quinta-feira, dezembro 24, 2015

Comentários Eleison: O Messias que está por vir

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXL (440) - (19 de dezembro de 2015):

O MESSIAS QUE ESTÁ POR VIR

O Salvador do mundo em fria palha jaz
Grande Deus, não admitais que o firamos, nunca mais!

Que contraste há entre a cena de um Natal de hoje nas outrora nações cristãs e as profecias sobre a vinda do Messias que estão dispersas pelo Antigo Testamento! É o contraste entre o começo e o fim dessas nações. Foi a vinda de Cristo, preparada pelos judeus por dois mil anos, que através de Sua Igreja forjou essas nações (gentias) para retomar o serviço de Deus quando os judeus misteriosamente escolheram abandoná-lo. Atualmente encerra-se o tempo dessas nações, porque elas estão agora, por sua vez, abandonando Deus. Relembremos a glória e a infinita grandeza da missão do Messias, e quão sério é virar as costas a ele, por meio de uma seleção aleatória entre centenas de citações messiânicas no Antigo Testamento: —
1. Davi (1000 A.C.) – O Messias seria repudiado pelos judeus (Sl. XXI, 7-8). Ele converteria os gentios (Sl. XXI,28). Ele seria traído por um discípulo (Sl. XL,10). Seria escarnecido em Sua agonia (Sl. XXI,7–9). Seus inimigos perfurariam Suas mãos e Seus pés, e tirariam a sorte por sua túnica (Sl. XXI, 17,19); Eles lhe dariam vinagre para beber (Sl. LXVIII,22).
2. Isaías (720 B.C.) – O Messias converteria as nações (II, 2–3). Ele nasceria de uma virgem (VII, 14). Ele seria adorado como menino por reis (IX, 6–7). Ele teria um precursor; o precursor prepararia as pessoas para Ele (XL, 3–4). Ele seria a própria mansidão (XLII, 1–3). Ele seria um homem de tristezas (LIII, 3). Ele daria Sua vida para expiar nossos pecados (LIII, 5). Ele nunca se queixaria (LIII, 7). Ele seria contado entre os criminosos (LIII, 12). Ele reinaria sobre o mundo (LV, 5). Sua Igreja, Sua Esposa, lhe daria uma multidão de filhos (LXVI, 18–23).
3. Oséias (600 B.C.) – O Messias retornaria do Egito por ordem de Seu Pai (XI, 1). Ele converteria as nações (II, 19–24). Os judeus seriam disperses pelo mundo por terem negado-o (IX, 17).
4. Miquéias (600 B.C.) – O Messias nasceria em Belém e seria, ao mesmo tempo, Deus e Homem (V, 2). Ele converteria as nações (IV, 2–3). Ele seria nossa reconciliação (VII, 18–20).
5. Joel (600 B.C.) – O Messias enviaria o Espírito Santo sobre Sua Igreja e os fiéis profetizariam (II, 28–29). O Messias viria julgar o mundo com Poder (III, 2).
6. Jeremias (600 B.C.) – O nascimento do Messias seria conhecido pelo massacre dos inocentes, pelos quais suas mães chorariam (XXXI, 18). Ele converteria as nações e estabeleceria uma nova aliança com as pessoas, mais perfeita que a primeira (XXXI, 31–34).
7. Ezequiel (580 B.C.) – O Messias seria da raça de Davi (XVII, 22). Ele receberia a coroa da casa real de Davi (XXI, 27).
8. Daniel (500 B.C.) – O Messias viria em 490 anos a partir do decreto para a reconstrução de Jerusalém, depois do cativeiro da Babilônia; Ele restabeleceria o reino da virtude; Ele seria negado pelos judeus e condenado à morte; o tempo e a cidade de Jerusalém seriam destruídos; os judeus estariam em estado de desolação até o fim dos tempos (IX, 24–27).
Ler novamente estas citações é relembrar o quão inseparável o Messias estava de sua gente, os judeus, e ainda como estes se separaram dele desde então. Por ele, Deus elevou um novo povo, escolhido pela fé em vez da raça, e agora este povo também está chafurdando no materialismo. Senhor, concede-nos nesta época do ano relembrarmos como Ele mudou o mundo, e como, sem Ele, o mundo está catastroficamente retrocedendo.
Kyrie eleison.

Comentários Eleison: Explosão de Beethoven

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXIII (439) - (12 de dezembro de 2015):

EXPLOSÃO DE BEETHOVEN

À música de hoje, superior Beethoven sempre será.
Suas sonatas, um jovem homem executará.

Daqui a dois meses, desde as 18h de sexta-feira de 19 de fevereiro até o meio-dia do dia 21, ocorrerá aqui em Broadstairs, durante três dias, uma explosão da música de Beethoven. Um jovem pianista americano, que pode ler a prima vista qualquer uma de suas 32 sonatas para piano, e que ama todas, estará atravessando o Atlântico para tocar algumas delas para nós; mas ainda não sabemos quais.
Sem dúvida, ele executará as três grandes favoritas, a Sonata Patética, a Sonata ao Luar e a Appassionata, além da Waldstein; mas haverá tempo para analisar e apresentar muitas outras. Por hora, não haverá um programa fixo para os três dias. Haverá lugar para muitas perguntas, discussões e improvisações. Um bispo também contribuirá, com alguma profundidade, na análise de seu compositor favorito. O propósito deste fim de semana é que os participantes levem consigo uma compreensão que podem não ter tido antes sobre o funcionamento da música clássica e o que torna Beethoven, em particular, um de seus mais famosos compositores.
Mas, alguém objetará: o que a música, especialmente a música revolucionária, tem que ver com a defesa e a propagação da fé católica? A resposta aqui tem de ser breve. Em primeiro lugar, que ninguém despreze a música. Ambos, a Igreja Católica e o Demônio estão perfeitamente atentos ao fato de que ela é uma linguagem singularmente capaz de expressar e de moldar o que se passa na alma humana e, então, de influenciar a direção que ela toma, seja para o Céu (canto gregoriano), seja para o Inferno (as vítimas dos recentes tiroteios em Paris não estavam justamente tomando parte em uma canção de rock que invocava o Demônio?). Quase todo ser humano tem uma ou outra música em sua alma, e essa música normalmente está profundamente arraigada, para o bem ou para o mal. Não seria exagero dizer que se um homem não tem em si a música de sua religião, ele terá em si a religião de sua música, por exemplo, a do Demônio. Os católicos que compreendem que a música que amam não vai muito além do pop ou do rock, poderiam aproveitar bem a oportunidade para entender a música clássica, via uma estudiosa explosão de Beethoven.
Bem, é verdade que há uma grande quantidade de músicas mais elevadas que a de Beethoven. Ele nasceu sob a Antiga Ordem, 19 anos antes da Revolução Francesa explodir em 1789, mas morreu 57 anos depois, quando a época revolucionária moderna estava bem encaminhada, em 1827, de modo que sua vida escarranchou aquela tremenda agitação, que ele expressou musicalmente em um número de suas obras-primas, notavelmente na Sonata Appassionata e em sua Sinfonia Eroica, originalmente dedicada ao herói da Revolução, Napoleão Bonaparte. Entretanto, enquanto a relativa serenidade de suas obras-primas musicais anteriores à Revolução está livre de sua agitação e distúrbio romântico, ao mesmo tempo está mais afastada do mundo de hoje, marinado na Revolução. Assim, Beethoven pode falar às almas de hoje que encontram pouco ou nenhum interesse na música dos mestres anteriores a ele. Tampouco é Beethoven somente revolucionário. O poder único de suas mais amadas obras-primas deriva de seu vinho romântico, que está contido e organizado dentro da pele clássica que ele herdou de Haydn e Mozart.
Para termos uma ideia sobre os números, por favor, deixem-nos saber se planejam assistir ao fim de semana de Beethoven. Fora de estação, as pensões locais devem ter muitos quartos para passar a noite. Se os leitores masculinos preferirem algo mais diretamente católico, inscrevam-se o mais rápido possível nos Exercícios Inacianos que serão dados pelo Padre Abraham e por mim, entre as 18h do dia 26 de dezembro às 18h do dia 31 de dezembro.

Kyrie eleison.

sábado, dezembro 05, 2015

Comentários Eleison: Novus Ordo Missae - III

Comentários Eleison - por Dom Williamson

CDXXXVIII (438) - (05 de dezembro de 2015):


NOVUS ORDO MISSAE – III


Católicos, reconheçam, com generosidade no coração,
Que Deus pretende salvar muitas almas que estão fora da “Tradição”.


Se a evidência dos milagres eucarísticos ocorridos dentro da Igreja do Novus Ordo (veja EC 436 e 437) é tão séria quanto parece, então os católicos têm de conformar suas mentes à mente de Deus, e não o inverso. Os católicos que estão aderindo à tradição têm uma necessidade especial de pensar no que Deus quis dizer através dos milagres, porque eles não compreenderão facilmente isto, sabendo o quão repugnante deve ser em si mesmo o Novus Ordo da Missa (NOM) para Ele.

Por séculos Deus tem feito tais milagres. A razão primeira sempre tem sido aumentar a fé dos católicos numa verdade de Fé difícil de ser crida, mas muito próxima do Coração de Deus. O fato de que Deus mesmo toma o lugar de sua substância, depois da consagração do pão e do vinho na Missa, é uma ocorrência tão fora do curso normal da natureza, que essa invenção do amor de Deus, de querer dar-se como comida e bebida a suas ovelhas, pode ser prática, mas parece também inacreditável. Então, em relação ao tempo e ao espaço, Deus forjou milagres visíveis em forma para ajudar as almas incrédulas a acreditar. Uma razão secundária para esses milagres, especialmente onde tenha havido alguma profanação ou outra da Sagrada Eucaristia, é lembrar os católicos do sagrado tratamento e adoração sempre devida às humildes aparências sob as quais Deus esconde Si mesmo.

Ambas as razões se aplicam hoje, momento em que o NOM tem severamente diminuído o sentido da Real Presença sem necessariamente anulá-la (veja EC 437). Quem pode negar que o rito do NOM e suas práticas durante a Igreja do Novus Ordo, por exemplo, a comunhão na mão, têm levado inumeráveis católicos ao caminho da descrença na Real Presença, e incontáveis padres em direção à falta de respeito no tratamento à Sagrada Eucaristia? Quem pode negar que tanto a descrença quanto o desrespeito têm crescido enormemente desde que o NOM foi introduzido em 1969? Humanamente falando, o espanto não é que tenham ocorrido milagres no âmbito do NOM, mas que não tenham ocorrido muitos mais. Em todo caso, Deus sabe o que é melhor.

Entretanto, esses milagres – assumindo sempre que são autênticos – guardam lições para os católicos da tradição que têm, em parte, recuado em relação ao quadro do Novus Ordo. A lição mais óbvia é que nem todas as missas do Novus Ordo são inválidas, assim como nem todas as sagração episcopais e ordenações sacerdotais, como os “tradicionalistas” podem ser tentados a pensar. Isso acontece certamente porque desde os anos sessenta, uma leva de ovelhas católicas se tornou mundana demais e mereceu que se mantivesse o novo rito da Missa; mas amou-a o suficiente para não perdê-la completamente. O NOM pode ter sido permitido por Deus para tornar mais fácil para os católicos perderem a fé se eles quiserem, mas não impossível mantê-la se isto desejarem.

Assim, o NOM e a Igreja do Novus Ordo como um todo são perigosos para a fé, e estão certos os católicos que se agarraram à Tradição para evitar o perigo. Mas, ao passo que tiveram de manter distância entre si e a Igreja convencional, tiveram de expor-se ao perigo oposto, o do isolamento que leva ao sectarismo e até mesmo ao espírito farisaico, desconectado da realidade. Há verdadeiros sacramentos no Novus Ordo e verdadeiros católicos, dos quais Deus cuida, e os “tradicionalistas” deveriam estar felizes por isto. Não deixem que esse isolamento faça com que eles se sintam obrigados a negar que restou algo de católico no Novus Ordo. Isso é irreal, e o pêndulo da realidade oscilará, tal como a liderança da FSSPX, que presentemente nega a existência da necessidade de isolamento da Igreja convencional. Não. A Tradição ainda precisa de isolamento, mas também de um espírito generoso, e não isolacionista.

Kyrie eleison.

sábado, novembro 28, 2015

Comentários Eleison: Novus Ordo Missae - II

Comentários Eleison - por Dom Williamson

CDXXXVII (437) - (28 de novembro de 2015):


NOVUS ORDO MISSAE – II



Onde um milagre eucarístico ocorre verdadeiramente,
Deus está a mostrar que Ele mesmo está ali presente.



               Fatos são teimosos – desde que sejam fatos. Se os leitores duvidam de que o milagre eucarístico de 1996, em Buenos Aires, seja um fato, que façam sua própria pesquisa: http://youtu.be/3gPA6D43fTI pode servir como um ponto de partida. Mas se suas pesquisas sobre o caso não os convencem, que vejam o caso paralelo de Sokólka, na Polônia, onde todo um centro de peregrinação surgiu ao redor do milagre eucarístico de 2008 [jloughnan.tripod.com/sokolka.htm]. E um pouco mais de pesquisa na internet os levariam certamente a descobrir relatos de mais milagres no Novus Ordo, ao menos alguns autênticos.

               Mas como isso é possível? Católicos tradicionais absorvem com o leite materno que o novo rito da Missa (NOM) é uma abominação aos olhos de Deus e que ajudou um incontável número de católicos a perder a fé. Isto porque o NOM, como o Vaticano II que o seguiu, é ambíguo, favorece heresias e tem conduzido para fora da Igreja inumeráveis almas, tornadas virtualmente protestantes por causa da participação regular num rito protestantizado. A maioria dos católicos tradicionais deve estar familiarizada com os sérios problemas doutrinais deste novo rito, concebido para diminuir as doutrinas católicas essenciais sobre a Real Presença, o Sacrifício propiciatório e o sacerdócio sacrifical, entre outros problemas. Então, como Deus pode fazer milagres eucarísticos por meio desse rito, e ter feito de Sokólka um centro nacional de peregrinação para toda a Polônia?

               Doutrinalmente, o NOM é ambíguo, posto entre a religião de Deus e a religião conciliar do homem. Nesse sentido, em questão de fé, a ambiguidade é mortal, sendo normalmente concebida para enfraquecer a fé, o que o NOM frequentemente faz. Mas, estando a ambiguidade aberta exatamente a duas interpretações, o NOM não exclui absolutamente a antiga religião. Num padre devoto, sua ambiguidade pode ser toda voltada para a velha direção. Isto não faz com que o NOM seja aceito como tal, porque sua ambiguidade intrínseca ainda favorece a nova direção, mas isto realmente significa, por exemplo, que a consagração pode ainda ser válida, algo que Monsenhor Lefebvre nunca negou. Mais ainda, se os milagres eucarísticos são genuínos, claramente nem todas as consagrações de bispos e as ordenações de padres do Novus Ordo são inválidas também. Em resumo, o NOM como tal é mau como um todo, mau em partes, mas não mau em todas as suas partes.

               Agora, imaginemos, com o máximo respeito, a atitude de Deus Todo-Poderoso diante do novo rito da Missa. Por um lado, Deus ama sua Igreja como a menina de Seus olhos, e a preservará até o fim do mundo (Mt. XVI, 18). Por outro lado, Ele escolheu confiar seu governo a clérigos humanos e falíveis, os quais guiará, mas a cujo livre-arbítrio Ele evidentemente concede carta branca, num nível extraordinário, para que eles governem bem ou mal a Igreja, começando pela traição a Seu próprio Filho. Agora, nos tempos modernos, a Revolução, seja ela judia, maçônica, comunista ou globalista, encontra seu principal adversário em Sua Igreja, e ela tem trabalhado especialmente sobre seus líderes para colapsá-la. Seu mais terrível sucesso foi o Vaticano II e seu NOM, que foram certamente muito mais culpa dos pastores que das ovelhas. “O fruto foi traído até mesmo pelos que deveriam tê-lo defendido”, disse São João Fisher em um momento paralelo na Contra-Reforma. Então, como Deus olhará para Suas ovelhas, muitas das quais – não todas – são relativamente inocentes em relação à traição conciliar?

               Depois do Vaticano II, alguns padres e leigos tiveram a graça de ver imediatamente o que era uma traição, e em poucos anos o movimento tradicional estava a caminho. Para outras ovelhas, Deus deu a graça de enxergar a traição depois. Mas não podemos todos admitir que há muitos bons católicos que confiaram em seus bispos, algo que os bons católicos normalmente devem fazer? E não insistiram esses bispos na mentira que era o NOM, como se ele não fosse diferente da verdadeira Missa? O que especificou o Vaticano II e o NOM foi exatamente a oficialização da heresia modernista dentro da Igreja. Deste modo, não faz sentido que, no que diz respeito à punição do mundanismo moderno, essas ovelhas tenham perdido amplamente o verdadeiro rito da Missa, mas, em relação à recompensa a seu desejo pela Missa, não tenham perdido uma Missa válida? Mas o futuro da Igreja depende das almas que compreendem a Revolução e repudiam completamente todas as ambiguidades do Vaticano II e do NOM.


Kyrie Eleison.

sábado, novembro 21, 2015

Comentários Eleison: Novus Ordo Missae - I

Comentários Eleison - por Dom Williamson

CDXXXVI (436) - (21 de novembro de 2015):



NOVUS ORDO MISSAE  –  I

Deus realizou milagres com a Nova Missa?

É o que sugerem as pesquisas.

“Fatos são teimosos”, é uma famosa citação do segundo presidente dos Estados Unidos, John Adams (1735-1826), “e quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações ou os ditames de nossa paixão, eles não podem alterar o estado dos fatos e sua evidência”. Em relação ao Novus Ordo da missa imposto por Paulo VI, em 1969, a toda Igreja de Rito Latino, há alguns fatos teimosos, aptos a perturbar “os desejos e as inclinações” de católicos que estão aderindo à tradição católica. Deixemos as sucessivas edições desses “Comentários”, antes de tudo, apresentarem alguns desses fatos. Em segundo lugar, vejamos como podem ser explicados à vista do desastroso papel desempenhado nos últimos 46 anos pelo NOM com o intuito de ajudar os católicos a perderem a Fé e, por fim, consideremos a que conclusões os sábios católicos precisam chegar. Antes de tudo, alguns fatos:

Em 18 de agosto de 1996, na paróquia da igreja de Santa Maria, no centro de Buenos Aires, Argentina, Fr. Alejandro Pezet estava terminando de distribuir a comunhão (da Nova Missa, é claro), quando uma mulher lhe avisou sobre uma hóstia descartada aos fundos da igreja. Um paroquiano que tinha acabado de recebê-la nas mãos deve tê-la jogado fora e a abandonado no chão, como se não estivesse mais própria para o consumo. Fr. Pezet recolheu-a, colocou-a corretamente num vaso de água e no tabernáculo, onde em poucos dias normalmente se dissolveria e poderia ser descartada apropriadamente. Entretanto, quando no dia 26 de agosto o sacerdote abriu o tabernáculo, qual não foi sua surpresa ao ver que a hóstia havia se transformado em uma substância sangrenta. Fotografias tiradas 11 dias mais tarde por ordem do bispo Bergoglio mostraram que ela havia aumentado consideravelmente de tamanho. Por três anos, foi mantida sob sigilo absoluto no tabernáculo, mas em 1999 o Arcebispo Bergoglio decidiu levar a cabo uma análise científica. Em 15 de outubro de 1999, na presença de testemunhas, ele permitiu que Dr. Ricardo Castañon, um neuropsicofisiologista aprovado por Roma, levasse uma mostra para teste.

Dr. Castañon levou a mostra primeiramente a um laboratório forense em San Francisco, que reconheceu nela DNA humano. Certo Dr. Robert Lawrence localizou glóbulos brancos. Certo Dr. Ardonidoli, na Itália, pensou que se tratasse provavelmente de tecido cardíaco. Um professor australiano, John Walker, reconheceu como sendo tecido muscular com glóbulos brancos intactos. Para eliminar qualquer dúvida, Dr. Castañon se dirigiu a um renomado cardiologista e patologista forense da Universidade de Columbia, Nova York, Dr. Federico Zugibe, sem dizer-lhe de onde vinha a espécie.

Observando em seu microscópio, Dr. Zugibe teria dito: “Posso dizer-lhe exatamente o que é. É parte do músculo que se encontra na parede do ventrículo esquerdo do coração, que faz batê-lo e que dá vida ao corpo. Misturado ao tecido há células brancas sanguíneas que me dizem, primeiramente, que o coração estava vivo no momento em que a mostra foi tomada, porque as células brancas sanguíneas morrem fora do organismo vivo e, em segundo lugar, que as células brancas se encaminham a uma lesão, de modo que este coração sofreu. Este é o tipo de coisa que vejo em pacientes que foram golpeados no peito”. Quando foi lhe perguntado por quanto tempo estas células permaneceriam vivas se tivessem vindo de uma amostra mantida em água, Dr. Zugibe replicou que teriam deixado de existir em questão de minutos.

Quando em junho de 1976, o Arcebispo Lefebvre estava a ponto de ordenar seu primeiro grande grupo de sacerdotes da FSSPX, apesar da desaprovação de Roma, um oficial romano veio prometer-lhe o fim de todos os problemas com Roma se somente celebrasse um NOM. Baseado em princípios, por razões doutrinais, ele se negou. Então, como Deus Todo-Poderoso pôde ter realizado milagres eucarísticos com e por meio dessa Nova Missa? Leiam aqui, na próxima semana, uma resposta sugerida.

Kyrie eleison.

sábado, novembro 14, 2015

Comentários Eleison: Infiéis pertinazes

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXV (435) - (14 de novembro de 2015):

INFIÉIS PERTINAZES

Quando a Europa tinha fé, podia derrotar
As hordas muçulmanas, e agora? — um retiro a se prolongar.

Enquanto os vacilantes remanescentes da Cristandade encaram hoje uma invasão muçulmana organizada pelos milenares inimigos de Deus, graças aos infelizes políticos das nações ocidentais e à mídia infame, é bom relembrarmos como a Cristandade foi tratada pelas invasões muçulmanas no passado, e como teve, então, de defender-se voltando-se para Deus. No verão de 1683, um grande exército muçulmano, algo em torno de 150 a 300 mil soldados, sitiou Viena e ameaçou engolfar a Europa de sul a leste. Os muçulmanos até conceberam capturar Roma, para a glória do Islã.

Com a ajuda de um santo capuchinho, Fr. Marco da Aviano, o Papa Inocêncio XI conseguiu reunir um exército cristão, formado por várias nações europeias, com o intuito de liberar Viena. Eis a oração do capuchinho pouco antes da batalha:

“Ó grande Deus dos exércitos, olhai-nos prostrados aqui, aos pés de vossa majestade, para impetrar-vos perdão pelas nossas culpas. Sabemos bem que merecemos que os infiéis impusessem as armas para oprimir-nos, porque as iniquidades que cometemos diariamente contra vossa bondade provocaram justamente vossa ira. Ó grande Deus, vos pedimos perdão do íntimo de nossos corações; execramos o pecado, porque Vós o abominais; estamos aflitos porque repetidamente excitamos à ira vossa suma bondade. Por amor a Vós mesmo, preferiríamos mil vezes morrer que cometer a mínima ação que vos desagrade. Socorrei-nos com vossa graça, ó Senhor, e não permitais que nós, vossos servos, rompamos o pacto que somente convosco fizemos. Tende, pois, piedade de nós, tende piedade de vossa Igreja, contra a qual o furor e a força dos infiéis já se preparam para oprimi-la. Ainda que seja por nossa culpa que tenham sido invadidas estas belas e cristãs regiões, e ainda que todos estes males que nos assaltam não sejam outra coisa que a consequência de nossa malícia, sejais todavia propício, ó bom Deus, e não desprezeis a obra de vossas mãos. Recordai que, para livrar-nos da servidão de Satanás, Vós destes vosso precioso Sangue.”

“Permitireis talvez que eles sejam pisados pelos pés daqueles cães? Permitireis talvez que a fé, esta bela pérola que procurastes com tanto zelo e que resgatastes com tanta dor, seja lançada aos pés destes porcos? Não vos esqueçais, ó Senhor, que, se vós permitirdes que os infiéis prevaleçam sobre nós, estes blasfemarão contra vosso santo Nome e zombarão de vossa potência, repetindo mil vezes: ‘Onde está vosso Deus, aquele Deus que não conseguiu libertar-vos de nossas mãos?’ Não permitais, ó Senhor, que vós sejais lembrado por ter permitido a fúria dos lobos, exatamente quando vos invocávamos em nossa miserável angústia. Vinde socorrer-nos, ó grande Deus das batalhas! Se Vós estais em nosso favor, os exércitos dos infiéis não poderão nos prejudicar. Dispersai essa gente que quis guerra! De nossa parte, não amamos outra coisa que estar em Paz convosco, conosco mesmos e com nosso próximo.”

A oração continua com o pedido para que os líderes do exército cristão e os soldados se fortaleçam com a graça de Deus, com o espírito e a coragem dos heróis do Antigo Testamento, para que possam reduzir a zero os inimigos do nome cristão e mostrar adiante o poder de Deus. Que Deus conceda a fé, a esperança e a caridade aos soldados cristãos. Em Seu nome Marco abençoará em seu caminho para a batalha. Deixemos Deus segurar o braço de Sua cólera sobre eles, e deixemos seus inimigos saberem que não há outro Deus que não Ele. Como Moisés, Marco levantará seus braços para abençoar os soldados cristãos. Deus lhes garantirá a vitória, e a ruína dos inimigos deles. Amém.

Que politicamente incorreto! “Cães” e “porcos” – Que racista! Intolerável! Mas o fato é que Deus garantiu aos cristãos uma sensacional vitória que afastou os muçulmanos por 300 anos. Agora eles estão de volta. E agora, virtualmente, não resta arrependimento para que se possa invocar Deus Todo-Poderoso...

Kyrie eleison.


Tradução por Leticia Fantin Vescovi.

Comentários Eleison: O Vaticano II Desenterrado

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXIV (434) - (07 de novembro de 2015):

O Vaticano II Desenterrado

Um Deus diminuído, esvaziado, retalhado,
Não atrairá. Seja Cristo novamente coroado.

Acabei de reler Pope John’s Council [O Concílio do Papa João], de Michael Davies, escrito em 1977 e com pouca necessidade de ser atualizado quase 40 anos mais tarde. Talvez Michael Davis tenha sido muito amável com o Concílio, mas existem muitas verdades importantes no livro, motivo pelo qual pode ser calorosamente recomendado a qualquer um que esteja iniciando seus estudos sobre ele. Especialmente interessante é o Apêndice VI, que consiste em uma revisão escrita pelo Professor Louis Salleron, em 1936, sobre o até então recém-surgido livro Humanismo Integral, do filósofo francês Jacques Maritain (1882-1973). Este livro interessou tanto a um padre italiano, Giovanni-Battista Montini, que ele o traduziu para o italiano. Mais tarde, tornou-se o Papa Paulo VI, o principal arquiteto do Vaticano II. Assim, Salleron desenterra as raízes do Concílio, 26 anos de ele começar.

Humanismo Integral apresenta a visão de Maritain sobre um novo futuro para uma remodelada Cristandade. A civilização burguesa está condenada, mas ao invés de a Igreja continuamente condenar a centralização do homem do humanismo, que permitiu a ascensão da Revolução Francesa (1789), que permitiu a ascensão daquela burguesia, a Revolução precisa ser reconhecida como parte de um processo histórico contínuo e inevitável, o qual o Cristianismo pode e deve aceitar. Por esse meio, enquanto todo o curso da história moderna não pode ser parado, não obstante, por Cristo o humanismo pode se tornar verdadeiramente, completamente humano, transformando-se em um “humanismo integral”. O Cristianismo, então, reconstruído sobre fundações modernas, trará Cristo ao homem moderno e o homem moderno a Cristo: eis a admirável intenção de Maritain, de Paulo V e de Dom Fellay.

Mas “de boas intenções o inferno está cheio”, diz o velho e sábio provérbio. Salleron admira muitas coisas no livro de Maritain, filósofo especialista em tomismo que sabia bem, diz Salleron, como apresentar qualquer ideia de modo a não contradizer a doutrina católica. Mas Salleron objeta fortemente contra a leitura de Maritain sobre a história moderna, e a chama de “marxista”. Karl Marx (1818-1883) também começou pelas raízes da civilização burguesa, mas concluiu que ela deveria ser completamente rejeitada pela Revolução em andamento, com o intuito de abrir caminho para o sonho de uma sociedade sem classes, que funcionou, na realidade, como o pesadelo do comunismo. Nesse sentido, Maritain rejeita as conclusões de Marx, mas aceita sua análise da história, para dessa maneira modelar um novo acordo do Cristianismo, que trabalharia para o homem moderno: nem a modernidade em fundações modernas (Marx e Wagner), nem Cristo em fundações de Cristo (Pio X – ver especialmente sua Letter on the Sillon – e Monsenhor Lefebvre), mas Cristo em fundações modernas. O resultado é aquele neocristianismo que pode ser encontrado nos documentos do Vaticano II, a saber: Cristo é a verdadeira realização do homem – não que o homem esteja ordenado a Cristo e a Deus, mas Deus e Cristo é que estão ordenados ao homem.
Infelizmente, soluções de acordo não funcionam com Nosso Senhor. Ele diz, “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto vem do maligno” (Mt. V, 37). E “aquele que não está comigo, está contra mim” (Mt. XII, 20). Uma religião do verdadeiro Deus centrada no homem é uma contradição de termos. Salleron aponta que não há nada de inevitável na marcha da história moderna tal qual Marx e Maritain imaginaram. Se o homem moderno está caminhando em direção ao Demônio, é pela livre escolha do homem. O que liberais como Maritain, Paulo VI e Monsenhor Fellay não compreendem é a realidade do mal. Não compreendem que o homem moderno simplesmente não quer Cristo, e que Deus não forçará o homem a isto. Liberais diminuirão Deus para torná-lo atraente ao homem moderno, mas a maioria dos homens modernos virará as costas, com indiferença ou com repulsa. O Vaticano II tem sido um fracasso colossal, e o “humanismo integral” tem sido só mais um exemplo da desintegração deste humanismo, porque não é centrado em Deus.

A política, a economia, os bancos, as finanças, as artes, a medicina, a lei, a agricultura, toda a sociedade moderna tem de submeter-se novamente ao Reinado Social de Cristo Rei. Esta era a solução de Monsenhor Lefebvre. É a única solução.

Kyrie eleison.

Tradução por Leticia Fantin Vescovi
Última atualização em Sáb, 14 de Novembro de 2015 18:53.




sábado, novembro 07, 2015

Comentários Eleison: Novamente, Cultura

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXIII (433) - (01 de novembro de 2015):

NOVAMENTE, CULTURA


Católicos, não desprezem os pagãos,
Agostinho disse, "toda verdade pertence a nós, cristãos".

Uma leitora dos “Comentários” questiona novamente o valor da cultura não católica, atacando-os por causa dos elogios a Wagner (EC9) e a T.S. Eliot (EC 406, 411). Para ela, T.S. Eliot deve ser rejeitado como um protestante, ao passo que Wagner é um diabo jacobino apaixonado pelo budismo, cuja música está carregada de impureza gnóstica. Veja, ambos, Eliot e Wagner, têm suas faltas, graves faltas quando mensuradas em relação à plenitude da verdade católica, como os “Comentários” mencionados acima apontam. Entretanto, em nossa época doentia eles têm sua utilidade, a qual pode ser resumida pelas palavras atribuídas a Santo Agostinho: “Toda verdade pertence a nós, cristãos”.

Eliot e Wagner pertencem à “cultura” de outrora. Para nossa finalidade, definiremos cultura como as histórias, a música e as imagens que homens de todas as épocas necessitam para nutrir suas mentes e seus corações. Assim definida, a cultura reflete e revela, ensina e molda. Reflete porque é o produto de algum escritor, músico ou artista que tem o talento de dar expressão ao que se passa em sua alma e na de seus contemporâneos. Se foi popular em seu tempo, a cultura revelou parte do que acontecia em suas almas. Se se tornou um clássico a partir daí, como Eliot e Wagner, é porque reflete e revela parte do que acontece nas almas de homens de todos os tempos. Assim, da extrema pobreza de sua formação unitarista, Eliot foi capaz de desenhar seu assustador retrato do homem moderno, enquanto Wagner, para além de qualquer budismo ou gnosticismo, à custa de um imenso talento preencheu suas óperas com uma riqueza de verdadeira psicologia humana que milhares de comentadores não pararam de interpretar desde então.

A cultura também molda e ensina porque o escritor, ou o músico, ou o artista, dá expressão e forma a movimentos até então informes, nas mentes e nos corações de seus contemporâneos. Shelley chamou de poetas “os legisladores não reconhecidos do mundo”. Elvis Presley e os Beatles tiveram enorme influência sobre a juventude moderna, e sobre as gerações seguintes. Picasso quase criou a arte moderna e, em grande parte, projetou o modo como os modernos visualizam o mundo a seu redor. Esses exemplos modernos da grande influência da literatura, da música e da arte sobre os seres humanos raramente podem ser apreciados porque o homem moderno é deveras ímpio, e há nele pouco que valha a pena refletir ou expressar. Contudo, a imensa influência não pode ser negada.

Em resumo, a cultura é baseada e advinda das almas dos homens. E a Igreja Católica trabalha para a salvação dessas almas. Então, como poderia negligenciar a cultura? Seus próprios escritores direcionaram os pensamentos dos homens, e seus artistas e seus músicos preencheram suas igrejas com beleza, a fim de elevar suas almas a Deus, desde o início da Igreja. “É claro”, alguém poderá objetar, “que isto é verdade em relação à cultura católica, mas nem Eliot nem Wagner foram católicos. Então, que serventia têm para a Igreja?”

No homem, há três coisas: a graça, o pecado e a natureza. Proveniente de Deus, nossa natureza básica somente pode ser boa, mas, como foi maculada pelo pecado original, também é fraca e inclinada ao mal. A natureza é como o campo de batalha da eterna guerra entre a graça e o pecado, que lutam para possuí-la. A graça eleva e cura a natureza. O pecado a derruba. Eis a luta sem fim. A Eliot e a Wagner pode ter faltado a graça, mas Deus lhes permitiu serem mestres da natureza. A Igreja é a comandante-chefe no que diz respeito à salvação das almas. Como ela poderia falhar em estudar o campo de batalha e em extrair todos os possíveis benefícios dos mestres da natureza, para conhecer as almas do tempo e ensiná-las?

Kyrie eleison.

segunda-feira, novembro 02, 2015

Comentários Eleison - O Sínodo dos Bispos

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXII (432) - (24 de outubro de 2015):

O SÍNODO DOS BISPOS


A lei de Deus pertence a Deus e não ao homem.
Este deve, com Cristo, bem obedecê-la em Seu nome.


Quando foi aberto em Roma, no dia 4 de outubro, o encontro de três semanas de bispos católicos de todo o mundo para discutir questões relativas à família, muitos católicos temeram que isto abalasse a doutrina moral imutável da Igreja, principalmente porque o Papa Francisco está muito determinado a se aproximar do imoral homem moderno. Contudo, católicos de mentalidade tradicional se sentiram encorajados pelo surgimento de uma substancial resistência, antes e durante o Sínodo, da parte de muitos prelados da Neoigreja que se opõem a qualquer tipo de abalo. Somente amanhã os resultados do Sínodo serão conhecidos, mas certas coisas já estão claras, quaisquer que sejam eles.

Em primeiro lugar, ninguém pode dizer que não sobrou nada de católico na Igreja Católica oficial. O conciliarismo pode até ter infectado a fé e a moral de muitos, mesmo as de seus prelados, mas afirmar que todos são completamente corruptos é uma grave injustiça e uma exagerada simplificação. Está claro que alguns deles estão fazendo o melhor que podem para defender a lei moral de Deus.
Em segundo lugar, contudo, estes bons homens (nesta perspectiva) estão lutando a partir de um posicionamento frágil, porque o dogma é o fundamento da moral, e com o Vaticano II a Neoigreja abandonou-o. O dogma fundamenta a moral porque, por exemplo, se Deus, o Céu e o Inferno (dogma) não existem, que dever teria eu de obedecer aos Dez Mandamentos (moral)? O Vaticano II, por meio de sua Declaração sobre a Liberdade Religiosa, destruiu o dogma, porque se ele ensina que um Estado deve reconhecer que todos os seus cidadãos têm o direito de praticar publicamente a religião de sua escolha, então Jesus Cristo não pode ser Deus. Porque, se ele é Deus, então o Estado (procedendo de Deus tanto quanto os homens que o compõem) não poderia garantir tal direito às religiões que negam que Jesus seja Deus. Conceder tal direito é implicitamente negar que Jesus seja Deus. Portanto, 50 anos antes do Sínodo, o Vaticano II abalou de antemão todos os subsequentes defensores da moral cristã, por mais que fossem homens decentes, ao menos que eles repudiassem o Vaticano II.

É por isto que, em terceiro lugar, como argumenta John Vennari (ninguém precisa concordar com tudo o que fala), o truque essencial daqueles que buscam modificar a moral católica no Sínodo tem sido o “voltar-se para o homem”, base de todo o Vaticano II. Eis o truque: “A Igreja de Deus foi feita para o homem. É verdade que Deus não pode mudar, mas sua Lei deve se adequar ao homem, e a Lei de outrora não mais se adéqua ao homem atual. Logo, aquela Lei deve adaptar-se aos tempos modernos”. Entretanto, a Igreja Católica foi comprada pelo Sangue de Cristo não para rebaixar Deus ao nível dos homens, mas para elevar o homem a Deus e para proporcionar-lhe, através de Cristo, meios para este fim.

Em quarto lugar, como Michael Voris diz (ninguém precisa concordar com tudo o que fala), o Sínodo está repleto de “burburinho de bispos”. Isto porque, para muitos neobispos, a doutrina católica nunca terá sido corretamente ensinada. De fato, é bem provável que eles tenham aprendido que não existe tal coisa como fé imutável. Graças ao Vaticano II, suas mentes estão à deriva, entre a moral e a antimoral de todas as religiões do mundo. Desta forma, não pode causar espanto eles raciocinarem pouco e conversarem fiado.
Em quinto lugar, como um honrado colega da Fraternidade Sacerdotal São Pio X diz (ele foi criticado anteriormente nestes “Comentários”), mesmo se amanhã o Sínodo se encerrasse com conclusões totalmente católicas, ainda assim a lei moral de Deus teria sido abalada pelo mero fato de ter sido questionada em pontos cruciais por muito tempo, pública e oficialmente. Além disso, parece certo que este Sínodo não baseia nem mesmo suas conclusões verdadeiras na verdade objetiva destas, mas no voto dos bispos, o que permite que os liberais retornem no próximo ou em outro ano, de voto em voto, até conseguirem finalmente o que querem. Hoje, o jogo eletivo lhes pertence.

Kyrie eleison.

quinta-feira, outubro 22, 2015

Comentários Eleison: A Angústia de Um Pai

Caros leitores,
Informamos que os Comentários Eleison são agora traduzidos pela consóror Leticia Fantin Vescovi.

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Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXI (431) - (17 de outubro de 2015): 
A ANGÚSTIA DE UM PAI
 



Um pai de família não sabe para onde ir?
Querido pai, Nosso Senhor nunca o irá trair!

Vossa Excelência,

Desculpe-me importuná-lo, mas sou um pai responsável por levar ao céu alminhas que Deus me confiou, e nunca estive tão perdido ou confuso sobre como proceder quanto estou agora. Estou tentando não me desesperar ao ver tanto meu mundo católico quanto o resto do mundo numa espiral descendente, na iminência de um colapso. Nos Estados Unidos atual, um clérigo é mandado à prisão se se recusar a emitir uma licença para um casamento entre pessoas do mesmo sexo. O que virá depois? Eu, de fato, continuo esperançoso, porque Deus nos deu muitos filhos e outro está a caminho. Por que Deus nos permite trazer mais filhos ao mundo quando parece que este está para acabar? Minha esposa e eu deveríamos nos preparar para ver nossos filhos martirizados? Até hoje, eu não achava tão fácil a devoção a Nossa Senhora, mas agora até eu voltei-me a Ela.

O problema atual é o que achamos que está acontecendo em nossa paróquia, que é católica tradicional. Mudamo-nos para cá com o intuito de garantir especialmente às crianças, mas também a nós, a verdadeira missa e uma formação católica. Infelizmente, muitas coisas vieram à tona e nos deixaram chocados, confusos e com um sentimento de derrota. Parece que influências demoníacas estão em jogo, tanto que até nos questionamos se os padres não estariam sob as garras do demônio, porque já não eram os mesmos que havíamos conhecido um ano atrás. No último ano, fizemos tudo o que pudemos para ajudar, mas nossos esforços foram em vão. Ao passo que continuávamos a ir à missa nesta localidade, rezávamos, jejuávamos e fazíamos novenas na esperança de que as coisas mudassem. Nós “oramos e vigiamos” e, tal qual a esposa de um alcoólatra, criamos desculpas para eles o quanto pudemos. Finalmente, algumas coisas aconteceram e elas nos estão levando a procurar por outro lugar, se não quisermos que nossos filhos fiquem confusos em relação à sua fé.

Então, para onde vamos? Obviamente, quero que meus filhos tenham os sacramentos e que continuem a crescer na fé frequentando uma missa válida, desde que ela esteja lá. Para conduzir a alma destas crianças a Cristo, também minha esposa e eu precisamos essencialmente das graças da missa. Queremos permanecer longe de grandes cidades. Minha situação empregatícia é tal que posso procurar por um trabalho em qualquer lugar dos Estados Unidos. Para onde vamos?

Querido pai de uma grande família,

Antes de tudo, tendo lido o que escreveu, deixe-me aconselhá-lo a refletir sobre suas bênçãos. Deus Todo-Poderoso não está tornando as coisas fáceis para você, mas tampouco as tornou para seu próprio Filho na terra. Este é um “vale de lágrimas”, mas entre as lágrimas Deus está dando a você e à sua família muitas graças. Você está mantendo a fé, lhe foi dado ver a necessidade da verdadeira tradição. Você ter tornado isto prioridade para levar sua família ao céu é outra grande graça. O demônio pode ter colocado alguns obstáculos em seu caminho, mas você percebeu que era ele o autor. Conte com isto: haverá muito mais obstáculos antes de a crise terminar, e é provável que o pior de todos venha da parte dos padres (“Levamos nossos tesouros em vasos de barro”, diz São Paulo). Nunca se surpreenda com a maldade hodierna, o demônio está correndo solto. Sobretudo, tenha verdadeira consciência do quanto Deus está fazendo por você, tal qual Ele fez pela Sagrada Família apesar de todas as aparentes dificuldades. Isto as porá na perspectiva correta. E não se surpreenda se, como pai de família, Deus quiser que tome algumas decisões importantes para o futuro. Ele não as tomará por você.

Certo, você diz, mas a pergunta permanece: “para onde vamos?” Resposta: para um lugar onde você tenha certeza de que encontrará, primeiramente, trabalho para si e, em segundo lugar, a verdadeira missa, nesta ordem, porque a família não pode sobreviver sem quem a sustente. Em relação à missa, vinte anos atrás ninguém hesitaria em dizer que deveria ser uma da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Hoje, isto já não é tão certo. Eu diria que você deve guiar-se antes por um padre do que por sua Congregação ou “etiqueta”. Espere falhas e traições. Estamos todos à deriva no mar da apostasia. Mas mantenha uma ilimitada, uma sólida confiança em Nosso Senhor e em Sua Mãe. Eles nunca o abandonarão, a não ser que você queira. Tenha compaixão de seus irmãos, que são humanos. Deus o abençoe.

Kyrie eleison.

segunda-feira, outubro 12, 2015

Comentários Eleison: Conselhos Positivos

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXX (430) - (10 de outubro de 2015): 

CONSELHOS POSITIVOS


Não é que nada há que possamos fazer.
Querer é poder, e há um modo de para além disso ver.

Os americanos têm uma expressão, cuja tradução literal é “pensar fora da caixa” [“to think outside the box”]. Ela significa pensar diferente do modo comum de pensar. Se já houve alguma época para se "pensar fora da caixa", essa época é esta em que vivemos. Há seis ou sete centenas de anos, a humanidade começou a separar-se de Deus, em um processo escolhido livremente por ela, e no qual Deus não interveio para interromper – como Ele poderia facilmente ter feito –, já que não deu a nós, homens, o nosso livre-arbítrio para em seguida retirá-lo. Demais disso, se Ele está agora permitindo que esse processo esteja alcançando em nosso tempo a sua conclusão lógica, deve estar esperando que com o aprofundamento da crise e o aumento das pressões, mais e mais almas estejam sendo levadas a “pensar fora da caixa" de seu materialismo, e assim, por fazê-lo, retomando o caminho para o Céu.

Agora, como os próximos anos se desdobrarão, permanece segredo de Deus, especialmente Seu calendário. Contudo, parece altamente provável que as áreas suburbanas e urbanas onde a maioria de nós vive serão seriamente desestabilizadas, em primeiro lugar porque essas áreas estão largamente imersas no materialismo e vivendo alegremente sem Deus, que deve fazer cair a Sua ira; e em segundo lugar, porque estão tão intrinsecamente instáveis, que são artificiais, e separadas da natureza, dependendo mais e mais do frágil sistema de supermercados para o sustento e para a sobrevivência, da insuficiente força policial para a manutenção de toda paz e ordem, dos vulneráveis satélites de Internet para sua informação e comunicações, dos bancos corruptos para manter os tetos sobre suas cabeças. 

De fato, somente quando a crise realmente se abater, teremos verdadeiramente percebido quão frágil era nosso ambiente, que parecia tão natural como a própria natureza. Por conseguinte, para a subsistência e a sobrevivência certamente faz sentido estocar comida e água; para a informação e a orientação, ter em mãos um rádio que funcione com bateria (com as baterias); para a lei e a ordem, dispor de alguns meios físicos para a autodefesa e estabelecer contato com vizinhos mais próximos, por pouco que se possa tê-los escolhido, porque os amigos na necessidade são amigos de verdade; e para o teto sobre a cabeça, fazer tudo o que puder, e o mais breve possível, para sair das dívidas e das garras dos banqueiros, ainda que seja tarde para isso.

Um leitor católico vai além e sugere que os católicos em uma mesma área se agrupem para estabelecer refúgios católicos, tanto materiais como espirituais, invisíveis como tais desde fora, mas nos quais a alegria da Fé reinará internamente. Esse parece um pensamento estranho. É certamente “fora da caixa”. Exigiria que alguns católicos vivessem próximos de outros, e que compartilhassem o mesmo senso de urgência em relação aos eventos iminentes; mas é uma ideia que com o tempo poderia ser realizada. Além disso, algum ‘estudante’ poderia fazer bom uso de seu tempo na ‘universidade’ escrevendo uma tese sobre como os católicos mantiveram a Fé sob a brutal repressão comunista. O Globalismo não é ainda fisicamente brutal, mas isto pode torná-lo ainda mais perigoso para as almas.

E finalmente, um sacerdote dá umas poucas sugestões clássicas de meios espirituais para suprir as necessidades espirituais de hoje, que são suficientemente urgentes, mesmo sem os graves eventos que são iminentes. Os quinze mistérios do Rosário todos os dias têm a garantia do Céu para sua eficácia. Um jejum de vinte e quatro horas com pão e água pode até mesmo obter milagres. Uma obra de misericórdia corporal, por exemplo, esmolas reais para um mendigo real (mais difícil que escrever um cheque) faz descer a graça, tal como uma obra de misericórdia espiritual, como dar um folheto católico ou uma Medalha Milagrosa para não católicos. A abstinência total da Internet por um ou vários dias pode pôr um freio nos hábitos de perda de tempo, e pode deixar meia hora disponível para meditar na Paixão de Nosso Senhor, que está apenas esperando e ansiando que façamos bom proveito de tudo o que Ele sofreu.


Kyrie eleison.

domingo, outubro 04, 2015

Comentários Eleison: Corroboração Argentina

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXIX (429) - (3 de outubro de 2015):  

CORROBORAÇÃO ARGENTINA


Pelos profetas da desgraça não se deve deixar ser atraído,
Mas, vale por dois um homem prevenido.

Um leitor da América do Sul corrobora o que um leitor da América do Norte escreveu e foi comentado nestes “Comentários” há poucas semanas. Coragem, leitores – semana que vem veremos aqui várias sugestões positivas.

“O modo como esse norte-americano, irmão na Fé de sempre, vê o presente e o futuro, é excelente. Eu concordo com ele inteiramente. Por mais de trinta anos, uns poucos amigos e eu temos alertado como esta situação, aparentemente irreversível – humanamente falando –, terminará. Nós somos poucos, é certo, porque à luz de toda a loucura presente conseguimos estar preocupados com o futuro, podemos ver o que está por vir e o que está agora às portas; mas quando argumentamos com as pessoas que elas devem se preparar para isso, como poderiam não se escandalizar com nossas preocupações? Como poderia alguém não nos tomar por humoristas, niilistas ou loucos?

“Como as massas de hoje, elas estão preocupadas em preencher cheques, em ganhar dinheiro para pagar suas contas, em calcular se podem ou não se endividar novamente. Para tais pessoas, é obviamente uma distração insana e psicótica se alguém lhes fala da possibilidade de uma crise bancária, quanto mais de uma catástrofe apocalíptica. Não podem aceitar que possa cair o frágil castelo de cartas que elas têm sacrificado tanto para levantar, entre labirintos de propaganda financeira e empréstimos cativantes oferecidos pelos bancos. Na busca desesperada por taxas de empréstimo mais baixas ou por financiamentos sem juros, elas esforçam-se constantemente para manter o consumismo perverso, que é seu modo de vida, com as cabeças enterradas no atoleiro moderno.

“Quem, senão um ‘louco’ pode estar pensando em fontes de água, comida enlatada e produtos caseiros, fontes de informação independente da Internet, fontes não tradicionais de energia, impressoras que funcionam com baterias pesadas recarregáveis, resmas de papel A4, materiais para encadernação, medicamentos básicos, desinfetantes e anestésicos, instrumentos cirúrgicos, combustíveis sólidos, especialmente madeira, carvão e líquidos, etc., etc.; tudo necessário para encarar as piores contingências? Pois eu estou absolutamente convencido de que é o que virá adiante, porque ninguém sai de uma crise como a que nós estamos sem uma purificação em nível mundial, como nunca vista antes.

“Contudo, estar espiritualmente preparado é o mais importante, estar capacitado para deixar de lado as próprias necessidades nos terríveis momentos que virão e ajudar aqueles mais próximos de nós, com uma palavra de encorajamento, um pedaço de pão, um pouco d'água, alguma explicação do desastre total que se terá abatido. Desse modo, em vez de acusar Deus, eles poderão, uma vez desprendidos das distrações esmagadoras do mundo, redescobrir o verdadeiro caminho para salvar suas almas. Uma esposa e mãe da Síria disse a uma Irmã de seu país que a guerra de agressão que este agora sofre está permitindo-lhes perceber que o conforto no qual viviam antes havia feito com que perdessem de vista o estilo de vida simples tão necessário para os verdadeiros cristãos, e que em meio a tal crise elas tornaram-se mais felizes do que antes porque estavam agora focadas no essencial: a vida cotidiana do cristão, elevando seus olhos a Deus e à Santa Virgem Maria.

“Eis porque apesar de todo o mal circundante, eu particularmente vejo boas novas por todos os lados, que inspiram em mim alegria e esperança de possibilidades celestiais ilimitadas, inimagináveis no presente, uma vez que este mundo perverso esteja derrotado e liquidado. Pessoas a fazer sacrifícios para prestar auxílio ao próximo, a vida honorável de muitos soldados, os exemplos dos mártires, os pais de família esforçando-se para dar uma educação cristã aos seus filhos, milhares de pessoas pensando como o americano mencionado acima, tradicionalistas reagindo, e muitos outros exemplos. São todas boas notícias, e deverão alegrar nossas almas com a brisa refrescante da confiança em Deus. Ele nunca falha. Basta que imitemos a vida de Seu Filho. Mas como não há Redenção sem sofrimento, então é absolutamente certo que este mundo de mentiras infame, pervertido e diabólico não cairá por si sem um castigo exemplar”.


Kyrie eleison.

domingo, setembro 27, 2015

Comentários Eleison: Acorda, Europa!

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXVIII (428) - (26 de setembro de 2015):   

ACORDA, EUROPA!

Europa, você está sendo invadida com grande habilidade.    
Retorne a Deus, ou essa invasão terá continuidade. 


Se alguns leitores ainda não acordaram, vamos acordá-los.  Há poucos dias, um relato de um leitor na Alemanha trouxe novidades que jamais serão contadas por nossa mídia vil. Esta é vil precisamente porque diz muitas mentiras e pouquíssimas verdades (mas não somos nós, o povo, os essencialmente responsáveis por nossa mídia...?).

“Alemanha, Áustria e terras vizinhas ao sudeste vêm sofrendo nos últimos meses uma agressiva invasão de estrangeiros disfarçados de "refugiados", cuja grande maioria são homens jovens procurando encrenca. O Primeiro-Ministro da Baviera, Horst Seehofer, tão branco quanto uma folha de papel, disse na TV, no último domingo, que a lei e a ordem estão à beira do colapso. No entanto, nossos governos fantoches e sua grande mídia, ambos a serviço dos inimigos de Deus, apoiam essa invasão por todos os meios de que dispõem, incluindo o abuso da força do Estado, tais como a polícia e as Forças Armadas. Esses fantoches também mentem por escrito a fim de ocultar das pessoas a invasão, e assim causar o maior dano possível.

“A maioria das pessoas continua dormindo, embora mais e mais gente da terra por aqui e em outros lugares esteja falando abertamente em guerra civil. Nas regiões periféricas da Baviera as coisas chegaram a parar. Moradores e mercadorias já não podem se movimentar, ou apenas o fazem com grandes atrasos. Sobre as hordas de invasores – ainda não agrupadas – que vagam livremente pelo interior do país e roubam, a grande mídia não dá uma palavra. As autoridades locais – obedecendo ordens de cima – perderam todo o controle, e a polícia aconselha à população vitimizada que cuide de si mesma e que eventualmente forme grupos de defesa civil – isto depois que fomos completamente desarmados, há poucos anos.

“A Croácia tem chamado para a mobilização o seu exército, que por todos os lados vem buscando se restabelecer. Eu quero ver o que posso fazer localmente, mas temo que a maioria de meus compatriotas ainda não tenham ideia do que está acontecendo. Se apenas alguns deles acordarem, lutarão como leões. Eis porque nosso assim chamado governo e os inimigos de Deus que o controlam, estão mentindo e enganando em todos os níveis para adiar esse momento de despertar. Isso vai de mal a pior...”. (Fim do relato do leitor.)

A emergência descrita aqui não está obviamente restrita à Alemanha. Um desastre similar está também afligindo muitas outras nações ocidentais. Parece inacreditável, mas quando se olha para isso por uma perspectiva religiosa, então tudo faz sentido. Consultem todo o Salmo 105. Deus deu aos israelitas dons e responsabilidades correspondentes para os quais eles foram repetidamente infiéis. Como Ele os amava, não poderia tê-los deixado impunes (Hb 12, 7-8). Aqui estão os versículos 35 a 41 do Salmo, adaptados para nosso tempo:

“E os cristãos misturaram-se com os pagãos, e aprenderam as suas obras, e adoraram os ídolos do liberalismo, que se tornaram armadilha para eles. E imolaram os seus filhos e as suas filhas aos demônios da contracepção e do aborto, e derramaram sangue inocente: o sangue de seus filhos e de suas filhas, que imolaram aos ídolos da busca pelo prazer egoísta. E a terra ficou poluída com sangue, e contaminaram-se com as suas obras; e prostituíram-se com seus produtos eletrônicos. E incendiou-se o furor do Senhor contra seu povo: e Ele abominou aqueles a quem especialmente havia presenteado. E entregou-os nas mãos de seus antigos inimigos. E aqueles que odiaram os cristãos por dois mil, e por mil e quatrocentos anos, tiveram domínio sobre eles”.

O desastre da Europa está a dar-se com permissão de Deus. A solução é naturalmente voltar para Deus: Versículo 44: “E Ele viu quando eles estavam em tribulação, e ouviu suas preces, (46) e conciliou-lhes a misericórdia diante de todos aqueles que os tinham levado cativos. (47) Salvai-nos, Senhor, nosso Deus, e recolhe-nos dentre os Vossos inimigos...".
                                                                                                                             
Kyrie eleison.

domingo, setembro 20, 2015

Comentários Eleison: Naturalismo Condenável

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXVII (427) -  (19 de setembro de 2015): 


NATURALISMO CONDENÁVEL

A natureza era suficiente antes da Encarnação,
Mas agora, sem Nosso Senhor, há somente condenação.

            “Sou um homem. Sustento-me. Tenho uma mente e uma vontade, e um senso de dever. Posso levar uma vida decente, mesmo nobre, no nível natural, muito acima do simples materialismo. Agora vem você, como católico, e me fala de uma vida sobrenatural, sobre-humana, superior à vida natural, que requer virtudes sobrenaturais para ser vivida. Você diz-me que ela é uma vida muito superior à vida natural, tornada possível por um Deus Encarnado, e que promete uma bem-aventurança inimaginável. Pois bem, tudo isso está muito bem, mas, honestamente, eu acho que a natureza humana é suficiente: nem a vida de um anjo nem a vida de uma besta. Não quero nem que o Céu venha nem as exigências que ele impõe aqui na terra. Eu dispenso esse benefício e sua carga. Contentar-me-ei com uma vida natural decente, que Deus me recompensará com um pós-morte natural decente.”

            Foi assim que o Cardeal Pie (1815-1880) pôs na boca de muitos cidadãos retos e respeitáveis de meados do século XIX, o grave erro do naturalismo, que estava então enviando, e tem enviado desde então, um grande número de almas para o Inferno. O naturalismo é a negação, ou como aqui, a recusa, de toda a ordem sobrenatural. A natureza é tudo, ou é tudo o que eu quero. Nada acima da natureza existe, ou se existe, eu polidamente dispenso. Leão XIII, em sua Encíclica, denunciou o naturalismo como sendo o erro essencial da Maçonaria (ver a Humanum Genus). O naturalismo é o grande erro de Hollywood, que dificilmente é percebido, porque todos nós crescemos acostumados ao mundo moderno tal como moldado pelos maçons, e um dos princípios destes é estar em toda parte, mas sem nunca ser visto. O Cardeal Pie contestou este respeitável cidadão com três argumentos:
           
            Em primeiro lugar, Deus é o Criador e o Soberano Senhor do homem, criatura Sua. Havendo criado o homem natural que sem dúvida pertence à ordem natural (o mundo é presente de Deus ao homem). De fato, Deus permitiu que o homem entrasse na ordem sobrenatural por um ato de amor que o homem não tem direito de recusar, porque o presente e o amor são imensos. Assim, Deus faz do benefício uma obrigação, sob severa penalidade em caso de recusa do benefício e de revolta contra o amor. A nobreza de participar da própria natureza de Deus por Seu presente da graça sobrenatural constitui uma obrigação tal, que aquele que se recusa a se comportar como um filho será tratado como um escravo.

            Em segundo lugar, a própria razão prova que Deus Se revelou através de Seu Filho, Jesus Cristo. Se Deus revela, eu devo ver.  Pois bem, Seu Filho Encarnado revelou que recusar crer é ser condenado (Mc 16, 16). O Pai deu todo juízo ao Filho (Jo 5, 22-23). Todo joelho será dobrado ante Jesus (Fl 2, 9-11). Cada pensamento deve submeter-se a Jesus (II Cor 10, 4-6). Todas as coisas estão resumidas em Jesus (Ef 1, 10-12; Hb 2, 8). Não há outro nome sob o Céu pelo qual nós podemos ser salvos que não o de Jesus (At 4, 11-12). Santo Agostinho, sobre João 15, diz que cada um ou está ligado a Cristo como o sarmento à videira, e então sustenta o fruto, ou está separado dela, e então é lançado ao fogo. Videira ou fogo! Tu não queres o fogo? Agarra-te à videira!

            Em terceiro lugar, levar uma vida natural verdadeiramente decente sem a graça sobrenatural é impossível. O homem decaído é fraco de mente e de vontade. Na prática, o Cardeal pergunta: quantos “cidadãos decentes e respeitáveis” sem a graça de Deus são capazes de resistir a toda tentação? Durante o dia eles comportam-se decentemente no trabalho, mas e durante a noite...? Eles seguem ao nobre Platão em público, mas em privado eles seguem ao buscador de prazer Epicuro. “Admita, senhor”, adverte o Cardeal: “Aos olhos dos homens tu podes ter sido sempre muito correto, mas não aos teus próprios olhos, e se não há uma gota do Sangue de Cristo em tua alma, tu estás-te dirigindo para o castigo”.

Kyrie eleison.




sábado, setembro 12, 2015

Comentários Eleison: Defendendo Valtorta

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                                       Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXVI (426) - (12 de setembro de 2015): 


DEFENDENDO VALTORTA


"Poema do homem-Deus" - sublime relato,
A verdade do Evangelho recontada para o nosso tempo.


Em relação ao "Poema do Homem-Deus" de Maria Valtorta (1897-1961), uma biografia de Nosso Senhor que se estende em dez volumes escritos em italiano na década de quarenta, um sacerdote italiano, Dom Ottavio Michelini (1906-1979), teria ouvido de Nosso Senhor mesmo, na década de setenta, os seguintes comentários:

"Eu ditei à Maria Valtorta, uma alma vítima, uma obra maravilhosa (Poema do Homem-Deus). Desta obra, Eu sou o Autor. Tu mesmo, meu filho, reconheceste Satanás reagindo com fúria a ela... Tu mesmo tens observado a resistência que muitos sacerdotes opõem a essa obra. (...) Se ela fosse – não digo "lida" mas estudada e meditada, faria um imenso bem às almas. Essa obra é um manancial de cultura séria e sólida... É uma obra que a Sabedoria e a Providência Divina dispuseram para os novos tempos. É fonte de água viva e pura. Sou Eu, a Palavra viva e eterna, Quem Me tem dado a Mim Mesmo novamente como alimento para as almas que Eu amo. Eu Mesmo sou a Luz, e a Luz não pode ser confundida com as trevas, e menos ainda fundir-se ela. Onde Me encontro, as trevas dissolvem-se para dar lugar à Luz".

Maria Valtorta equivale no século XX a Maria de Agreda e a Anne-Catherine Emmerich nos séculos XVII e XIX, respectivamente. Estas duas visionárias anteriores ganharam amplo respeito na Igreja Católica, mas Maria Valtorta é ainda controversa. Pois bem, pode-se admitir que seu "Poema" não agrada a todos. Não precisa ser forçado sobre ninguém. Não pode substituir os Evangelhos. Não é necessário para a salvação. E pode parecer altamente duvidoso apoiar os escritos de uma suposta visionária com as palavras de outro, especialmente quando o testemunho de apoio é tão pouco conhecido como o de Dom Michelini.

No entanto, há almas por todo o mundo para as quais o "Poema" tem agido como um estupendo presente do próprio Deus, e pareceu ter sido designado para elas com o fim de aliviar a angústia espiritual de nossos próprios tempos, que vem-se tornando mais e mais insuportável para muitos. Assim, estes "Comentários" se atreverão a pôr diante dos leitores, mais uma vez, razões para que se leve a sério o testemunho de Dom Michelini, e para despertar o interesse pelo "Poema", para que se tire o melhor proveito dele, antes que Deus intervenha de uma maneira espetacular para aliviar essa angústia. Aqui estão, por meio de um resumo brevíssimo, as sete razões supostamente dadas por Nosso Senhor no fim do "Poema", para explicar por que Ele revelou seu conteúdo à Maria Valtorta:

1. Doutrina - enquanto o modernismo causa estragos nos ensinamentos imutáveis da Igreja, as almas precisam ver como Eu dei esses mesmos ensinamentos à Igreja, desde o início: divinos, perfeitos, imutáveis.

2. Amor - quando a caridade se torna fria e sentimental, os sacerdotes e leigos precisam reavivar seu amor a Cristo e a tudo o que se refere a Cristo, especialmente a Sua Mãe.

3. Direção - quando as almas estão-se desviando para tantas direções diferentes, os diretores espirituais precisam ver de quantas maneiras diferentes Eu os dirigi.

4. Realidade - quando o amor está tão amaplamente falsificado e manchado, os seres humanos precisam ver Jesus e Maria como verdadeiros seres humanos de carne e osso, com um amor perfeito, mas verdadeiramente humano, entre eles.

5. Sofrimento - quando o conforto é priorizado por toda parte, os buscadores do prazer precisam conhecer quão longos e variados foram os Meus sofrimentos e os de Minha Mãe, iniciados dezenas de anos antes da Paixão.

6. Palavra - quando a linguagem está totalmente degradada, as pessoas precisam ver o poder de Minha Palavra, de minhas palavras, para transformar as almas, por exemplo, de pecadores brutos em grandes Apóstolos. 

7. Judas - quando o mal está tão sentimentalizado a ponto de ser negado, aos pecadores deve-se mostrar o mistério da iniquidade em forma humana, para que não sigam os passos de Judas até o Inferno.

Kyrie eleison.