sábado, dezembro 14, 2013

Comentários Eleison: Padre Rioult II

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXV – (335) – (14 de dezembro de 2013): 

PADRE RIOULT II

            Permitam-me citar o Padre Rioult, de sua entrevista de 6 de outubro em Paris (cf. EC 333), uma outra questão muito discutida dentro da Resistência católica atual – a da organização. Perguntaram ao Pe. Rioult se ele achava que seria possível criar uma organização de alcance mundial, ou se a opção seria por algum tipo de associação livre, do modo como se agrupam os sedevacantistas há alguns anos. Aqui está sua resposta, desta vez em suas próprias palavras:

“Nos próximos meses eu posso estar criando um tipo amplo de associação baseada na amizade com outros católicos da Resistência, sejam eles sedevacantistas ou não, já que o sedevacantismo é, para mim, uma opinião. Mas a situação aqui e agora não é ainda propícia para uma tal situação. Em todo caso, tudo o que é católico é nosso. Assim nós trabalharemos com quaisquer católicos que estejam prontos para agir como católicos e resistir ao reino supremo do modernismo dentro da Igreja. Então, sim para um amplo tipo de associação que compartilhe o mesmo bem comum; a fé e devoção da Igreja Católica, a defesa da Fé. Ter-se isso como bem comum viabiliza criar amizade entre todos os nossos grupos.

            Eu acho que quanto mais nos aproximamos do fim dos tempos, mais os católicos terão que ser anarquistas – não no princípio, mas na prática. Quero dizer com isso que eles terão que enfrentar todos os poderes constituídos, pois estes terão sido neutralizados, indeterminados ou subvertidos, operando de modo contrário à ordem natural. Assim, na prática os católicos terão que se levantar contra todos eles, na Igreja ou no Estado... porque eles todos serão deformados sob a influência maçônica... servindo de modo ou de outro ao príncipe deste mundo. Então eu acho que será muito difícil criar alguma estrutura de nível mundial. O padre dominicano francês Pe. Roger Calmel tinha uma visão muito clara das coisas. Já nos anos de 1970 ele dizia que os líderes naturais de um dado lugar terão que fazer brilhar o seu ministério naquele lugar, unidos por laços de amizade aos líderes de outros lugares.

            Nos anos de 1970, no periódico francês “Itineraires” (nº 149), ele escreveu: ‘O combate pela Fé terá que ser travado por pequenos grupos que se recusam a entrar em quaisquer organizações estruturadas ou universais. Dentro desses vários grupos, sejam eles uma pequena escola, um humilde convento, um grupo de oração, uma reunião de famílias cristãs ou uma organização de peregrinação, a autoridade é real e aceita por todos. Tudo o que é necessário é que cada católico vá tão longe quanto a sua graça e a sua autoridade o levem na pequena esfera que certamente lhe compete liderar, e na qual se encarregará de fazê-lo sem que sobre si haja qualquer grande estrutura administrativa’.”

            Se o Pe. Calmel tivesse escrito nos anos de 1970 para as circunstâncias da década de 70, se poderia dizer que ele estava olhando muito à frente, ou que Monsenhor Lefebvre, ao organizar a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, mostrou ser possível que isso se desse ainda naquela década. Mas eu acho que o Pe. Calmel estava certo em relação ao tempo. Alguém poderia ainda dizer, observando o que aconteceu com a Fraternidade no ano passado, que ela não estaria destinada a durar muito. Monsenhor Lefebvre, como o Papa São Pio X, conduziu uma maravilhosa ação de retaguarda, mas deve ser levado em conta o tanto menos que Monsenhor pôde realizar agindo setenta anos depois do Papa, e agora já se passaram quarenta anos desde a ação do Monsenhor. Em um mundo marchando em direção à sua ruína, a realização da profecia do Pe. Calmel não poderia ser indefinidamente retardada.

            Caros leitores, se nós desejamos ficar com Nosso Senhor, nós não temos outra escolha que não nos prepararmos para a luta. Em minha opinião, o Pe. Calmel e o Pe. Rioult estão certos. Mãe de Deus, Auxiliadora dos Cristãos, ajude-nos!


Kyrie eleison.