sábado, dezembro 22, 2012

Comentários Eleison: Cristo nasceu



“Comentários Eleison”, por Mons. Williamson –
Número CCLXXXIV (284) – 22 de dezembro de 2012

CRISTO NASCEU


O apelo do bebê divino nos braços de sua Virgem Mãe ainda faz do Natal a mais popular das festas cristãs, mas como o mundo se afasta de Deus, então o coração e a alma do Presépio vêm esmaecendo, e os sentimentos natalinos” tornando-se mais e mais falsos. A Cristandade está realmente exaurida. É tempo de voltar atrás com a liturgia da Mãe Igreja para as épocas antes de Cristo, quando os homens sábios se alegravam intensamente com a expectativa da Sua vinda. Para eles só isso fazia sentido em meio à infelicidade da humanidade sendo devastada pelas consequências do pecado original. Era a sua grande esperança, e não poderia ser abalada. O Cristo viria, e com Ele as portas do Céu seriam abertas mais uma vez para as almas de boa vontade. Aqui estão as antífonas do quarto domingo do Advento, compostas a partir de textos do Antigo Testamento:

Tocai a trombeta em Sião, porque o dia do Senhor está próximo. Eis que Ele virá para nos salvar, aleluia, aleluia”. Se os homens não quiserem ser salvos, então eles dificilmente poderão compreender para quê eles nasceram, e eles deverão morrer em um maior ou menor grau de desespero. Mas, se quisermos ser felizes por toda a eternidade, e se sabemos que Jesus Cristo torna isso possível, então como devemos nos regozijar porque Ele veio!

Eis que o desejado de todas as nações virá, e a casa do Senhor será cheia de glória aleluia.” Como o pecado original é universal, então os Magos vieram de terras estranhas e distantes para adorar o Salvador em Belém, e eles poderiam ter vindo de todas as nações do mundo ansiando por Ele. Desde aquela época os cristãos têm de fato vindo de todas as nações para encontrar seu Salvador na Sua Igreja Católica, e eles têm sido preenchidos com a glória de belas cerimônias, edifícios, paramentos, arte e música, desde então.

O torto deve ser endireitado, e os caminhos ásperos suavizados: Vinde, Senhor, e não demore”. Quatro mil anos depois da Queda de Adão e Eva, o mundo tornou-se muito torto. Dois mil anos atrás, a mais surpreendente transformação da humanidade começou com o nascimento de Nosso Senhor. Durante séculos tivemos como certo que os caminhos suaves da civilização permaneceriam suaves, mas com Cristo sendo rejeitado pelos homens esses caminhos estão se tornando mais ásperos do que nunca - veja qualquer jornal de hoje. Vem, ó Senhor, volte, e não demore, porque senão nos devoraremos uns aos outros como animais selvagens.

O Senhor vai chegar, vá ao seu encontro, dizendo: “Grande nascimento, e Seu reino não terá fim: Deus, Poderoso, Senhor de todos, Príncipe da Paz, aleluia, aleluia”. Talvez os Reis Magos tenham saudado o Menino Jesus com tais palavras, quando após longas viagens, o encontraram. Convertidos de hoje, depois de longas agonias nos desertos da impiedade, ainda podem encontrar palavras semelhantes para lembrar-nos de como a criança no berço deve ser saudada. Sem Ele o mundo não pode ter paz, e está à beira de outra guerra terrível. Criança Divina, venha, não demore, ou pereceremos.

“Vossa Palavra Todo-poderosa, Senhor, vai saltar do teu trono real, aleluia. O Natal é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade descendo lá do Céu, sendo revestida de uma natureza humana e frágil nascida de uma mãe humana para comprar-nos de volta da escravidão ao Diabo e voltar a abrir as portas do Céu para as almas de boa vontade, prontas para acreditar. Criança Divina, eu acredito. Curai-me de minha incredulidade, e ajudai com graças especiais na Festa de Seu nascimento a milhões e milhões de almas descrentes.
                                                                                                                  Kyrie eleison.