segunda-feira, outubro 21, 2019

Comentários Eleison: Conversão Moderna

 Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXL (640) - (19 de outubro de 2019)



CONVERSÃO MODERNA



"A ajuda de Deus está mais próxima do que a porta".
Para qualquer alma, por mais pobre que seja.


Se atualmente alguém está tentado a pensar que Deus Todo-Poderoso renunciou ao governo de Sua Igreja ou do mundo, há testemunhos que chegam ao escritório destes “Comentários” que mostram claramente – pelo menos na opinião deste comentarista – que o Espírito Santo ainda está atuando. Um católico que estava longe da Igreja conta a seguir como ele voltou para ela, como encontrou a Tradição Católica e, logo depois, a “Resistência”, e que sentido ele dá a tudo isso. Em meio à confusão e ao desalento que todos conhecemos, ele escreve com uma notável amplitude e serenidade, certamente um sinal de que está sendo guiado por Deus.

Sou um homem casado, com duas filhas, uma quase adolescente e a outra ainda bebê. É à minha avó que devo meu retorno à Fé. Um dia, cinco anos atrás, eu estava passando por uma igreja quando, de repente, pensei nela rezando o Rosário, e fui impelido a entrar na igreja para rezar. A partir de então, comecei a rezar novamente e a assistir à Missa. É claro que foi a Missa Nova no início, até que cerca de três anos atrás descobri a existência da Tradição Católica.

Desde então, minha família e eu passamos a ir à capela local da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, onde fomos recebidos com grande alegria pelo sacerdote e pela congregação. Mas logo descobri que havia muitas divisões na capela, e assim você pode imaginar a dificuldade que tive para entender o que estava acontecendo. Tendo chegado tão recentemente à Tradição, precisava de muita paciência, coragem e perseverança para aguentar e não simplesmente fugir nos primeiros seis meses! Mas nossa sede de verdade e nossa busca por raízes superaram nosso medo, e assim permanecemos, graças a Deus.

Compreendi que a FSSPX é verdadeiramente uma parte santa da verdadeira Igreja Católica de Cristo, e é por isso que fico pelo menos neste momento dentro da Fraternidade, com minha família. Mas estou ouvindo o tempo todo o que os sedevacantistas e os "resistentes" têm a dizer, para continuar formando meu juízo. Tenho uma admiração enorme pelo Arcebispo Lefebvre, um verdadeiro homem de Deus, um santo sucessor dos Apóstolos. É muito difícil de suportar ver sua Fraternidade vacilando sob a pressão infernal do mundo, e é necessário que rezemos ainda mais.

A Fraternidade ainda tem, sem dúvida, muito que fazer, porque ainda pode fazer muito bem. O mesmo pode dizer-se da chamada “Resistência”, que desempenha, e tem o direito de fazê-lo, o papel de uma grade de proteção sempre que a Fraternidade se desvia do curso e cambaleia sob os ataques do mundo moderno e as tentações que lhe são estendidas pelos clérigos conciliares. Estou convencido de que a "Resistência" tem um papel vital por desempenhar, e que Nosso Senhor permite que ela exista para um grande bem, mesmo dentro da Fraternidade, ainda que pareça estar do lado de fora. Pessoalmente, considero-me um firme resistente a qualquer um que não ataque claramente, de frente, o Concílio Vaticano II, que foi inspirado pelo diabo. Afinal de contas, como alguém pode viver como um verdadeiro católico hoje sem resistir em todos os lugares e o tempo todo? Não é ser católico aqui a coisa mais difícil e bonita que existe? Obrigado, vovozinha, por rezar para Jesus e para Maria por mim!

Nesta vida, nunca vemos Deus em pessoa, mas o vemos em ação: as orações de uma avó; a oração de uma alma como seu primeiro e mais importante passo; assistir à Missa como o passo seguinte: a Missa Nova ainda transmitindo graça, por mais estrangulada que a graça possa estar; Deus mostrando de alguma maneira a Tradição a uma alma católica que gravita até ela; o refúgio em uma capela local da Fraternidade e a acolhida nela; apenas para que a prova seguinte e mais severa comece! Prova superada pela necessidade de raízes e pelo amor pela verdade e pela busca desta, que se assenta na mente aberta em meio a toda a confusão, mas ancorada no respeito pelo Arcebispo e no ódio ao Vaticano II, beneficiando-se tanto da Fraternidade como da “Resistência” pelo que cada uma tem a oferecer-lhe, sem excluir nenhuma delas; o reconhecimento de que todo católico deve nadar contra a corrente e, finalmente, a gratidão pela maneira como Deus o conduziu. Muitas lições em poucas palavras. Que Deus abençoe o escritor e o mantenha, e à sua família, fiéis até a morte. Ele tem uma boa oportunidade.

Kyrie eleison.

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