segunda-feira, setembro 28, 2020

Comentários Eleison: Arcebispo Transferido

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Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCLXXXVIII (688) – (19 de setembro de 2020)

 

 

ARCEBISPO TRANSFERIDO

 

E então, grandes seguidores se transformam em pequenos sepultureiros...

Tem misericórdia, Senhor, pois todos podemos cair!

 

Há dois dias, os restos mortais do Arcebispo Lefebvre foram transferidos da cripta ao lado do Seminário de Écône, onde haviam descansado por algum tempo desde sua morte em 1991, para um sarcófago de mármore na cripta sob a Capela do Seminário especialmente preparada para seu repouso permanente. Todo esplendor é apropriado para o lugar da sepultura do mais grandioso homem de Deus, o maior herói da Fé Católica, dos tempos modernos, o Arcebispo que praticamente sozinho salvou a doutrina católica, os sacramentos e o sacerdócio de perecerem, de se corromperem e serem eliminados por homens modernos que já não acreditavam neles, pelo menos tal como haviam sido transmitidos pela fiel Igreja Católica ao longo de quase dois mil anos.

 

E pode-se dizer que, após a sua morte, seus sucessores deram continuidade ao seu trabalho mais ou menos fielmente por mais 20 anos, até que, em 2012, ocorreu uma mudança em sua Fraternidade Sacerdotal São Pio X que obrigou muitas almas a falarem de uma Neofraternidade, do mesmo modo que as mudanças na Igreja após o Concílio Vaticano II (1962-1965) obrigaram muitos católicos a falarem de uma Neoigreja, de tão radicais que elas foram. Infelizmente, a cerimônia de transferência dos restos mortais do Arcebispo refletiu essa transferência de sua obra da Fraternidade para a Neofraternidade, porque não foi celebrada pelo atual Superior Geral, o Pe. David Pagliarani, mas pelo seu predecessor como Superior Geral, aquele que foi o principal responsável por essa transformação da Fraternidade em Neofraternidade. Esta escolha do predecessor do Pe. Pagliarani para celebrar um evento tão notável em homenagem ao Fundador da Fraternidade não é um bom presságio nem um acidente. Isso nos recorda a citação de Nosso Senhor (Mt. XXIII):

 

29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois edificais os túmulos dos profetas e adornais os monumentos dos justos, 30 dizendo: “Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos participado com eles do derramamento do sangue dos profetas”.

 

Pode ser que atualmente a hipocrisia universal de todo um mundo que rejeita Nosso Senhor ocorra tão profundamente, que muitas almas que participaram da cerimônia de dois dias atrás não fossem hipócritas conscientes, Deus o sabe, de modo que não sejam tão severamente condenadas como Nosso Senhor condenou aqueles que Ele sabia que estavam prestes a crucificá-lo. Pois, com efeito, muitos dos católicos que tinham seguido fielmente o Arcebispo Lefebvre em sua “desobediência” aos oficiais infiéis da Igreja, foram habilmente enganados pelos sucessores dele e reconduzidos a esses mesmos oficiais e sua religião conciliar do homem. No entanto, objetivamente falando, o paralelo é claro.

 

* Os fariseus construíram monumentos em honra aos profetas que eles mesmos teriam matado.

 

A Neofraternidade constrói um sarcófago para seu Fundador quando ela mesma faz amizade com os pachamamistas que ele já abominava.

 

* Aos fariseus Nosso Senhor prometeu enviar mensageiros para denunciarem sua infidelidade, mas a estes eles matariam da mesma forma.

 

Para a Neoigreja e a Neofraternidade, ele envia um Arcebispo Viganò para lembrá-los de sua infidelidade. A Neoigreja mataria-o. A Neofraternidade faz o possível para não dar-lhe atenção.

 

* Os fariseus foram avisados ​​por Nosso Senhor sobre as graves consequências de sua infidelidade, e, de fato, no ano 70 d.C. Jerusalém foi totalmente destruída.

 

Quanto à Neofraternidade, reduziu o trabalho do Arcebispo a uma impotência radical, porque a rede mundial da Fé que ele construiu tem absoluta necessidade de novos Bispos para manter essa mesma Fé, e, no entanto, ao recusar consagrar novos Bispos sem o consentimento dos pachamamistas, a própria Neofraternidade está recusando novos Bispos que mantenham a fé do Arcebispo Lefebvre, porque os pachamamistas nunca consentirão na consagração de Bispos que defendam essa fé.

 

Em suma, os membros da Neofraternidade permitiram que o predecessor do Pe. Pagliarani homenageasse o local da sepultura de seu Fundador, o mesmo predecessor que fez mais do que ninguém para enterrar a obra deste. Eles estarão dando-se conta de como correm o risco de contribuir para a transferência de uma obra de heróis para um parquinho infantil de neofariseus?

 

Kyrie eleison.

domingo, setembro 20, 2020

Comentários Eleison: Madiran – Introdução

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 Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCLXXXVIII (688) – (19 de setembro de 2020)

 

 MADIRAN  INTRODUÇÃO

 

“Pensar” é hoje a dissolução do pensamento.

Madiran? A destituição da dissolução!

 

Como filha mais velha da Igreja, a França sempre teve pensadores e escritores na linha de frente da defesa da Igreja, e nisto os tempos modernos não são uma exceção. Na confusão e na desordem dos católicos que surgiram imediatamente após o fim do Concílio Vaticano II em 1965, um pioneiro notável do que viria a ser o pensamento "tradicional" foi o francês Jean Madiran (1920-2013), criador e editor da revista mensal direitista e nacionalista “Itinéraires” (Itinerários) de 1956 a 1996. Já um autêntico defensor da Fé antes do Concílio, fez de sua revista uma peça central dessa defesa depois do Concílio, quando ela se tornou leitura essencial para muitos católicos que tentavam não perder a cabeça nem a fé.

 

Na década de 1960, Madiran certamente contribuiu para manter na França o público letrado que serviria de base de apoio na década de 1970 para que o Arcebispo Lefebvre fosse capaz de dirigir um movimento “Tradicional” na França a fim de opor-se à destruição da Igreja por dentro pelo clero conciliar. Madiran e sua revista também podem ter ajudado seriamente o próprio Arcebispo a chegar à sua importante decisão no final da década de 1960 de fundar na Suíça francesa a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, destinada a dar sua contribuição decisiva para a salvação da Tradição Católica durante os 40 anos seguintes. A única vez que este escritor se lembra de ter visto o Arcebispo correr foi quando Madiran uma vez estava visitando o seminário de Écône, e o Arcebispo teve de alcançá-lo pouco antes que retornasse a Paris.

 

Infelizmente, a colaboração deles chegou ao fim quando João Paulo II se tornou Papa em 1978, e Madiran pensou que este resgataria a Igreja, mas, no que diz respeito ao Arcebispo, Madiran teve sua boa influência, e a "Tradição" estava de agora em diante bem estabelecida. Precisamos hoje lembrar o quão impensável era nas décadas de 1950 e 1960 que os católicos duvidassem de seu clero. Aqui está o enorme mérito de Madiran: uma verdadeira fé não abalada por uma hierarquia católica quase inteiramente perdida, junto com a coragem de levantar-se e escrever em público contra a multidão de pessoas que seguem "fielmente" essa hierarquia por "obediência", ou que sem fé se regozijava na destruição da Igreja pela maçonaria. O fato de Madiran ter-se deixado enganar posteriormente por João Paulo II apenas testemunha a força do magnetismo de Roma, que por um período crucial de tempo ele mesmo havia conseguido superar a serviço da Verdade Católica.

 

Sugere-se que houve algo nele que nunca vacilou pelo fato de que, entre todos os livros que escreveu em uma vida longa e produtiva, aquele em que ele mesmo disse que melhor disse o que essencialmente queria dizer é o livro que vamos ver nestes “Comentários Eleison” – L'hérésie du vingtième siècle [A heresia do século XX]. Apareceu pela primeira vez em 1968, em outras palavras, no meio da polêmica que girava em torno do Vaticano II. Contém um prólogo e seis partes, totalizando talvez sete números destes “Comentários”, porque o livro é um clássico, mesmo que não tenha tido muitas – ou nenhuma – tradução.

 

É um clássico porque é preciso um filósofo tomista para reconhecer e corrigir – como se analisa uma névoa? –, e Madiran era um filósofo tomista. Mas não qualquer filósofo tomista, porque a maioria dos Bispos do Vaticano II havia sido treinada em seu seminário ou em sua congregação nos princípios da filosofia de Santo Tomás de Aquino. Mas eles não haviam aprendido ou entendido como esses princípios se aplicam à realidade. Isto se deve ao fato de que é relativamente fácil ensinar essa filosofia como um catálogo telefônico coerente, que independe da realidade. Os alunos católicos são dóceis e bebem de tudo, sem necessariamente compreender que o tomismo é o único e possível relato da única realidade que nos rodeia. Mas quem pode ensinar a realidade a alunos nascidos no ar-condicionado ou no aquecedor central e amamentados na televisão? Madiran foi de uma geração anterior, o que ajuda, mas mesmo assim, para ver o modernismo tão claramente quanto ele, precisou de uma graça especial de realismo, como Pio X de Corte, Calderón e alguns outros seletos.

 

Apertem os cintos. Madiran vale a pena. Nas próximas semanas, talvez, seu Prólogo.

 

Kyrie eleison.

quarta-feira, setembro 16, 2020

Comentários Eleison: Realidade Econômica

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Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCLXXXVII (687) – (12 de setembro de 2020)



REALIDADE ECONÔMICA


Os homens, enquadrados na Ordem de Deus, desobedecem?

Dentro da mesma Ordem, eles devem pagar.


É ter a visão muito estreita dizer que a economia não tem nada que ver com a religião, porque a economia (as relações materiais entre os homens) provém da política (as relações humanas entre os homens), e a política (as relações do homem com seus semelhantes) descende necessariamente de suas relações com seu Deus (sua religião). Neste momento os Estados Unidos estão à beira de uma tremenda crise econômica, e, com eles, o resto do mundo. Tentemos ver esta crise em algo mais do que uma simples perspectiva material, a fim de evitar que a situação pareça não fazer sentido, se e quando muitas coisas logo quebrarem.


O dinheiro desempenha na vida econômica de uma nação um papel tão essencial quanto o óleo no motor de um carro. É normal que o governo de qualquer estado queira controlar a criação de dinheiro nesse estado. Não é normal que os cidadãos controlem o dinheiro do seu estado porque correm o risco de fazê-lo conforme seus próprios interesses, e não pelo bem comum. No entanto, atualmente, em todo o mundo, o dinheiro dos Estados é controlado por bancos centrais que são estritamente independentes desses Estados. Nos Estados Unidos, particularmente, a Constituição de 1787 estabelecia que o dinheiro do novo estado deveria ser criado e controlado pelo governo (o Congresso), e esta foi a situação normal até 1913, quando um consórcio de cidadãos privados, homens de dinheiro, depois de muitas tentativas vãs, finalmente conseguiu enganar o Congresso para que entregasse ao "Federal Reserve", seu novo banco central, todo o poder sobre o dinheiro dos EUA.


Esses homens do dinheiro haviam prometido que o Fed, como veio a ser conhecido, resolveria o problema das crises econômicas recorrentes, como o ciclo de “booms” e “busts” econômicos. Não fez nada disso, pelo contrário, tornou-os ainda piores, como a Grande Depressão de 1929 e os anos seguintes, e como agora a Depressão de 2020, que corre o risco de fazer 1929 parecer um piquenique e de despojar os Estados Unidos de sua prosperidade e escravizar sua liberdade, tornando todos os cidadãos americanos escravos das dívidas. A classe média em breve não existirá mais. Teria acontecido isso se tivessem dado ouvidos a Nosso Senhor? – “Buscai primeiro o reino de Deus e Sua justiça, e todas essas coisas se vos darão por acréscimo” – Não. Os mesmos cidadãos se deixaram enfeitiçar pela promessa do Fed de dinheiro cada vez mais fácil.


Pois, na vida real, dinheiro é algo difícil de conseguir, e tem de ser ganho com o suor da testa de um trabalhador. Essa é a economia real onde as contas e o aluguel devem ser pagos, onde bens e serviços reais são produzidos gerando riqueza real, por exemplo, a indústria e o comércio que criaram o êxito material e o prestígio dos EUA. Mas há então o mundo das finanças que se encontra no topo da economia real, como Wall Street sobre Main Street, mundo em que se pode inventar alguma forma fantástica ou projetada de evitar realidades como contas e aluguel, onde o dinheiro cresce a partir de investimentos, alavancagem e especulação, onde, por exemplo, um jovem banqueiro pode em poucos dias arruinar um banco centenário (Barings, 1995). É um mundo totalmente aberto à propaganda, à manipulação e à fantasia, susceptível de estar cada vez menos atado ao mundo real, de ser varrido por sonhos de riqueza ilimitada à custa de nenhum esforço. Esse tipo de sonho não é católico!


Mas o Fed o deixou aberto desde 1987, em 2008 e particularmente em 2019. Em 1987, Alan Greenspan tornou-se presidente do Fed e começou a incentivar as finanças de fantasia sobre a economia real. Os bancos comerciais foram autorizados a especular com o dinheiro de seus clientes. Em 2008, seu mau investimento gerou uma enorme crise econômica, “resolvida” pelo Fed, que começou a criar quantias fabulosas de “dinheiro” do nada.


Em 2019, quando o público estava cada vez mais enganchado no dinheiro de fantasia, o balanço público do Fed decolou até a completa irrealidade, sete trilhões de dólares e contando, e agora está quebrando a economia real com o corona-pânico, para então "pagar" as dívidas da crise, as quais todos contraem, com seus trilhões irreais, mas transformando os cidadãos do mundo inteiro em verdadeiros escravos.


E a solução? Deus é a realidade suprema. Se os homens retornassem a Ele, a perspectiva deles mudaria totalmente, e essas fantasias de Seus inimigos começariam a dissipar-se, como a névoa no sol da manhã.


Kyrie eleison.

segunda-feira, setembro 07, 2020

Comentários Eleison: Peregrinação em Walsingham

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 Comentários Eleison  –  por Dom Williamson

Número DCLXXXVI (686) – (5 de setembro de 2020)



PEREGRINAÇÃO EM WALSINGHAN


Quando tudo se torna completamente inútil para o lado dos homens,

Recorrer a Maria é algo extremamente sábio.


A inspiração para esta peregrinação da “Resistência” que acontecerá daqui a duas semanas no principal santuário mariano da Inglaterra, no leste, perto de Norfolk, veio diretamente das palavras de Nossa Senhora de Akita, proferidas no Japão em 13 de outubro de 1973, e desde lá já se vão 47 anos. Observe o dia e o mês que Ela escolheu para dar a sua Terceira Mensagem pré-apocalíptica para o mundo, transmitida através da Irmã, humanamente surda, Agnes Sasagawa: o dia e o mês do Grande Milagre de Fátima em 1917. No curso de sua investigação oficial para verificar a autenticidade da intervenção de Nossa Senhora, o Bispo católico de Akita consultou na época o Cardeal Ratzinger, que então teria dito que Akita era a continuação de Fátima. Em todo caso, em 1982 aquele Bispo, John Shojiro Ito, deu a sua total aprovação oficial à devoção a Nossa Senhora de Akita. Aqui está a terceira Mensagem:


Como eu lhe disse, se os homens não se arrependerem e não melhorarem, o Pai infligirá um castigo terrível a toda a humanidade. Será um castigo maior do que o dilúvio, como nunca se viu antes. Cairá fogo do céu e exterminará grande parte da humanidade, tanto os bons como os maus, não poupando nem fiéis nem sacerdotes. Os sobreviventes ficarão tão desolados que invejarão os mortos. As únicas armas que restarão para vocês serão o Rosário e o Sinal deixado por Meu Filho. Recitem todos os dias as orações do Rosário. Com o Rosário, rezem pelo Papa, pelos Bispos e pelos Padres. A obra do demônio se infiltrará até mesmo na Igreja de tal maneira que se verá Cardeais opondo-se a Cardeais, Bispos contra Bispos. Os Padres que me veneram serão desprezados e combatidos por outros Padres... As igrejas e os altares serão saqueados; a Igreja estará cheia de quem aceita compromissos, e o demônio pressionará muitos sacerdotes e muitas almas consagradas a abandonarem o serviço do Senhor. O demônio será especialmente implacável contra as almas consagradas a Deus. O pensamento da perda de tantas almas é a causa da minha tristeza. Se os pecados aumentarem em número e gravidade, não haverá mais perdão para elas.


O corona-pânico  grosseiramente inflado da primavera de 2020, juntamente com a ameaça de sua repetição deliberada neste outono, e a intenção de impor o comunismo em todo o mundo, têm feito com que muitas pessoas vejam mais claramente por que em 1973 Nossa Senhora de Akita acrescentou depois de Sua Mensagem estas palavras: Só eu posso salvá-los das calamidades que se aproximam. O problema atual da Igreja e do mundo, causado pelos seres humanos, está muito além de qualquer solução pelos seres humanos simples. Se Deus permitir, em Walsingham faremos exatamente o que Nossa Senhora pediu, para obter a solução Dela, e não a nossa!


Sexta-feira, 18 de setembro

Chegada em Walsingham às 16h.

Primeiro Rosário completo (Papa, Bispos, Padres), às 17:15,  no terreno da  Slipper Chapel.

Rosário completo opcional em Walsingham, às 20h.


Sábado, 19 de setembro

Segundo Rosário completo da peregrinação, caminhando pela Holy Mile da Slipper Chapel, às 10h.

Missa no terreno da Abadia de Walsingham, às 12h. 

Terceiro Rosário completo (Bispos, Padres, Papa) na Abadia de Walsingham, às 14h.

Quarto Rosário completo em Walsingham, às 16:30.

Rosário completo opcional em Walsingham, às 20h.


Domingo 20 de setembro

Quinto Rosário Completo (Padres, Papa, Bispos) na Abadia de Walsingham, às 9:30.

Missa na Abadia de Walsingham, às 10:30.

Bênção final na Abadia de Walsingham, às 12:30.


Esses horários são pelo TMG (Tempo Médio de Greenwich) mais uma hora para o verão inglês. As almas que estiverem longe de Walsingham podem ajudar rezando em união com os peregrinos que estiverem lá.


Kyrie eleison.