segunda-feira, novembro 10, 2014

Comentários Eleison: História Interna - IV

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXII (382) - (8 de novembro de 2014):  

HISTÓRIA INTERNA – IV


Os planos romanos do bispo estavam sendo executados
Até que a Providência interveio, e eles foram refreados.


            Chegamos então ao clímax da história interna dos eventos externos das Cruzadas de Rosário da Fraternidade Sacerdotal São Pio X de seis anos atrás. Deveria Dom Fellay escolher a solução do Céu para a crise da Igreja e do mundo, confiando na promessa de Nossa Senhora em Fátima da conversão da Rússia e de um “período de paz” apenas se houver a Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração; ou deveria ele escolher a solução humana de conversações com Roma para seja fabricada uma síntese da Tradição (2+2=4) com o Concílio (2+2=4 ou 5)? Podemos ter certeza de que não foi assim que o Demônio apresentou a escolha ao bispo, especialmente quando em junho de 2008 os romanos voltaram ao jogo.
           
            Naquele mês o Vaticano tomou conhecimento da possível Cruzada de Rosário para a Consagração da Rússia por meio de uma carta em que a mesma mensageira de Nossa Senhora havia endereçado ao Papa Bento XVI, pedindo sua bênção para a tal empresa. O Vaticano levou a carta a sério. O Cardeal Darío Castrillón Hoyos ordenou a Dom Fellay que retornasse diretamente para Roma do Havaí, onde Sua Excelência tinha ido administrar o sacramento da Confirmação. Em 4 de junho, o Cardeal Castrillón com um grupo de vários prelados romanos ameaçaram Dom Fellay, dizendo que se ele convocasse os fieis para uma Cruzada de Rosário pela Consagração da Rússia, Roma fecharia as portas para qualquer discussão futura e restabeleceria as dormentes “excomunhões”, que naquele momento haviam sido declaradas inoperantes. Isso se deu também no mesmo período em que o Vaticano tentou impor a Dom Fellay o “Ultimato Vaticano”, ou seja, as cinco condições necessárias para qualquer discussão.

            Assim, sob essa pressão romana no início do outono de 2008, Dom Fellay seguia sem decidir se fazia como Nossa Senhora havia pedido, apesar de suas repetidas solicitações. E de fato, em 5 de outubro de 2008, apesar de advertências diretas por parte dela, ele decidiu por em prática a Segunda Cruzada de Rosários, que se estenderia desde primeiro de novembro até o Natal, com a intenção de que as “excomunhões” de 1988 fossem levantadas. Naquele mesmo dia, Nosso Senhor concedeu uma demonstração de Sua ira para a mensageira de Nossa Senhora por meio de uma visão em que Ele descia Sua mão para destruir a FSSPX, enquanto se referia aos seus membros como “Fariseus e hipócritas”; e ali disse: “Eu não irei mais suportá-los”. Mas no exato momento em que a mão de Nosso Senhor caía, a mensageira viu a Santíssima Virgem Maria intercedendo em favor da Fraternidade, implorando misericórdia e dizendo: “Lembre-se da fraqueza dos homens”. A mensageira viu então a ira de Nosso Senhor ser substituída por Sua misericórdia.

            Mas a mente do bispo já havia tomado a decisão. Três semanas depois, em 26 de outubro, na Missa Pontifical que foi o auge da peregrinação da Fraternidade a Lourdes pelo centésimo qüinquagésimo Jubileu das aparições de Nossa Senhora em Lourdes, ele levou adiante o anúncio de que a segunda Cruzada de Rosários seria dedicada ao levantamento das “excomunhões” de 1988. Em 16 de dezembro ele escreveu em privado ao Papa, como fora requerido por Bento XVI, uma carta em que pedia o levantamento das excomunhões de 1988. Em 24 de janeiro de 2009, elas foram parcialmente levantadas por Roma. Dom Fellay atribuiu isso diretamente à intervenção de Santíssima Virgem Maria, e deve ter se exultado por este aparente triunfo de sua paciente diplomacia.

            Infelizmente o tal triunfo durou pouco, porque em poucos dias os inimigos da Tradição católica abriram fogo, usando a grande mídia mundial como um torpedo perfeitamente projetado para explodir na água a ameaçadora reunião do Papa católico com a Tradição católica. Quando foi tornado público o vídeo de seis minutos de 1 de novembro onde um bispo da FSSPX lançava sérias dúvidas sobre o ‘holocausto’ e as ‘câmeras de gás’ da Segunda Guerra Mundial, Bento XVI teve de correr para acobertar a mortal acusação de estar associado a “antissemitas”. O acordo FSSPX-Roma foi então bloqueado, ao menos por mais uns poucos anos. (A seguir, a conclusão).


Kyrie eleison