segunda-feira, outubro 20, 2014

Comentários Eleison: História Interna - I

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXIX (379) - (18 de outubro de 2014):  

HISTÓRIA INTERNA - I


            Depois de 1917, em razão das mensagens de Nossa Senhora e dos eventos em Fátima, ficou claro para o mundo que a salvação deste e da Igreja (“um período de paz”) dependeria de duas coisas: da Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração pelo Papa e todos os bispos do mundo, e também de os católicos fazerem a reparação ao seu Coração, que consiste em cada um receber a Confissão e a Comunhão, meditar por quinze minutos e orar um rosário em cada primeiro sábado do mês. Assim, que nenhum católico pense que nada há que se possa fazer para ajudar a Igreja e o mundo a sair de sua terrível crise atual. Cada católico que responde ao segundo pedido contribui para que o Papa responda ao primeiro.

            Mas essa resposta ainda não foi suficiente. Nos anos trinta, por exemplo, o Papa Pio XI estava bem a par do primeiro pedido feito por Nossa Senhora, mas não realizou a Consagração da Rússia. Por quê? De acordo com o Irmão Miguel da Santíssima Trindade, no segundo de seus três excelentes volumes de Toda a Verdade Sobre Fátima, o pontífice estava na época engajado em contatos diplomáticos com as autoridades russas em Moscou, e então achou que sua própria diplomacia seria uma maneira melhor de tratar com os comunistas do que a Consagração a Nossa Senhora. Ele preferiu o jeito humano ao divino de lidar com o problema, e então obviamente o problema permaneceu não resolvido. O mundo mergulhou na Segunda Guerra Mundial, e a Igreja se arruinou internamente pelo Concílio Vaticano II.

            Agora, na presente década, veio à luz uma história paralela de Nossa Senhora com mais um apelo. Desta vez, transmitido por uma mensageira de Dom Fellay, teria sido dirigido à Fraternidade Sacerdotal São Pio X, para que se organizasse uma Cruzada do Rosário na qual se rezasse pela realização da Consagração da Rússia. Vale a pena analisar em uns poucos números destes “Comentários” se essa história é verdadeira (como eu acredito que seja, e alguns outros padres também acreditam), não para desacreditar Dom Fellay (cuja preferência pelos meios humanos é tão compreensível como a de Pio XI – Deus é seu juiz), mas a fim de enfatizar o quão urgente, quase cem anos depois, a Consagração da Rússia continua a ser, e especialmente a prática da devoção dos cinco primeiros sábados. Mas a história é verdadeira? Em particular, quão confiável é a mensageira?

            Eu mesmo me encontrei com ela muitas vezes, e acredito que sua história tem toda a possibilidade de ser verídica, em primeiro lugar por ser ela uma pessoa adulta séria, que dá todos os sinais de estar dizendo a verdade; mas principalmente porque o que ela conta é uma história interna, que corresponde a um grande número de fatos públicos e eventos bem conhecidos externamente, por assim dizer, e os explica. Quanto à mensageira, os leitores têm todo o direito de desconfiar de meu julgamento pessoal, mas quanto à correspondência entre a história interna e os fatos externos, os leitores podem julgar por si mesmos.

A história começa no Domingo do Bom Pastor de 2004, quando a Santíssima Virgem Maria apareceu para a mensageira e deu a ela uma mensagem que deveria ser transmitida ao Bispo da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, na qual havia o pedido para que a FSSPX liderasse os fieis em uma Cruzada do Rosário pela Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração; a mesma que o Céu vem pedindo desde os anos vinte. Entendeu-se na década passada, que se isso fosse feito como Nossa Senhora pediu, poderia ao fim se obter através desta as graças para a realização da tão necessária Consagração.

Em junho de 2006, a mensageira entregou a mensagem em pessoa para Dom Fellay. Ele a discutiu com ela, mas não sabia ainda que se tratava de fato de uma diretiva da Mãe de Deus. E assim, em seu caminho de volta à Suíça, ela tomou uma importante primeira decisão. Como os americanos dizem: “Fiquem sintonizados”!
           
Kyrie eleison