quarta-feira, outubro 31, 2018

Comentários Eleison: Segue o deslize

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXIX  (589)  (27 de outubro de 2018)

SEGUE O DESLIZE

A Neofraternidade não mudou de direção.
Desertar da verdade continua a ser sua intenção.


"Não há inimigos à esquerda" é um ditado clássico de democratas, socialistas, comunistas, etc. Significa que, na política, ninguém que lute à esquerda deve lutar contra outro que lute à esquerda, a menos que este esteja indo para a direita. Na religião deve aplicar-se o mesmo ditado: ninguém que combata a boa luta pela Tradição Católica deve lutar contra qualquer outro que também venha lutando pela Tradição, a menos que esteja no processo de abandonar a Tradição. Isto significa que nenhum católico da Tradição deveria normalmente atacar a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que por mais de quarenta anos prestou um serviço excepcional à Tradição.

Infelizmente, seu Capítulo interino de 2012 mostrou que ela estava se afastando daquela Tradição na qual foi fundada pelo Arcebispo Lefebvre, e agora o Capítulo eletivo de julho passado parece mostrar que a mesma tendência continua. Portanto, sem intenção aqui de prejudicar a Fraternidade, que os católicos se inteirem que o deslizamento continua oficialmente.

A evidência está em uma carta circular da Sede da Fraternidade em Menzingen, que começa a contar os detalhes das decisões políticas tomadas pelo Capítulo de julho passado sobre as relações da Fraternidade com Roma. A política está em cinco seções, das quais as três primeiras e a quinta contêm uma série de considerações piedosas para enquadrar a quarta seção, o que não poderia ser uma apresentação mais oficial da política da Fraternidade em relação a Roma. Aqui está a quarta seção, citada na íntegra. É tão importante para o futuro imediato da Fraternidade que cada palavra teria sido escolhida pelo Capítulo com cuidado especial, e assim mesmo pode ser analisada:

4a O Superior Geral tem o direito de decidir se é conveniente ter contatos com a Santa Sé. Cabe a ele, com prudência e quando a hora chegar, ditada pela Divina Providência, levar em consideração uma modificação do status canônico, sem prejuízo da prévia convocação de um Capítulo.

4b A Fraternidade é uma obra da Igreja. Portanto, ela não tem acordo nenhum para concluir com o Santo Padre. No entanto, quando chegar o momento, os verdadeiros direitos da Fraternidade serão reconhecidos e codificados canonicamente. É por isso que os membros da Fraternidade são convidados a falar mais especificamente sobre uma “normalização”, um “reconhecimento”, uma “solução ou modificação do status canônico” ou uma “renovação de nossa aprovação canônica”.

Quanto ao 4a: De fato, o Superior Geral da Fraternidade deve decidir quais negociações com Roma servem à Fé e como conduzi-las, mas em todos os Capítulos da Fraternidade anteriores ao de 2012 (1994, 2000, 2006), repetiu-se claramente que qualquer a submissão à Roma oficial, ou reintegração a ela, ou acordo com ela, seria algo de tamanha importância para a Fraternidade, que o Superior Geral não poderia decidir por si só sem um Capítulo Geral completo votando também em seu favor. Agora observem a fraseologia de 2018: “modificação do status canônico” é uma expressão do tipo “mascarar o problema”, para encobrir a intenção de colocar a Fraternidade da Verdade do Arcebispo Lefebvre sob a Autoridade Mentirosa Conciliar de Roma. E "sem prejuízo de" (ou seja, sem excluir) é um substituto pobre para "nunca sem" (ou seja, incluindo necessariamente). E observe a suposição de que o Superior Geral tem a garantia de decidir de acordo com a Providência. Paulo VI tinha alguma garantia desse tipo?

Quanto ao 4b: Na verdade, normalmente nenhum sujeito faz um acordo com seu superior como se fossem iguais, mas a Roma neomodernista não é a Roma normal! A Fraternidade da Verdade do Arcebispo não tem motivo para colocar-se na posição de mendigo em relação aos modernistas que agora ocupam cargos em Roma. A verdade não implora por mentiras, a menos que esteja deixando de ser verdade. De fato, a Neofraternidade de 2018 perdeu toda compreensão real sobre a verdade da esmagadora crise na Nova Igreja do Vaticano II, e está perdendo seu controle sobre a Verdade em geral. Assim, as quatro expressões para “mascarar o problema” que o Capítulo aqui escolhe para substituir as palavras que expressam a realidade da intenção da liderança da Neofraternidade de vender-se para os inimigos da Fé agora em Roma, estão completamente fora de lugar. Elas absolutamente não correspondem à realidade dessa entrega. 

Kyrie eleison.

* Traduzido por Leticia Fantin

quinta-feira, outubro 25, 2018

Comentários Eleison: "Resistência" Atuando?

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXVIII (588)  (20 de outubro de 2018)

RESISTÊNCIA”  ATUANDO?

Se na tempestade forem atirados, contem as graças recebidas.
Especialmente quando elas podem ser perdidas.

Desta vez é uma avó que escreve para os “Comentários Eleison” com uma preocupação que é amplamente compartilhada entre leitores e amigos que simpatizam em geral com os objetivos do movimento “Resistência”, mas se perguntam o que esta realmente estaria fazendo hoje para ajudar sua situação. Aqui está seu pedido, um pouco resumido:

Estou muito desapontada com a falta de liderança que está sendo mostrada hoje na Fraternidade e na Resistência. Apoiamos a Resistência, mas não ouvimos nada sobre o que ela está fazendo. O senhor recentemente consagrou três Bispos, mas qual é a função deles? O que eles estão fazendo para dar algum consolo e esperança aos fiéis? Nós também não ouvimos nada sobre eles. Não podem formar algum tipo de oposição à Fraternidade, junto com alguns sacerdotes muito firmes que deixaram a Fraternidade? Certamente Deus está buscando por algo mais do que apenas orações. Há anos Ele suscitou o Arcebispo para proteger Sua Igreja. Ele agora haverá de abandonar seus seguidores fiéis? Eu acho que muitos católicos tradicionais estão desesperadamente procurando por alguma liderança forte hoje, seja na Fraternidade ou na Resistência.

Cara Avó,
Permita-me começar a responder com um episódio famoso da história romana antes de Cristo. Em 216 a.C., o exército romano, normalmente imbatível, foi lutar contra os cartagineses liderados por Aníbal, que haviam invadido a Itália e estavam ameaçando a própria cidade de Roma. Mas na batalha de Canas, no sul da Itália, os romanos se deixaram manobrar e cercar por Aníbal, de modo que foram massacrados pelos cartagineses. Houve consternação em Roma. O que eles deveriam fazer? Alguns romanos queriam levantar outro exército e ir atrás de Aníbal novamente, mas o conselho do cônsul Fábio era evitar a batalha, se possível, e, ao invés, manter vigilância atenta sobre o inimigo, esperando até o momento em que ele retornasse para casa por conta própria. O conselho foi bom e foi seguido. Por fim, os cartagineses foram para casa, onde seu exército foi esmagado pelos romanos quatorze anos mais tarde. “Fábio, o Protelador” havia vencido.

Nenhuma comparação funciona perfeitamente. Assim, depois da derrota esmagadora da Igreja no Vaticano II (1962-1965), alguém diria que o Arcebispo Lefebvre errou ao suscitar, alguns anos depois, o exército que pôde para continuar lutando contra os modernistas? Certamente não. Mas o Vaticano II foi uma grande batalha que deixou bons soldados dispersos para que o Arcebispo pudesse reuni-los em um pequeno exército nos anos de 1970. Pelo contrário, a derrota daquele exército a partir de 2012 foi uma derrota numericamente pequena, deixando muito menos soldados dispersos para lutar. A estratégia poderia ser a mesma das décadas de 1970 e 1980? Certamente não. Por um lado, os soldados de agora, muitas vezes filhos dos revolucionários anos de 1960 ou posteriores, tinham muito menos sentido de obediência ou de uma Igreja ou um mundo ordenado do que os católicos dispersos após o Concílio. Quem pode negar que os anos de 2010 são muito mais desordenados e indisciplinados do que os anos de 1970? Pode-se perguntar se o Arcebispo, com todos os seus dons, poderia ou teria montado uma “Contrafraternidade” hoje. Talvez sim, talvez não...

Os quatro bispos do movimento “Resistência” fazem o que podem, cada um em sua própria parte do mundo, para proporcionar aos poucos católicos que desejam conservar a fé rações de ferro de sã doutrina e orientação à disposição de todos os interessados, juntamente com os sacramentos episcopais. Essa é uma conquista mínima, nem glamourosa nem sensacional, mas pode ser o essencial necessário. Se for, que Deus nos mantenha fiéis.

Kyrie eleison.

*Traduzido por Leticia Fantin.

segunda-feira, outubro 15, 2018

Comentários Eleison: Feminilidade Inestimável - II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXVII (587)  (13 de outubro de 2018)


 FEMINILIDADE INESTIMÁVEL  – II


Para crescer, precisa de um caule forte o tomateiro, 
Para amarem suas mulheres, homens, voltem-se para Deus primeiro!

A feminilidade da mulher está hoje sob ataque feroz, e não é difícil descobrir a causa. Satanás quer o poder total sobre a humanidade para assegurar-se de que cada alma caia no inferno. Ora, o caminho que o Deus Todo-Poderoso traçou para os seres humanos irem para o Céu é por seu nascimento dentro de uma família humana normal, na qual o que hoje chamamos “pai biológico” e “mãe biológica” cuidam do fruto de seu amor mútuo: seus próprios filhos. O Dr. Henry Makow retoma a história dos “Comentários Eleison” da semana passada focando nos satanistas.

“Os judeus cabalistas e os maçons são satanistas. Controlam degradando e corrompendo. Como os cupins, eles comem as colunas de apoio da sociedade. A família é o glóbulo vermelho de uma sociedade sadia. Ela fornece-nos nossos papéis e identidade, bem como o apoio emocional e material necessário. Garante que os jovens nasçam, sejam amados e criados adequadamente, e que os idosos sejam cuidados. Nossa família é nosso elo na cadeia da eternidade. Então os satanistas sempre quiseram destruí-la. Eles foram atrás das mulheres, das que consideraram inconstantes, vaidosas e de mente débil. ‘Não há como influenciar os homens tão poderosamente como por meio das mulheres’, escreveu Adam Weishaupt. ‘Portanto, estas deveriam ser nosso estudo principal; deveríamos nos insinuar em sua boa opinião, dar-lhes indicações para emanciparem-se da tirania da opinião pública e erguerem-se por si mesmas; será um imenso alívio para suas mentes escravizadas se libertarem de qualquer laço de restrição, e isso as incendiará ainda mais, fazendo com que trabalhem para nós com zelo, sem saberem que o fazem; pois estarão apenas satisfazendo seu próprio desejo de admiração pessoal’.

“Então, os Satanistas convenceram as mulheres de que o matrimônio e a família eram ‘opressivos’. Os homens podem ter trabalhado duro em fábricas e morrido em guerra para prover e proteger as suas mulheres, mas de alguma forma as mulheres é que eram oprimidas. Os satanistas precisavam interferir no afeto e na atração natural que os machos e as fêmeas têm um pelo outro e por seus descendentes. Os satanistas existem para banir o amor. A essência de uma mulher é o amor, o poder de gerar amor, amando e sendo amada em troca. Esta é a fonte de seu poder. O amor de uma mulher por seu marido e filhos é a coisa mais preciosa do mundo. Para um homem, esse amor é seu maior tesouro. Ao deixar-se enganar, ao buscar o poder material em vez do espiritual, a mulher moderna perdeu essencialmente o poder de amar. Ela pode ter poder ou amor. Ela não pode ter a ambos. As mulheres precisam do amor de um homem como uma flor precisa de sol e água. Os homens nutrem as mulheres e as mulheres empoderam os homens, aquiescendo às suas exigências razoáveis. Essa é a dinâmica heterossexual...

“Mas isso é o que é condenado como a exploração da mulher (a “erotização da impotência”) por, por exemplo, uma Sheila Jeffreys, conhecida como erudita feminista lésbica e ativista política. Obviamente, ela não pode entender que o amor da mulher é o seu verdadeiro poder. Ela quer transformar todas as mulheres em lésbicas que, como ela, não conseguem entender que o estilo, a beleza e o encanto da mulher, em resumo, sua feminilidade, dependem de que evitem o poder material. Uma mulher que se entrega ao marido é amada, e amada por ele e por seus filhos. Uma mulher que busca poder como o faz o sexo masculino está condenada a uma vida de isolamento e amargura.

“Feministas ocidentais, vocês perderam seu presente mais precioso por nada. Vocês são vulgares, um verdadeiro fracasso. Vocês não têm personalidade, encanto, estilo, substância. Vocês não podem amar. Nem sequer são atraentes. E logo vocês perderão sua juventude. Não terão nada além de seu trabalho, seus cachorros e suas amigas igualmente desesperadas. Feministas ocidentais, vocês foram roubadas, traídas por sua sociedade, professores e líderes políticos e culturais; e consequentemente vocês se uniram às fileiras de seus traidores. Vocês traíram seus filhos não nascidos, sua cultura, sua família e a promessa do futuro. Mas o pior de tudo é que vocês traíram a si mesmas” (fim da citação de Makow).
                                                                                                                           
Kyrie eleison.

*Traduzido por Cristoph Klug.





terça-feira, outubro 09, 2018

Comentários Eleison: Feminilidade Inestimável - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXVI (586)  (6 de outubro de 2018)



 FEMINILIDADE INESTIMÁVEL  – I



Santa Ana, Santa Ana, arranje-me um marido (o mais rápido que puder),
MAS QUERO UM BOM, NÃO UM HOMEM QUALQUER!


É onde os soldados de um exército sitiante estão derrubando os muros, que os defensores precisam combater. É onde a salvação das almas encontra maiores dificuldades, que os servos de Deus devem lutar mais. É por isso que estes “Comentários” e as “Cartas do Reitor” que os antecederam voltam muitas vezes à perda da feminilidade das mulheres e da masculinidade dos homens. O projeto complementar de Deus do homem e da mulher, que remonta a Adão e Eva, é básico para a vida e a natureza humanas. E quando esse projeto é despedaçado pelo homem e supostamente jogado fora pelas manipulações sujas de "gênero" e assim por diante, como pode a graça sobrenatural de Deus penetrar nas naturezas humanas tão radicalmente arruinadas? E sem graça, onde eles vão parar?

Em teoria, as mulheres católicas não deveriam ter muita dificuldade em entender e aceitar como Deus as projetou. Na prática, a propaganda pró-feminista é tão implacável na educação abjeta e na mídia vil dos dias de hoje que mesmo os instintos naturais das mulheres católicas e o sentido dado por Deus de seu verdadeiro papel na vida são muitas vezes subjugados pelo impulso do orgulho em direção ao poder aparente. Aqui estão algumas palavras ásperas, mas sábias, sobre a mulher, de Irene Claremont de Castillejo, Knowing Woman: Feminine Psychology [Conhecendo a Mulher: Psicologia Feminina]:



“Qualquer garota que desenvolveu a feminilidade sem saber que o amor é seu valor supremo foi espiritualmente violentada. A espiritualidade feminina expressa uma atitude de vigilância, prontidão e espera espiritual para o encontro com o oposto, que é um pré-requisito para a totalidade interior da mulher. Sem isto ela se torna uma presa do masculino dentro de si mesma, um espírito furioso de atividade intelectual ou física, com o qual nenhum homem pode-se relacionar, e com o qual ela não pode de modo nenhum relacionar-se. Ela é uma mulher possuída".
E, então, de Henry Makow, Ph.D., Western Women Have Lost Their Power to Love [A Mulher Ocidental Perdeu o Seu Poder de Amar] (corrigido):

“As mulheres ocidentais foram enganadas, para que busquem o poder em vez do amor. Paradoxalmente, elas nunca foram tão impotentes. Querem ser amadas, mas não têm mais amor para oferecer em troca. No filme "Jogos de Guerra [War Games]", de 1983, o herói, Matthew Broderick, é um jovem gênio da informática que acidentalmente inicia uma contagem regressiva nuclear e corre para evitar uma catástrofe. Sua namorada, interpretada por Ally Sheedy, é vista em um papel complementar, basicamente ajudando-o, encorajando-o e admirando-o. Ele é o líder. Mas a presença dela informa, valida e eleva tudo o que ele faz. É como se suas ações fossem dedicadas a ela. É assim que a heterossexualidade funciona. A mulher reforça o homem, confiando seu poder ao marido. É assim que a mulher ama, isto é, "confiando", alistando-se como o primeiro oficial para o seu Capitão. Se este filme fosse refeito hoje, ela seria a Capitã, ele seria emasculado, e eles se separariam.

“De Chaucer a Freud, os homens perguntaram: o que as mulheres querem? É algo realmente muito simples. Elas querem ser amadas. Especificamente, querem o amor apaixonado de um marido por toda a vida. Mas o que faz um homem amar uma mulher dessa maneira? O sacrifício dela. Unindo-se a ele, aceitando sua liderança e servindo a ele e a seus filhos. Em outras palavras, o amor duradouro se ganha com as obras. Não é baseado em sex appeal (que diminui) ou em conversas espirituosas. É construído sobre laços de GRATIDÃO.

“Ao ensinar as mulheres a ser egoístas em vez de abnegadas, o feminismo privou-as de seu poderio, o amor. Tudo o que lhes resta é dar o ato do matrimônio sem matrimônio. Porque elas não se renderão a um marido amoroso, reduzem-se a entregarem-se a estranhos”. (Fim da citação de Makow.)

“Mas, Excelência, onde estão os Capitães? Onde estão os potenciais maridos amorosos que nos guiarão? Os homens hoje estão sendo arruinados, e isso não exclui os Católicos Tradicionais!”. Meninas, assim como vocês perderam a feminilidade sem perceber, também eles perderam a masculinidade pela cultura miserável de hoje. Vocês devem rezar, porque Deus pode facilmente encontrar um jovem para cada uma de vocês. Rezem para Santa Ana, como acima, mas, antes de tudo, prometam a ela que se ela encontrar-lhes um homem, vocês estarão dispostas a se submeterem a ele, e prontas para isto. Assim, ela estará mais inclinada a procurá-lo. Importunem-na, sejam insistentes. O céu não se importa com isso (Lc XVIII, 2-8).

Kyrie eleison.

*Traduzido por Leticia Fantin.





segunda-feira, outubro 01, 2018

Comentários Eleison: Prevenção Sueca

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXV (585)  (29 de setembro de 2018)


Prevenção Sueca




Se providenciada hoje, a prevenção não será dispendiosa,
Se se deixá-la para amanhã, poderá ser demasiado custosa.


“Se a crise ou a guerra vierem” é o título de um folheto de dezenove páginas emitida para todos os lares suecos em maio deste ano pelo Estado da Suécia, “para ajudar-nos a estarmos melhor preparados para qualquer coisa, desde acidentes graves, condições meteorológicas extremas e ataques de TI ( Tecnologia da Informação) a conflitos militares... Muitas pessoas podem sentir ansiedade quando confrontadas com um mundo incerto...”. Uma página útil de listas do folheto, de modo sensato, as quatro necessidades naturais mais importantes de qualquer lar em uma emergência nacional: água, comida, aquecimento e informação.

O estado da Suécia, obviamente, não é o único que está a observar um alto grau de tensão no mundo à nossa volta. Todo estado é formado de nada mais que seres humanos: cada um dos quais vem de Deus e recebeu a vida para fazer o uso correto dela, de modo a poder ir para Deus quando morrer. No entanto, a massa da humanidade hoje vive em um estado de indiferença para com Deus, ou em revolta positiva contra Ele. Muitos homens podem não ser ateus, podem ainda acreditar que Ele existe, mas dificilmente O levam a sério, porque a ciência e a tecnologia parecem ter assumido Seu lugar, e é daí em diante que a política e a economia modernas garantem para nós a boa vida. A velhice é convenientemente transferida para uma casa de idosos, e a morte para um hospital. No entanto, Deus existe, é claro, como sempre, e Ele mais do que nunca se preocupa em ver mais almas do que nunca lançando-se do pecado ao Inferno, e é por isso que nosso mundo está em tal estado de tensão sem precedentes: está vivendo intencionalmente contrapondo sus objetivos aos de seu Criador. Alguma enorme crise deve estar por vir.

Uma vez que o problema é radicalmente religioso, deve-se dizer que a melhor solução é também religiosa. Aquele lar está comprando a melhor apólice de seguro para proteger-se a si mesmo enquanto o Rosário é rezado regularmente por toda a família. Como o Diabo deve odiar o Rosário! Mas, entretanto, as sugestões práticas da Suécia são um bom começo para qualquer agregado familiar que ainda não tenha pensado em quaisquer medidas práticas para preparar-se para os problemas. Aqui estão algumas delas:

ÁGUA – Água potável é vital. Considere pelo menos três litros por adulto por dia. Preveja um meio de fervê-la, se isto fizer-se necessário. Tenha garrafas, baldes com tampas, garrafas plásticas para congelar a água e galões, de preferência com uma torneira para recolher a água.

ALIMENTOS – Tenha comida extra em casa que forneça calorias suficientes. Use alimentos não perecíveis que podem ser preparados rapidamente, requerem pouca água ou podem ser consumidos sem preparação: por exemplo, pão com longa vida útil, comidas pastosas em bisnagas, leite em pó, óleo de cozinha, macarrão, lentilhas, latas de sardinha, macarrão, carne cozida, sopa, mel, nozes, sementes (essas são apenas algumas das sugestões do folheto).

AQUECIMENTO – Em uma casa fria e sem eletricidade, reúna todos os habitantes em um quarto, pendure cobertores nas janelas, cubra o chão com tapetes e construa uma guarida debaixo de uma mesa para manterem-se aquecidos. Apague todas as velas e queimadores de óleo antes de dormir. Areje a sala regularmente para deixar entrar oxigênio. Tenha roupas de lã, colchões e sacos de dormir, isqueiros, fontes alternativas de calor, etc.

COMUNICAÇÃO – Em uma crise, haverá a necessidade de receber notícias nacionais, contatar amigos e parentes, contatar os serviços de emergência. Portanto, ter um rádio alimentado por baterias ou células solares ou de bobinas: um rádio de carro e um carregador de celular que funcionam em um carro, baterias extras, etc.

E o folheto menciona muitas coisas mais, como dinheiro à mão, um armário de remédios, combustível no tanque. Muitas dessas coisas custam relativamente pouco agora, mas deixe que se aproxime uma crise perigosa, e de repente elas passam a se tornarem muito mais escassas e caras, se é que ainda poderão ser obtidas. "Confie em Deus", diz o provérbio, "mas continue remando para a praia".


Kyrie eleison


*Traduzido por Leticia Fantin.