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segunda-feira, agosto 05, 2019

Comentários Eleison: Unidade da Resistência

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXXIX (629)- (3 de agosto de 2019)


Unidade da Resistência


A Verdade não pode sobreviver sem a Autoridade.
Nenhuma Autoridade pode prosperar sem a Verdade.


Com o propósito de apontar um extintor de incêndios para o orgulho, estes “Comentários” raramente optam por destacar qualquer conquista dos sacerdotes e leigos que trabalham desde 2012 para assegurar a sobrevivência dos princípios e práticas católicos, especialmente, mas não exclusivamente, dentro da Neofraternidade Sacerdotal São Pio X, ou seja, daquela Fraternidade que está deslizando para os braços de Roma. Os líderes da Neofraternidade naturalmente condenam o movimento chamado “Resistência” ou “Fidelidade”, destacando em particular as divisões que surgiram entre seus vários sacerdotes. Mas chegou a hora de dar um destaque à unidade contrastante da "Resistência" católica.

Por exemplo, um observador de longa data da cena da “Resistência” faz as seguintes observações pertinentes: O principal argumento dos Superiores da Neofraternidade contra a “Resistência” é apontar para as divisões entre os sacerdotes resistentes. Mas enquanto vários sacerdotes resistentes têm uma variedade de dons vocacionais dando origem a uma variedade de obras resistentes (por exemplo, um convento, um seminário, um mosteiro, um priorado, uma missão, etc.), reina entre todos eles uma unidade notável quanto ao fim que se persegue: a sobrevivência da fé católica. Pelo contrário, a Neofraternidade é um gigante com pés de barro, unidos somente pelas medidas disciplinares, pelo medo de sanções e pelas posições pessoais, mas quanto ao fim que se persegue está muito dividido: um acordo com Roma, ou não; matrimônios sob a autoridade oficial, ou não; flerte com bispos conciliares, ou não; a Neofraternidade está rachando em todas as direções.

Mais uma vez, o que estamos vendo hoje é como todos os católicos, sem exceção, estão minados pela divisão entre a Verdade Católica e a Autoridade Católica que resultou da traição consciente ou inconsciente dos 2000 Bispos e dois Papas que criaram o Vaticano II. Assim, em 2019, por um lado, a “Resistência” que sustenta a Verdade sofre divisões pela falta de Autoridade, porque a necessidade de autoridade não pode, desde baixo, criar sua realidade, porque a autoridade, por definição, só pode vir de cima. Por outro lado, a Neofraternidade que se sustenta na Autoridade Romana sofre divisão interna pela falta de Verdade, porque essa Autoridade Romana se aferra às mentiras do Vaticano II.

Mas a verdade é o propósito da Autoridade, e não o contrário. “Pedro, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lc. XXII, 32). Em outras palavras, em primeiro lugar recupere sua própria fé abalada na Verdade, e depois, em segundo lugar, exerça sua Autoridade sobre os outros apóstolos. Isso ocorre porque, em um mundo caído, a Verdade interior precisa da Autoridade externa para defendê-la, mas se a Autoridade externa não está mais defendendo essa Verdade interna, então ela perdeu sua verdadeira razão de ser, e se torna um fim em si mesma. Em última instância uma tirania para servir a posturas pessoais, como com Paulo VI e os sucessores do Arcebispo.

Assim, por mais abundantes que sejam as misérias pessoais de cada um dos Resistentes, enquanto eles forem fiéis à Verdade, a "Resistência" sobreviverá à Neofraternidade, assim como a Fraternidade do Arcebispo, enquanto foi fiel à Verdade, dominou e, em última instância, sobreviverá aos conciliares romanos. O problema último não é das pessoas ou da Autoridade, mas das doutrinas e da Verdade. Assim, quando no início dos anos 2000 o sucessor do Arcebispo apelou para a Autoridade para que resolvesse as divisões dentro da Fraternidade, ele já se encontrava no caminho conciliar de preferir a Autoridade à Verdade, de preferir a vontade à razão. Como resultado, a Fraternidade do Arcebispo se tornou uma tirania, e, embora o tirano aparentemente tenha sido destituído de seu cargo de poder pela eleição de um ano atrás, ele realmente está de volta ali. É assim que as coisas são em nosso mundo moderno: as aparências não correspondem à realidade.

Kyrie eleison.

terça-feira, dezembro 25, 2018

Comentários Eleison: Discussões Renovadas? - III

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXCVI (596) (15 de dezembro de 2018)


Discussões Renovadas? – III

"Para cear com o diabo é necessária uma colher comprida":
Que pelos inocentes nem tão cedo será obtida!


Muitos leitores destes “Comentários” podem não contentar-se ao depararem, pela terceira vez consecutiva, com o que podem parecer meras disputas entre sacerdotes, a saber, o encontro de 22 de novembro em Roma entre o cardeal Ladaria e o padre Davide Pagliarani. Mas todo ser humano, católico ou não, deve sofrer eternamente no inferno se não salvar sua alma. Esta só pode-se dar de acordo com a doutrina católica, pelo que a doutrina deve-se manter pura. Desde a década de 1970, a defensora mais ferrenha da doutrina católica contra a confusão do Vaticano II dentro da Igreja Católica foi a Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Mas desde 2012 a Fraternidade também tem vacilado em sua fidelidade a essa doutrina. Portanto, é motivo de preocupação para todo ser humano vivo que as atuais discussões com Roma ponham ou não ponham fim à fidelidade da Fraternidade à Igreja e à doutrina do único Salvador dos homens, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Há duas semanas, estes “Comentários” (EC 594) apresentavam uma visão geral do comunicado de imprensa de 23 de novembro no qual a sede da Fraternidade em Menzingen, na Suíça, descrevia o encontro no dia anterior entre o novo Superior Geral da Fraternidade, o Pe. Davide Pagliarani, e o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé de Roma, o Cardeal Ladaria. Há uma semana, os “Comentários” (EC 595) apresentaram o texto completo do terceiro e quarto parágrafos desse comunicado à imprensa, com o lampejo de esperança de que a Fraternidade retorne ao caminho de seu Fundador para defender a doutrina da Fé. Mas quando o quinto parágrafo concluiu que as discussões doutrinais com Roma deveriam ser reabertas, o lampejo se obscureceu, não somente porque as discussões doutrinárias entre Roma e a Fraternidade já haviam sido realizadas entre 2009 e 2011 (EC 594); não apenas porque os neo-modernistas, como os romanos de hoje, não podem pensar com clareza (EC 595); mas também porque Roma tem apenas um propósito na discussão com a Fraternidade, e isso é dar um fim à resistência histórica da Fraternidade à sua própria entrega à Nova Ordem Mundial de Satanás.
Assim, sempre que os comunistas queriam dominar um país, o principal obstáculo em seu caminho era a Igreja Católica, que rejeita totalmente – doutrinalmente – o materialismo ateu dos comunistas. Mas os comunistas aprenderam a não combater os católicos baseando-se na doutrina, onde os fiéis católicos são muito fortes. Em vez disso, convidaram os católicos a unirem-se a eles em uma ação conjunta, supostamente em nome do povo, porque uma vez que católicos e comunistas colaboravam na ação, os comunistas aproveitavam o contato prático para contornar o bloqueio doutrinal. A única coisa que os comunistas não queriam era que os católicos rompessem todo contato. Então eles não tinham mais meios de trabalhar nestes.

Da mesma forma, quando o cardeal Castrillón era o homem de Roma para tratar com a Fraternidade há dez anos, ele usou basicamente a mesma tática: “Vamos primeiro reunir-nos, e resolveremos todos os problemas doutrinais depois, quando estivermos juntos. O mais importante é primeiramente um acordo prático”, disse ele. Pelo contrário, o Arcebispo Lefebvre sempre insistiu que a doutrina católica vinha em primeiro lugar. Seus sucessores pensaram que eram mais espertos do que ele, e muitas vezes buscaram contatar os apóstatas romanos, que estavam, logicamente, muito felizes em ajudar. Como o resultado, a defesa da Fé por parte da Fraternidade tem-se tornado progressivamente debilitada desde o ano 2000. O sal está perdendo seu sabor. A menos que a Fraternidade mude seriamente seu rumo, ela passará a estar apta apenas para ser jogada fora e pisoteada (Mt 5, 13).

Outro problema é se a Fraternidade pretende estabelecer conversações para obter permissão oficial para a consagração da nova geração de Bispos de que precisa para o seu apostolado mundial. Mas se não quiser consagrá-los sem a permissão de Roma, então só pode aceitar os termos de Roma, porque está se tornando o mendigo; e Roma, aquela que decide. Mas assim a Fraternidade está colocando os romanos conciliares firmemente no assento do motorista, ao qual, no que toca à defesa da fé, eles absolutamente não pertencem. Então, o novo Superior Geral está querendo reabrir as discussões para obter uma permissão romana? Deus o sabe. Mas, em todo caso, discutir com Roma significa que o Superior Geral dançará com lobos. Uma ocupação perigosa.

Kyrie eleison.

segunda-feira, dezembro 10, 2018

Comentários Eleison: Discussões Renovadas? - II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXCV (595) (8 de dezembro de 2018)


DISCUSSÕES RENOVADAS? – II

Se alguém tem uma mente verdadeiramente católica,
Deve fugir do Vaticano II.

O comunicado de imprensa oficial da Sede da Fraternidade Sacerdotal São Pio X publicado há duas semanas, na sexta-feira, referente à reunião realizada no dia anterior entre o Superior Geral da Fraternidade e o Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé de Roma, está repleto de boas palavras. O que resta agora é ver como essas palavras se traduzirão em atos por parte do novo Superior Geral.

O comunicado de imprensa contém sete parágrafos. Os dois primeiros apresentam o Cardeal Ladaria e o Padre Pagliarani com seus respectivos colegas, e afirmam que foi o Cardeal quem convidou o Pe. Pagliarani a Roma para discutir o estado das relações entre Roma e a Fraternidade, já que elas poderiam estar evoluindo desde a eleição do Pe. Pagliarani como novo Superior Geral da Fraternidade no último mês de julho. Os parágrafos terceiro e quarto colocam o problema entre Roma e a Fraternidade exatamente no local ao qual ele pertence: no âmbito da doutrina. Aqui estão eles, em seu texto completo:

(3) Durante a reunião com as autoridades romanas, recordou-se que o problema básico é decerto doutrinal, e que nem Roma nem a Fraternidade podem contorná-lo. Foi devido a essa divergência inflexível de doutrina que nos últimos sete anos toda tentativa de elaborar qualquer declaração de doutrina aceitável para ambos os lados foi frustrada. Eis por que a questão de doutrina permanece sendo absolutamente fundamental. (4) A Santa Sé não está dizendo nada diferente quando declara solenemente que não pode haver estabelecimento de qualquer status jurídico para a Fraternidade até que um documento de caráter doutrinal tenha sido assinado.

No entanto, o quinto parágrafo chega à conclusão de que “Tudo, portanto, leva a Fraternidade a reabrir as discussões teológicas”, sendo seu propósito não tanto o de convencer os romanos, mas o de levar perante a Igreja o intransigente testemunho de Fé da Fraternidade. Os dois últimos parágrafos expressam a confiança da Fraternidade na Providência. Seu futuro está nas mãos de Deus e de Sua Santíssima Mãe. (Fim do comunicado de imprensa.)

Infelizmente, pode-se questionar se é útil ou prudente procurar reabrir as discussões doutrinais com esses romanos. Como um dos quatro representantes da Fraternidade comentou sobre os quatro representantes romanos após a última série de tais discussões realizadas de 2009 a 2011, "Eles estão mentalmente enfermos, mas são eles que têm a autoridade". Este comentário não foi dirigido a alguém em particular, mas testemunha com precisão a incapacidade dos neomodernistas romanos de compreenderem a essência mesma da doutrina católica, a saber, seu caráter objetivo, que não permite nenhuma interferência subjetiva. Deus Todo-Poderoso transmite por Sua Palavra o que Ele quer dizer, e Ele o faz através da Sua Igreja, de modo que não pode haver nenhum sentido em tentar remodelar para os tempos modernos – como o fez o Vaticano II – o que Sua Igreja sempre e imutavelmente disse antes do Vaticano II. Como, então, os romanos de hoje podem ser leais à Igreja de Deus e ao mesmo tempo ao Vaticano II sem que suas mentes estejam repletas de tantas contradições ou tenham uma ideia completamente falsa da Igreja?

Sendo assim, sempre que a Santa Sé emitir um comunicado de imprensa sobre a mesma reunião de 22 de novembro, será interessante ver como os romanos apresentam a perspectiva de uma reabertura das Discussões Doutrinais. Eles certamente querem discussões, com a esperança de atrair o novo Superior Geral para fora de sua fortaleza inexpugnável da doutrina da Igreja, mas a própria doutrina Conciliar deles só pode ser falsa na medida em que se afasta dessa Tradição. E assim os dois grandes argumentos de que dispõem devem ser, como sempre, a autoridade e a unidade, desconsiderando a doutrina. Mas o que é a autoridade católica quando já não serve à Verdade? E o que é a unidade católica se se une em torno de um monte de mentiras escorregadias (o Vaticano II)? Infelizmente, a autoridade e a unidade são as únicas pernas que esses romanos conciliares têm para sustentarem-se.

Portanto, honorável Superior Geral, eis aqui um ato para fazer seus atos corresponderem às suas palavras: por que não tornar público um resumo claro e justo das atas das últimas Discussões Doutrinais de 2009-2011? O senhor estaria apoiando seus bons parágrafos doutrinais de 23 de novembro com um verdadeiro ato doutrinal!

Kyrie eleison.

terça-feira, dezembro 04, 2018

Comentários Eleison: Discussões Renovadas?

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXCIV  (594)  (1º de dezembro de 2018)

DISCUSSÕES RENOVADAS? 


A Fraternidade deve expor suas antigas discussões,
Para que sejam dissipadas tantas ilusões!

O último comunicado de imprensa da sede da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, emitido na semana passada, sobre a reunião realizada no dia anterior entre o Superior Geral da Fraternidade e o chefe da Congregação da Doutrina da Fé, em Roma, suscita um otimismo cauteloso. Cauteloso certamente, porque, como diz o provérbio, “Gato escaldado tem medo (até mesmo) de água fria”, e os católicos tradicionais foram escaldados durante a maior parte dos últimos vinte anos pela política traidora de Menzingen, que colocou a aprovação conciliar acima da fé católica, enquanto fingiu sempre fazer o contrário. No entanto, há espaço para um lampejo de otimismo, porque este comunicado de imprensa põe a doutrina da Fé de volta em primeiro lugar, aquele ao qual ela pertence.

Dois outros provérbios dizem: "Nem tudo o que reluz é ouro", e "As atitudes falam mais do que as palavras". Portanto, os católicos que fazem o melhor que podem para manter a Fé permanecerão cautelosos por algum tempo, mesmo que seja um tempo longo, pelo menos até que possam ver atitudes, e não apenas boas palavras, vindas de Menzingen, especialmente quando a conclusão prática do comunicado de imprensa é que as discussões doutrinais entre Roma e a Fraternidade precisam ser reabertas. Discussões doutrinais? Mas estas já se realizaram, entre 2009 e 2011, tempo suficiente para discutir todas as questões principais, e foram suficientemente claras para mostrar a impossibilidade de qualquer acordo doutrinal entre a Tradição Católica e o Vaticano II. A partir de então, em 2012, Menzingen abandonou a sanidade do Arcebispo Lefebvre: “Nenhum acordo prático SEM um acordo doutrinal”, e substituiu-o com a insanidade de seu sucessor: “Nenhum acordo doutrinal; PORTANTO, um acordo prático", que é justamente o contrário! E essa direção traidora foi docilmente seguida pela grande parte do que outrora fora a Fraternidade do Arcebispo...

Nessa troca entre as duas fórmulas está a essência da traição, que não é uma palavra muito forte, porque a fórmula do Arcebispo coloca a doutrina da Fé na frente da aprovação dos conciliaristas romanos, ao passo que se pode dizer que a segunda fórmula põe a Fé em segundo ou em terceiro lugar. Assim, durante vários anos tem-se podido acusar a Fraternidade de ter perseguido como prioridades, em primeiro lugar, o reconhecimento oficial pela Roma conciliar; em segundo lugar, a unidade dentro da Fraternidade e com Roma; e, em terceiro lugar, a Fé. Mas qual é o valor católico do reconhecimento por não católicos, ou seja, pelos seguidores do Vaticano II, e qual é a utilidade para os católicos da unidade de qualquer aspecto, tamanho ou forma com os conciliaristas? Algo que foi decepcionante em 2012 foi a falta de reação suficiente por parte de tantos sacerdotes formados pelo Arcebispo. Mas todos nós vivemos em um mundo no qual a “doutrinação” se tornou uma palavra suja, e no qual a maioria das pessoas quer em suas cabeças o mingau maçônico que as liberta de todos os Dez Mandamentos...

Não obstante, os católicos que ainda querem ir para o Céu continuam querendo a Fé, porque como Deus Todo-Poderoso nos diz nas Sagradas Escrituras, sem a Fé é impossível agradar-Lhe, e como alguém pode chegar ao seu Céu sem agradar-Lhe (Hebreus XI, 6)? Então, esses católicos, escaldados na apostasia que os envolve, podem ter pelo menos um lampejo de esperança no comunicado de imprensa mencionado acima, porque pelo menos em palavras anuncia a intenção de Menzingen de colocar a doutrina da Fé de volta em primeiro lugar, como estes "Comentários" citarão na próxima semana. (Entretanto, um ato que o novo Superior Geral poderia imediatamente pôr em prática é tornar público um resumo claro e justo das atas das discussões doutrinais de 2009-2011, algo que nos foi prometido na época, e que tornou-se uma promessa jamais cumprida.)

No entanto, o padre Pagliarani terá a visão e a fortaleza para colocar em prática as ações correspondentes às suas palavras? Só o tempo o dirá. Para sermos justos, ele ainda precisa ter tempo para fazer dar a volta um grande petroleiro no mar, e, na opinião destes “Comentários”, ele certamente – ou de qualquer forma – precisa de nossas orações. Que Nossa Senhora esteja com ele se realmente quer assumir a pesada tarefa de endireitar a Fraternidade. Será uma verdadeira batalha!

Kyrie eleison.

segunda-feira, novembro 26, 2018

Comentários Eleison: Desorientação Diabólica

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXCIII  (593)  (24 de novembro de 2018)

DESORIENTAÇÃO DIABÓLICA”


A sinceridade pode enganar, por mais forte que ela seja.

Assim, o meio clerical pode equivocar-se, ainda que bem intencionado esteja.

Desde muito tempo há católicos que têm julgado, especialmente se estão familiarizados com a conspiração judaico-maçônica para destruir a Igreja, que os clérigos que governam a Igreja desde o Vaticano II são verdadeiros criminosos. Mas muitos católicos, devido à caridade e ao respeito pelos sacerdotes tão enraizados neles, têm hesitado em chegar a uma conclusão tão drástica. No entanto, em 2018 os frutos podres do Vaticano II se mostram cada vez mais claramente. Aqui está um testemunho de um sacerdote americano de fora da FSSPX:

É necessário ter uma postura firme sobre a situação dentro da Igreja. As palavras da Irmã Lúcia, “desorientação diabólica”, evocam uma entrevista publicada em 2001 na revista do Vaticano, 30 Dias. O Pe. Gabrielle Amorth, exorcista-chefe do Vaticano na época, comentava o novo rito de exorcismo revisado. Ele afirmou que o novo rito está tão diluído que é virtualmente ineficaz contra o Demônio. A Irmã Lúcia estava certa: eis a “desorientação diabólica”, se esta realmente houve, mas isto se tornou muito pior a partir de 2001. Por que Satanás teria parado por aí? Foi apenas o começo. Por exemplo, há aqueles que dizem que o novo Rito de Ordenação Sacerdotal é inválido, enquanto que o uso do Rito tradicional está proibido. Pelo amor de Deus, por quê? É o plano da Neoigreja privar o mundo de um sacerdócio válido? Como alguém poderia abrir melhor o caminho para o Anticristo? Sem uma forma válida de exorcismo, como o Pe. Amorth afirmou, e sem um sacerdócio válido, não está a humanidade indefesa contra o Demônio? Os que detêm o poder desde o Vaticano II empreenderam um caminho muito rápido e deliberado. Estou completamente convencido disso. A evidência é simplesmente demasiadamente incriminadora. A hierarquia da Igreja não acredita mais que os sacramentos sejam de fato relevantes. Esta é a posição de Lutero, que agora é homenageado com uma estátua no Vaticano pelo atual Pontífice – é uma loucura total! Quanto ao mundo, os Estados Unidos se encontram em um estado de caos. O país está completamente dividido e consumido pelo ódio a tudo o que é reto e justo. Odeia tudo o que provém de Deus e se deleita com a disputa e a fealdade. A Igreja, que antes era um lugar de consolo e paz, parece ter-se tornado irrelevante. A Nova Missa é suficiente para que alguém deseje que todos os novos bispos estivessem mortos! Sinceramente, não penso que a Igreja possa ser restaurada por meios humanos. A influência diabólica é profunda demais, e as verdadeiras intenções do Vaticano II estão-se manifestando agora. Cinquenta anos de lavagem cerebral e de obediência forçada tornaram os católicos cegos, e, o que é ainda pior, indiferentes ao que está acontecendo. O Demônio parece ter tido êxito em destruir aquilo que antes era a Igreja. Dom Lefebvre montou uma operação de resgate, mas agora Satanás pretende infiltrar-se e destruir tudo o que resta da FSSPX do Arcebispo e da Tradição. Lenta mas seguramente o Diabo os está seduzindo, assim como fez com os bispos pré-conciliares. Os dirigentes da Fraternidade podem saber que erraram, mas se insistirem em brincar com fogo, inevitavelmente se queimarão. Assim, pode parecer que o homem governa aqui embaixo na Igreja e no mundo, mas é sem dúvida a influência diabólica que os está conduzindo para a confusão e para a loucura total. As reações céticas da maioria dos católicos me fizeram duvidar em nomear os clérigos como os verdadeiros culpados, mas ninguém pode duvidar mais. Se se aplicam as Escrituras no Apocalipse, então talvez nada se possa fazer para deter a desordem, e somente Cristo restaurará a ordem. Ele diz que restará apenas um remanescente. Kyrie eleison. *Traduzido por Cristoph Klug.




sexta-feira, novembro 23, 2018

Comentários Eleison: Consagração Iminente?

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 Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXCII  (592)  (17 de novembro de 2018)


 CONSAGRAÇÃO IMINENTE?


Como poderá um bispo vir a ter à Igreja e ao mundo agradado?
A cada dia o poder do diabo está mais e mais desfraldado.


Tem circulado na tradição católica um rumor de que em breve haverá na Fraternidade Sacerdotal São Pio X a consagração de um novo bispo ou de novos bispos. Os rumores em geral não precisam ser levados muito a sério, mas, por outro lado, nem sempre carecem de fundamento. No presente caso, a FSSPX certamente precisa de novos bispos, porque Dom Tissier há algum tempo não goza de boa saúde, Dom de Galarreta como Primeiro Assistente da Fraternidade agora deve-se ocupar da administração dos assuntos da Fraternidade em todo o mundo, e isso deixa Dom Fellay só com a completa liberdade de viajar para qualquer lugar para as Confirmações e as Ordenações. Portanto, o rumor de uma nova consagração tem certamente algum fundamento.

Mas ele vai além, porque diz que o(s) bispo(s) que seria(m) consagrado(s) teria(m) a aprovação das autoridades romanas, e aqui é onde vale a pena considerá-lo, mesmo que seja falso, porque aqui está o exemplo mais claro do beco sem saída impossível para o qual a Neofraternidade se encaminhou com sua política de buscar a aprovação oficial das autoridades conciliares em Roma. Pois se o bispo eleito tem a aprovação dos conciliaristas impenitentes, como ele pode ser agradável aos verdadeiros tradicionalistas? E se ele tem a aprovação dos verdadeiros tradicionalistas, como ele pode ao mesmo tempo ser agradável aos mestres do conciliarismo em Roma? E a resposta a essa pergunta só pode ser que os conciliaristas estão desistindo de seu Vaticano II, ou que os tradicionalistas estão indo para o Vaticano II, ou que os conciliaristas e os tradicionalistas estão se encontrando em algum ponto intermediário, como se 2 + 2 = 4 e 2 + 2 = 5 pudessem conciliar-se em 2 + 2 = 4,5.

Por que precisamos de que nos lembrem de que a Tradição Católica e o Vaticano II são intrinsecamente irreconciliáveis? Isto acontece porque nós, pobres seres humanos, estamos sempre querendo ter nosso bolo e comê-lo. Estamos sempre querendo tornar quadrado o círculo, misturar óleo e água, dançar com o Diabo nesta vida sem estragar nossas chances de desfrutar com Deus na próxima vida. Queremos ter as duas coisas, de modo que qualquer receita para reconciliar Deus com o Diabo sempre será vendida como pão quente até que inevitavelmente falhe, e então será imediatamente substituída pela receita seguinte para fazer a mesma coisa. O fracasso é inevitável porque, nas palavras do bispo anglicano Butler, do século XVIII, "as coisas são o que são, suas consequências serão o que serão, por que então tratamos de ser enganados?"

Assim, a Tradição Católica veio de Jesus Cristo, que é Deus, enquanto que o Vaticano II (1962-1965) veio do desejo do homem moderno de combinar a religião de Deus com a modernidade ímpia surgida da Revolução Francesa. Durante o Vaticano II, tanto o Cardeal Suenens à esquerda como o Arcebispo Lefebvre à direita disseram o mesmo, ou seja, que ele foi a Revolução de 1789 dentro da Igreja: liberdade religiosa para libertar os homens de toda verdade do passado, igualdade para derrubar toda a ordem da antiga cristandade, e fraternidade para criar a Nova Ordem Mundial da irmandade maçônica do homem sem Deus. É claro que o Vaticano II fracassou, exceto no propósito secreto de seus criadores judaico-maçônicos de destruir a Igreja de Deus; e como o Deus Todo-Poderoso, para purificar Sua Igreja, ainda está dando poder aos Seus antigos inimigos para flagelá-la, então de modo nenhum eles estão renunciando ao seu Concílio – pelo contrário, as autoridades da Igreja de hoje estão colocando-o em ação mais do que nunca.

Portanto, se as mesmas autoridades aprovam que um bispo eleito venha de dentro da antiga FSSPX tradicionalista, isso só poderá ajudar a dissolver qualquer resistência remanescente dentro da FSSPX para sua Neoigreja maçônica. E se os tradicionalistas aprovarem o bispo eleito que agrada à Neoigreja, isto só pode-se dar porque eles estão perdendo sua fé católica sob a influência esmagadora da apostasia mundial de hoje. “Caveant consules”, diziam os latinos. Que os que estão no comando estejam atentos.

Kyrie eleison.

quarta-feira, outubro 31, 2018

Comentários Eleison: Segue o deslize

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXIX  (589)  (27 de outubro de 2018)

SEGUE O DESLIZE

A Neofraternidade não mudou de direção.
Desertar da verdade continua a ser sua intenção.


"Não há inimigos à esquerda" é um ditado clássico de democratas, socialistas, comunistas, etc. Significa que, na política, ninguém que lute à esquerda deve lutar contra outro que lute à esquerda, a menos que este esteja indo para a direita. Na religião deve aplicar-se o mesmo ditado: ninguém que combata a boa luta pela Tradição Católica deve lutar contra qualquer outro que também venha lutando pela Tradição, a menos que esteja no processo de abandonar a Tradição. Isto significa que nenhum católico da Tradição deveria normalmente atacar a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que por mais de quarenta anos prestou um serviço excepcional à Tradição.

Infelizmente, seu Capítulo interino de 2012 mostrou que ela estava se afastando daquela Tradição na qual foi fundada pelo Arcebispo Lefebvre, e agora o Capítulo eletivo de julho passado parece mostrar que a mesma tendência continua. Portanto, sem intenção aqui de prejudicar a Fraternidade, que os católicos se inteirem que o deslizamento continua oficialmente.

A evidência está em uma carta circular da Sede da Fraternidade em Menzingen, que começa a contar os detalhes das decisões políticas tomadas pelo Capítulo de julho passado sobre as relações da Fraternidade com Roma. A política está em cinco seções, das quais as três primeiras e a quinta contêm uma série de considerações piedosas para enquadrar a quarta seção, o que não poderia ser uma apresentação mais oficial da política da Fraternidade em relação a Roma. Aqui está a quarta seção, citada na íntegra. É tão importante para o futuro imediato da Fraternidade que cada palavra teria sido escolhida pelo Capítulo com cuidado especial, e assim mesmo pode ser analisada:

4a O Superior Geral tem o direito de decidir se é conveniente ter contatos com a Santa Sé. Cabe a ele, com prudência e quando a hora chegar, ditada pela Divina Providência, levar em consideração uma modificação do status canônico, sem prejuízo da prévia convocação de um Capítulo.

4b A Fraternidade é uma obra da Igreja. Portanto, ela não tem acordo nenhum para concluir com o Santo Padre. No entanto, quando chegar o momento, os verdadeiros direitos da Fraternidade serão reconhecidos e codificados canonicamente. É por isso que os membros da Fraternidade são convidados a falar mais especificamente sobre uma “normalização”, um “reconhecimento”, uma “solução ou modificação do status canônico” ou uma “renovação de nossa aprovação canônica”.

Quanto ao 4a: De fato, o Superior Geral da Fraternidade deve decidir quais negociações com Roma servem à Fé e como conduzi-las, mas em todos os Capítulos da Fraternidade anteriores ao de 2012 (1994, 2000, 2006), repetiu-se claramente que qualquer a submissão à Roma oficial, ou reintegração a ela, ou acordo com ela, seria algo de tamanha importância para a Fraternidade, que o Superior Geral não poderia decidir por si só sem um Capítulo Geral completo votando também em seu favor. Agora observem a fraseologia de 2018: “modificação do status canônico” é uma expressão do tipo “mascarar o problema”, para encobrir a intenção de colocar a Fraternidade da Verdade do Arcebispo Lefebvre sob a Autoridade Mentirosa Conciliar de Roma. E "sem prejuízo de" (ou seja, sem excluir) é um substituto pobre para "nunca sem" (ou seja, incluindo necessariamente). E observe a suposição de que o Superior Geral tem a garantia de decidir de acordo com a Providência. Paulo VI tinha alguma garantia desse tipo?

Quanto ao 4b: Na verdade, normalmente nenhum sujeito faz um acordo com seu superior como se fossem iguais, mas a Roma neomodernista não é a Roma normal! A Fraternidade da Verdade do Arcebispo não tem motivo para colocar-se na posição de mendigo em relação aos modernistas que agora ocupam cargos em Roma. A verdade não implora por mentiras, a menos que esteja deixando de ser verdade. De fato, a Neofraternidade de 2018 perdeu toda compreensão real sobre a verdade da esmagadora crise na Nova Igreja do Vaticano II, e está perdendo seu controle sobre a Verdade em geral. Assim, as quatro expressões para “mascarar o problema” que o Capítulo aqui escolhe para substituir as palavras que expressam a realidade da intenção da liderança da Neofraternidade de vender-se para os inimigos da Fé agora em Roma, estão completamente fora de lugar. Elas absolutamente não correspondem à realidade dessa entrega. 

Kyrie eleison.

* Traduzido por Leticia Fantin

quinta-feira, outubro 25, 2018

Comentários Eleison: "Resistência" Atuando?

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXXVIII (588)  (20 de outubro de 2018)

RESISTÊNCIA”  ATUANDO?

Se na tempestade forem atirados, contem as graças recebidas.
Especialmente quando elas podem ser perdidas.

Desta vez é uma avó que escreve para os “Comentários Eleison” com uma preocupação que é amplamente compartilhada entre leitores e amigos que simpatizam em geral com os objetivos do movimento “Resistência”, mas se perguntam o que esta realmente estaria fazendo hoje para ajudar sua situação. Aqui está seu pedido, um pouco resumido:

Estou muito desapontada com a falta de liderança que está sendo mostrada hoje na Fraternidade e na Resistência. Apoiamos a Resistência, mas não ouvimos nada sobre o que ela está fazendo. O senhor recentemente consagrou três Bispos, mas qual é a função deles? O que eles estão fazendo para dar algum consolo e esperança aos fiéis? Nós também não ouvimos nada sobre eles. Não podem formar algum tipo de oposição à Fraternidade, junto com alguns sacerdotes muito firmes que deixaram a Fraternidade? Certamente Deus está buscando por algo mais do que apenas orações. Há anos Ele suscitou o Arcebispo para proteger Sua Igreja. Ele agora haverá de abandonar seus seguidores fiéis? Eu acho que muitos católicos tradicionais estão desesperadamente procurando por alguma liderança forte hoje, seja na Fraternidade ou na Resistência.

Cara Avó,
Permita-me começar a responder com um episódio famoso da história romana antes de Cristo. Em 216 a.C., o exército romano, normalmente imbatível, foi lutar contra os cartagineses liderados por Aníbal, que haviam invadido a Itália e estavam ameaçando a própria cidade de Roma. Mas na batalha de Canas, no sul da Itália, os romanos se deixaram manobrar e cercar por Aníbal, de modo que foram massacrados pelos cartagineses. Houve consternação em Roma. O que eles deveriam fazer? Alguns romanos queriam levantar outro exército e ir atrás de Aníbal novamente, mas o conselho do cônsul Fábio era evitar a batalha, se possível, e, ao invés, manter vigilância atenta sobre o inimigo, esperando até o momento em que ele retornasse para casa por conta própria. O conselho foi bom e foi seguido. Por fim, os cartagineses foram para casa, onde seu exército foi esmagado pelos romanos quatorze anos mais tarde. “Fábio, o Protelador” havia vencido.

Nenhuma comparação funciona perfeitamente. Assim, depois da derrota esmagadora da Igreja no Vaticano II (1962-1965), alguém diria que o Arcebispo Lefebvre errou ao suscitar, alguns anos depois, o exército que pôde para continuar lutando contra os modernistas? Certamente não. Mas o Vaticano II foi uma grande batalha que deixou bons soldados dispersos para que o Arcebispo pudesse reuni-los em um pequeno exército nos anos de 1970. Pelo contrário, a derrota daquele exército a partir de 2012 foi uma derrota numericamente pequena, deixando muito menos soldados dispersos para lutar. A estratégia poderia ser a mesma das décadas de 1970 e 1980? Certamente não. Por um lado, os soldados de agora, muitas vezes filhos dos revolucionários anos de 1960 ou posteriores, tinham muito menos sentido de obediência ou de uma Igreja ou um mundo ordenado do que os católicos dispersos após o Concílio. Quem pode negar que os anos de 2010 são muito mais desordenados e indisciplinados do que os anos de 1970? Pode-se perguntar se o Arcebispo, com todos os seus dons, poderia ou teria montado uma “Contrafraternidade” hoje. Talvez sim, talvez não...

Os quatro bispos do movimento “Resistência” fazem o que podem, cada um em sua própria parte do mundo, para proporcionar aos poucos católicos que desejam conservar a fé rações de ferro de sã doutrina e orientação à disposição de todos os interessados, juntamente com os sacramentos episcopais. Essa é uma conquista mínima, nem glamourosa nem sensacional, mas pode ser o essencial necessário. Se for, que Deus nos mantenha fiéis.

Kyrie eleison.

*Traduzido por Leticia Fantin.

terça-feira, agosto 21, 2018

Comentários Eleison: Videogame Manipulado - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLXXIX (579) (18 de agosto de 2018):

Videogame Manipulado - I


Toda política, toda economia, toda paz e toda guerra:

Seja contra ou a favor, em torno de Cristo Tudo gira.

A caridade certamente guia os rogos pelo novo Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, para que Deus possa dar-lhe o discernimento e a força para trazer a Fraternidade de volta ao curso estabelecido para ela – e para o bem da Igreja Universal – pelo Arcebispo Lefebvre; mas, na verdade, pode ser que o padre Pagliarani nem tenha o desejo de fazer tal coisa. Para sermos realistas, no nível humano as indicações são de que ele está no mesmo comprimento de onda que Dom Fellay, e que sua eleição como Superior Geral foi o plano de apoio conjunto de Roma e de Dom Fellay para o Capítulo se este não fosse reeleito, tal como se deu. Assim, se o P. Pagliarani cuidasse dos interesses de Dom Fellay, este, em caso de necessidade, promoveria sua candidatura a Superior Geral. Eis algumas indicações de que os dois estão conspirando para pôr a Fraternidade tradicionalista sob a Roma Conciliar:

* No Capítulo Geral intermediário (não eletivo) de 2012, relatou-se que foi o Pe. Pagliarani quem salvou Dom Fellay de argumentos devastadores apresentados ao Capítulo para sua destituição e substituição como Superior Geral. O Pe. Pagliarani disse ao Capítulo que não deviam dar uma bofetada na cara do Superior – e o frágil Capítulo passou diretamente para outros assuntos.

* Logo depois daquele Capítulo, o Pe. Pagliarani foi promovido – recompensado? – por Dom Fellay com o cargo elevado de Reitor do Seminário da Fraternidade para a América Latina em La Reja, nas Argentina. Lá ouviram o Pe. Pagliarani criticando quem não entende a necessidade de um acordo entre a Fraternidade e Roma – a mesma política de Dom Fellay.

* Podemos esperar que um dia saibamos exatamente como foi que os dois "Conselheiros" foram acrescentados ao Conselho Geral da Fraternidade, colocando assim Dom Fellay de volta à sede do poder na Fraternidade da qual ele acabava de ser destituído alguns dias antes. Mas é possível que os tão dóceis e respeitosos capitulares tivessem votado por tal medida se esta não agradasse ao próprio novo Superior Geral? E ainda mais, se não tivesse sido proposta pelo próprio Pe. Pagliarani?

Tais questões seguem como especulações até que os fatos sejam conhecidos, mas não são especulações vãs, porque o curso da Fraternidade nos próximos anos depende bastante da Igreja Universal. Será que a Fraternidade se tornará novamente o baluarte central da resistência à apostasia conciliar que causa estragos na Igreja, ou ela se juntará a esse movimento de apostasia? Dentro da Igreja oficial a Fraternidade sempre foi numericamente insignificante quando comparada com todas as outras instituições que compõem a Igreja Universal, mas a fidelidade única da Fraternidade à doutrina católica e aos Sacramentos de todos os tempos, que estão sendo abandonados ou pervertidos pelas mais altas autoridades da Igreja, fez com que a Fraternidade fosse uma força por levar-se em conta. A posição do Arcebispo em relação à Verdade tornou-o temível. Os Papas conciliares não podiam tragá-lo nem cuspi-lo. Mas eles há muito tragaram e comeram Dom Fellay.

O tempo dirá como o Pe. Pagliarani lidará com suas imensas responsabilidades. Enquanto isso, oramos por ele, mas não estamos humanamente esperançosos. É grande demais o risco de que os líderes da Fraternidade sigam o restante dos líderes do mundo, e transformem a Fraternidade em um "videogame manipulado", como alguém descreveu tão bem o mundo de hoje. Para castigar a humanidade que abandona a Deus em todos os lugares, Ele está dando poder aos seus inimigos para erradicarem os últimos restos mortais de Cristo e da civilização cristã. No entanto, pelo menos por um tempo ainda as aparências de Cristo e de Sua Igreja devem ser mantidas até que não despertem mais a nostalgia dos homens que estão sendo descristianizados. Daí o videogame sem realidade sob as aparências que se desvanecem. Daí a manipulação das eleições e de Capítulos para instaurar o Admirável Mundo Novo, sem Cristo e sem Deus.

Infelizmente, para esses pobres inimigos... Deus existe, e o braço de Nosso Senhor se torna mais e mais pesado!

Kyrie eleison.










segunda-feira, março 05, 2018

Comentários Eleison: Defendendo Menzingen

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLV (555) (3 de março de 2018)



DEFENDENDO MENZINGEN    II


Por que alguns bons homens não conseguem ver onde o mal reside?
Quanto mais eles falham, mais a “Resistência” progride!

Não há dúvida de que alguns leitores destes “Comentários” não estão tão interessados em ler sobre o que lhes parecem meras disputas internas entre alguns poucos sacerdotes católicos. Que tais leitores não subestimem a importância dessas “disputas”. A religião dirige o mundo porque Deus existe, e o modo como os homens se posicionam em relação a ela (a religião) governa o modo como eles se posicionam em relação aos seus semelhantes (política). A Igreja Católica dirige a religião porque desde a Encarnação de Cristo o Catolicismo é a única religião fundada pelo único Deus verdadeiro. E a Tradição Católica dirige a Igreja Católica porque esta Igreja é tão essencialmente imutável como o próprio Nosso Senhor. E por quarenta e dois anos (1970-2012) a Fraternidade Sacerdotal São Pio X esteve na linha de frente da defesa da Tradição Católica porque era a única organização católica no mundo inteiro que efetivamente resistia à modernização infiel da Igreja pelo Concílio Vaticano II. Assim, todos os homens vivos, ateus, protestantes ou conciliaristas, especialmente sacerdotes e seguidores da FSSPX, estão preocupados com o problema de infidelidade à Tradição Católica dentro da FSSPX. Leiam, minha gente!

Outro defensor de Menzingen, o Pe. B., alistou-se nas fileiras para defender sua política de reintegração à Roma conciliar – chamá-lo-emos reconciliaristas – com um artigo na revista oficial mensal da FSSPX dos EUA. Desde que o Vaticano II separou da Verdade Católica a Autoridade Católica, que só existe para defendê-la e mantê-la, todos os católicos têm estado necessariamente mais ou menos esquizofrênicos – ou eles seguem a Autoridade e abandonam a Verdade, ou seguem a Verdade e abandonam a Autoridade, ou eles escolhem qualquer uma de uma variedade de combinações entre elas.

O fundador da FSSPX, o Arcebispo Lefebvre, escolheu a Verdade, mas manteve tanto respeito pelos detentores da Autoridade Católica quanto era compatível com a fidelidade à Verdade, e como resultado sofreu séria perseguição e condenação da parte de todos os católicos que mais ou menos preferiram a Autoridade. Ao contrário, seus sucessores na liderança da Fraternidade estão querendo devolvê-la à autoridade conciliar, daí que a partir de 2012 a Fraternidade tem sido oficialmente reconciliarista. Por essa mudança da FSSPX, da Verdade de seu fundador para a Autoridade conciliar, eles preencheram a Fraternidade de esquizofrenia, causando um movimento de “Resistência” contra seu “reconciliarismo”.

Durante a maior parte de seu artigo, o Pe. B. é católico em seus princípios, mas no fim é reconciliarista na aplicação destes. Assim, talvez para ajudar na reeleição do atual reconciliarista Superior Geral da Fraternidade, em julho, ele ataca a “Resistência”, não por sua adesão à Verdade, que é um ponto forte, mas por seu desprendimento da Autoridade Católica, em Roma e em Menzingen. Desta maneira, o Pe. B. diz, em relação a Roma, a “Resistência” existe em função de sua própria “facilidade e conveniência”, sob risco de ignorar o Papa e não reconhecer sua autoridade; em relação a Menzingen, está recusando o respeito e a obediência devidos; e ao criticar cada palavra pronunciada pelo Superior Geral, está semeando suspeitas e bloqueando os canais da graça.

Mas, Reverendo Padre, entre seus princípios católicos, o senhor mesmo reconhece a primazia da Fé. Mas, ora, o Vaticano II foi um desastre para a Fé ao tentar colocar o homem moderno no lugar de Deus. Assim, conciliarismo e reconciliarismo são ambos desastrosos, e ambos – os oficiais de Roma e o atual Superior Geral da Fraternidade – serão devidamente julgados. O problema não é a “Resistência”, que não “ignora” o Papa e certamente não está procurando sua própria facilidade e conveniência, porque é altamente desconfortável para os católicos serem privados de todo o apoio reconhecido da parte dos oficiais católicos supracitados. Assim, a “Resistência” não está nem caindo em “uma atitude cismática por si só” nem bloqueando os canais da graça. O problema é que o Concílio causa cisma, o Concílio envenena os Papas, e o Concílio sufoca a graça de Jesus Cristo. Se algo da verdadeira Fraternidade quiser sobreviver, o atual Superior Geral não deve ser reeleito, nem substituído por outro reconciliarista.

Kyrie eleison.



Traduzido por Leticia Fantin

domingo, janeiro 14, 2018

Comentários Eleison: Fé Crucial - II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXLVIII (548) (13 de janeiro de 2018)


FÉ CRUCIAL  –  II


Deus está sempre ali, ainda que para nós seja invisível,
Somente se um homem crer n’Ele, compartilhar Seu Céu lhe será possível.


Sua Excelência,

            Conversando com um sacerdote de indulto (que diz a verdadeira Missa, mas obedece aos oficiais da Igreja em Roma), fiquei confuso sobre Dom Lefebvre e a posição que ele tomou em defesa da Fé. Eu acreditava que ele estava certo, mas agora já não tenho tanta certeza. Eis aqui alguns dos argumentos do sacerdote:

1 O Arcebispo desobedeceu Roma. Isto prova que ele era orgulhoso.
2 Tivesse ele desistido de sua Fraternidade e seminários para obedecer Roma, isto teria sido heroico.
3 Se ele desobedeceu Roma para salvar a Tradição, ele fez o mal para alcançar o bem, o que é errado.
4 Obedecer a um papa tão mal orientado quanto o Papa Francisco é um martírio pelo qual se imita a Cristo.
5 Dom Fellay entrar na jaula dos leões romanos é, em termos espirituais, heroico.


Prezado Senhor,

            Em tempos sãos a Igreja Católica dá às almas uma direção clara sobre o que é verdadeiro ou falso, certo ou errado, e o senhor não estaria confuso. Mas desde o Concílio Vaticano II (1962-1965) estes não têm sido tempos sãos, porque os próprios clérigos romanos naquele Concílio abandonaram a verdadeira religião católica de Deus e adotaram uma falsa religião feita pelo homem, à qual podemos chamar conciliarismo. Assim, a partir dos anos 60 os católicos tornaram-se confusos de alto a baixo na Igreja por tentarem ir em duas direções ao mesmo tempo. Por exemplo, este sacerdote de indulto diz a Missa da verdadeira religião, enquanto pretende obedecer aos romanos subordinados à falsa religião. Não admira que o senhor esteja confuso após ouvi-lo. E continuará confuso até que compreenda completamente a diferença entre a verdadeira religião de Deus e o conciliarismo dos homens – talvez Deus queira que faça mais dever de casa!

Um católico é um católico pela Fé na qual acredita, pelos sacramentos que recebe e pela hierarquia à qual obedece. Mas ele é primeiramente católico pela Fé, sem a qual não se interessaria pelos sacramentos e hierarquia católicos. Portanto, a Fé católica é fundamental para um católico, e foi esta Fé que os oficiais romanos abandonaram no Vaticano II para saírem da sintonia com Deus e entrarem na sintonia com o homem moderno. Assim, o conciliarismo é fundamentalmente diferente do catolicismo, e cria um ponto de vista extremamente diferente sobre o que considera orgulho, heroísmo, obediência, e assim por diante. O ponto de vista católico é verdadeiro, o ponto de vista conciliar é falso. Agora, vamos aos argumentos do sacerdote de indulto:

1 O Arcebispo não era orgulhoso, pois estava defendendo a verdade de Deus e colocando-O antes dos homens. Em contrapartida, hereges como Lutero e os conciliaristas são orgulhosos por desafiarem a Deus para agradar aos homens.
2 Ele foi heroico por não ceder a Roma, e por resistir a ela, para colocar Deus em primeiro lugar.
3 Quando fez o que fez para salvar a Tradição, ele não estava fazendo um mal, mas um bem para alcançar um bem.
4 O martírio católico consiste em sofrer o mal e a morte não por qualquer causa, mas somente pela verdadeira Fé católica. O Arcebispo sofreu um verdadeiro martírio por não ceder aos Papas que erravam, e por fazer tudo o que pôde para que eles enxergassem como estavam abandonando a Fé verdadeira.
5 Em contrapartida, seus sucessores vêm pelo menos desde o ano 2000 fazendo tudo o que podem para colocar a Fraternidade do Arcebispo sob o controle dos romanos conciliares, não sendo, portanto, de modo algum heroicos, porque estão colocando os homens antes de Deus. Tampouco são mártires ou verdadeiros imitadores de Cristo. São, na verdade, orgulhosos.

Prezado senhor, espero que agora possa ver que tudo na Igreja deve, em última análise, ser julgado à luz da Verdade e da Fé. Isto porque a fé de um homem ou a falta dela é sua atitude básica para com Deus. Um homem pode escolher ir para o Inferno se quiser, mas se ele quer ir para o único Céu verdadeiro do único Deus verdadeiro, então deve começar acreditando n’Ele, de acordo com a verdadeira Fé.

Kyrie eleison.

Tradução: Leticia Fantin.



terça-feira, novembro 28, 2017

Comentários Eleison: Como discernir? - II

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXLI (541) (25 de novembro de 2017)



COMO DISCERNIR? – II


Como lutar contra um inimigo forte e perigoso?
Quando a primeira coisa que deveria saber sobre ele eu desconheço?

A primeira pergunta de Joseph foi sobre a confusão na Igreja em geral (ver os "Comentários" da semana passada); a segunda, por sua vez, refere-se à Fraternidade Sacerdotal São Pio X em particular. Ei-la:

O senhor escreveu na semana passada que, julgado por seus frutos, o Vaticano II não foi católico, enquanto Dom Lefebvre o foi. No entanto, na Fraternidade Sacerdotal São Pio X que ele fundou parece ter surgido uma nova maneira de pensar na qual se poderia articular em uma série de proposições. Por exemplo:

1 Mesmo que o Papa e os Bispos se comportem mal, eles ainda são as autoridades válidas da Igreja.

2 O Papa Francisco pode ser um modernista, mas ele ainda tem o poder de trazer a FSSPX de volta para a Igreja.

3 Os bispos conciliares não são todos maus. Eles podem ter reações cristãs, demonstrar que têm consciência da crise da Igreja, defender a moral católica em público, exigir o respeito a Deus na liturgia, mostrar devoção à Santíssima Virgem Maria, e assim por diante.

4 Pode-se prever um acordo com Roma desde que "nos aceitem como somos".

5 Somos culpáveis se recusamos sistematicamente qualquer acordo com Roma.

6 É mais útil falar da piedade de Dom Lefebvre do que da sua oposição ao Concílio.

7 É melhor estar em bons termos com a FSSPX do que em maus termos por causa de opiniões falíveis.

8 Os conciliaristas são indisciplinados e desobedientes. Os membros da FSSPX devem ser disciplinados e obedientes.

Concluindo, dada a complexidade da situação em que os católicos se encontram hoje, os membros ou seguidores da Fraternidade podem ser responsabilizados por pensar de acordo com essas proposições?

Resposta: tudo depende do quanto saibam esses membros ou seguidores. Por exemplo, os seguidores da FSSPX mais antigos sabiam que o Concílio era uma nova religião, e que, portanto, a oposição do Arcebispo era uma questão de fé, intrinsecamente mais importante do que a piedade, pois como pode haver piedade sem a fé? Os veteranos da Fraternidade têm muita culpa (a menos e até que finalmente reajam publicamente), porque eles estão permitindo que o que Joseph acima chama "uma nova maneira de pensar" tome a Fraternidade do Arcebispo, para que os jovens da Fraternidade tenham menos chance de entender o que há de errado com as oito proposições acima. Há uma nova geração de sacerdotes da Fraternidade tão piedosa como se poderia desejar, mas (sempre com exceções) que não tem ideia da crise que está agora devastando a Igreja há mais de meio século:

1 É verdade que o Papa e os bispos, de acordo com as aparências, parecem ser as autoridades válidas da Igreja, mas seu comportamento quanto à Fé é tão mau que muitos católicos sérios questionam essa validade.

2 Para qual Igreja o Papa trouxe a NeoFraternidade? Para a Neoigreja? “Eles me expulsaram da Neoigreja?”, dizia o Arcebispo “excomungado” – “E daí? Eu nunca pertenci a ela!”.

3 De fato, nem todos os bispos conciliares são maus, mas quase todos são modernistas, o que significa que muitos deles perderam sua fé católica sem sequer perceber. O homem moderno é tão corrupto que enquanto sua religião católica passou a corresponder à modernidade, ele nem percebeu que ela deixou de ser católica.

4 "Aceitar-nos como somos" foi para a FSSPX uma coisa em, digamos, 1987. É outra coisa completamente diferente em 2017!

5 Se Roma voltasse para a verdadeira Fé, não haveria mais necessidade de acordo.

6 Graças a Deus também pela piedade do Arcebispo, mas, de longe, sua qualidade mais importante era a sua fé.

7 "Opiniões falíveis"? Existe algo chamado verdade! Alguém que tenha alguma importância na Neofraternidade realmente estudou os documentos do Vaticano II? Eles negam que estes representam uma nova religião?

8 Os membros da FSSPX devem ser disciplinados e obedientes ao quê? À nova religião Conciliar centrada no homem?

O problema com todas essas proposições é que a FSSPX nasceu no meio da grande guerra que o mundo moderno tem feito contra Deus, mas desde a morte do Arcebispo em 1991 seus líderes perderam toda compreensão efetiva sobre quem está travando essa guerra , e como e por quê. Joseph, leia a "Pascendi", uma e outra vez, até que você a tenha compreendido completamente!


Kyrie eleison

terça-feira, novembro 21, 2017

Comentários Eleison: Como discernir? - I

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXL (540) (18 de novembro de 2017)


COMO DISCERNIR? – I


Quando é boa a intenção dos homens, como distinguir o bom do mau?
Observando onde há realmente bons frutos.


Um jovem com uma boa mente está fazendo uma boa pergunta sobre a crise na Igreja e outra boa pergunta sobre a crise na Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Veja como Joseph aborda sua primeira questão:

Por um lado, a crise conciliar foi uma em uma série de crises que afligem a Igreja, como o Protestantismo, o Liberalismo e as Revoluções, com duas Guerras Mundiais, e, portanto, uns erros fizeram o caminho no Concílio, os quais foram claramente condenados pela Igreja antes do Vaticano II. E após o Concílio, as novidades foram aplaudidas pelos inimigos clássicos da Igreja, como os maçons e os socialistas, enquanto o espírito missionário da Igreja praticamente se extinguiu. Por outro lado, as ideias do Concílio são obra dos mais inteligentes e supostamente católicos homens da Igreja, e não se pode dizer o tempo todo que o Papa não é Papa, nem que a maioria dos Bispos seja consagrada invalidamente. Portanto, pode-se dizer que a crise conciliar envolve áreas de sombra que ainda dificultam a visão clara? E se não podemos chegar a conclusões definitivas, podemos ter a certeza de que estamos mantendo a verdadeira Fé?

A melhor resposta vem do próprio Senhor, falando no Sermão da Montanha (Mt VII, 15-20): – “Pelos frutos, os conhecereis”. Obviamente, Nosso Senhor sabia que haveria ataques constantes à Sua Igreja com repetidas tentativas do Diabo para semear confusão nas mentes de Seus seguidores. A confusão que se seguiu ao Vaticano II não é diferente em espécie de crises anteriores na História da Igreja, mas pela defecção dos clérigos no Vaticano II, a confusão hoje é sem precedentes em grau – nunca antes a massa de pastores católicos esteve tão perdida, nem, portanto, o rebanho católico.

No entanto, para encontrar o caminho para longe da confusão, o mesmo princípio infalível ainda se aplica: as ações falam mais alto do que as palavras, e os frutos das ações do homem são o guia mais seguro para quem ele é e o que ele realmente pretende. Especialmente no caso do modernismo um homem pode enganar-se quanto ao que ele quer ou pretende, porque ninguém está tão profundamente separado da realidade que um modernista. “O fim do mundo será caracterizado por homens fazendo o mal pensando que estão fazendo o bem”, disse o Padre Faber em meados do século XIX. No século XXI, estamos no final mau deste processo de séculos de humanidade enganando-se a si mesma, já que ela se afastou de Deus. Então, Deus estaria deixando Seu rebanho indefeso contra inusitados lobos em pele de ovelha como são os modernistas? Não, porque julgar pelos frutos é algo que qualquer um pode fazer, com um mínimo de senso comum e vontade reta.

Portanto, Joseph, você observa que as autoridades da Igreja de hoje são homens altamente inteligentes e supostamente católicos, e você assume razoavelmente que são as autoridades válidas da Igreja, porque mesmo se você sabe que seus frutos são tão pouco católicos, a ponto de fazerem com que muitos discutam essa validade, não obstante quem mais está ali que esteja autorizado a falar e a agir pela Igreja Universal? Mas, ao mesmo tempo, você observa que suas ideias estão em consonância com graves erros anticatólicos do passado, e que agora são aplaudidos por inimigos clássicos da Igreja, como os maçons. Argumentos de um lado e de outro. Dúvidas e sombras. Como você resolve a confusão?

Resposta: por sua própria observação de que o espírito missionário desapareceu da Igreja desde o Vaticano II. Aqui estão os frutos. O Concílio pregou o ecumenismo (Unitatis Redintegratio), a liberdade religiosa (Dignitatis Humanae) e a relativa aceitabilidade de falsas religiões como o Hinduísmo, o Islamismo e o Judaísmo (Nostra Aetate) – como o espírito missionário poderia não colapsar após o Concílio? E também não esvaziaram e fecharam inúmeros mosteiros, seminários, conventos, dioceses e paróquias desde o Vaticano II? Foram abertos novos em algum lugar? Sim, em todo o mundo sob a liderança do único Bispo católico que desde o princípio repudiou abertamente o Concílio e todas as suas obras, Dom Lefebvre. Aqui estavam os mesmos bons frutos dos mesmos princípios católicos, aplicados fielmente em desafio ao Vaticano II. Joseph, você não precisa procurar mais nada.
                                                                                                                                      
Kyrie eleison.

Traduzido por Cristoph Klug.