segunda-feira, novembro 25, 2019

Comentários Eleison: O Mundo Deslizando

0 comentários
Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXLV (64) - (23 de novembro de 2019)




O MUNDO DESLIZANDO


Todas as árvores da Amazônia batendo palmas – seria possível isto concretizar-se?
Esperem, e verão o quão facilmente Deus pode fazê-lo realizar-se!


Não é somente a Fraternidade Sacerdotal São Pio X que está deslizando, é um mundo inteiro que desliza, dentro das almas dos homens. E assim como “não se pode fazer bolsas de seda com orelhas de porcos” e “não se pode fazer tijolos sem palha”, é impossível esperar que as instituições de ontem não sejam esvaziadas pelos seres humanos de hoje, como tantos balões colapsados dos quais o ar foi expelido. Eis a interessante resposta de alguém que ainda pensa, quando lhe perguntaram o que via, em relação ao futuro, para a "Resistência", para a FSSPX, para a Igreja e para o mundo:

Quanto à “Resistência”, não haverá grande aumento no número, nem uma grande colheita de almas, porque o material adequado simplesmente não existe. Como é possível fazer algo católico em pessoas que têm pouca ou nenhuma ideia do que é verdadeiro e do que é falso, do que é certo e do que é errado, daquilo ao que realmente é necessário resistir? A verdade e o certo foram minados, e mais e mais pessoas têm deixado de acreditar que são importantes, tanto porque o homem é um animal social que toma seu colorido daqueles que o rodeiam e que hoje desistiram massivamente da verdade e do certo, como porque a vida é muito menos exigente se a verdade e o certo são insignificantes. Então eu posso seguir o fluxo, e não há nada a que eu ainda precise resistir.

Quanto à FSSPX, se o Bispo Fellay é temeroso, seu medo se estenderá para o resto da Fraternidade, e de lá para o resto da Igreja, na medida em que a Fraternidade do Arcebispo foi em seu apogeu a rigidez da espinha dorsal da Igreja. Sem essa rigidez prevalecerá um conciliarismo suave, com um Missal híbrido que mistura a Missa Tridentina com a Missa Nova, com uma “hermenêutica de continuidade” que mistura a doutrina católica com o Vaticano II, com sacerdotes e ritos duvidosos, que possibilitam uma retomada ilusória da década de 1950. E assim a Igreja terminará sem ninguém que diga a Verdade, e a “luz do mundo” emitirá apenas um brilho tênue e opcional, e o “sal da terra” será impotente para impedir a corrupção universal.

O mundo, consequentemente, estará cada vez mais degenerado, tornar-se-á cada vez mais artificial, porque a Igreja era a protetora sobrenatural, pela graça, nas almas dos homens, de tudo o que era natural na criação de Deus. E, nesta Nova Ordem Mundial, até mesmo os restos da verdadeira Igreja continuarão sendo perseguidos pela intimidação passivo-agressiva de hoje. Sob uma aparência de tolerância passiva, a realidade é a de uma pressão implacável para conformar-se: "É melhor você ser 'politicamente correto', como todo mundo, ou faremos de você um pária". A essa pressão externa corresponde uma misteriosa fraqueza da mente moderna que não pode apegar-se a nenhuma verdade. O diabo, então, entra no nível natural e desvia a mente para a esquerda, para longe de Deus, fazendo com que os católicos duvidem de si mesmos: “Quem sou eu para dizer que o Arcebispo Lefebvre estava certo? Seus inimigos eram realmente maus? Quem sou eu para julgar?”. E nesse estado de espírito, é fácil trair...

Foi o Concílio dos anos 60 que desatou a confusão nos anos 70, e teve mais meio século para espalhar-se desde então, com a FSSPX trabalhando secretamente para o inimigo nos últimos 20 anos...”.

Essa visão do futuro é sombria, mas é uma previsão realista no nível meramente humano. Felizmente, Deus é Deus, Ele realmente existe, e Seus pensamentos não são os nossos pensamentos, nem os nossos caminhos são os Seus caminhos, “Porque, quanto os céus estão elevados acima da terra, assim se acham elevados os meus caminhos acima dos vossos caminhos, e os meus pensamentos acima dos vossos pensamentos” (Isaías LV, 8-9 [tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares]). Tampouco este Deus se frustrará com as maquinações dos homens: “assim será a minha palavra, que sair da minha boca; não tornará para mim vazia, mas fará tudo o que eu quero, e produzirá os efeitos para os quais a enviei. Portanto, vós saireis com alegria, e sereis conduzidos em paz; os montes e os outeiros cantarão diante de vós cânticos de louvor, e todas as árvores do país baterão palmas. Em lugar do espigue subirá a faia, e em vez da urtiga crescerá a murta; e o Senhor será nomeado como um sinal eterno, que não será tirado” (Is. LV, 11–13 [tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares]).

Kyrie eleison.

domingo, novembro 17, 2019

Comentários Eleison: Deslizamento Comentado

0 comentários
Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXLIV (644) - (16 de novembro de 2019)




DESLIZAMENTO COMENTADO


A Fraternidade está seguindo o mundo.
Seu curso fatal é cada vez mais evidente.

Dois leitores dos dois últimos números destes “Comentários” (642 e 643, de 2 e 9 de novembro) fizeram observações úteis sobre o estado da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. A primeira delas foi que a Neofraternidade parece estar querendo colocar todos os tradicionalistas, dentro ou fora dela, sob sua autoridade única, e a segunda foi que as “discussões doutrinárias” entre Roma e a FSSPX serão reabertas em Roma tendo o Bispo Fellay como líder dos representantes da FSSPX. O primeiro observador comenta as constantes táticas da Revolução, e o segundo comenta sobre o destino que ameaça Don Pagliarani. Aqui está o que diz primeiro observador:

Essas duas notícias são muito ruins. Mesmo que eu pessoalmente não sinta mais falta da FSSPX, dói-me vê-la em um estado de completa rendição à Roma apóstata. Cada vez que a Revolução na Igreja dá um passo importante que pode ocasionar resistência por parte dos católicos, a Fraternidade sempre tem à sua disposição de antemão – sempre – uma posição alternativa, um beco sem saída para o qual dirige aqueles que estavam resistindo, tornando-os ineficientes. Receio que a FSSPX esteja sendo preparada por Roma para acolher todos os católicos que resistem ao apóstata Bergoglio, a fim de guiá-los na direção de Roma. É bastante fácil prever que é isso o que eles estão fazendo. Como sempre, a única arma que temos em mãos é o Rosário, para obter a Consagração da Rússia. Que Deus tenha misericórdia de nós!

Esses comentários não são "teoria da conspiração" nem "fake news". Os enganadores da Igreja e do mundo moderno, a quem Deus está concedendo atualmente um grande poder para castigá-lo pela apostasia, não são pessoas honestas que podem dar-se ao luxo de operar abertamente. Com demasiada frequência são verdadeiros inimigos de Deus, revolucionários desonestos que precisam conspirar e enganar para disfarçar o que estão fazendo. Por isso, sempre que os católicos – que são não somente simples como as pombas, mas também prudentes como as serpentes (cf. Mt. X, 16) – denunciam as artimanhas desses revolucionários, estes os acusam de serem, por exemplo, "teóricos da conspiração", o que é ainda mais enganoso, porque a acusação costuma ser verdadeira.

Por exemplo, nesse caso, quando em 1988 o Arcebispo Lefebvre estava prestes a acertar um grande golpe nos liberais ao consagrar quatro Bispos (então) fiéis para garantir que a Fraternidade sobreviveria para defender a verdadeira fé, a Roma liberal havia preparado a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro para receber e neutralizar todos os sacerdotes da FSSPX que se opunham a essas Consagrações episcopais. Da mesma forma, quando esse observador acima sugere que em 2019 Roma está transformando a FSSPX em um refúgio para todos os católicos que se opõem ao Papa Francisco, a fim de colocar toda a sua oposição sob o controle de Roma, é muito provável que isso esteja longe de ser uma "fake news". É típico dos inimigos de Deus cometer exatamente os mesmos ardis dos quais eles acusam aqueles que os denunciam.

Quanto ao segundo observador, ele sugere que Don Pagliarani pode ser menos culpável do que o Bispo Fellay por julgar mal as intenções de Roma, mas se ele continuar a agir tal como o seu predecessor à frente da Fraternidade, é ele, Don Pagliarani, quem assumirá a responsabilidade por paralisar a defesa da Fé da Fraternidade. Tampouco se pode ser indulgente com ele indefinidamente, porque ele deve ser cada vez menos inocente se, e na medida em que, continua a agir como o Bispo Fellay. Aqui estão os comentários do segundo observador:

A notícia de que a renovação das discussões doutrinárias entre Roma e a FSSPX está sendo dirigida em Roma para a FSSPX pelo Bispo Fellay, projeta uma sombra obscura sobre seu sucessor que o escolheu para isso, Don Pagliarani. Mesmo admitindo que este último não seja tão favorável a um acordo como o é o Bispo Fellay, parece que ele está preso na mesma maneira de pensar de seu predecessor. Portanto, ou ele se liberta desse estado ou está destinado a ser marcado como aquele que sepultou a Fraternidade. Que Deus não o permita! Rezarei por ele e pela Fraternidade,  e me dirigirei para a Mãe de Deus, para que abras os olhos dele e ilumine seus dois Assistentes.

Reparem como os dois observadores veem na oração a única solução. Humanamente falando, a Fraternidade está essencialmente, ainda que não completamente, paralisada. Ao optar por juntar-se à Igreja Conciliar, ela compartilhará o destino desta.

Kyrie eleison.

terça-feira, novembro 12, 2019

Comentários Eleison: Ainda Deslizando - II

0 comentários
Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXLIII (643) - (9 de novembro de 2019)



AINDA DESLIZANDO – II


Quem deu a vara para Roma golpear-nos?
Como devem rir do modo como podem tratar-nos!

Caso os leitores pensem que a conversa relatada aqui na semana passada, que ocorreu em setembro entre Dom Placide de Bellaigue, na França, e as autoridades da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, na Suíça, é insuficiente para provar que a Fraternidade continua afastando-se da defesa da verdadeira Fé, eis outra informação que nos leva à mesma conclusão: mais ou menos na mesma época em que o Superior Geral da Fraternidade (SG) deu sua entrevista reconfortante de 12 de setembro, ele presidiu a nomeação de uma Comissão de três pessoas para irem a Roma retomar aquelas discussões teológicas com os romanos conciliares que ocorreram de 2009 a 2011 sem resultado. E quais foram os três representantes da Fraternidade escolhidos para as discussões? Ninguém menos que o Bispo Fellay e os padres Pfluger e Nély, o triunvirato da Fraternidade que governou entre 2006 e 2018, quando então todos os três foram destituídos do cargo no Capítulo Geral eletivo de julho! E novamente se faz necessário um pouco de contexto.

No Capítulo Geral eletivo anterior de 2006, os 40 principais sacerdotes da Fraternidade se mantiveram fiéis, menos fiéis do que em 1994 (como admitiu uma vez o Bispo Fellay), mas ainda assim fiéis ao princípio de bom senso católico do Arcebispo Lefebvre, segundo o qual, no choque entre a Fraternidade e Roma, estavam em jogo questões tão importantes de Fé que nenhum acordo meramente prático, sem um acordo doutrinário, poderia resolver. Ora, em 2006, o Bispo Fellay já havia deixado de levar a doutrina a sério havia algum tempo. Para ele, como para o Papa Bento XVI, para todos os modernistas e para a massa dos habitantes do mundo de hoje, a verdade de Deus é menos importante do que a unidade dos homens; mas ele sabia que dentro da Fraternidade muitos membros ainda continuavam seguindo o Arcebispo em seu respeito pela verdade de Deus, e, por isso, o SG continuou a pedir ao Papa Bento XVI que mantivesse as discussões doutrinárias a fim de que a Fraternidade e Roma pudessem unir-se.

O pedido era intrinsecamente insensato desde o início, porque as doutrinas da Tradição Católica e do Vaticano II não podem mais ser unidas do que o são as doutrinas de 2 + 2 = 4 e 2 + 2 = 5. Mas tanto o Papa como o SG aparentemente esperavam que os dois lados pudessem contentar-se com 2 + 2 = quatro e meio, porque, para os dois, a união era mais valiosa do que a verdade. E assim, ocorreram “discussões doutrinárias” entre quatro representantes de cada lado, de 2009 a 2011. No entanto, em 2009 o Bispo Fellay ainda teve de nomear quatro representantes da Fraternidade que levavam a sério a verdade católica, enquanto os romanos se mantiveram inflexíveis em seu apego às antiverdades do Vaticano II, de modo que as discussões não chegaram a lugar nenhum. A unidade não pôde, então, prevalecer sobre a Verdade.

Mas no Capítulo Geral interino (não eletivo) de 2012 da Fraternidade, a opinião havia mudado entre os 40 principais sacerdotes da Fraternidade, de modo que o princípio de doutrina do Arcebispo foi abandonado primeiramente, e a Fraternidade aceitou oficialmente que a unidade deveria vir em primeiro lugar. No entanto, surgiu imediatamente um forte movimento de resistência de sacerdotes da Fraternidade, ameaçando a unidade desta. E assim, quando no Capítulo eletivo de 2018 os 40 sacerdotes ainda amavam a Verdade o suficiente para votarem para que o Bispo Fellay e seus dois assistentes saíssem do cargo, o novo SG adotou posteriormente a ideia das discussões doutrinárias com os romanos conciliares, uma ideia intrinsecamente insensata, mas sempre tão atraente quanto ter um bolo e poder deliciar-se com ele. Ele desceu para Roma, e tanto os romanos como o SG ainda deviam estar sonhando com quatro e meio, de modo que parece que as "discussões doutrinárias" estão de volta à mesa.

Mas enquanto em 2009 o Bispo Fellay teve de escolher os defensores da Verdade para representarem a Fraternidade, agora o novo SG parece ter escolhido os três oficiais da Fraternidade que presidiram o Capítulo de 2012 que colocou a unidade antes da Verdade! Então, quem está enganando quem? Se o novo SG está enganando-se a si mesmo em relação a achar que uma unidade não doutrinária é possível, ai da Fraternidade, agora e no futuro próximo! Se ele não está enganando-se a si mesmo, ele está agindo sob pressão de Roma, de Menzingen fellayzado ou de ambos? Dá no mesmo, porque o Bispo Fellay fez tudo o que pôde para colocar Menzingen e a Fraternidade sob o poder de Roma. É Roma, portanto, quem está tomando as decisões e esfregando o nariz da Fraternidade em sua própria sujeira. Honorável Pe. Pagliarani, se o senhor não gosta da ideia de ser responsável por essa sujeira, a coisa honrosa que pode fazer é renunciar!

Kyrie eleison.

terça-feira, novembro 05, 2019

Comentários Eleison: Ainda Deslizando - I

0 comentários
Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXLII (642) - (2 de novembro de 2019)


AINDA DESLIZANDO – I


“Apagamos Lefebvre. Morreremos satisfeitos.”
Esses líderes não são do céu, estão inclinados ao inferno!

Há sinais que podem dar esperança de que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X oficial já não estaria mais deslizando para ficar sob o poder e o controle dos clérigos conciliares em Roma, mas esses sinais são esmagados pelas evidências que apontam para o contrário. Por exemplo, no dia 12 de setembro, o novo Superior Geral (SG) que foi eleito para substituir D. Fellay em julho do ano passado, o Pe. Davide Pagliarani, tornou pública uma entrevista na qual ele dizia muitas coisas boas, o suficiente para que ao menos um dos leitores destes “Comentários” se alegrasse com a ideia de o deslizamento da Fraternidade estar sendo revertido. Infelizmente, um informe recente da sede da Fraternidade na Suíça nos faz temer que o Pe. Pagliarani esteja recebendo instruções para dizer coisas bastante conservadoras com o fim de enganar todos os tradicionalistas que não estão observando suas ações. Seguem abaixo os antecedentes e o informe.

A Tradição Católica possui casas na França de três ordens excepcionais de monges e frades do passado da Igreja: os Beneditinos em Bellaigue, os Dominicanos em Avrillé, os Franciscanos em Morgon. As três foram encorajadas e ajudadas desde sua fundação pelo Arcebispo Lefebvre, mas ele nunca reivindicou autoridade sobre nenhuma delas; na verdade, ele recusou-se positivamente a fazê-lo, porque não via que a Fraternidade tivesse a missão de monopolizar a Tradição ou de controlar todas as iniciativas tradicionais. Desde a sua fundação, todas as três casas independentes floresceram, relativamente falando, e, em 2019, como é normal para monges e frades, as três exercem uma influência especial sobre tradicionalistas de todo o mundo.

No entanto, com a grande mudança de direção da Fraternidade que se tornou pública em 2012, as relações dessas casas com a Fraternidade tornaram-se problemáticas, porque seus líderes naturalmente queriam que esses religiosos influentes também mudassem de direção. Há alguns anos, a FSSPX rompeu relações com os Dominicanos de Avrillé, que foram considerados independentes demais, enquanto os Franciscanos precisaram, durante o mesmo período de tempo, adotar uma política cuidadosamente equilibrada entre cooperação e independência. E, quanto aos Beneditinos, seu jovem Superior do Brasil, Dom Placide, sofreu uma pressão especial no último mês de agosto por parte da Fraternidade.
Chamado a comparecer em Menzingen pelo Pe. Pagliarani, ele foi repreendido por sua falta de cooperação com a Fraternidade, e diante dele colocou-se uma folha de papel para que assinasse, a fim de que todo o controle sobre o Mosteiro Beneditino fosse cedido à Fraternidade! Quando – para dizê-lo de forma educada – ele recusou a oferta, ele foi ameaçado de que se diria a todo mundo que a FSSPX estava cortando todas as relações com o Mosteiro. Dom Placide respondeu que cabia ao SG fazer o que julgasse melhor, e a ameaça mudou. Agora a ameaça era a de que todos os priorados da Fraternidade receberiam ordens para não enviarem mais vocações para Bellaigue. E essa ameaça foi cumprida. Dom Placide recusou a oferta de ficar e almoçar em Menzingen.

Temos o direito de especular sobre essa conversa. Se queremos manter nossas esperanças no Pe. Pagliarani pessoalmente, podemos especular que ele próprio foi instruído a usar essas táticas de intimidação contra o relativamente jovem chefe dos Beneditinos. Mas ele não pode evitar a responsabilidade de, pelo menos, consentir em desempenhar o papel do agressor. O que é mais grave ainda é que as táticas de intimidação sugerem que Roma e Menzingen estão conspirando em conjunto para varrerem juntos sob a Fraternidade todos os grupos tradicionais atualmente independentes, e, em seguida, reestruturarem a Fraternidade e substituírem-na por uma Prelatura Pessoal sob o controle total de Roma. Isso teria duas vantagens para a guerra de Roma contra a Tradição: em primeiro lugar, a independência e as últimas marcas do Arcebispo Lefebvre na estrutura da Fraternidade que ele projetou, desapareceriam; em segundo lugar, Roma poderia então estrangular suavemente, juntamente com a Fraternidade, todos os grupos e iniciativas tradicionais de um só golpe. Os atuais líderes da Fraternidade também não desaprovariam esse golpe, pelo contrário, porque, quando morressem gentilmente por estrangulamento, teriam pelo menos o reconhecimento oficial pelo qual lutaram por tanto tempo.

Assim agem os enganadores da Fraternidade. Mas, e seus seguidores, sacerdotes e leigos?


Kyrie Eleison