Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCX - (310) - 22 de junho de 2013
“Horror” pode parecer uma palavra muito forte para a
mudança de direção dentro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, que ficou finalmente
clara um ano atrás. Contudo, se o inferno é horrível; se ninguém pode evitá-lo
sem a fé; se a fé veio a estar em grande perigo em uma Igreja incapacitada pelo
Vaticano II, mas uma fortaleza de verdadeira fé foi miraculosamente
estabelecida dentro da Igreja incapacitada; e finalmente, se essa fortaleza
está agora sendo também incapacitada, então “horror” pode não ser mais uma palavra
tão forte.
A FSSPX não caiu ainda completamente, mas já percorreu
grande parte da queda, e poderá completá-la. A liderança que tem promovido
habilmente essa queda nos últimos 15 anos continua no poder. Ela seguiu o
Arcebispo Lefebvre enquanto ele viveu, mas nunca entendeu, ou resolveu deixar
de entender, porque ele fundou a Fraternidade em primeiro lugar, a saber, para
resistir à queda do clero conciliar que procura levar a Igreja em sintonia com
o corrupto, mas glamoroso, mundo moderno. Uma vez que ele não estava mais lá,
esses líderes foram todos logo re-possuídos pelo glamour.
No momento eles estão arrastando para baixo consigo
uma série de padres antigos da FSSPX, e estes estão deformando os mais jovens.
Quanto aos sacerdotes mais velhos, tal como depois do Concílio Vaticano II, aqueles
formados pelo Arcebispo podem estar atormentados pelo fato de a
Neo-fraternidade estar distorcendo a sua formação, e assim ficarão a menos e
até eles tomarem a decisão de seguir o fluxo, e para isso suas consciências vêm
sendo anestesiadas. Quanto aos sacerdotes mais jovens, tal como depois do
Concílio Vaticano II, tendo sido normalmente deformados pela nova direção, apenas
por si mesmos podem encontrar a antiga direção, já que eles não estão sendo
ensinados sobre quem o Arcebispo realmente foi. Com efeito, os seminários da
FSSPX estão sendo lentamente transformados em neo-seminários. Deve-se tomar
cuidado ao recomendá-los para as vocações.
E em relação ao topo da FSSPX? Aqui está o pensamento recente
de quem é completamente familiarizado com o modelo doutrinário do Arcebispo.
Durante muito tempo este foi o seu defensor, mas desde que as discussões
doutrinárias de 2009 a 2011 demonstraram que Roma estava insistindo em seu erro
doutrinário, agora, em 2013, ele também aprova o colapso da Fraternidade iniciado
no Capítulo de 2012, quando renunciou a um acordo doutrinal e definiu condições
estabelecidas para um acordo meramente prático. No entanto, ele está contente
que na prática o colapso não tenha dado nenhum fruto! Sem dúvida isto se deu
apenas porque os romanos ainda não pensam que o colapso tenha sido
suficientemente completo. Mas ele ainda olha adiante, para os líderes da FSSPX
renovando os contatos com o novo Papa, como se depois de meio colapso eles não estivessem
se arriscando a colapsar completamente enquanto rastejam de volta para Roma em
busca de reconhecimento canônico para a FSSPX.
O que aconteceu com a sua mente? Como muitos bons
padres sob o tirânico Paulo VI depois do Vaticano II, ele tem se perdido da
divina doutrina e está se deixando ir com o fluxo humano. Sua consciência não
pode estar tranquila, mas sua vontade provavelmente está preparada para
preferir o bem aparente da FSSPX ao bem real da Fé, que é incompatível com a
submissão aos seus poderosos inimigos. Ao pronunciar sua solidariedade com os
líderes da Fraternidade que querem tal submissão, ele pode não perder a própria
fé, mas com sua nova brandura para como os apóstatas Romanos, arrisca facilitar
bastante para que várias outras almas comecem a perder a verdadeira fé.
Quanto aos líderes da FSSPX, estão atolados em
duplicidade, pois continuam tendo que enganar a si mesmos e aos que são fiéis à
religião de Deus e ao Arcebispo Lefebvre, enquanto, na realidade, estão
querendo pertencer à Igreja mainstream dedicada
à nova religião do homem. A perda das almas e a duplicidade são um duplo horror.
Kyrie
eleison.