segunda-feira, abril 15, 2019

Comentários Eleison: Lições da Semana Santa


Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXIII (613) - (13 de abril de 2019):


LIÇÕES DA SEMANA SANTA


Da Cruz de Nosso Senhor brotou Seu preciosíssimo Sangue,
E água, em um dilúvio divinamente purificador.

Não há leitura do Evangelho tão rica em lições como as da Semana Santa. Aqui estão algumas referências da Paixão de Nosso Senhor, citadas em ordem cronológica, que têm uma relevância particular para o nosso próprio tempo, o da Paixão de Sua Igreja.

Lc XIX, 40: “Se estes (discípulos) se calarem, as pedras clamarão!” – Quando Jesus está prestes a entrar em Jerusalém no Domingo de Ramos, a multidão o louva em voz alta. Os fariseus reclamam do barulho. Mas a verdade de Deus será ouvida. Quando a FSSPX silencia para agradar aos romanos, alguém deve dizer as verdades que ela costumava dizer.

Jo. XVII, 15: “Eu não rogo para que os tire do mundo, mas para que os preserve do mal”. Depois da Última Ceia, pouco antes de deixar o Cenáculo, Jesus ora ao Pai Celestial por Seus Apóstolos, mas não para que a vida seja facilitada para eles. Então, por que a vida deveria ser facilitada para os católicos hoje?

Mt. XXVI, 31: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas”. No Monte das Oliveiras, Jesus disse a Seus apóstolos que todos eles cairiam, e citou o Velho Testamento (Zc. XIII, 7). Hoje, com o Papa paralizado em sua fé, toda a Igreja Católica está mais ou menos paralizada.

Mt. XXVI, 41: “Vigiai e orai”. No Jardim do Getsêmani, onde Jesus está prestes a ser traído, Ele adverte Seus Apóstolos para que se preparem em oração para a hora de sua provação. Ele não diz somente “orai”, nem diz exatamente “orai e vigiai”, mas “vigiai e orai”, porque se não mantiverem os olhos abertos, se deixarem de vigiar, também deixarão de orar. Hoje parece iminente uma hora de provação suprema da Igreja.

Jo. XVIII, 6: “Quando Jesus lhes disse: 'Eu sou', eles recuaram e caíram por terra”. Enquanto a polícia do Templo se aproxima de Jesus, ele se identifica sem medo, e por um momento deixa escapar uma única centelha de seu poder divino – todos eles desabam. Outra dessas centelhas poderia instantaneamente resgatar a Igreja hoje, mas isso não ganharia os corações dos homens. A provação de hoje da Igreja deve-se cumprir.

Mt. XXVI, 52: “Embainha a tua espada, porque todos os que usarem a espada, pela espada morrerão”. Pedro é viril, ama seu Mestre, quer absolutamente defendê-lo, mas não o compreendeu – Jesus será o Rei de Copas, não o Valete e Paus. Os homens viris de hoje buscam qualquer ação para defender a Igreja, pois não se contentam em “somente” orar; mas que orem, ou do contrário fugirão, como fizeram os Apóstolos (v. 56).

Lc XXII, 53: “Esta é a vossa hora e do poder das trevas”. Jesus está prestes a ser capturado pela polícia do Templo. Gentilmente se queixa de que não O prenderam à luz do dia, quando Ele estava pregando abertamente no Templo, mas tiveram de capturá-Lo à noite, quando não estava mais cercado por multidões para protegê-Lo. Nunca em toda a história Ele esteve tão abandonado, nem os tempos tinham sido tão obscuros como hoje.

Mt. XXVII, 25: “E todo o povo respondeu: ‘O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!’. Então Pilatos soltou para eles Barrabás, e tendo açoitado Jesus, entregou-O para ser crucificado”. Claramente, o “povo” aqui não são somente os “sumos sacerdotes e os anciãos” que “persuadiram o povo a pedir por Barrabás e para matar Jesus” (v.26), foi toda a multidão diante de Pilatos, prestes a amotinar-se (v.24), o que fez Pilatos ceder ao clamar para eles e para a descendência deles a responsabilidade pelo deicídio (a morte de Deus em sua natureza humana).

Ora, essa multidão era esmagadoramente judia, e a multidão se identificou como tal ("Nós e nossos filhos"). Portanto, a culpa pelo deicídio recai sobre aqueles descendentes, a menos que e até que coletivamente reconheçam e adorem seu próprio e verdadeiro Messias; mas as Escrituras dizem que isso só acontecerá no fim do mundo (por exemplo, Rom. XI, 25-27). Como um verdadeiro católico, Leão XIII (1878-1903) pediu que o mesmo sangue caísse sobre os judeus não como uma maldição, mas como uma "fonte de regeneração" (Ato de Consagração do Mundo ao Sagrado Coração de Jesus). Enquanto isso, eles servem a Deus para flagelar nossa apostasia.

Kyrie eleison.


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