Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXII – (322) – (14 de setembro de 2013):
CONCILIARIZANDO APRESSADAMENTE
Um
bom artigo defendendo que a Declaração de 27 de junho dos três bispos da
Fraternidade Sacerdotal São Pio X não é tão fiel à Tradição Católica quanto ela
parece ser, foi publicado na edição de agosto da nova revista mensal Católica
da Inglaterra, The Recusant, que se
descreve como “ um boletim não oficial lutando em uma guerrilha pela alma da
Tradição.” Uma breve visão geral mal pode fazer justiça às sete densas páginas
do artigo, mas a linha de pensamento principal merece ser conhecida. Aqui está
ela –
À
primeira vista, a Declaração de 27 de junho parece ser Tradicional, mas, com os
documentos do Vaticano II <A> há normalmente uma fenda, uma falha fatal,
que faz com que o resto dos documentos estejam incompletos. Vamos dar uma
olhada mais de perto, parágrafo por parágrafo: --
#1 Uma “gratidão filial” é
expressada ao Arcebispo Lefebvre, mas estão incluídas na Declaração apenas
citações suas inofensivas e suaves, nada de seu sermão das consagrações de
1988, e nenhuma de suas duras razões para investir bispos que resistam aos
“anticristos” em Roma.
#3 É admitido que a “causa”
dos erros que estão devastando a Igreja Católica está nos documentos
conciliares, mas isso é não admitir que os erros estão ali, já que causa
e efeito não podem ser idênticos. Ainda assim, os mais sérios erros estão eles
mesmos nos textos do Concílio, como por exemplo, o da liberdade religiosa.
#4 É reconhecido que o Vaticano
II mudou e viciou a maneira de ensinar da Igreja, ou a sua autoridade para
ensinar, mas o principal problema não é de autoridade, mas de doutrina – ver
#8.
#5 Apenas relativamente a
linguagem suave é usada para evocar a “não preocupação” com o “Reino de
Cristo” por parte da Igreja conciliar. De fato, a Igreja conciliar nega e
contradiz a completa e verdadeira doutrina do Reinado Social de Cristo Rei, a
bandeira de batalha do Arcebispo e dos verdadeiros católicos hoje.
#6 Como no #3, é admitido que os
ensinamentos dos textos do Concílio sobre liberdade religiosa levam à
dissolução da imagem de Cristo, mas o texto é que dissolve, ou coloca o homem
no lugar de Deus. O Vaticano II é o fruto não apenas da fraqueza ou desatenção
humana, mas de uma conspiração diabólica.
#7 Similarmente, o ecumenismo e o
diálogo interreligioso não estão apenas “silenciando a verdade sobre a
única e verdadeira Igreja”, eles a estão negando e contradizendo. Nem
estão apenas “matando o espírito missionário”, eles estão matando as missões, e
com elas milhões de almas ao redor do mundo.
#8 Por outro lado a ruína das
instituições da Igreja é a culpada pela destruição da autoridade dentro da
Igreja, por meio da colegialidade e do espírito democrático do Concílio. Mas o
problema essencial (como a sentença aberta do parágrafo fracamente diz) é a
perda da fé. A autoridade é secundária.
#9 Enquanto aponta para as faltas
reais e sérias omissões no rito da Missa Novus Ordo, nenhuma menção é feita à
carnificina geral de almas produzida pela falsificação de sua adoração a Deus.
A Missa Novus Ordo tem sido o principal motor da destruição da Igreja desde
1969 até os dias de hoje.
#10 Concluindo, uma linguagem
tímida e deferente é usada para “pedir com insistência” que Roma retorne à
Tradição. Mas é claro, de acordo com a FSSPX “com nova marca”, a Neo-Fraternidade
não quer mais lutadores ou falar de luta.
#11 Os três bispos
“mencionam...seguir a Providência”, retorne Roma à Tradição ou não. O que mais
pode isso significar que não a eventual aceitação de um tratado que irá passar
por cima da doutrina?
#12 A Declaração conclui
piamente, com outra citação gentil do Arcebispo.
E
a Recusant chega à triste, mas muito
provável conclusão de que a Declaração é apenas um aparente passo atrás das
Declarações de 15 de abril e de 14 de julho do ano passado, que foram dois
claros passos em direção à conciliarização da FSSPX. Que Deus a ajude!
Kyrie eleison