Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCIX - (309) - 15 de junho de 2013
CCCIX - (309) - 15 de junho de 2013
VIAGEM À ÁSIA
Alguns leitores reclamaram dos “Comentários Eleison” de duas semanas
atrás sobre a autoridade sendo estropiada. Do nosso argumento sobre o “Castigo
iminente” de que nenhuma Congregação Católica pode mais ser fundada de um modo
católico normal, eles concluíram que eu acredito que não há nada mais para um
bispo fazer do que esperar que Deus intervenha. Mas nesse caso, por que eu
acabei de passar duas semanas na Ásia, e por que eu estou agora na Irlanda?
Eles também concluíram que eu nunca irei consagrar outro bispo. Vejam – se Deus
quiser – é só esperar.
De fato, já é bastante para um bispo visitar e encorajar as almas que se
esforçam para manter a Fé quando o Quartel General da Fraternidade São Pio X,
obviamente, ainda tem a intenção de levá-la para os braços da Roma Conciliar.
Em 17 de junho o Bispo Fellay escreveu a Bento XVI: “Eu tenho a intenção de
continuar a fazer todo esforço para prosseguir neste caminho (de reconciliação
com Roma) a fim de chegar aos esclarecimentos necessários”. E no mesmo
tom: “Infelizmente, na presente situação da Fraternidade”, a contraproposta
de Roma de 13 de junho à sua Declaração Doutrinal de meados de abril “não
será aceita”. Então teria sido uma felicidade se a Fraternidade tivesse
aceitado os termos de Roma?
Contra essa evidência escrita (tornada pública pelo Quartel General!) da
determinação em andamento do Bispo Fellay de vender a Fraternidade do
Arcebispo, nós temos citações do Superior do Distrito Francês alegando que o “infelizmente”
ele teria escrito apenas “para o bem do Papa”, e afirmando para a Madre
Superior das Carmelitas na Bélgica, que ele “nunca teve a intenção de buscar
um acordo prático com Roma”. Lamentavelmente o Bispo Fellay já tem tal
histórico de adaptar suas palavras ao seu público, que citações como essa de
forma alguma desmentem a sua intenção de vender a Fraternidade do Arcebispo. A
assombrosa capacidade dele de mudar os móveis mentais dentro de sua mente
merece um “Comentários Eleison” todo para isso; mas só por hora: não é de se
admirar que o que vem a ser chamado de “Resistência” esteja aumentando de
maneira independente no mundo inteiro?
Entre 24 de maio e 16 de junho eu visitei com o Pe. Chazal uma boa parte
desse rebanho de aproximadamente 400 almas, e fiz mais de 50 Crismas na Coréia
do Sul, nas Filipinas e em Singapura. Pe. Chazal é uma figura. Ele tem ideias
brilhantes e é muito engraçado na hora de barganhar. Se alguma vez você
encontrá-lo, peça a ele para fazer sua imitação de um político indiano (ele diz
que os indianos são fortes, e “podem aguentar isso”).
Na Coreia do Sul a mudança de direção da Fraternidade causou uma
dura divisão, e como resultado o doador da capela original simplesmente doou
outra. Eu tive o prazer de fazer o casamento da filha do doador. Nas Filipinas,
logo que cheguei, um padre mais velho que deixou a Neo-Igreja anos atrás para
trabalhar com a Fraternidade estava deixando a Fraternidade para trabalhar com
a Resistência. Parece que estão confiando a ele o início de um seminário que o
Pe. Chazal pretende abrir, e ele vai, além disso, ter bastante trabalho em
centros de toda a região central das Filipinas. Em Singapura, um mostruário no
Leste do materialismo de estilo Ocidental, há ainda uma boa família chinesa com
seus amigos, que estão compreendendo bem a mudança da Fraternidade para o
Neo-Fraternidade. A verdade minará esta ex-FSSPX, como o Pe. Chazal chama,
assim como a verdade está minando a Neo-Igreja, ou o Novus Ordo.
Aqui estão muitas almas para sustentar em seu caminho para o Céu. Tenho
eu candidatos oferecendo-se para ser consagrados como bispos?
Kyrie eleison.