Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLI (551) (3 de fevereiro de 2018)
Número DLI (551) (3 de fevereiro de 2018)
"IGREJA OFICIAL?"
Manobrar,
esquivar, enganar, defraudar, Roma poderá,
Mas
certo por linhas tortas Deus escreverá.
É
preciso ter muito cuidado com as palavras, porque com as palavras nossa mente opera
sobre as coisas, e as coisas constituem a vida cotidiana. Portanto, das
palavras depende o modo como conduziremos nossas vidas. Na igreja paroquial
emblemática da Fraternidade de São Pio X em Paris, França, existe um sacerdote
da Fraternidade que tem o devido cuidado com as palavras. O Pe. Gabriel Billecocq
escreveu na edição do mês passado (nº 333) da revista mensal da paróquia, Le Chardonnet, um artigo intitulado
"Você disse 'Igreja oficial'?". No artigo ele nunca menciona a Sede
da Fraternidade em Menzingen, na Suíça, mas reclama do "desejo" que
vem de algum lugar, presumivelmente de cima, de que as palavras "Igreja conciliar"
devem ser sempre substituídas pelas palavras "Igreja oficial". E ele
está certo, porque as palavras "Igreja conciliar" são perfeitamente
claras, enquanto as palavras "Igreja oficial" não são claras, mas
ambíguas.
Pois,
por um lado, "Igreja conciliar" significa claramente que grande parte
da Igreja de hoje está mais ou menos envenenada com os erros do Concílio
Vaticano II. Esses erros consistem essencialmente na centralização do homem no
centro da Igreja, que deveria estar centrada em Deus. Por outro lado,
"Igreja oficial" é uma expressão com dois significados possíveis. Pode
antes significar que a Igreja foi oficialmente instituída por Cristo e
trazida oficialmente para nós ao longo dos tempos pela sucessão de Papas, e a
essa "Igreja oficial" nenhum católico pode opor-se, pelo contrário. Ou
"Igreja oficial" pode significar a massa dos funcionários da Igreja
dedicados ao Vaticano II que durante o último meio século tem usado seu poder
oficial em Roma para infligir aos católicos os erros conciliares, e a esta
"Igreja oficial" nenhum católico pode não opor-se. Portanto, "Igreja
conciliar" expressa algo automaticamente mal, enquanto "Igreja
oficial" expressa algo bom ou mal, dependendo de qual dos dois
significados esteja sendo dado. Portanto, substituir "Igreja conciliar"
por "Igreja oficial" é substituir a clareza pela confusão, e também
impede que os católicos se refiram ao mal do Vaticano II.
O
Pe. Billecocq nunca sugere que o Quartel-General da Fraternidade tenha
"desejado" tal coisa, mas um fato e uma especulação o sugerem. Quanto
ao fato, no início deste mês, o Superior do Distrito Francês da Fraternidade, o
Pe. Christian Bouchacourt, entrevistado em público sobre as próximas eleições em
julho, disse: "Assim que um Superior Geral for eleito, o Vaticano será
imediatamente notificado da decisão". Essa notificação do Vaticano pela
Fraternidade sobre as eleições desta nunca foi feita antes. E sugere fortemente
que os atuais líderes da Fraternidade esperam que Roma não só seja informada,
mas também que dê sua aprovação oficial à escolha de seus líderes – para que
notificar, senão para conseguir aprovação? O que mais a Neofraternidade implorará
da Neoigreja? O que não implorará? Como se afastou a Fraternidade dos tempos em
que a fé do Arcebispo Lefebvre costumava fazer Roma implorar!
Quanto
à especulação, se ouve que dois candidatos principais estão sendo preparados
por Menzingen para que os eleitores escolham como Superior Geral nas eleições
de julho da Fraternidade, pois o posto não será mais ocupado por um Bispo. Suponha-se
que Roma já está no controle virtual dessas decisões importantes que estão
sendo tomadas dentro da Sede da Fraternidade. Nesse caso, Roma não tem muito por
que temer que algum desses dois candidatos mudem substancialmente as políticas
pró-romanas do Bispo Fellay, enquanto possa ter muito que ganhar com a
aparência de uma mudança no topo, e ela pode ser capaz de fazer uso do Bispo
Fellay em Roma como líder de uma Congregação
Ecclesia Dei "renovada", que inclua todas as comunidades
tradicionais, incluindo sua própria antiga Fraternidade.
Quem
pode duvidar da habilidade dos romanos para tirar vantagem de todas as
situações? A menos que... a menos que existissem novamente na Fraternidade a Fé
e a Verdade que foram a força motriz do Arcebispo Lefebvre e de sua vitória
sobre todos os liberais e modernistas em Roma. Esses demônios se esforçam para
desfazer de uma vez por todas a Tradição Católica de Deus, que é o obstáculo
potencial mais grave para sua nova Religião Mundial Única. E Deus pode exigir
nada menos que o sangue dos mártires católicos para detê-los. Os mártires que
vêm de entre os sacerdotes e os leigos da Fraternidade serão a sua glória.
Kyrie
eleison.
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