terça-feira, novembro 28, 2017

Comentários Eleison: Como discernir? - II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXLI (541) (25 de novembro de 2017)



COMO DISCERNIR? – II


Como lutar contra um inimigo forte e perigoso?
Quando a primeira coisa que deveria saber sobre ele eu desconheço?

A primeira pergunta de Joseph foi sobre a confusão na Igreja em geral (ver os "Comentários" da semana passada); a segunda, por sua vez, refere-se à Fraternidade Sacerdotal São Pio X em particular. Ei-la:

O senhor escreveu na semana passada que, julgado por seus frutos, o Vaticano II não foi católico, enquanto Dom Lefebvre o foi. No entanto, na Fraternidade Sacerdotal São Pio X que ele fundou parece ter surgido uma nova maneira de pensar na qual se poderia articular em uma série de proposições. Por exemplo:

1 Mesmo que o Papa e os Bispos se comportem mal, eles ainda são as autoridades válidas da Igreja.

2 O Papa Francisco pode ser um modernista, mas ele ainda tem o poder de trazer a FSSPX de volta para a Igreja.

3 Os bispos conciliares não são todos maus. Eles podem ter reações cristãs, demonstrar que têm consciência da crise da Igreja, defender a moral católica em público, exigir o respeito a Deus na liturgia, mostrar devoção à Santíssima Virgem Maria, e assim por diante.

4 Pode-se prever um acordo com Roma desde que "nos aceitem como somos".

5 Somos culpáveis se recusamos sistematicamente qualquer acordo com Roma.

6 É mais útil falar da piedade de Dom Lefebvre do que da sua oposição ao Concílio.

7 É melhor estar em bons termos com a FSSPX do que em maus termos por causa de opiniões falíveis.

8 Os conciliaristas são indisciplinados e desobedientes. Os membros da FSSPX devem ser disciplinados e obedientes.

Concluindo, dada a complexidade da situação em que os católicos se encontram hoje, os membros ou seguidores da Fraternidade podem ser responsabilizados por pensar de acordo com essas proposições?

Resposta: tudo depende do quanto saibam esses membros ou seguidores. Por exemplo, os seguidores da FSSPX mais antigos sabiam que o Concílio era uma nova religião, e que, portanto, a oposição do Arcebispo era uma questão de fé, intrinsecamente mais importante do que a piedade, pois como pode haver piedade sem a fé? Os veteranos da Fraternidade têm muita culpa (a menos e até que finalmente reajam publicamente), porque eles estão permitindo que o que Joseph acima chama "uma nova maneira de pensar" tome a Fraternidade do Arcebispo, para que os jovens da Fraternidade tenham menos chance de entender o que há de errado com as oito proposições acima. Há uma nova geração de sacerdotes da Fraternidade tão piedosa como se poderia desejar, mas (sempre com exceções) que não tem ideia da crise que está agora devastando a Igreja há mais de meio século:

1 É verdade que o Papa e os bispos, de acordo com as aparências, parecem ser as autoridades válidas da Igreja, mas seu comportamento quanto à Fé é tão mau que muitos católicos sérios questionam essa validade.

2 Para qual Igreja o Papa trouxe a NeoFraternidade? Para a Neoigreja? “Eles me expulsaram da Neoigreja?”, dizia o Arcebispo “excomungado” – “E daí? Eu nunca pertenci a ela!”.

3 De fato, nem todos os bispos conciliares são maus, mas quase todos são modernistas, o que significa que muitos deles perderam sua fé católica sem sequer perceber. O homem moderno é tão corrupto que enquanto sua religião católica passou a corresponder à modernidade, ele nem percebeu que ela deixou de ser católica.

4 "Aceitar-nos como somos" foi para a FSSPX uma coisa em, digamos, 1987. É outra coisa completamente diferente em 2017!

5 Se Roma voltasse para a verdadeira Fé, não haveria mais necessidade de acordo.

6 Graças a Deus também pela piedade do Arcebispo, mas, de longe, sua qualidade mais importante era a sua fé.

7 "Opiniões falíveis"? Existe algo chamado verdade! Alguém que tenha alguma importância na Neofraternidade realmente estudou os documentos do Vaticano II? Eles negam que estes representam uma nova religião?

8 Os membros da FSSPX devem ser disciplinados e obedientes ao quê? À nova religião Conciliar centrada no homem?

O problema com todas essas proposições é que a FSSPX nasceu no meio da grande guerra que o mundo moderno tem feito contra Deus, mas desde a morte do Arcebispo em 1991 seus líderes perderam toda compreensão efetiva sobre quem está travando essa guerra , e como e por quê. Joseph, leia a "Pascendi", uma e outra vez, até que você a tenha compreendido completamente!


Kyrie eleison

terça-feira, novembro 21, 2017

Comentários Eleison: Como discernir? - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXL (540) (18 de novembro de 2017)


COMO DISCERNIR? – I


Quando é boa a intenção dos homens, como distinguir o bom do mau?
Observando onde há realmente bons frutos.


Um jovem com uma boa mente está fazendo uma boa pergunta sobre a crise na Igreja e outra boa pergunta sobre a crise na Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Veja como Joseph aborda sua primeira questão:

Por um lado, a crise conciliar foi uma em uma série de crises que afligem a Igreja, como o Protestantismo, o Liberalismo e as Revoluções, com duas Guerras Mundiais, e, portanto, uns erros fizeram o caminho no Concílio, os quais foram claramente condenados pela Igreja antes do Vaticano II. E após o Concílio, as novidades foram aplaudidas pelos inimigos clássicos da Igreja, como os maçons e os socialistas, enquanto o espírito missionário da Igreja praticamente se extinguiu. Por outro lado, as ideias do Concílio são obra dos mais inteligentes e supostamente católicos homens da Igreja, e não se pode dizer o tempo todo que o Papa não é Papa, nem que a maioria dos Bispos seja consagrada invalidamente. Portanto, pode-se dizer que a crise conciliar envolve áreas de sombra que ainda dificultam a visão clara? E se não podemos chegar a conclusões definitivas, podemos ter a certeza de que estamos mantendo a verdadeira Fé?

A melhor resposta vem do próprio Senhor, falando no Sermão da Montanha (Mt VII, 15-20): – “Pelos frutos, os conhecereis”. Obviamente, Nosso Senhor sabia que haveria ataques constantes à Sua Igreja com repetidas tentativas do Diabo para semear confusão nas mentes de Seus seguidores. A confusão que se seguiu ao Vaticano II não é diferente em espécie de crises anteriores na História da Igreja, mas pela defecção dos clérigos no Vaticano II, a confusão hoje é sem precedentes em grau – nunca antes a massa de pastores católicos esteve tão perdida, nem, portanto, o rebanho católico.

No entanto, para encontrar o caminho para longe da confusão, o mesmo princípio infalível ainda se aplica: as ações falam mais alto do que as palavras, e os frutos das ações do homem são o guia mais seguro para quem ele é e o que ele realmente pretende. Especialmente no caso do modernismo um homem pode enganar-se quanto ao que ele quer ou pretende, porque ninguém está tão profundamente separado da realidade que um modernista. “O fim do mundo será caracterizado por homens fazendo o mal pensando que estão fazendo o bem”, disse o Padre Faber em meados do século XIX. No século XXI, estamos no final mau deste processo de séculos de humanidade enganando-se a si mesma, já que ela se afastou de Deus. Então, Deus estaria deixando Seu rebanho indefeso contra inusitados lobos em pele de ovelha como são os modernistas? Não, porque julgar pelos frutos é algo que qualquer um pode fazer, com um mínimo de senso comum e vontade reta.

Portanto, Joseph, você observa que as autoridades da Igreja de hoje são homens altamente inteligentes e supostamente católicos, e você assume razoavelmente que são as autoridades válidas da Igreja, porque mesmo se você sabe que seus frutos são tão pouco católicos, a ponto de fazerem com que muitos discutam essa validade, não obstante quem mais está ali que esteja autorizado a falar e a agir pela Igreja Universal? Mas, ao mesmo tempo, você observa que suas ideias estão em consonância com graves erros anticatólicos do passado, e que agora são aplaudidos por inimigos clássicos da Igreja, como os maçons. Argumentos de um lado e de outro. Dúvidas e sombras. Como você resolve a confusão?

Resposta: por sua própria observação de que o espírito missionário desapareceu da Igreja desde o Vaticano II. Aqui estão os frutos. O Concílio pregou o ecumenismo (Unitatis Redintegratio), a liberdade religiosa (Dignitatis Humanae) e a relativa aceitabilidade de falsas religiões como o Hinduísmo, o Islamismo e o Judaísmo (Nostra Aetate) – como o espírito missionário poderia não colapsar após o Concílio? E também não esvaziaram e fecharam inúmeros mosteiros, seminários, conventos, dioceses e paróquias desde o Vaticano II? Foram abertos novos em algum lugar? Sim, em todo o mundo sob a liderança do único Bispo católico que desde o princípio repudiou abertamente o Concílio e todas as suas obras, Dom Lefebvre. Aqui estavam os mesmos bons frutos dos mesmos princípios católicos, aplicados fielmente em desafio ao Vaticano II. Joseph, você não precisa procurar mais nada.
                                                                                                                                      
Kyrie eleison.

Traduzido por Cristoph Klug.

domingo, novembro 19, 2017

Pedido de ajuda – Demande d’aide – Request for help – Pedido de ayuda

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PAX

​Caros amigos e benfeitores,
Chegando o fim do ano, nossas despesas aumentam consideravelmente e, neste momento, estamos com dificuldades, principalmente para pagar nossos funcionários, cuja primeira parcela do décimo terceiro salário deve ser paga já no meio deste mês​.
Assim, gostaríamos de poder contar mais uma vez com sua caridade para que possamos cobrir essas despesas.
Asseguramo-los de nossas orações quotidianas, pelos senhores e, neste mês, especialmente por todos os seus falecidos.
Em Jesus, Maria e José,
Dom Tomás de Aquino, por seu secretário Renato Müller

segunda-feira, novembro 13, 2017

Comentários Eleison: Comandos de Menzigen

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXXXIX (539) (11 de novembro de 2017)


COMANDOS DE MENZINGEN


A Providência manteve a Fraternidade em segurança?
Ao bloquear muitas tentativas de se juntar a Roma!


Os leitores desses "Comentários" não são de modo nenhum favoráveis à crítica das palavras e ações do QG de Menzingen da Neofraternidade Sacerdotal São Pio X. No entanto, há muitos que veem que assim como o Arcebispo Lefebvre estava, para o bem da Igreja Católica, plenamente justificado ao tomar sua frutuosa posição contra o naufrágio do Concílio Vaticano II, assim está-se hoje plenamente justificado, pela mesma salvação das almas, a criticar em público o deslize dessa Neofraternidade para os braços do clero da Roma conciliar. A edição de junho do jornal interno de Menzingen para os sacerdotes da Fraternidade, "Cor Unum", publicou outra dura justificativa para esse deslize. Menzingen é obstinado. Menzingen deve ser corrigido, em público.

Segue em itálico um resumo fiel de alguns dos principais argumentos, que podem ser verificados (em francês) na internet, no site Résistance catholique francofone :: Cor Unum juin 2017.

Dom Lefebvre fez com que as relações da Fraternidade com Roma estejam reservadas somente ao Superior Geral (SG).

Isto se deu porque ele sabia que não poderia confiar que os sacerdotes sob sua autoridade entendessem a extrema necessidade de prudência para lidar com os oficiais romanos. O presente SG prova o quão certo ele estava.

O Capítulo Geral de 2006 autorizou as autoridades da Fraternidade a expulsarem qualquer sacerdote que discordasse de suas políticas em público – "Este aviso deve ser levado a sério".

Foi assim que Paulo VI "expulsou" Dom Lefebvre. Será que Menzingen percebe a quem está imitando? E quanto aos sacerdotes que votaram em 2006, será que previram aonde levaria essa autorização para tais expulsões?

Não importa quão bons sejam os argumentos discordantes, a desacordo público sempre prejudica o bem comum.

Dom Lefebvre prejudicou o (verdadeiro) bem comum da Igreja por discordar durante duas décadas das autoridades? A verdade é a suprema medida de autoridade, especialmente na Igreja Católica, e não o contrário!

Dom Lefebvre salvou a Igreja ao formar sacerdotes de acordo com a Tradição Católica.

Não exatamente. Formar bons sacerdotes foi sua maneira de salvar a Fé Católica. Mas os sacerdotes que agora estão sendo formados por Menzingen para acompanhar os Romanos conciliares correm o risco de não salvar nem a Fé nem a Igreja.

O Arcebispo sempre reconheceu, e queria que os sacerdotes da Fraternidade reconhecessem, as autoridades da Igreja, tanto antes como depois de consagrar os quatro bispos em 1988.

Sim, mas em 1988, depois que os romanos demonstraram de uma vez por todas que não guardariam da Fé, sua atitude em relação a eles mudou radicalmente: "Até agora, a diplomacia; mas, a partir de agora, a doutrina", disse ele, como Menzingen bem sabe; mas Menzingen simplesmente não vê a importância da doutrina como o via o Arcebispo.

Exatamente. Os dissidentes de Menzingen estão fazendo de questões de prudência, assuntos de Fé.

Não. Submeter católicos crentes aos Romanos Conciliares – ou seja, descrentes –, é diretamente uma questão de Fé.

Mas como esses romanos poderão converter-se se os católicos crentes da Fraternidade recusarem-se qualquer contato com eles?

Como os católicos podem conservar a Fé se estiverem submetidos a modernistas contagiosos, ainda mais se são inconscientemente perigosos?

Mas nem tudo na Igreja oficial de hoje é Conciliar. Isto inclui os conservadores, que gostam de nós.

Mas os conservadores não têm poder. Todo o poder em Roma está nas mãos dos maçons, que são inimigos amargos e resolutos da Tradição Católica, da Igreja de Nosso Senhor, de Nosso Senhor e de Deus. E tudo na Igreja oficial está sendo levado finalmente na direção Conciliar, especialmente pelo Papa Francisco.


Kyrie eleison.

terça-feira, novembro 07, 2017

Comentários Eleison: Islã Real

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXXXVIII (538) (04 de novembro de 2017)


ISLÃ REAL


“A realidade está lá fora – ESCUTEM-ME!”
“Sem chance! O Islã é doce, e mais doce não poderia ser.”


Quando a Grã-Bretanha tinha um Império, seus administradores estavam em contado direto com povos, raças e religiões em todo o mundo, e eles podiam falar destes por experiência própria. Hoje, em geral, os governantes da Grã-Bretanha têm apenas o seu liberalismo e a sua ideologia irreal, e é por isso que poucos deles sabem do que estão falando. O Pe. Henry Boulad, pelo contrário, é um padre jesuíta da velha escola nascido há 86 anos em Alexandria, no Egito, de uma antiga família cristã síria do Rito Melquita, antigo professor de Teologia no Cairo, Superior dos Jesuítas em Alexandria e dos Jesuítas no Egito, com, obviamente, uma experiência direta ao longo da vida sobre o Islã e os muçulmanos. Os ataques terroristas na primavera passada em duas igrejas cristãs no Egito levaram-no a dar uma entrevista na França e a escrever um livro a partir do qual adapta-se as seguintes observações. Ele seguramente sabe do que está falando!

“Acuso o Islã, mas não os muçulmanos individualmente, que são as primeiras vítimas do Islã. Decidi denunciar a fonte do terrorismo: a principal fonte do radicalismo islâmico no mundo é a Universidade de Al-Azhar” no Cairo, Egito, onde a ideologia mortal é ensinada como a doutrina oficial do Islã. Acuso a Universidade de Al-Azhar no Cairo, supostamente a encarnação do islamismo moderado, de criar um espírito de fanatismo, intolerância e ódio em milhões de estudantes e clérigos muçulmanos que vêm de toda parte para receber uma formação em seus institutos. Por este meio, Al-Azhar torna-se uma das principais fontes de terrorismo em todo o mundo.

Acuso o próprio Islã e não apenas o “extremismo islâmico”, porque o Islamismo é, por natureza, tanto político como radical. Há 25 anos, escrevi que o Islamismo é meramente o Islamismo despojado, em toda a sua lógica e rigor. Planeja uma sociedade visando a um califado mundial baseado na lei da Sharia, que é a única lei que considera legítima, como vinda de Deus. É um plano que toma todo o globo, que inclui tudo e é completamente totalitário. Acuso de mentirosos deliberados todos aqueles que fingem que os crimes cometidos pelos muçulmanos “não têm nada que ver com o Islã”. Estes crimes são cometidos em nome do Corão e seguindo suas claras instruções. O simples fato de que o chamado muçulmano para a oração e o chamado para matar os que não são muçulmanos são precedidos pelo mesmo grito “Allah-ou Akhbar” (Deus é grande), é altamente significativo.

Acuso os eruditos muçulmanos do século X pela promulgação dos decretos, agora irreversíveis, que levaram o Islã ao seu atual estado petrificado. O primeiro desses decretos cancelou todo tipo de precedência para os versos do Corão de Meca, que chamam por paz e harmonia, e deu prioridade aos versos de Medina, que exigem intolerância e violência. Promulgaram-se dois decretos adicionais para tornar irreversível este primeiro decreto: o Corão foi decretado como palavra incriada de Allah, e portanto é imutável; e qualquer outro esforço de interpretação está proibido, pois foi declarado que “a porta de ijtihad (reflexão) está fechada de uma vez por todas”. A sacralização destes três decretos fossilizou o pensamento muçulmano e contribuiu para a manutenção dos países islâmicos em um atraso e estagnação crônicos.

Acuso o Decreto “Nostra Aetate” do Vaticano II por lançar um diálogo inter-religioso destinado a ser aberto, acolhedor e compreensivo com os muçulmanos, porque durante 50 anos não demos um passo à frente, e agora estamos estagnados. O diálogo com um xeque de Al-Azhar terminou com a sua proclamação de que “todos os cristãos vão para o Inferno”. Nada se move, assim como nada se moveu nos últimos 11 séculos. Diálogo sim, mas quero um diálogo baseado na verdade. A caridade sem verdade não vai a lugar nenhum.”

Acuso a Igreja Católica de perseguir um diálogo com o Islã com base na complacência, na realização de compromissos e na duplicidade. Depois de 50 anos de iniciativas unilaterais, os monólogos da Igreja não levaram a lugar nenhum. Ao dar lugar ao “politicamente correto”, fingindo que o diálogo não deve ofender os muçulmanos porque devemos “viver juntos”, todas as questões espinhosas, mas vitais, são cuidadosamente evitadas. Mas o diálogo verdadeiro começa com a Verdade. Solicitei um encontro com o Papa Francisco. Sem resposta.


Kyrie eleison.

Traduzido por Cristoph Klug.

sexta-feira, novembro 03, 2017

Comentários Eleison: Controle de feiticeiros?

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXXXVII (537) (28 de outubro de 2017)


CONTROLE DE FEITICEIROS?


Que valor as máquinas boas ou más somam?
São as coisas que ajudam ou prejudicam a alma que contam.


Em uma entrevista recente, o diretor-gerente da Mercedes Benz, uma empresa alemã de última geração em produção de automóveis de alta qualidade, pintou uma imagem do futuro próximo da humanidade em que o software informático prejudicará as indústrias mais tradicionais, e em que seus próprios concorrentes principais não serão mais outras empresas de automóveis, mas o Google, a Apple e a Amazon! Direito, diz ele, enfermagem, automóveis, seguros, imóveis, todos serão substancialmente afetados pelos computadores. Em 2027, 10% de tudo produzido será impresso em 3D. Em 2037, 70 a 80% dos trabalhos desaparecerão. Os smartphones baratos tornarão a educação disponível em todo o mundo, e assim por diante. Mas tais previsões dramáticas precisam ser colocadas em seu lugar, que é secundário. As máquinas são apenas máquinas, e os computadores são apenas máquinas.

Foi desde que a Revolução Industrial estourou sobre a humanidade nos séculos XVIII e XIX que os homens começaram a perguntar-se o que as máquinas desumanas significavam para o futuro dos seres humanos. Desde então, muitos observadores sábios levantaram sérias dúvidas sobre o impacto final das invenções materialmente mais e mais maravilhosas; mas a humanidade como um todo apenas avançou, confiando que a invasão de máquinas, composta por eletrônicos e computadores, só poderia ser cada vez mais benéfica. No entanto, é um homem sábio ou feliz aquele cujo nariz está sempre enterrado em seu smartphone?

O problema básico é que as máquinas são puramente materiais, enquanto os seres humanos são principalmente espirituais. Portanto, as máquinas mais úteis podem apenas subservir o que é primário ou mais importante na vida dos seres humanos. O homem é, de fato, composto de corpo material e alma espiritual, de modo que as máquinas materiais podem certamente servir seu corpo, mas esse corpo é meramente o portador de sua alma espiritual durante a duração da sua breve vida na Terra, e, em seguida, a alma sem graça sobrenatural arrasta o corpo até os eternos tormentos do inferno, ou a alma com a graça de Cristo levanta o corpo, normalmente através dos tormentos temporários do Purgatório, até a felicidade permanente do Céu. De qualquer maneira, seja lá o que for que o corpo tenha feito ou não para a alma durante a vida, após a morte é o estado da alma que determina o destino do corpo e não o contrário.

No entanto, em nossos tempos terríveis, até mesmo os católicos podem perder o controle dessas realidades elementares sobre o corpo e a alma, a vida e a morte; então, passemos à música para ilustrar as limitações da matéria e das máquinas. Em um estúdio de gravação moderno pode haver dezenas de máquinas de alto desempenho e milhares de botões brilhantes, botões e mostradores que compõem máquinas sempre mais perfeitas para a gravação do quê? Para a reprodução cada vez mais fiel do som? Que som? O som de um ser humano cantando ou tocando um instrumento. E por que gravá-lo? Porque a gravação irá vender e fazer dinheiro. E por que fará dinheiro? Como a música é uma linguagem única para expressar emoções na alma humana, e seja Furtwaengler conduzindo uma orquestra clássica, ou os Beatles tocando guitarras, os músicos humanos estão por seus dons musicais expressando, através dos meios materiais de orquestra ou guitarra na linguagem material-espiritual da música, aquelas emoções espirituais que um público inteiro quer que os músicos expressem. E se os músicos não têm alma, os mais brilhantes engenheiros de gravação nunca ganharão a vida. Em toda arte humana, a mecânica é necessariamente subordinada aos artistas.

Portanto, quanto mais espirituais são as vidas e as atividades dos homens, menos a sério eles tomarão apenas transtornos materiais em assuntos humanos, como o diretor executivo da Mercedes Benz evoca. Por outro lado, quanto mais os homens se afastarem de Deus, maiores serão os tumultos em suas vidas. Leitores, levem um Rosário espiritual em suas mãos materiais e deixem bem atrás de vocês os desastres que se aproximam de nossa "civilização" materialista.

Kyrie eleison.