domingo, junho 28, 2015

Comentários Eleison: Falsos Argumentos

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXV (415) - (27 de junho de 2015): 


FALSOS ARGUMENTOS


Menzingen deveria pedir a Roma que o reconhecimento lhe seja concedido?
Não! Como podem apóstatas conceder tal pedido?

            No último número da publicação interna da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (principalmente para sacerdotes da Fraternidade), “Cor Unum”, o Superior Geral publica argumentos para defender e justificar a sua busca incessante pela incorporação da FSSPX na Igreja convencional. Ele alega que a Fraternidade está certa em dialogar com os oficiais romanos de hoje, e apresenta basicamente dois argumentos. Eles precisam ser examinados para que não continuem a causar confusão.

            O primeiro dos dois argumentos é o seguinte: a Igreja Católica, como Esposa Imaculada de Cristo, é muito mais que apenas seus oficiais corruptos, porque é um todo do qual esses oficiais são apenas uma parte. Mas a católica Fraternidade São Pio X deve permanecer em contato com a Igreja Católica. Por isso deve manter contato com os oficiais corruptos, e continuar a negociar com eles.

            O argumento é fácil de refutar, logo que alguém o traga à luz da Fé. De fato, os católicos devem obter da Esposa Imaculada de Cristo tudo o que precisam para chegar ao Céu, mas nunca poderão ter sua vida espiritual na corrupção dos oficiais corruptos da Igreja. E se esses oficiais são tão corruptos na Fé que o contato com eles põe inequivocamente em perigo essa fé dos católicos que é a própria base da vida espiritual dos católicos, então os católicos devem inequivocamente evitar tais oficiais. Ora, o neomodernismo dos oficiais romanos de hoje é altamente corrupto e corruptor, e ainda mais objetivamente perigoso por ser mais ou menos, da parte deles, subjetivamente inocente. Portanto, os católicos que desejam manter a fé devem permanecer bem afastados desses romanos. “Cor Unum” argumenta como se os neomodernistas não apresentassem perigo para a Fé!

            Dom Lefebvre obteve a reta conclusão. Quando na primavera de 1988, após ele fazer tudo que podia ter feito (e mesmo, pode-se dizer, mais do que deveria ter feito) para conseguir que os oficiais romanos cumprissem com o seu dever de cuidar da Tradição Católica – e mesmo depois de dez anos de esforços do arcebispo eles ainda se recusavam, mostrando que, longe de querer cuidar da Tradição, pretendiam simplesmente absorvê-la dentro de sua Neoigreja –, o arcebispo concluiu que eles estavam tão corrompidos na Fé que ele não deveria mais ter nada com eles até que voltassem a professar a Fé dos grandes documentos papais antiliberais, tais como o Syllabus, a Pascendi, e a Quas Primas.
           
            Pois, de fato, a Fé não existe para os oficiais nomeados pela Igreja, mas eles existem para a Fé. Assim, se seus frutos demonstram para além de qualquer dúvida que eles estão destruindo a Fé, então, para defender a Fé, não apenas não deveria a Fraternidade estar falando com os oficiais conciliares, mas deveria sim, enquanto observa com toda caridade e respeito, estar fugindo deles como de praga, por medo de ser infectada pelos perigosos erros conciliares infecciosos; a menos e até que, exatamente como disse Dom Lefebvre, eles mostrem que estão deixando seu conciliarismo e retornando à verdadeira doutrina.

            O segundo argumento é que os bispos concedidos por Roma para visitar os seminários da Fraternidade (incluindo Écône) é prova da “benevolência” de Roma para com a Fraternidade, porque Roma “não sabe mais como lidar com a Fraternidade”. E mais uma vez uma andorinha aqui e outra ali são tomadas como significado do verão da conversão de Roma. A ingenuidade é de tirar o fôlego. Roma sabe exatamente como lidar com a Fraternidade: enviar bispos conciliares para dentro dos seminários da Fraternidade para mostrar a seus futuros sacerdotes quão bons são os homens da Igreja conciliar. Assim, eventualmente a Fraternidade fluirá para dentro da Neoigreja.

            A FSSPX não tem de pedir o que quer que seja a esses oficiais romanos, que talvez tenham autoridade, mas são certamente apóstatas. E se ela faz com que eles pensem que, objetivamente e coletivamente, são algo mais do que apóstatas, será como eles, uma mentirosa (cf Jo 8, 55).

Kyrie eleison.