Mostrando postagens com marcador sociedade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sociedade. Mostrar todas as postagens

terça-feira, abril 23, 2019

Comentários Eleison: Restaurando a Autoridade

0 comentários

Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXIV (614) - (22 de abril de 2019):


RESTAURANDO A AUTORIDADE


Filhos amados da vara não são poupados.
Por sermos por Deus amados, todos estamos para ser açoitados.


Enquanto o pagão pós-cristão Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) afirmava que o homem seria por natureza um animal antissocial, de modo que a sociedade humana seria essencialmente artificial, o pagão pré-cristão Aristóteles (384-322), um homem muito mais sábio, sabia que a sociedade é natural, porque o homem é, por natureza, um animal social (observem como se reúne com seus semelhantes desde o amanhecer até o anoitecer, em todos os modos de sociedades humanas, especialmente nos da família humana). Mas todo homem possui livre-arbítrio, de modo que todos esses tipos de sociedades devem ter alguém com autoridade para coordenar esses livre-arbítrios que, por si mesmos, são susceptíveis de dissociar-se. Portanto, toda sociedade precisa de autoridade, tão natural e necessária para o homem como o é a sociedade. Vejam como o centurião romano reconhece Nosso Senhor como um homem de autoridade por seu próprio exercício de autoridade no exército romano (Mt VIII, 8-9).

Mas sendo a autoridade tão natural para os homens quanto a sua natureza social, e sendo a sua natureza social proveniente de Deus, então toda a autoridade entre os homens deve vir em última instância de Deus (cf. Efésios III, 15), e é por isso que nesse ocaso do mundo em que quase toda a humanidade dá as costas para Deus, os homens também estão-se rebelando contra todo tipo de autoridade, e todos os tipos de autoridade estão-se tornando cada vez mais frágeis. Por exemplo, não é cada vez mais comum hoje em dia que as esposas declarem independência de seus maridos e que os filhos governem seus pais? Isso não é natural em nenhum sentido verdadeiro da palavra, mas atualmente é cada vez mais comum, porque a revolta contra a autoridade está na corrente sanguínea de todos nós. Então, como a autoridade pode ser restaurada? Temos um exemplo divino no livro de Números (capítulo 16) do Antigo Testamento.

Moisés e seu irmão Aarão eram os líderes político e religioso, respectivamente, do povo israelita para trazê-los do Egito à Terra Prometida. Ambos haviam sido designados por Deus, como o povo bem o sabia, mas os israelitas eram um povo orgulhoso e de dura cerviz, e chegou o momento no deserto quando Coré, primo de Aarão, que tinha inveja de seus privilégios, instigou outros duzentos e cinquenta levitas e dois líderes rubenitas, Datã e Abirão, a se rebelarem, e o povo se levantou em tumulto atrás deles contra a autoridade de Moisés e Aarão. Estes dois imediatamente apelaram ao Senhor, que lhes disse que reunissem o povo no dia seguinte em frente ao Tabernáculo. Então Moisés falou ao povo para afastar-se das tendas de Datã e Abirão, que estavam ali com suas famílias, onde a terra se abriu e tragou os revolucionários, enviando-os diretamente ao inferno. Outro fogo de Deus devorou então ​​Coré e seus duzentos e cinquenta levitas que exigiam privilégios e prestígio dados por Deus somente à família de Aarão.

Dessa maneira o próprio Deus demonstrou a quem Ele havia dado autoridade sobre os israelitas. A autoridade era tão importante para os israelitas no deserto porque, apesar da milagrosa travessia do Mar Vermelho (Êxodo XIV), eles ainda estavam ansiando pelas cebolas do Egito, e Datã estava reclamando das dificuldades do deserto (Núm. XVI, 13 -14). Moisés, no entanto, não era tirano, mas o mais gentil dos homens (Núm. XII, 3), e Aarão não havia feito mal ao povo (Núm. XVI, 11). No entanto, se Deus não tivesse recorrido a uma punição extrema dos rebeldes, pode-se perguntar se Moisés e Arão teriam sido capazes de levar os israelitas à Terra Prometida. Teria podido algo menos que isso ter restaurado sua autoridade? Do modo como foi, é fácil imaginar que, após o duplo castigo milagroso, nenhum israelita estivesse com pressa de desobedecer a Moisés ou a Aarão!

Em 2019, o materialismo desenfreado em todo o mundo está fazendo com que cada vez menos seres humanos acreditem em Deus, e menos ainda O levem a sério. A ciência e a tecnologia parecem garantir a boa vida para todos nós, então quem ainda precisa de Deus? E sem Ele, toda a base da autoridade desapareceu, e a autoridade em todas as formas da sociedade humana está desvanecendo no ar, mas especialmente na Igreja Católica. Ademais, o neomodernismo mantém suas vítimas em tal controle que elas são virtualmente inconvertíveis, estando persuadidas de que seguem sendo católicas. Como a Igreja pode sobreviver? Se a autoridade católica haverá de ser restaurada antes do fim do mundo, não será necessário outro milagroso e mortal fogo do Céu, como aconteceu com Datã, Coré e Abirão? De Deus não se escarnece (Gálatas VI, 7).
                                                                                                                                        
                                                                                                                                           Kyrie eleison.

segunda-feira, outubro 01, 2018

Comentários Eleison: Prevenção Sueca

0 comentários
Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXV (585)  (29 de setembro de 2018)


Prevenção Sueca




Se providenciada hoje, a prevenção não será dispendiosa,
Se se deixá-la para amanhã, poderá ser demasiado custosa.


“Se a crise ou a guerra vierem” é o título de um folheto de dezenove páginas emitida para todos os lares suecos em maio deste ano pelo Estado da Suécia, “para ajudar-nos a estarmos melhor preparados para qualquer coisa, desde acidentes graves, condições meteorológicas extremas e ataques de TI ( Tecnologia da Informação) a conflitos militares... Muitas pessoas podem sentir ansiedade quando confrontadas com um mundo incerto...”. Uma página útil de listas do folheto, de modo sensato, as quatro necessidades naturais mais importantes de qualquer lar em uma emergência nacional: água, comida, aquecimento e informação.

O estado da Suécia, obviamente, não é o único que está a observar um alto grau de tensão no mundo à nossa volta. Todo estado é formado de nada mais que seres humanos: cada um dos quais vem de Deus e recebeu a vida para fazer o uso correto dela, de modo a poder ir para Deus quando morrer. No entanto, a massa da humanidade hoje vive em um estado de indiferença para com Deus, ou em revolta positiva contra Ele. Muitos homens podem não ser ateus, podem ainda acreditar que Ele existe, mas dificilmente O levam a sério, porque a ciência e a tecnologia parecem ter assumido Seu lugar, e é daí em diante que a política e a economia modernas garantem para nós a boa vida. A velhice é convenientemente transferida para uma casa de idosos, e a morte para um hospital. No entanto, Deus existe, é claro, como sempre, e Ele mais do que nunca se preocupa em ver mais almas do que nunca lançando-se do pecado ao Inferno, e é por isso que nosso mundo está em tal estado de tensão sem precedentes: está vivendo intencionalmente contrapondo sus objetivos aos de seu Criador. Alguma enorme crise deve estar por vir.

Uma vez que o problema é radicalmente religioso, deve-se dizer que a melhor solução é também religiosa. Aquele lar está comprando a melhor apólice de seguro para proteger-se a si mesmo enquanto o Rosário é rezado regularmente por toda a família. Como o Diabo deve odiar o Rosário! Mas, entretanto, as sugestões práticas da Suécia são um bom começo para qualquer agregado familiar que ainda não tenha pensado em quaisquer medidas práticas para preparar-se para os problemas. Aqui estão algumas delas:

ÁGUA – Água potável é vital. Considere pelo menos três litros por adulto por dia. Preveja um meio de fervê-la, se isto fizer-se necessário. Tenha garrafas, baldes com tampas, garrafas plásticas para congelar a água e galões, de preferência com uma torneira para recolher a água.

ALIMENTOS – Tenha comida extra em casa que forneça calorias suficientes. Use alimentos não perecíveis que podem ser preparados rapidamente, requerem pouca água ou podem ser consumidos sem preparação: por exemplo, pão com longa vida útil, comidas pastosas em bisnagas, leite em pó, óleo de cozinha, macarrão, lentilhas, latas de sardinha, macarrão, carne cozida, sopa, mel, nozes, sementes (essas são apenas algumas das sugestões do folheto).

AQUECIMENTO – Em uma casa fria e sem eletricidade, reúna todos os habitantes em um quarto, pendure cobertores nas janelas, cubra o chão com tapetes e construa uma guarida debaixo de uma mesa para manterem-se aquecidos. Apague todas as velas e queimadores de óleo antes de dormir. Areje a sala regularmente para deixar entrar oxigênio. Tenha roupas de lã, colchões e sacos de dormir, isqueiros, fontes alternativas de calor, etc.

COMUNICAÇÃO – Em uma crise, haverá a necessidade de receber notícias nacionais, contatar amigos e parentes, contatar os serviços de emergência. Portanto, ter um rádio alimentado por baterias ou células solares ou de bobinas: um rádio de carro e um carregador de celular que funcionam em um carro, baterias extras, etc.

E o folheto menciona muitas coisas mais, como dinheiro à mão, um armário de remédios, combustível no tanque. Muitas dessas coisas custam relativamente pouco agora, mas deixe que se aproxime uma crise perigosa, e de repente elas passam a se tornarem muito mais escassas e caras, se é que ainda poderão ser obtidas. "Confie em Deus", diz o provérbio, "mas continue remando para a praia".


Kyrie eleison


*Traduzido por Leticia Fantin.