Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCLXVII (367) - (26 de julho de 2014):
A FRANÇA SE MEXE
Muitos
de vocês sabem que na terça-feira e na quarta-feira da semana passada realizou-se,
no convento dos Dominicanos de Avrillé, perto de Angers, no Noroeste da França,
uma reunião de sacerdotes resistentes provenientes de todos os lugares em que a
“Resistência” está operando e avançando, mas principalmente da França. Essa foi
a terceira reunião dos sacerdotes franceses em Avrillé desde o início do ano, e
a mais importante. Desta vez eles começaram a coordenar e a organizar as suas
atividades na França, um país frequentemente, e de várias formas, decisivo para
a Igreja.
O
mérito por convocar essas reuniões é do Prior de Avrillé, Pe. Pierre-Marie. Por
muitos anos Avrillé vem oferecendo apoio e servindo de refúgio para os padres
da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, cuja vida sacerdotal têm se tornado mais
e mais difícil sob a sua atual liderança, cuja busca pela reconciliação com a
Neoigreja em Roma é, a despeito do disfarce e das negações, incessante. Há
apenas umas poucas semanas, o Segundo Assistente da Fraternidade teria
declarado: “O trem está partindo para Roma, e aqueles que querem sair, sairão”.
O Pe. Pierre-Marie tentou não romper as relações com a FSSPX oficial até onde lhe
foi possível, mas no início deste ano chegou a carta de Dom Fellay selando a
ruptura. Era inevitável, a menos que Avrillé também traísse a Tradição.
A
reunião da semana passada havia sido originalmente destinada para os padres
franceses pelo Pe. Pierre-Marie, mas eu sugeri a ele que os sacerdotes
resistentes de fora da França também fossem convidados, por um motivo duplo: os
sacerdotes de fora poderiam ser encorajados ao ver a “Resistência” se mexendo
na França, onde tinha se mexido pouco – aparentemente – até agora; e os padres
da França, por sua vez, poderiam ser lembrados de que não há apenas a
“Resistência” na França. O Pe. Pierre-Marie aceitou a minha sugestão, e foi
assim que chegaram dezoito padres no total.
Foi
tudo muito bem na reunião. Pouco se olhou para o passado e sem amargura, e
muito se olhou para o futuro. O primeiro assunto do dia teve maior relevância para
sacerdotes franceses. Eles começaram por nomear como seu coordenador o Pe. de
Mérode, um sacerdote da Bélgica com 30 anos de experiência na FSSPX em todo o
mundo. Então, eles escolheram para a sua organização recém-criada o nome de
“União Sacerdotal Marcel Lefebvre”, que exprime claramente a sua orientação.
Por fim, o Pe. de Merode começou a organizar uma rede de centros de Missa por
toda a França – de volta aos anos 70, mas em condições mais severas e com
recursos muito limitados, ao menos neste momento.
O
assunto do segundo dia foi referente às preocupações internacionais referentes
à defesa da Fé, e aqui, é claro, surgiu a questão das consagrações episcopais –
pois eu, pelo menos, queria saber o que pensavam os sacerdotes presentes. Houve
relativa unanimidade. Os leitores ficarão animados ao saberem que ainda que
pensem os sacerdotes que o tempo para as consagrações não é ainda chegado, ele,
porém, não está muito distante. Pois, de fato, é atualmente muito difícil de imaginar
que qualquer um dos três bispos que permanecem dentro da empresa FSSPX realize
uma consagração sem a aprovação de Roma, e é impossível imaginar que a Roma neomodernista
aprove qualquer candidato antimodernista! Paciência.
Orem,
tanto para o êxito da recém-criada União Sacerdotal, como para Deus nos dar, no
tempo devido, mais bispos que sejam imprescindíveis para a defesa da Fé.
Kyrie eleison.