Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLV (555) (3 de março de 2018)
DEFENDENDO MENZINGEN – II
Por
que alguns bons homens não conseguem ver onde o mal reside?
Quanto
mais eles falham, mais a “Resistência” progride!
Não há dúvida de que
alguns leitores destes “Comentários” não estão tão interessados em ler sobre o
que lhes parecem meras disputas internas entre alguns poucos sacerdotes
católicos. Que tais leitores não subestimem a importância dessas “disputas”. A
religião dirige o mundo porque Deus existe, e o modo como os homens se
posicionam em relação a ela (a religião) governa o modo como eles se posicionam
em relação aos seus semelhantes (política). A Igreja Católica dirige a religião
porque desde a Encarnação de Cristo o Catolicismo é a única religião fundada
pelo único Deus verdadeiro. E a Tradição Católica dirige a Igreja Católica
porque esta Igreja é tão essencialmente imutável como o próprio Nosso Senhor. E
por quarenta e dois anos (1970-2012) a Fraternidade Sacerdotal São Pio X esteve
na linha de frente da defesa da Tradição Católica porque era a única
organização católica no mundo inteiro que efetivamente resistia à modernização infiel
da Igreja pelo Concílio Vaticano II. Assim, todos os homens vivos, ateus,
protestantes ou conciliaristas, especialmente sacerdotes e seguidores da FSSPX,
estão preocupados com o problema de infidelidade à Tradição Católica dentro da
FSSPX. Leiam, minha gente!
Outro defensor de
Menzingen, o Pe. B., alistou-se nas fileiras para defender sua política de reintegração
à Roma conciliar – chamá-lo-emos reconciliaristas – com um artigo na revista
oficial mensal da FSSPX dos EUA. Desde que o Vaticano II separou da Verdade Católica
a Autoridade Católica, que só existe para defendê-la e mantê-la, todos os
católicos têm estado necessariamente mais ou menos esquizofrênicos – ou eles
seguem a Autoridade e abandonam a Verdade, ou seguem a Verdade e abandonam a
Autoridade, ou eles escolhem qualquer uma de uma variedade de combinações entre
elas.
O fundador da FSSPX,
o Arcebispo Lefebvre, escolheu a Verdade, mas manteve tanto respeito pelos
detentores da Autoridade Católica quanto era compatível com a fidelidade à
Verdade, e como resultado sofreu séria perseguição e condenação da parte de
todos os católicos que mais ou menos preferiram a Autoridade. Ao contrário,
seus sucessores na liderança da Fraternidade estão querendo devolvê-la à autoridade
conciliar, daí que a partir de 2012 a Fraternidade tem sido oficialmente
reconciliarista. Por essa mudança da FSSPX, da Verdade de seu fundador para a
Autoridade conciliar, eles preencheram a Fraternidade de esquizofrenia,
causando um movimento de “Resistência” contra seu “reconciliarismo”.
Durante a maior
parte de seu artigo, o Pe. B. é católico em seus princípios, mas no fim é
reconciliarista na aplicação destes. Assim, talvez para ajudar na reeleição do
atual reconciliarista Superior Geral da Fraternidade, em julho, ele ataca a
“Resistência”, não por sua adesão à Verdade, que é um ponto forte, mas por seu
desprendimento da Autoridade Católica, em Roma e em Menzingen. Desta maneira, o
Pe. B. diz, em relação a Roma, a “Resistência” existe em função de sua própria “facilidade
e conveniência”, sob risco de ignorar o Papa e não reconhecer sua autoridade;
em relação a Menzingen, está recusando o respeito e a obediência devidos; e ao
criticar cada palavra pronunciada pelo Superior Geral, está semeando suspeitas
e bloqueando os canais da graça.
Mas, Reverendo
Padre, entre seus princípios católicos, o senhor mesmo reconhece a primazia da
Fé. Mas, ora, o Vaticano II foi um desastre para a Fé ao tentar colocar o homem
moderno no lugar de Deus. Assim, conciliarismo e reconciliarismo são ambos
desastrosos, e ambos – os oficiais de Roma e o atual Superior Geral da
Fraternidade – serão devidamente julgados. O problema não é a “Resistência”,
que não “ignora” o Papa e certamente não está procurando sua própria facilidade
e conveniência, porque é altamente desconfortável para os católicos serem
privados de todo o apoio reconhecido da parte dos oficiais católicos
supracitados. Assim, a “Resistência” não está nem caindo em “uma atitude
cismática por si só” nem bloqueando os canais da graça. O problema é que o
Concílio causa cisma, o Concílio envenena os Papas, e o Concílio sufoca a graça
de Jesus Cristo. Se algo da verdadeira Fraternidade quiser sobreviver, o atual
Superior Geral não deve ser reeleito, nem substituído por outro reconciliarista.
Kyrie eleison.
Traduzido por Leticia
Fantin
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