Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DXXXIII (533) (30 de setembro de 2017)
VERDADE HISTÓRICA – III
VERDADE HISTÓRICA – III
Como não estar mais ou menos
confusa a totalidade dos homens poderia,
Quando é recusada a realidade por
sua maioria?
O terrível castigo
da persistência na mentira é aquele em que se perde todo senso da realidade.
Este castigo está encerrando-se em nossa "civilização" ocidental. As
pessoas não podem mais distinguir entre verdade e falsidade, entre fantasia e
realidade. Infelizmente, a fantasia pode ser mais doce, mas a realidade sempre
se reafirma no final, e quanto mais obstinadamente se apega à fantasia, mais
violentamente a realidade é susceptível de retornar. As duas guerras mundiais
do século passado foram retornos violentos à realidade. Estamos indo direto
para uma terceira, porque estão elevando a preferência pela fantasia a uma
ideologia. O seguinte exemplo claro da transformação de mentiras em ideologia
vem de um site que se esforça para defender a verdade:
Em 2009, o
americano nascido na Polônia, Herman Rosenblat, escreveu um memorando sobre o
Holocausto para o qual, mesmo antes de poder ser publicado como um livro, os
direitos cinematográficos tinham sido vendidos por vinte e cinco mil dólares. Angel at the fence [Anjo na cerca] diz como
Rosenblat, preso durante a Segunda Guerra Mundial no campo de concentração de
Buchenwald, encontrava-se através da cerca externa do campo com uma menina de
nove anos que lhe jogava maçãs e pães sobre a cerca. Ao final da guerra, eles
perderam contato um com o outro, e ele emigrou para os Estados Unidos. Anos
depois, em Nova York, recorreu a uma agência de casamento para encontrar uma esposa,
e quem havia de aparecer no encontro às cegas senão a mesma menina? Ela já era adulta,
mas ele a reconheceu imediatamente e lhe propôs casamento, que foi aceito, e
eles viveram felizes para sempre.
A história é das
mais comoventes. Rosenblat deu a entender a todos que isso aconteceu na
realidade, e parece que todos acreditaram nele. No entanto, os investigadores da
história provaram com fatos da guerra, por exemplo, a impossibilidade de os
presos de Buchenwald se aproximarem da cerca externa do campo, ou seja, provaram
que essa história era pura invenção da imaginação de Rosenblat. Foi mais uma
“história falsa do Holocausto”. Mas um visitante regular do site acima
mencionado, Seymour Zak, protestou com veemência que não existiria algo como
uma “história falsa do Holocausto”. Eis quão assustador é o seu raciocínio:
...O que os antissemitas continuam
insistindo que sejam "histórias falsas do Holocausto", deve ser visto
de uma luz mais positiva como "a verdade da imaginação", para citar a
famosa frase do poeta John Keats. Se algo é percebido como verdadeiro pela
mente, ainda que estritamente falando possa
não ter acontecido, e se esse evento é visto posteriormente como uma
verdade viva nas mentes de milhões de outras pessoas boas que foram expostas à
mesma versão mais alta da realidade, então não deve ser descartado como uma
"mentira"... Todas essas histórias são verdadeiras em um sentido metafísico
superior, e negá-las é um sacrilégio... Temos a obrigação sagrada para com os
seis milhões que morreram sob a tirania do malvado ditador nazista Adolf Hitler
de lembrar os mortos e rejeitar com desprezo todas as tentativas de negar o
Holocausto referindo-se às " histórias falsas do Holocausto". Repito:
não existe algo como uma história falsa do
Holocausto. Toda história do Holocausto é verdadeira, cem por cento verdadeira,
tenha ela acontecido ou não... Nas palavras sublimes de Elie Wiesel:
"Na literatura, certas coisas são verdadeiras, ainda que não tenham
acontecido, enquanto outras não são verdadeiras, mesmo que tenham acontecido".
No raciocínio
de Seymour Zak, não importa se os seis milhões mencionados aqui realmente
morreram "sob a tirania, etc." ou não. O que importa é se os Seis
Milhões constituem uma “versão mais alta da realidade, vista como uma verdade
viva nas mentes de milhões de pessoas boas, etc.”, e se o fazem, então afirmar
que elas morreram quando, na realidade, elas não morreram, já não é mais uma
mentira, mas uma verdade mais alta! A realidade não é mais a medida da verdade,
especialmente se essa verdade superior é quase religiosa, ou seja, uma
"obrigação sagrada" que é "sacrilégio" negar, a saber, o holocaustianismo.
Em outras palavras, há uma realidade histórica e uma realidade não histórica, e
apenas a segunda merece o nome de "realidade"!
Isto é uma
completa loucura, mas está em toda a sociedade à nossa volta, cada vez mais, e
nós, seres humanos, somos animais sociais, necessariamente influenciados pela
sociedade que nos rodeia. Católicos – e não católicos –, se vocês quiserem
manter as cabeças acima do crescente inundação de loucura, rezem os Quinze
Mistérios do Santo Rosário todos os dias. Nossa Senhora pode proteger sua
sanidade. Estes "Comentários" não têm outro remédio para sugerir.
Kyrie eleison.
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