“Comentários Eleison” por Mons. Williamson –
Número CCLXXVII (277) - 3 de novembro de 2012
E
AGORA?
As
notícias da semana passada sobre a expulsão de um dos quatro bispos da
Fraternidade Sacerdotal São Pio X proporcionaram um grande número de e-mails de apoio e incentivo. A cada um
de vocês, muito obrigado. Tal divisão grave entre os bispos da Fraternidade é
uma grande vergonha, mas Deus tem seus motivos para permitir que isso aconteça.
E é óbvio que muitos de vocês entendem que a Fé vem antes da unidade. Não a
divisão, mas a perda da Fé é o mal supremo (I Cor., XI, 19; I Jo., II, 19).
Quanto à forma como irá desdobrar-se a guerra titânica entre os amigos e
inimigos da Fé, eu mesmo posso ver, nesse momento, apenas as linhas gerais.
Deixem-me recorrer às três citações favoritas do Arcebispo Lefebvre, que acho
que se aplicam ainda hoje.
Em
primeiro lugar: “Devemos seguir a Providência, e não tentar guiá-la”. Se é
verdade que “a caridade tudo espera” (I Cor., XIII, 7), então ainda pode dar-se
algum tempo à Fraternidade para acertar-se antes que seja reduzida a mais um
grupo tradicional que passou para o lado inimigo. É por isso que eu disse na
semana passada que os padres da FSSPX podem recolher-se temporariamente e
observar o modo como as coisas irão desenrolar-se, enquanto os leigos podem
continuar a frequentar as Missas da Fraternidade; mas ambos devem tomar cuidado
(Mt., XXVI, 41) com contradições na doutrina, com o afrouxamento da moral. A
tentação será a preferência pelo conforto e pela rotina em lugar das
dificuldades e da insurreição, como fizeram milhares de sacerdotes e milhões de
leigos após o Vaticano II, de modo que acabaram por perder a Fé. Temos o
direito de esperar que a Providência nos mostre qual é o caminho a seguir. Não
temos o direito de perder a Fé.
Em
segundo lugar, “O tempo não respeita nada feito sem ele”. Em outras palavras, é
preciso tempo para construir algo sólido. Podemos estar com pressa, mas Deus
não. O Arcebispo levou seu tempo para construir a Fraternidade. O Vaticano II
concluiu sua diabrura em 1965. Somente 11 anos depois é que o primeiro grupo de
sacerdotes saiu do primeiro seminário do Arcebispo. Paciência. Ele não tinha
pressa.
Em
terceiro lugar, “Bom não é barulhento, e barulho não é bom”. A opinião pública
hoje está completamente envenenada. Tentar atingir uma ampla audiência de
homens modernos é abrir-se bastante ao risco de o rabo abanar o cachorro, de a
plateia distorcer a mensagem e o mensageiro deixar-se corromper. O Arcebispo
raramente ia atrás da mídia, mas ela estava sempre atrás dele, porque sua
mensagem era inflexível, e era a prova de que “A nossa Fé é a nossa vitória
sobre o mundo” (I Jo.,V, 4), e não o nosso fazer barulho na cena pública.
Em
resumo, eu acho que a situação da Resistência Católica atual não exige nenhuma
ação precipitada, mas uma avaliação cuidadosa dos homens e eventos, até a
vontade de Deus tornar-se mais clara. Eu acho – posso estar enganado – que Ele
quer uma rede solta de focos independentes de Resistência, reunidos em torno da
Missa, entrando em contato livremente uns com os outros, mas sem uma estrutura
de falsa obediência, como a que serviu para afundar o mainstream da
Igreja na década de 60 e agora está afundando a Fraternidade São Pio X. Se você
concordar, contribua por qualquer dos meios com a St. Marcel Iniciative
porque isto certamente virá a ser útil, talvez mais cedo do que penso. Quanto a
mim, assim que a minha situação se estabilizar na Inglaterra, estarei pronto
para colocar os poderes do bispo à disposição de quem puder fazer sábio uso
deles.
Nos
EUA, cheques podem ser passados a St Marcel Initiative, enviados para St
Marcel Initiative, POBox 764, Carrollton, VA 23314, EUA. Contribuições com
cartão de crédito ou cartão de débito ou débito direto por transferência podem
ser feitas em www.stmarcelinitiative.com. Para contribuições em cheques
do Reino Unido e da Zona do Euro, os detalhes a respeito de para onde eles
podem ser enviados serão fornecidos o mais breve possível.
Kyrie
eleison.