandeira de campanha o combate à ideologia de gênero (além do fato óbvio de que se trata de assunto muito mais importante que a reforma da Previdência). Se porém for aprovada tal criminalização, quero ver quais dessas lideranças serão efetivamente capazes de atos heroicos. Esperemos.


Eis, presidente Bolsonaro e seus apoiadores cegos, o que nos espera. Às favas com a reforma da Previdência! Por que não levantam como principal bandeira hoje a que foi central na campanha eleitoral, ou seja, a da luta contra a ideologia de gênero? 

Eu não sabia que estava votando em outro Novo.

Lei da “homofobia” será usada para perseguir cristãos

https://estudosnacionais.com/genero/lei-da-homofobia-sera-usada-para-perseguir-cristaos/?fbclid=IwAR3n5s1rSjcq5YQnxZNnDFwZgl6luEK6fOTxCfP29OPaji9dtZBJ-lwi4uo

segunda-feira, junho 03, 2019

Comentários Eleison: Huonderland Novamente

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXX (620)- (01 de junho de 2019)



HUONDERLAND NOVAMENTE


Sacerdotes da Fraternidade, aguentem firme!
A traição é abundante, está em toda parte.

Em 20 de maio, dia em que se encerrou o mandato de Dom Huonder como chefe da grande diocese suíça de Chur desde 2007, a questão controversa de seu futuro lugar de aposentadoria foi decidida de uma vez por todas por uma Declaração assinada conjuntamente por ele mesmo e pelo Superior Geral da Fraternidade, o Pe. David Pagliarani: o Bispo viverá na escola de meninos da Fraternidade em Wangs, no leste da Suíça. Surgiram dúvidas quanto ao lugar onde o Bispo se retiraria por causa da improbabilidade natural de um Bispo Conciliar estabelecer-se dentro de uma casa Tradicional, mas de ambos os lados do abismo doutrinário entre o Concílio Vaticano II e a Tradição Católica, prevaleceu o sonho antidoutrinário de estabelecer uma ponte sobre esse abismo. Assim, a respeito de sua decisão, o mesmo Bispo acaba de escrever: “De acordo com os desejos do Papa Francisco, eu me esforçarei ali (em Wangs) para contribuir para a unidade da Igreja”. É uma intenção honrosa, mas que não leva em conta a maldade do Vaticano II.

Mas como o mundo moderno segue adiante, e com ele a Igreja moderna, e com a Neoigreja, a Neofraternidade, o Bispo Huonder é um clérigo decente e bem-intencionado, cheio de boas intenções que podem fazer qualquer pessoa "decente" pensar que ele é uma boa companhia, e que é seguro misturar-se com ele, e é seguro colocá-lo dentro de uma escola "decente". Sem dúvida alguém pode esperar que o ambiente tradicional em Wangs lhe faça bem.

Mas, do ponto de vista de Deus e da verdadeira Igreja Católica, ele é um crente no Concílio Vaticano II, e, portanto, acredita em trabalhar com o atual Papa desse Concílio, o Papa Francisco, juntamente com todos os seguidores da Tradição que não compreendem mais a ambiguidade e a maldade objetivas desse Concílio com seus seis Papas conciliares. Com efeito, esse Concílio é profundamente ímpio, e contamina tudo o que toca (ver vários números destes “Comentários” que deverão aparecer em breve), e desvia da verdade todas as pessoas que acreditam nele. Portanto, do ponto de vista da salvação das almas – que é o ponto de vista mesmo de Deus –, o Bispo Huonder está, objetivamente falando, contaminado e desviado, não sendo adequado para a companhia dos católicos ou de uma escola católica, e ainda mais perigoso é que ele seja subjetivamente decente, bem intencionado, simpático, e assim por diante.

Nem precisa ser mais ou menos culpado do que milhares de outros Bispos “decentes” que existem desde o Vaticano II por ter-se deixado enganar por uma série de Papas Conciliares, nem precisa ser insultado como se fosse um vilão, nem precisa ser socialmente rechaçado como um pária. Mas os católicos devem evitar absolutamente qualquer tipo de contato com ele, seja social ou de qualquer outro tipo, que possa resultar em qualquer tentação de manter com ele, enquanto ele seguir crendo no Vaticano II, qualquer tipo de companhia em assuntos da Fé. E, para evitar qualquer tentação, seria necessário evitar sua companhia completamente, e então sua companhia deveria ser completamente rechaçada. Deus e a Fé devem vir em primeiro lugar, ser o fim e a coisa mais importante, pois, caso contrário, corremos o risco de perder nossas almas.

Para concluirmos, só podemos desejar a Dom Huonder em sua aposentadoria toda a graça de Deus para que compreenda a perfídia do Vaticano II, e aos internos tradicionalistas da escola da Fraternidade em Wangs só podemos desejar toda a graça de Deus para que o ajudem com seu exemplo a compreender o perigo dos “desejos” do Papa Francisco para com a Fraternidade, do qual acaba de sair à luz outro exemplo.

Chegou de Roma nos últimos dias um informe que diz que o sacerdote argentino que foi nomeado por Dom Fellay para ser o Ecônomo Geral da Fraternidade, a pedido do Papa e com o consenso do novo Superior à frente da Fraternidade, o Pe. Pagliarani, foi reintegrado à Igreja oficial, e, sempre pelo desejo do Papa Francisco, reside atualmente na Casa Santa Marta, onde vive o próprio Papa; esse sacerdote será incardinado na diocese de Roma, esperando sua possível nomeação para Bispo pelo Papa Francisco. Ainda que esse informe esteja a expor somente meias verdades, não estaria a revelar a incapacidade ou a falta de vontade dos altos funcionários da Fraternidade de entender que o Arcebispo Lefebvre lutou contra o Concílio Vaticano II por razões de Fé?

Kyrie eleison.