terça-feira, maio 28, 2019

Comentários Eleison: Um Mau Sinal

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXIX (619)- (25 de maio de 2019)



Um Mau Sinal


Sacerdotes da Fraternidade, fazemos este apelo: não se deixem enganar.
O Capítulo de julho nada pode recuperar.

Preparem-se, caros leitores, para outra má notícia. Não é o fim do mundo, mas é mais uma palha em um vento desfavorável, mais uma indicação de que o vento está soprando na direção errada quando tínhamos esperança de que pudesse ter virado na direção certa. Afinal, quando no Capítulo Geral de julho do ano passado foi eleito um novo Superior Geral, não se teve um sinal de que o controle firme dos liberais sobre a direção que estava tomando a Fraternidade estava finalmente se afrouxando? De que havia uma esperança de que o novo Superior Geral pudesse levar a Fraternidade numa direção mais sã do que a que haviam tomado os dois sucessores imediatos do Arcebispo?

Essa esperança recebeu um duro golpe quando soubemos que, pouco antes do final do Capítulo, havia-se criado junto ao órgão normal do governo da Fraternidade, que é o triunvirato de seu Superior Geral e seus dois assistentes, dois novos postos de Conselheiro para assessorar o triunvirato. E quem se nomeou para esses dois cargos? Ninguém menos que os dois Superiores Gerais anteriores! Mas, caso temêssemos que isso pudesse significar que não haveria nenhuma mudança no crescente pesadelo da Fraternidade dos últimos vinte anos, asseguraram-nos que os dois novos Conselheiros apenas assessorariam sobre a inclusão ou exclusão dos membros da Fraternidade, ou sobre a abertura ou fechamento de casas da Fraternidade. E quem quis acreditar, acreditou.

Além de afastar os temores de que no topo da Fraternidade quanto mais as coisas mudassem mais elas seguiriam sendo as mesmas, temores de que a Fraternidade ainda estava sob as garras de seus inimigos internos, informaram-nos também que o ex-Superior Geral já não estaria morando no Quartel General da Fraternidade em Menzingen, perto de Zurique, mas no seminário principal da Fraternidade em Écône, com uma cadeia de altas montanhas entre esta e Menzingen. Tal movimento assustou alguns de nós pela sombra que se lançava sobre todo o Seminário pela proximidade do antigo Superior Geral com a formação sacerdotal dos futuros sacerdotes francófonos da Fraternidade, mas pelo menos ele não estaria ofuscando seu sucessor em Menzingen. Pelo menos nesse sentido poderíamos esperar que ele deixasse para seu sucessor como Superior Geral a liberdade para determinar por si mesmo a futura política da Fraternidade. E isso é certamente o que a mudança de Menzingen para Écône pretendia-nos fazer pensar. Infelizmente, parece que mais uma vez nos fizeram de tolos.

Com efeito, a última notícia, vinda de mais de uma fonte e seguramente fácil de verificar-se, é a de que o ex-Superior Geral fez as malas em Écône e voltou para Menzingen. Parece que ele calculou que haveria pouca reação em potencial à permanência dele no Quartel General, ou que a reação havia acalmado; em todo caso, que era seguro para a aranha retornar ao centro de sua teia, porque nenhuma das moscas notaria.

Sacerdotes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X do Arcebispo Lefebvre: em nome dele, apelamos aos senhores: acreditem se quiserem que a política de ressubmissão à Roma conciliar não é suicida para a sua Fraternidade e para o propósito para o qual ele a fundou, mas, nas palavras de Hamlet, "não passa em tua alma esse enganoso unguento", não pensem que a mudança de Superior Geral em julho fez uma diferença real nessa política. Parece que a mesma máfia de liberais segue no comando, e continua determinada – é claro, com a melhor das intenções – em desfazer o que fez o Arcebispo.

O problema é profundo, e se estende para muito além da pequena Fraternidade. Permaneçam atentos!

Kyrie eleison.

segunda-feira, maio 20, 2019

Comentários Eleison: O Brexit de Daniel

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXVIII (618) - (18 de maio de 2019):




O BREXIT DE DANIEL!

Do sublime Daniel à vergonha terrena da Grã-Bretanha,
Resgata, ó Deus, resgata Teu Santo Nome!

Se a pobre Inglaterra precisa urgentemente compreender em profundidade por que a Europa está-se equivocando, para salvar a Grã-Bretanha de seguir a Nova Ordem Mundial, os católicos ainda mais precisam compreender em profundidade como e por que sua Igreja se equivocou no Vaticano II, para salvarem o mundo inteiro de seu afastamento do único e verdadeiro Deus. No Antigo Testamento, o próprio Deus inspirou em Seu profeta Daniel, exilado longe de casa pelo cativeiro da Babilônia (cerca de 590 a 520 a.C.), uma oração urgente de contrição pelos pecados dos israelitas para que Deus perdoasse Seu povo e os concedesse restaurarem a glória do Seu nome, permitindo-lhes que voltassem a praticar uma vez mais a Sua santa religião na cidade santa de Jerusalém. Não é difícil adaptar ao cativeiro da Igreja Católica no século XXI a grande oração de Daniel (Capítulo IX):

[4] Orei ao Senhor meu Deus e fiz-lhe esta confissão; Ah! Senhor, Deus grande e terrível, que guardas a tua aliança e a tua misericórdia para com os que te amam e observam os teus mandamentos. [5] Nós pecamos, cometemos a iniquidade, procedemos impiamente, fomos rebeldes, afastamo-nos dos teus preceitos e das tuas leis. [6] Não temos escutado os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos pais e a todo o povo do país.

[7] Tua é, ó Senhor, a justiça; a nós, porém, não nos resta senão a confusão do nosso rosto, como sucede hoje a todos os homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe, em todos os países, para onde os lançaste, por causa das iniquidades que cometeram contra ti. [8] Para nós, Senhor, a confusão do rosto, para os nossos reis, para os nossos príncipes, e para os nossos pais, pois pecamos contra ti. [9] Mas do Senhor, nosso Deus, é própria a misericórdia e a propiciação, porque nos revoltamos contra ele. [10] Não ouvimos a voz do Senhor nosso Deus, não andamos segundo a lei, que nos prescreveu, por meio dos seus servos, os profetas.

[11] Todos os de Israel violaram a tua lei, desviaram-se para não ouvirem a tua voz; sobre nós, por isso, se derramaram a maldição e a imprecação, escritas na lei de Moisés, servo de Deus, porque pecamos contra ele. [12] Cumpriu as palavras que proferiu contra nós e contra os príncipes que nos governavam; fez vir sobre nós uma calamidade tão grande, que nunca se viu, debaixo de todo o céu, igual à que aconteceu a Jerusalém. [13] Todo este mal caiu sobre nós, segundo está escrito na lei de Moisés, e nós não acalmamos a face do Senhor nosso Deus, afastando-nos das nossas iniquidades e aplicando-nos ao conhecimento da tua verdade. [14] Assim o Senhor vigiou sobre a desgraça e fê-la cair sobre nós, porque o Senhor nosso Deus é justo em todas as obras que fez, mas nós não ouvimos a sua voz.

[15] Agora, Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa e que adquiriste então um nome, que dura até ao dia de hoje. (confessamos que) temos pecado, que temos cometido a iniquidade. [16] Senhor, por toda a tua justiça (ou misericórdia), digna-te afastar a tua ira e o teu furor da cidade de Jerusalém, do teu santo monte (Sião), porque Jerusalém e o teu povo são hoje o escárnio de todos os que nos cercam, por causa dos nossos pecados e das iniquidades de nossos pais. [17] Atende, pois, agora. Deus nosso, à oração do teu servo, às suas preces, e, sobre o teu santuário devastado, faze brilhar a tua face, por amor de ti mesmo.

[18] Inclina, Deus meu, o teu ouvido e ouve; abre os teus olhos e vê as nossas ruínas e (contempla) a cidade sobre a qual se invoca o teu nome. Não trazemos à tua presença as nossas súplicas (humildes) fundados em merecimentos da nossa justiça, mas sim nas tuas grandes misericórdias. [19] Ouve, Senhor, perdoa. Senhor; atende e põe mãos à obra; não tardes mais. Deus meu, por amor de ti mesmo, porque esta cidade e este teu povo têm a glória de lhes haver sido dado o teu nome.

Kyrie eleison.

domingo, maio 12, 2019

Comentários Eleison: Brexit II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXVII (617) - (11 de maio de 2019):


BREXIT – II


Brexistas, vocês querem realmente ser abençoados?
Busquem primeiro o Reino de Deus. Ele acrescentará o resto.


Há um poema inglês do século XIX merecidamente famoso que lança muita luz sobre o enorme rebuliço que foi despertado pela tentativa do povo britânico de escapar das redes da União Europeia. "Dover Beach [A Praia de Dover]" foi escrito provavelmente em 1851 por Matthew Arnold (1822-1888), e apresenta em quatro versos irregulares sua profunda melancolia quando se encontra em pé na beira do Canal da Mancha escutando o ritmo incessante das ondas na praia em frente a casa onde se encontra para passar a noite com sua amada, presumivelmente sua legítima esposa.

O primeiro verso é uma bela descrição do litoral iluminado pela lua e das ondas, que conclui com a “eterna nota de tristeza” que ele parece ouvir nas ondas. Como um completo erudito clássico, ele recorda uma citação do dramaturgo grego Sófocles (496-406 a. C.), que ouviu no mesmo vai e vem das ondas em uma praia parecida a milhares de quilômetros de distância, e há mais de dois mil anos, “o turvo vai e vem da miséria humana”, e o espírito de Arnold se volta para os profundos problemas de sua própria época, a da era Vitoriana. Arnold nunca foi católico, mas no terceiro verso ele remonta esses problemas à perda da Fé em seu século XIX, cujo “rugido melancólico de retirada lenta” parece ouvir o som das ondas que se esvaem diante dele.

No quarto e último verso, ele apresenta a única solução que tem para o problema da vida que desaparece do que uma vez foi a cristandade, e que é voltar-se para sua amada ao seu lado e implorar-lhe que permaneça fiel a ele, porque tudo o que eles realmente têm é um ao outro. Assim, na obscura conclusão do poema, tudo o mais

Não tem realmente alegria nem amor nem luz,
Nem certeza nem paz nem amparo para a dor;
E estamos aqui como em uma planície obscura
Arrastados por confusos alarmes de luta e fuga,
Onde exércitos ignorantes se chocam à noite.

Assim, Arnold teve fé suficiente para ver que o problema essencial de sua civilização era a perda da fé religiosa, mas lhe faltava a fé para acreditar na alternativa real e existente para a obscuridade e para a confusão resultantes, nomeadamente, a Igreja Católica. Da mesma forma, os brexistas têm instintos sadios suficientes para sentirem que a União Europeia está indo na direção errada, mas eles têm menos religião ainda do que Arnold, e então eles têm menos ideia do que ele tinha de como evitar a “planície obscura”. Portanto, o debate sobre o Brexit continua sendo um “choque de exércitos ignorantes à noite”, porque todo mundo está enquadrando o debate no âmbito econômico, quando na realidade o verdadeiro debate é religioso, entre os últimos vestígios das nações cristãs, por um lado, e, por outro lado, o início do Anticristo com sua Nova Ordem Mundial. É a dimensão religiosa que dá ao debate sua força em ambos os lados. É a falta de religião de ambos os lados que dá ao debate sua confusão.

Pois, de fato, Deus é o grande ausente da “civilização” moderna, mas como disse certa vez o Cardeal Pie, se Ele não governa com Sua presença, Ele governará com Sua ausência. Sem Ele, o debate sobre o Brexit está sendo conduzido sob a perspectiva econômica, e desse modo os brexistas estão fadados a perder. Mas será que eles estão dispostos a se voltarem para Deus? Eis a questão.

Kyrie eleison.

domingo, maio 05, 2019

Comentários Eleison: Diagnóstico do Brexit

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXVI (616) - (04 de maio de 2019):


Diagnóstico do Brexit


Pessoas da antiga Grã-Bretanha, atenção!
Sem Deus, os escravos de Mamon arrancarão seu coro!


Há meses o Parlamento Britânico, outrora virtualmente o amo do mundo, vem apresentando ao mundo inteiro um espetáculo indigno, de divisão e irresolução. Por que razão a questão de deixar a União Europeia causou tamanha confusão e aborrecimento? Certamente porque quando em 2016 a classe política deu ao povo a oportunidade de votar em um referendo sobre sua política de Nova Ordem Mundial, o povo votou em um número jamais antes visto na Grã-Bretanha, e pegou a classe política completamente de surpresa quando a maioria de 52% rejeitou a sua NOM contra os outros 48%. O voto favorável ao Brexit (a saída da Grã-Bretanha da UE) fez com que essa classe perdesse seu rumo, e desde então ela tem estado atrapalhada, completamente e por tanto tempo enfeitiçada – ou comprada – pela NOM.

Comprada, porque a União Europeia e seu parlamento em Bruxelas representam Mamon, ou a política do dinheiro. Porque toda a ideia por trás da União Europeia era, mediante a prosperidade material, comprar o apoio dos muito diferentes povos europeus para a submersão de suas diferenças nacionais em um único estado europeu internacional, que por sua vez deve ser um componente fundamental do estado único mundial internacional, a Nova Ordem Mundial. Assim, os mestres judaico-maçônicos do dinheiro por trás da NOM assumiram que a política de união poderia ser realizada pela economia de sua moeda única, o euro, e calcularam que os europeus estariam tão apaixonados pela obra materialista dos “banksters [banqueiros gângsteres]”, que não se oporiam à dissolução de suas nações pela imigração descontrolada procedente de fontes não europeias.

Mas “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt IV, 4). De fato, segundo a natureza das coisas, a religião (o homem para seu Deus) é primária, a política (o homem para seus semelhantes) é secundária, e a economia (homem para o dinheiro) é apenas terciária. Portanto, é antinatural que a economia dirija a política; e a natureza pode ser revertida pela Revolução, mas a natureza sempre pode reivindicar-se a si mesma, como no caso da votação do Brexit, que foi diretamente provocada pela admissão antinatural na Grã-Bretanha, pelos políticos, de hordas de estrangeiros inassimiláveis. No entanto, quando a natureza se restabelece, os políticos modernos, materialistas ateus e superficiais, quase sem exceção, são tomados completamente de surpresa, como pelo voto do Brexit. Eles fazem guerra contra a natureza. Como poderiam entendê-la ou dirigi-la?

Mas quem votou em todos esses políticos antinaturais? Quem mais senão os povos (não só da Grã-Bretanha), de acordo com o sacrossanto princípio da democracia? Sacrossanto? Sim, porque a inversão atual da natureza é completa, de modo que assim como a economia moderna é feita para derrubar a política, assim também as políticas modernas são feitas para derrubar a religião, e a democracia se torna uma religião substituta, e a vontade do povo substitui a Deus. Isto significa que o voto do Brexit não foi válido apenas porque foi a vontade do povo britânico, 52 a 48%, mas porque favoreceu o que é natural, a identidade e os vários dons dados por Deus às nações europeias, concebidos por Deus para comporem a sinfonia da Europa, como se alcançou na Idade Média católica. “Busque primeiro o reino de Deus e Sua justiça (religião) e todas essas coisas (políticas) vos serão dadas por acréscimo” (Mt. VI, 33).

Isso significa que os britânicos que votaram pelo Brexit são religiosos? Dificilmente! Em sua maior parte são materialistas ateus prontos para o comunismo da burocracia tirânica de Bruxelas, com uma visão não mais verdadeira que a dos políticos em quem votam habitualmente, e igualmente confusos. Mas o Canal da Mancha dá a eles uma certa distância e uma certa perspectiva em relação ao que acontece na Europa, de modo que quando se realizou a votação do Brexit, alguns antigos instintos naturais entraram em ação, os mesmos pelos quais se tem conservado a aparência – não a substância! – de uma monarquia católica. No entanto, se o povo britânico não é cuidadoso, se ele não “vigia e ora” por seu país, os frutos de seu voto original do Brexit lhes serão roubados pelos “banksters” de uma forma ou de outra. Sem dúvida, eles já estão planejando como contornar aqueles dos quais a imagem que têm é a de “brexistas” estúpidos e atrasados. Deus é supremamente generoso, mas d’Ele não se escarnece, nem a Ele se engana!

Kyrie eleison.

Comentários Eleison: Mentalidade Conciliar

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXV (615) - (27 de abril de 2019):


Mentalidade Conciliar


Sacerdotes conciliares? – cegos, liderando cegos,
Levando a ruína absoluta a toda a humanidade!



Nestes “Comentários” de 6 de abril se mencionou “um encontro discreto” entre o Bispo Huonder e dois Bispos com cinco sacerdotes da FSSPX, realizado no leste da Suíça em 17 de abril de 2015, para discutir o ecumenismo do Vaticano II. Um mês e meio depois, Menzingen (QG da FSSPX) enviou aos sacerdotes da FSSPX uma “nota confidencial” sobre a reunião que incluía os poucos detalhes publicados aqui em 6 de abril: o “Acordo antes da doutrina” do BpH, a resposta da FSSPX com a verdadeira doutrina da Igreja sobre o ecumenismo, e a promessa de Huonderland do BpH de levar essa doutrina a Roma. Vale a pena analisar com mais detalhes os argumentos do BpH em favor de que se ponha a doutrina em segundo lugar, porque eis aqui a mentalidade que está destruindo a Igreja.

O Bispo Huonder apresentou oito argumentos, segundo a nota confidencial. Todos eles são fornecidos aqui, ligeiramente adaptados, em itálico. As respostas os seguem abaixo.

1 Eu (BpH) quero muito que a FSSPX seja canonicamente reintegrada à Igreja oficial.

2 Sem esse status canônico, a FSSPX tem apenas uma influência mínima porque está marginalizada. Os Bispos conservadores querem esse status para a FSSPX; sem ele todos estão contra a FSSPX.

3 Eu não acho que queiram estar em cisma. Querem demonstrar seu respeito indefectível pela Autoridade da Igreja.

4 O Magistério da Igreja deve ouvir o que os teólogos dizem, inclusive os da FSSPX, em um espírito de respeito mútuo. O Magistério também deve comprovar que qualquer evolução na Igreja desde o Concílio está em consonância com a Tradição Católica.

5 O levantamento das excomunhões de 1988 por Bento XVI e a liberação da Missa Tridentina são sinais de boa vontade da parte de Roma.

6 Um acordo com Roma daria apoio ao Superior Geral da FSSPX e ao seu apostolado. Também daria à FSSPX o direito de pedir explicações ao Magistério.

7 A Igreja precisa da FSSPX para sua nova evangelização.

8 Um eventual reconhecimento canônico precisaria ser seguido pelo tratamento das questões teológicas para que se encontrem  soluções.

E agora seguem algumas respostas:

1 Honorável Bispo, isso é muito gentil de sua parte, mas ser gentil não é o mesmo que ser católico.

2 A FSSPX teve uma grande influência enquanto dizia a Verdade, mas à medida que tem abandonado a Verdade Católica para alinhar-se com Roma e com o resto do mundo, essa influência tem diminuído, tem minguado. Por acaso o senhor não teria encorajado o próprio Senhor a alinhar-se com os fariseus?

3 A Fraternidade de Dom Lefebvre nunca esteve em um cisma real, porque apenas colocava Deus na frente dos homens. A Neofraternidade, como a Neoigreja, move-se para o cisma real, pois coloca os homens na frente de Deus.

4 Nãos se deve nenhum respeito ao erro e seu veneno, como o do Vaticano II. Infectado pelo veneno conciliar, o Neomagistério de hoje é muito inadequado para supervisionar a evolução da Igreja.

5 A boa vontade conciliar, como a de Bento XVI, é, na melhor das hipóteses, boa vontade subjetiva. Para que fosse realmente boa, ela deveria estar alinhada com a verdade objetiva, da qual todos os conciliaristas, como tais, perderam toda a noção. "O caminho para o inferno é pavimentado com boas intenções”, diz um provérbio antigo e sábio.

6 Um acordo com a Roma conciliar seria a morte definitiva da FSSPX católica, que não precisa de acordo com Roma para exigir que os romanos deixem de trair a verdadeira fé católica.

7 A verdadeira FSSPX rejeita a “Nova Evangelização”, solução irreal para o verdadeiro problema do Vaticano II.

8 Em outras palavras, “Acordo antes da doutrina”. Esse é um erro grave, proposto por todos os conciliaristas, porque se alguém vive uma mentira por tempo suficiente, terminará acreditando nela. O Vaticano II é uma grande mentira.

Em resumo, os oito argumentos do BpH são todos considerações humanas, essencialmente desvinculadas da Verdade objetiva da verdadeira Igreja Católica. Que Deus o faça ver o quanto a Igreja Conciliar se perdeu! 

Kyrie eleison.