quinta-feira, dezembro 24, 2015

Comentários Eleison: Explosão de Beethoven

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXIII (439) - (12 de dezembro de 2015):

EXPLOSÃO DE BEETHOVEN

À música de hoje, superior Beethoven sempre será.
Suas sonatas, um jovem homem executará.

Daqui a dois meses, desde as 18h de sexta-feira de 19 de fevereiro até o meio-dia do dia 21, ocorrerá aqui em Broadstairs, durante três dias, uma explosão da música de Beethoven. Um jovem pianista americano, que pode ler a prima vista qualquer uma de suas 32 sonatas para piano, e que ama todas, estará atravessando o Atlântico para tocar algumas delas para nós; mas ainda não sabemos quais.
Sem dúvida, ele executará as três grandes favoritas, a Sonata Patética, a Sonata ao Luar e a Appassionata, além da Waldstein; mas haverá tempo para analisar e apresentar muitas outras. Por hora, não haverá um programa fixo para os três dias. Haverá lugar para muitas perguntas, discussões e improvisações. Um bispo também contribuirá, com alguma profundidade, na análise de seu compositor favorito. O propósito deste fim de semana é que os participantes levem consigo uma compreensão que podem não ter tido antes sobre o funcionamento da música clássica e o que torna Beethoven, em particular, um de seus mais famosos compositores.
Mas, alguém objetará: o que a música, especialmente a música revolucionária, tem que ver com a defesa e a propagação da fé católica? A resposta aqui tem de ser breve. Em primeiro lugar, que ninguém despreze a música. Ambos, a Igreja Católica e o Demônio estão perfeitamente atentos ao fato de que ela é uma linguagem singularmente capaz de expressar e de moldar o que se passa na alma humana e, então, de influenciar a direção que ela toma, seja para o Céu (canto gregoriano), seja para o Inferno (as vítimas dos recentes tiroteios em Paris não estavam justamente tomando parte em uma canção de rock que invocava o Demônio?). Quase todo ser humano tem uma ou outra música em sua alma, e essa música normalmente está profundamente arraigada, para o bem ou para o mal. Não seria exagero dizer que se um homem não tem em si a música de sua religião, ele terá em si a religião de sua música, por exemplo, a do Demônio. Os católicos que compreendem que a música que amam não vai muito além do pop ou do rock, poderiam aproveitar bem a oportunidade para entender a música clássica, via uma estudiosa explosão de Beethoven.
Bem, é verdade que há uma grande quantidade de músicas mais elevadas que a de Beethoven. Ele nasceu sob a Antiga Ordem, 19 anos antes da Revolução Francesa explodir em 1789, mas morreu 57 anos depois, quando a época revolucionária moderna estava bem encaminhada, em 1827, de modo que sua vida escarranchou aquela tremenda agitação, que ele expressou musicalmente em um número de suas obras-primas, notavelmente na Sonata Appassionata e em sua Sinfonia Eroica, originalmente dedicada ao herói da Revolução, Napoleão Bonaparte. Entretanto, enquanto a relativa serenidade de suas obras-primas musicais anteriores à Revolução está livre de sua agitação e distúrbio romântico, ao mesmo tempo está mais afastada do mundo de hoje, marinado na Revolução. Assim, Beethoven pode falar às almas de hoje que encontram pouco ou nenhum interesse na música dos mestres anteriores a ele. Tampouco é Beethoven somente revolucionário. O poder único de suas mais amadas obras-primas deriva de seu vinho romântico, que está contido e organizado dentro da pele clássica que ele herdou de Haydn e Mozart.
Para termos uma ideia sobre os números, por favor, deixem-nos saber se planejam assistir ao fim de semana de Beethoven. Fora de estação, as pensões locais devem ter muitos quartos para passar a noite. Se os leitores masculinos preferirem algo mais diretamente católico, inscrevam-se o mais rápido possível nos Exercícios Inacianos que serão dados pelo Padre Abraham e por mim, entre as 18h do dia 26 de dezembro às 18h do dia 31 de dezembro.

Kyrie eleison.