Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCV (605) (16 de fevereiro de 2019)
Número DCV (605) (16 de fevereiro de 2019)
Rússia Vilipendiada
Aqueles que atacam podem fazê-lo por autodefesa.
Nem sempre deve-se culpar quem começou.
No cenário
internacional a Rússia tem sido há vários anos vilipendiada, e seu presidente
tem tido sua imagem manchada pela vil mídia ocidental, porque os poderosos que
controlam as nações ocidentais e seus meios de comunicação e seus políticos
querem que a Terceira Guerra Mundial lhes dê hegemonia ou controle sobre o
mundo inteiro, e a Rússia é o principal obstáculo no caminho para o monopólio
mundial do poder. No entanto, muitas almas em todo o mundo passaram a confiar
mais nos frutos da Rússia de Putin que evita a guerra do que nos frutos dos
políticos e meios de comunicação ocidentais que fazem o possível para provocar
a guerra. Eis o resumo dos russos de um importante discurso de Putin proferido
na conferência de Valdai em Socchi, na Rússia, em outubro de 2014. Que os
leitores julguem por si mesmos se as palavras de Putin são razoáveis, e se
correspondem às suas ações:
1. A Rússia não se envolverá mais em jogos e
em negociações secretas sobre ninharias. Mas a Rússia está disposta a manter conversações
e acordos sérios, se estes forem propícios para a segurança coletiva, se
basearem na justiça e levarem em conta os interesses de cada uma das partes.
2. Todos
os sistemas de segurança coletiva mundial estão agora em ruínas. Não há
mais nenhuma garantia de segurança internacional. E a entidade que os destruiu
tem um nome: Estados Unidos da América.
3. Os construtores da Nova Ordem Mundial fracassaram,
construíram um castelo de areia. Se uma nova ordem mundial deve ser construída
ou não, não é apenas uma decisão da Rússia, mas é uma decisão que não será
tomada sem a Rússia.
4. A Rússia é favorável a uma abordagem
conservadora para introduzir inovações na ordem social, mas não se opõe a que
se investiguem e que se discutam tais inovações, para ver se se justifica a
introdução de alguma delas.
5. A Rússia não tem intenção de pescar nas
águas turvas criadas pelo sempre crescente “império do caos” americano, e não tem nenhum interesse em construir um
novo império próprio (isso é desnecessário; os desafios da Rússia estão em
desenvolver seu já vasto território). Nem a Rússia está disposta a atuar como
salvadora do mundo, como o fez no passado.
6. A Rússia não tentará reformatar o mundo à
sua própria imagem, mas tampouco permitirá que alguém a reformate à sua imagem.
A Rússia não se fechará para o mundo, mas qualquer um que tentar isolá-la do mundo
certamente colherá um furacão.
7. A Rússia não deseja que o caos se
espalhe, não quer a guerra e não tem intenção de iniciar uma. No entanto, hoje a Rússia vê a eclosão da
guerra global como algo quase inevitável; está preparada para ela e
continua preparando-se para ela. A
Rússia não quer a guerra – nem a teme.
8. A Rússia não pretende desempenhar um
papel ativo para frustrar aqueles que ainda tentam construir sua Nova Ordem
Mundial – até que seus esforços comecem
a interferir nos principais interesses da Rússia. A Rússia preferiria ficar
de braços cruzados e observá-los dando-se tantos golpes quanto suas pobres
cabeças podem suportar. Mas aqueles que
conseguirem arrastar a Rússia para este processo, fazendo pouco caso dos
interesses dela, aprenderão o verdadeiro significado da dor.
9. Em sua política externa, e, mais ainda, em
sua política interna, o poder da Rússia não dependerá das elites e de seus
acordos secretos, mas da vontade do povo. (Fim do resumo do discurso de Putin.)
Se, quando e
como outra guerra mundial irromper, isso está inteiramente nas mãos de Deus, e depende
do que a humanidade mereça. Mas se Deus deve nos castigar para nosso próprio
bem, toda oração sincera desde já até lá ajudará a mitigar o desastre humano. Serão
os inimigos de Deus de ambos os lados que realmente o terão causado.
Kyrie eleison.
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