sábado, março 09, 2013

Comentários Eleison: GREC II


“Comentários Eleison”, por Mons. Williamson –
Número CCXCV (295) - 09 de março de 2013

GREC II


Antes de continuarmos com a história do GREC, o grupo parisiense de leigos e clérigos do fim dos anos 90 para a busca da reconciliação entre o Concílio Vaticano II e a Tradição Católica, nós devemos considerar a atitude básica dos participantes do GREC. O futuro da Igreja depende destes católicos que irão compreender o erro do GREC, isto é, como as mentes modernas estão perdendo o domínio da verdade. Para ilustrar essa atitude vamos pegar quatro citações aleatórias, típicas em dúzias e dúzias no livro “For the Necessary Reconciliation” pelo padre da Neo-Igreja, Michael Lelong. Em uma carta que ele escreveu ao Papa em julho de 2008 encontram-se duas citações:

“Nós também desejamos que as excomunhões (dos quatro bispos da FSSPX em 1988) sejam levantadas e que a FSSPX recupere seu lugar dentro da Igreja a qual tem tanto a dar. Aí está o porquê de nós pedirmos às autoridades da FSSPX para colocar um fim nas polêmicas afirmações e artigos criticando a Santa Sé” Comentário: (Isso não aconteceu durante os últimos 10 anos?). Mas se as polêmicas são tão ruins, por que uma quantidade de Pais de Igreja – e o Arcebispo Lefebvre – foram tão polêmicos? Polêmicas só são ruins assim se a unidade é realmente boa. Mas a unidade é tão boa apenas quanto aquilo ao torno do qual se une.

“Em nossa sociedade tão tentada pelo materialismo, indiferentismo e sectarismos, nós pensamos que em resposta à sua solicitação, Santo Padre, todos os católicos devem lutar juntos para serem fieis à recomendação de Cristo: ‘Sejam tão unidos que o mundo inteiro possa crer’.” Comentário: “Unidos” em torno de quê? Em torno da verdade católica, ou em torno da mentira que a verdade católica é conciliável com o Vaticano II? Então a questão primária e crucial para a unidade católica é onde a verdade católica deve ser encontrada. Mas o GREC deixa questões sobre a verdade para os “teólogos”. Então os não-teólogos podem ser salvos por mentiras!?

Essa carta do Pe. Lelong foi tão bem recebida por Bento XVI que os líderes e simpatizantes do GREC escreveram novamente alguns meses depois. Aqui estão mais duas citações da secunda carta ao Papa:

“Com certeza nós estamos entristecidos porque as recentes propostas da Santa Sé não foram aceitas pelas autoridades da FSSPX, mas nós sabemos que curar feridas entre católicos sempre requer generosidade a paciência para restaurar a confiança de ambos os lados e para tornar a reconciliação possível”. Comentário: são feridas apenas para serem sempre curadas e nunca infligidas? Nosso Senhor não usou um açoite duas vezes nas costas dos vendilhões do Templo? Existe um Deus, e Sua honra deve ser defendida sobre todas as coisas, e os homens podem ser fracos o bastante para não entenderem nada além do açoite, seja físico ou verbal.

“Nós pensamos que levantar as excomunhões poderia colocar em movimento um irresistível processo de aproximação, com vistas a um acordo entre a Santa Sé e a FSSPX, ou ao menos um acordo com grande parte dos leigos e padres da FSSPX.” Comentário: realmente os contatos amigáveis entre Roma e a FSSPX colocaram tal movimento no processo em janeiro de 2009, e somente uma explosão de dentro da FSSPX da mais horrível heresia dos tempos modernos – o “antissemitismo” – parou o processo. Mas tanto a reconciliação católica com o Vaticano II não é problema, ou alguém tem que dizer que a explosão foi providencial, porque ela também parou, ao menos por um tempo, a falsa reconciliação.

Concluindo, o GREC - como milhões de católicos modernos - procura acima de tudo unidade, reconciliação, acordo, nada de polêmicas, etc. Mas onde figura a verdade de Deus entre todos esses sentimentos? Ele é um papaizinho que abençoa todas as mentiras dos homens, contanto que eles vivam em união?

Kyrie eleison.