segunda-feira, julho 30, 2018

Comentários Eleison: Capítulo Geral - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXVI (576) (28 de julho de 2018):


Capítulo Geral - I


Velhos líderes, quando falham, devem ser destituídos,
E então jamais serem na liderança readmitidos!

O último Capítulo Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, o quarto com eleições (1982, 1994, 2006 e 2018), chegou ao fim em Écône, na Suíça, no último sábado. O evento foi seguido com interesse em muitos setores, porque por cerca de quarenta anos a partir de sua fundação em 1970, a Fraternidade surgiu como um importante bastião da Fé Católica na esteira do Concílio Vaticano II (1962-1965), que, com efeito, havia minado oficialmente essa Fé. No entanto, nos últimos vinte anos, a Fraternidade deu cada vez mais sinais de mudança de direção, mais em consonância com os oficiais conciliares da Igreja, e menos em consonância com seu fundador, o Arcebispo Lefebvre. Que direção o Capítulo Geral mostraria que a Fraternidade está para tomar agora?

Os procedimentos detalhados de um Capítulo normalmente devem permanecer privados, como os da eleição de um Papa, mas no final do Capítulo surgiram palavras e ações públicas. As palavras foram a declaração oficial do Capítulo sobre a política para o futuro, que se alinhou com a famosa declaração do Arcebispo Lefebvre de novembro de 1974, "em sua totalidade". No entanto, como o website Non Possumus mostrou claramente citando verdadeiramente em sua totalidade essa declaração de guerra contra a nova religião do Vaticano II, o Capítulo escolheu deliberadamente citar apenas suas partes mais pacíficas. Isto não é promissor para a continuação, por parte da Fraternidade, da guerra santa do Arcebispo contra a terrível apostasia do Vaticano II.

É claro que o Arcebispo foi católico em primeiro lugar, e anticonciliar só como consequência, e é por isso que sua declaração de guerra contém partes pacíficas. Mas como a verdade pode ser amada sem o ódio ao erro? O anticonciliarismo segue imediata e necessariamente o amor ao catolicismo, e é por isso que uma multidão de verdadeiros católicos vieram a seguir a Fraternidade e seu Fundador, que denunciaram clara e abertamente a apostasia dos oficiais da Igreja. Sob ele, o seminário em Écône já teve mais de cem seminaristas, e milhares de pessoas assistiam todos os verões à ordenação de uma dúzia ou mais de novos sacerdotes. Em junho deste ano, uma multidão estimada de quatrocentas e cinquenta almas assistiu à ordenação de três novos sacerdotes que estavam entre cerca de quarenta seminaristas. Os católicos estão deixando de apoiar – e fechando as carteiras – a Neofraternidade.

Quanto às ações públicas do Capítulo, que sempre falam mais alto que palavras, consistiram na eleição de um novo Superior Geral e dois novos Assistentes. Deve-se parabenizar os participantes do Capítulo por terem deposto o anterior Geral e seus Assistentes, porque estes haviam lutado por doze anos para mudar a direção da Fraternidade, a fim de buscarem o reconhecimento oficial dos apóstatas romanos. O reconhecimento não foi obtido, mas a Fraternidade ficou seriamente enfraquecida, e os seus melhores padres ficaram desorientados. Então, quem o Capítulo escolheu como governantes em seus lugares? Os dois novos Assistentes foram executivos leais do Geral anterior com sua política de agradar a Roma conciliar. Pelo bem comum da Fraternidade? Mas quando houve um bem comum católico contra a Fé? Quanto ao novo Geral, ele pode não saber o que pretende fazer como Geral, porque somente Deus sabe com certeza o que um homem fará quando é colocado no poder. Muitas vezes ele irá decepcionar, porque “o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente” (Lord Acton), mas ele pode-se mostrar surpreendentemente bom. O Padre Pagliarani certamente precisa de nossas orações.

A este respeito, no entanto, a última ação pública do Capítulo chegou como um raio. Pouco antes do encerramento do Capítulo, votou-se para adicionar ao Conselho Geral de governo da Fraternidade e aos dois Assistentes outros dois “Conselheiros”. E a quem eles elegeram? Os dois últimos Gerais da Fraternidade, o Pe. Schmidberger (1982-1994) e o Bispo Fellay, que entre 1994, quando ele foi eleito pela primeira vez, e 2018, quando foi finalmente destronado, era o principal arquiteto do enfraquecimento e do declínio da Fraternidade! De quem foi a tarefa de colocar o Bispo Fellay de volta junto ao trono com seu colaborador mais próximo, o padre Schmidberger? Que sábio Superior quer que seu antecessor fique por mais doze anos? O que o Capítulo pensou que estava fazendo? De qualquer forma, se a Fraternidade há de amar a verdade e odiar o erro, não é um bom sinal.

Kyrie eleison.

segunda-feira, julho 23, 2018

Comentários Eleison: Inteligência Artificial - II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXV (575) (21 de julho de 2018):

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - II

O mundo pelas máquinas não será conquistado,
Mas, pelos sonhos infantis mecânicos dos homens, arruinado.

Inteligência Artificial é de fato uma contradição em termos. Nenhuma coisa artificial pode ser inteligente. Nada que seja verdadeiramente inteligente pode ser artificial. Qualquer ente inteligente deve (como tal) ser vivo, espiritual e livre. Qualquer coisa artificial deve (como tal) ser não viva e material, e não pode ser livre. Portanto, nada artificial pode ser inteligente no verdadeiro sentido da palavra, e nada verdadeiramente inteligente pode ser artificial. Uma inteligência pode ser criada somente por Deus. O homem pode criar apenas coisas artificiais.
Para demonstrá-lo, vamos assumir com os “Comentários” da semana passada que existem três ordens de entes espirituais: (1) o Criador, (2) anjos e (3) homens, e quatro ordens de seres materiais: (3) homens, (4) animais, (5) vegetais e (6) minerais. Isto significa que o homem é a mais complexa das criaturas, porque somente ele é espiritual e material. Quando alguém afirma que o homem é puramente material, está provavelmente cometendo o erro mais elementar da filosofia, a saber, que existem somente entes materiais. Esse erro está difundido em nosso mundo materialista atual, mas esse tal homem nunca pensou ou amou, ou então está negando a natureza plena de sua própria experiência. Mas se, então, ele não é mais que matéria, por que tem um senso tão aguçado de sua própria dignidade humana? E por que se comporta como se a liberdade fosse de suma importância para ele?
Na verdade, as seis ordens de entes podem ser classificadas pelo quanto eles superam a matéria. (6) O mineral está encerrado na matéria, mas (5) as plantas não estão tão encerradas – elas vivem e movem-se, mas ainda assim elas estão fixas em seu lugar e não conhecem nada fora delas mesmas. (4) Os animais vivem e movem-se, mas não estão fixos em um lugar, e pelos sentidos conhecem e desejam coisas materiais que lhes são externas. (5) Os homens vivem e movem-se, não estão fixos em um lugar, e não só pelos sentidos conhecem e desejam coisas materiais que lhes são externas, mas também pela inteligência e pela vontade conhecem e desejam abstrações não materiais que lhes são externas, o que é um imenso passo adiante na superação livre da matéria. A palavra “inteligência” vem do latim “intus-lego”, que significa “eu leio o interior”, isto é, a inteligência lê dentro das coisas percebidas pelos sentidos, lê sua forma ou essência não material. Isto ocorre porque a inteligência e a vontade que a segue são ambas faculdades espirituais, pertencentes à parte do homem que está, como tal, livre da matéria e acima da matéria.
E com essas duas faculdades segue a liberdade da (3) vontade do homem, compartilhada por nenhum outro dos (4) animais que estão completamente encerrados em seus instintos. E essa liberdade manifesta até mesmo para o mais ateu dos materialistas sua dignidade superior sobre todos os meros (4) animais, se ele for apenas honesto o suficiente para reconhecer o fato. Acima do homem estão os (2) anjos que são puramente espirituais e inteligentes, mas ainda são entes particulares, ao passo que (1) o Criador é o próprio Ente espiritual universal por si mesmo, encerrado em nenhuma matéria e mesmo em nenhuma particularidade.
Assim (3) o homem é vivo e espiritual por sua alma imortal, com sua inteligência e vontade, que são a base de seu livre arbítrio, tornando-o livre. Ora, pode alguma coisa “artificial”, como um computador ou um robô, ser vivo ou espiritual ou livre? Em primeiro lugar, tal coisa não vive desde dentro de si mesma. A natureza dispersa sementes humanas, animais e vegetais em todas as direções, e cada semente contém vida. Mas, apesar do tremendo esforço realizado durante tantos anos, até agora a arte humana não conseguiu criar uma semente com vida em seu interior (e suspeita-se que nunca o conseguirá). Em segundo lugar, se nenhuma coisa feita pela arte humana está viva, menos ainda pode ser espiritual, porque um ser espiritual pressupõe uma elevada (3) forma de vida. E, em terceiro lugar, nenhum computador ou robô feito pelo homem pode ser livre, porque o livre-arbítrio pressupõe uma inteligência espiritual que nenhuma arte humana pode fabricar. Uma (3) inteligência espiritual não pode ser criada nem mesmo por um (2) anjo, mas somente pelo (1) Criador, Deus.
Portanto, (6) os computadores e os robôs controlados por computador não podem estar vivos e não podem iniciar nada além do que foi programado neles. Não podem ser inteligentes no sentido pleno da palavra, porque isso requer um ente espiritual que somente Deus pode criar. E assim não podem ser livres para tomar qualquer decisão por si mesmos; eles são meras (6) máquinas, encerradas dentro de seu (6) programa material. Creditá-los com quaisquer paixões humanas, com o pensamento original ou com a liberdade é simplesmente materialismo infantil.

Kyrie eleison.

terça-feira, julho 17, 2018

Comentários Eleison: Inteligência Artificial - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXIV (574) (14 de julho de 2018):



INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – I


Fazer de computadores Deus alguns homens pretendem,
Quão tolos eles são! Humanos, acordem!


Parece que atualmente se fala cada vez mais sobre IA, ou Inteligência Artificial. Em outras palavras, muitas pessoas estão tão impressionadas com o extraordinário progresso feito nos últimos anos no desenvolvimento de computadores e máquinas dirigidas por computadores, que consideram seriamente a possibilidade de que os robôs computadorizados se encarreguem cada vez mais das tarefas normalmente humanas e até divinas. Qualquer pessoa de bom senso sabe que existem limites estritos para o que as máquinas são capazes de fazer, mas qualquer pessoa também sabe como o senso comum está sendo corroído hoje pela Nova Ordem Mundial, que tem um grande interesse em utilizar seus meios de comunicação, política, educação, etc., para separar cada vez mais as pessoas da realidade para que elas possam ser mais facilmente controladas. É hora de repetir alguns princípios básicos muito simples.
Todos os seres, quaisquer que sejam, caem em uma das seis categorias: abaixo de Deus, o Criador, há cinco classificações ordenadas de Suas criaturas: anjos, seres humanos, animais, vegetais e minerais. Essas cinco categorias são claramente distintas entre si, ainda que os programas de televisão façam todo o possível para desfazer essas distinções, especialmente entre homens e animais. Mas as distinções são claras na realidade. Começando de baixo, O mineral simplesmente existe, porque não possui dentro de si nenhum princípio ou origem de vida ou de movimento. O vegetal existe e vive, porque a partir de dentro ingere (por exemplo, água), cresce e se reproduz.
Os anjos têm mente e vontade, mas não as faculdades materiais dos animais, porque os anjos são puramente espirituais. (As faculdades animais do sentido-conhecimento e do sentido-desejo envolvem a matéria, ausente nos anjos).

O animal tem todas essas três habilidades dentro dele, mas também sente, em outras palavras, por pelo menos uma das cinco faculdades sensoriais (visão, audição, olfato, tato e paladar), tem um conhecimento sensorial de coisas externas a ele.
O homem tem todas estas habilidades ou faculdades materiais do animal e vegetal, mas também compartilha com os anjos as faculdades espirituais da mente e da vontade, em outras palavras, tem sentido e razão, significando a capacidade da mente para ler, dentro das sensações particulares, suas essências universais, e a capacidade da vontade para desejar de acordo com o que a sua mente leu. Nenhum animal tem essas duas faculdades (quando um animal se comporta com inteligência aparente, como uma abelha, por exemplo, isso se deve apenas aos instintos animais implantados nele por seu Criador supremamente inteligente).
Ora, tudo o que é verdadeiramente humano, ou humano como tal, é o que os homens têm que nem os animais nem os vegetais nem os minerais possuem. Mas todas as máquinas são puramente minerais e essencialmente, por sua essência, inanimadas. Em sua forma mais complexa, elas ainda não têm nenhum princípio ou origem de vida ou movimento desde o seu interior. Qualquer movimento delas por eletricidade, por exemplo, é desde fora. Disso se deduz que os computadores não têm nenhuma compreensão interna de nenhuma atividade verdadeiramente humana, que, como humana, se lhes escapa por completo. Tudo o que podem fazer é registrar a partir de fora o que é observável e computável no comportamento das pessoas, e produzir estatísticas e planilhas, ou seja, números, em que são bons. Mas Churchill disse – ele não era santo, mas era um político humano – “Há mentiras, grandes mentiras e estatísticas”. E por que as estatísticas mentem, senão porque algo essencialmente humano lhes escapa?
Eis aqui um exemplo. Em Nova York, creio que há cerca de quinze anos, um grupo de especialistas em computação montou um computador, o Deep Blue, para jogar xadrez contra Kasparov, o campeão mundial de xadrez. Ora, se há um jogo adequado aos computadores é o xadrez, porque se apenas um deles pode processar bilhões de movimentos alternativos em poucos minutos, ou segundos, pode chegar ao melhor movimento que não deixa nada ao acaso. Adivinhem? Após algumas jogadas, os especialistas tiveram de reiniciar o computador para responder à forma com que Kasparov estava jogando! Os computadores não têm vida interior nem iniciativa, não podem pensar fora da caixa programada neles, não podem responder a nenhuma eventualidade fora de sua caixa. Fim de jogo, e vitória para os seres humanos! Kyrie eleison.
Traduzido por Cristoph Klug.


terça-feira, julho 10, 2018

Comentários Eleison: Atenção, Capitulares!

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXIII (573) (07 de julho de 2018):


ATENÇÃO, CAPITULARES!



Capitulares, não capitulem!
A hora é grave. Já é muito tarde!


Lembrem-se, todos os senhores, capitulares da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que se preparam para participar na eleição que moldará a Fraternidade pelos próximos doze anos, lembrem-se de sua grave responsabilidade! Os senhores não estarão participando de uma festa infantil num jardim, mas contribuindo para decisões com potenciais repercussões para toda a Igreja – e para o mundo!


Cuidado com a atmosfera que está se criando nos Capítulos, nos quais todos sentem que devem ser amáveis juntos, como em uma festinha no jardim, onde ninguém deve romper os bons sentimentos de todos. Todos vocês estão na linha de frente da batalha final entre a Santíssima Virgem e o Diabo (disse a Irmã Lúcia de Fátima).


Lembrem-se da crise da Igreja, desatada pelo Vaticano II, que deu origem à fundação da sua Fraternidade. É verdade que Monsenhor Lefebvre criou seminários para o verdadeiro sacerdócio e a espiritualidade católica, mas lutou para defendê-los a fim de salvar a fé católica. De que serviriam os sacerdotes, ou a espiritualidade, se ninguém tivesse a Fé? Neste sentido, até a verdadeira Missa é um meio e não o fim.


Cuidado com quem finja que a crise acabou, ou que a Roma conciliar não é mais conciliar, ou que a Fraternidade agrada ao Papa Francisco. A ele e aos funcionários que elegeu para rodeá-lo só pode agradar a Fraternidade se e quando ela deixar de resistir ao seu Concílio. Então eles passarão a amar a Fraternidade, porque ela se tornará uma extraordinária defensora da apostasia da Igreja Universal.


Lembrem-se de seu fundador, Monsenhor Lefebvre, especialmente dos conselhos e advertências de seus últimos anos, entre as sagrações episcopais de 1988 e sua morte em 1991. Essas sagrações contra a vontade expressa do Papa não contradizem todo o seu leal serviço anterior à Igreja, mas sim a sua glória suprema, porque nunca fez nada que servisse para defender e sustentar a Fé Católica!


Cuidado quando lhes dizem que o Arcebispo estava sempre tentando chegar a um acordo com as autoridades romanas. É verdade que falava com elas, mas quando em 1988 finalmente se recusaram a proteger a Tradição, então ele colocou decididamente doutrina à frente da diplomacia. Desde 2012 a diplomacia voltou a estar à frente da doutrina!


Lembrem-se de como toda a Igreja teve de ouvir o Arcebispo, porque ele defendia a Verdade e sua Fraternidade estava na vanguarda da gloriosa luta pela Fé. A partir de 2012, o que a Fraternidade defendeu? Desde que renunciou à primazia da doutrina, é cada vez mais parecida com as várias Congregações sob a Ecclesia Dei, e os melhores sacerdotes da Fraternidade estão confusos – “O que nós devemos defender agora?”.


Cuidado com suas decisões que consomem a primazia da prática sobre a doutrina, estabelecida pela Fraternidade em 2012, da unidade dos homens sobre a verdade de Deus, do homem sobre Deus. Nunca o mundo necessitou tanto de Deus! Nunca a Igreja esteve mais necessitada do testemunho da Verdade de Deus! E logo agora o testemunho da Fraternidade está por desaparecer?


Lembrem-se de que reuniões como um Capítulo Geral podem ser habilmente manipuladas, como o Vaticano II, por liberais bem preparados de antemão. Não tenham receio de encontrar-se e discutir com seus irmãos sacerdotes antes do início do Capítulo. Sem dúvida, os liberais fizeram isso, e inclusive podem até ter decidido todas as questões importantes. Por todos os meios atirem chaves inglesas em sua delicada maquinaria! Falem claramente, antes que a Verdade desapareça!


Cuidado para não renunciarem à graça, para não renunciarem à realidade, para não serem dóceis no país dos sonhos! Cuidado com “a paz e a unidade” em qualquer coisa exceto na Verdade. Este ano de 2018 é a vida ou a morte para a Fraternidade. Compromisso não é vitória. Não sejam meros carimbos, mas discutam o que a verdadeira Igreja requer da verdadeira Fraternidade!

Kyrie eleison.

Traduzido por Christoph Klug

quinta-feira, julho 05, 2018

Comentários Eleison: Eleição Vital

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXII (572) (30 de junho de 2018):


ELEIÇÃO VITAL

A Fraternidade serviu... mas ainda servirá?
Deus, de qualquer maneira, a Sua própria Igreja preservará.

Há muito em jogo na próxima eleição que ocorrerá dentro de duas semanas para os três cargos mais altos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Nos primeiros vinte anos de sua existência ela foi um obstáculo único no caminho da nova religião centrada no homem, que assumiu e ocupou a Igreja Católica na esteira do Concílio Vaticano II. Nos últimos vinte anos, seu Superior Geral fez com que a Fraternidade se tornasse cada vez menos resistente aos oficiais conciliares de Roma à frente da nova religião. Ele será ou não será reeleito para um terceiro mandato em meados de julho? Se for reeleito, é difícil ver como a Fraternidade não ficará sob o controle Conciliar. Se não for reeleito, quem for eleito em seu lugar precisará de um milagre divino ou de muita habilidade humana para fazer com que a Fraternidade esteja novamente alinhada com a intenção original do Fundador, a saber, a de colocar Jesus Cristo de volta ao Seu trono como Deus e Rei de toda a sociedade humana. Não são inimigos, mas amigos da Fraternidade os que apontam como se permitiu que o liberalismo mergulhasse nela.

Talvez a nobre intenção do Arcebispo Lefebvre de combater o liberalismo ateu fundando a Fraternidade em 1970 estivesse condenada desde o início. Afinal, ele tinha de um lado o Deus Todo-Poderoso consigo, como muitas intervenções quase milagrosas no início da história da Fraternidade o provam. Por outro lado, ele tinha contra si todo o mundo moderno e a Igreja Conciliar, de tal modo que o que durante todos os séculos desde a primitiva Igreja dos Apóstolos e Mártires havia sido normal, a saber, a civilização cristã, foi em sua época algo totalmente anormal. Então, como poderiam os jovens que foram atraídos por ele nas décadas de 1970 e 1980, e que agora estão à frente de sua Fraternidade, conhecer a ordem relativamente normal da Igreja tal como ele mesmo a conheceu entre as duas Guerras Mundiais? E como eles poderiam construir o que não conheceram? E, humanamente falando, como eles não poderiam estar vulneráveis ​​à pressão universal da anormalidade de hoje?

Pois, de fato, que os homens não acreditem em Deus, ou, se acreditam n’Ele, que o tratem como se Ele fosse de pouca importância, passou a ser normal. Tudo o que Ele tem de fazer é sair do caminho. Cara, ganha o homem; coroa, Deus perde. Afinal de contas, Deus é tão bom que nunca poderia condenar qualquer ser humano ao fogo eterno do Inferno, e os homens são tão bons que simplesmente por serem homens são tão preciosos que todos eles merecem ir para o Céu. Ele deu-nos esta vida para que a desfrutemos. Ele não poderia querer que seus dez mandamentos nos impedisse de desfrutá-la. A Igreja de ontem deu essa impressão, mas o homem tecnológico chegou à maturidade depois de séculos como camponês atrasado, e assim já era tempo de aquela velha Igreja dar lugar a uma Igreja da Nova Ordem Mundial, uma Igreja brilhante com inclusão em vez de exclusão, com liberdade em vez de proibições, com liberalismo em vez de catolicismo!

Portanto, divinamente falando, ninguém pode excluir a possibilidade de um auxílio milagroso do Céu mediante o qual o Capítulo Geral da Fraternidade eleja três superiores que entendam o que Deus quer da mesma Fraternidade, e o que com Sua ajuda quer que ela lhe dê, a saber, o testemunho contínuo e restaurado da Fraternidade em toda a Igreja do Reinado Social de Cristo Rei e da única religião verdadeira instituída pelo Deus Encarnado. Mas, humanamente falando, que ninguém tenha ilusões em relação à probabilidade de tal ajuda milagrosa. Deus não deve Seus milagres a ninguém. Já foi um milagre que a Fraternidade tenha surgido, sobrevivido e prosperado por quarenta anos, e brilhado em toda a Igreja. Pode ter desempenhado seu papel de transmitir a Tradição por tanto tempo quanto Deus o quisesse, e agora tudo o que tem a fazer é observar enquanto a mesma tocha é passada para os outros. Deus o sabe. Homens propõem. Deus dispõe.

De nossa parte, rezemos: Santíssima Mãe de Deus, do teu divino Filho, rogamos-te que obtenha para o Capítulo Geral da Fraternidade escolher os seus líderes para os próximos doze anos, servos Seus que não colocam nenhum cálculo ou ambição de ordem meramente humana na frente de Seus interesses: a restauração do Seu Reinado sobre toda a humanidade, o Triunfo do teu Coração Imaculado, e a salvação das almas. Amém.

Kyrie eleison.