terça-feira, maio 19, 2020

Comentários Eleison: Subam a Escada! - III


Comentários Eleison  –  por Dom Williamson
Número DCLXX (670)  – (16 de maio de 2020)


SUBAM A ESCADA! – III


Como pombas, os romanos conciliares parecem arrulhar,
Mas, como os falcões, as presas irão despedaçar.

Os dois últimos números destes “Comentários”, nº 668 e nº 669, de 2 e 9 de maio, respectivamente, procuraram defender a aparente dureza dos conselhos de despedida do Arcebispo Lefebvre em 1990 dados aos sacerdotes da Fraternidade que ele fundou, quando lhes disse que não deveriam ter mais nada que ver com os oficiais conciliares da Igreja em Roma. O número 668 sublinhou a gravidade do subjetivismo denunciado pelo Arcebispo como subjacente a todos os principais documentos do Concílio. O número 669 reconheceu que se devem respeito e caridade aos mais altos oficiais da verdadeira Igreja de Nosso Senhor, mas repetiu mais uma vez que o subjetivismo deles é tão grave para a Fé da Igreja que o devido respeito e a caridade devem ser medidos pela fé, e não o contrário.

No entanto, a "dureza aparente" pode precisar de mais defesa, e estes "Comentários" dão alguma explicação.

Em primeiro lugar, segue uma breve recordação da história da Fraternidade, daqueles anos cruciais entre 1988 e 2012. Em 1988, o Arcebispo, ao final de uma longa e notável carreira a serviço da Igreja, aparentemente teria prestado um grave desserviço à Igreja ao consagrar quatro Bispos contra a vontade expressa do Papa João Paulo II, a fim de defender a Fé e a Igreja dos estragos da nova religião conciliar promovida em todo o mundo pelo Papa mesmo. É claro que este não entendeu a ação daquele, e se comportou como um porco, se compararmos com Nosso Senhor advertindo-nos para não jogarmos pérolas diante dos porcos, porque pisoteariam as pérolas e depois se virariam e nos despedaçariam. De fato, até 2000, João Paulo II pisoteou a Tradição da Igreja tal como defendia o Arcebispo, e fez o possível para "despedaçar" a Fraternidade.

No entanto, em todo o mundo havia católicos sérios e fiéis que entendiam e apoiavam totalmente o Arcebispo, e que se uniram tanto em seu apoio que se poderia dizer que a Fraternidade desfrutou de seus anos dourados na defesa da Fé entre 1988 e 2000. Como resultado, não apenas o pisoteio de Roma e do Papa sobre a Fraternidade não teve êxito, mas foi até contraproducente, atraindo cada vez mais clientes para comprarem as verdadeiras pérolas da Tradição da Igreja, graças ao Arcebispo e sua Fraternidade. O fracasso da Igreja oficial em atirar essas pérolas na lama ficou absolutamente claro com o sucesso da Peregrinação do Ano do Jubileu da Fraternidade a Roma na primavera de 2000. Foi quando os "porcos" de Roma mudaram sua estratégia da vara para a da cenoura, e começaram a arrulhar como pombas, a fim de atrair a Fraternidade para descer de sua fortaleza inexpugnável de doutrina até as areias movediças da diplomacia.

E tendo morrido o Arcebispo em 1991, seu carisma e sua sabedoria não estavam mais ali para evitar que seus relativamente jovens sucessores fossem seduzidos pelo arrulho das aparentes pombas.

E assim as linhas de batalha na luta pela Fé parecem ter sido redesenhadas, com a Fraternidade oficial tendo se dirigido para o inimigo, de modo que agora está mais irritada com a leve “Resistência” do que com a pesada Roma Conciliar. Para ser justo, no entanto, os atuais líderes da Fraternidade ainda não assinaram o contrato, e um bom número de sacerdotes da Fraternidade se opõe verdadeiramente a que seu contrato seja assinado. Mas qualquer católico deve desejar que a Fraternidade nunca deixe de defender o que o Arcebispo defendeu.

E a sua "dureza"? Pachamama é apenas um exemplo muito claro de como ele estava certo em tocar o alarme e agir na raiz do Vaticano II. Os mesmos "porcos" que mais tarde haviam arrulhado como pombas também no Concílio (1962-1965) para enganar um grande número de ovelhas e pastores católicos da época, de modo nenhum despertaram mais tarde, nem após todos esses 55 anos que se seguiram. Mas o Arcebispo aprendeu a valorizar a boa filosofia que lhe fora dada no seminário para fortalecer seu bom senso, e assim julgou tudo à luz dos verdadeiros princípios e da Fé. Sob essa luz, o mundo moderno e seu miserável Concílio são coisas lastimáveis, porque deixam apenas uma aparência de cristianismo, esvaziando-o de sua substância e substituindo-o por algo completamente diferente. Dizer, “suba para as montanhas e não olhe para trás”, é o que o próprio Deus disse a Ló. É um bom conselho, por mais difícil que seja aplicá-lo hoje, em um mundo que está confinado na loucura.

Kyrie eleison.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Antes de fazer seu comentário: ele deve ser relacionado ao post, e feito respeitosamente. Reservo-me o direito de não publicar comentários que julgue desnecessários ou desrespeitosos. Os comentários não expressam a minha opinião e são de total responsabilidade de seus autores.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.