sábado, setembro 21, 2013

Comentários Eleison: Queda Horrível III


Comentários Eleison – por Dom Williamson 
CCCXXIII – (323) – (21 de setembro de 2013):
  
 
QUEDA HORRÍVEL III

            No último mês de junho, foi prometido aos leitores destes “Comentários” um terceiro artigo sobre a horrível queda da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, visando a considerar o que pode ser feito. Apenas recentemente apareceu no site “Avec l’Imaculée” um artigo com algumas boas respostas a essa questão, começando com a questão de se os católicos podem frequentar as Missas da FSSPX. Eu resumo e adapto:

            Em 1984, um Indulto de Roma permitiu que a Missa Tridentina fosse celebrada, sob certas condições, dentro da estrutura da Igreja oficial. Perguntado se os católicos poderiam frequentar essas Missas, o Arcebispo Lefebvre respondeu logo em seguida que eles não deveriam, porque sua reentrada na estrutura da Igreja mainstream sob aquelas condições seria equivalente a aceitar o Vaticano II e suas reformas subsequentes. Os padres rezando Missa do Indulto não seriam capazes de falar livremente, e ao aceitarem implicitamente a Nova Missa com o Indulto, eles correriam o risco de cair na nova religião conciliar, levando seus fiéis com eles.

               Em 2012, o Bispo Fellay declarou que a Nova Missa foi legitimamente promulgada, o que é o mesmo que dizer que ela é legítima. Ele segue reprimindo as críticas ao Vaticano II e, enquanto continua mantendo padres e fieis no escuro tanto quanto lhe é possível no tocante ao que realmente pretende, ele constantemente promove as ideias de sua Declaração pró-conciliar de abril de 2012. Portanto, assim como o Arcebispo rejeitou a frequência na Missa do Indulto, agora, como regra geral, freqüentar as Missas da FSSPX deve ser rejeitado, porque mesmo se sua Missa particular continua sendo celebrada de acordo com a Tradição, a FSSPX está sendo remodelada em geral como uma estrutura dentro da qual a nova religião conciliar vem sendo menos e menos desaprovada, e por isso há mais e mais perigo em freqüentar suas Missas.     

            Entretanto, os padres particulares da FSSPX variam entre os genuinamente tradicionais e os virtualmente conciliares. Obviamente há menos perigo em freqüentar as Missas dos primeiros que as destes últimos, mas se o padre aceita tanto defender e aprovar a nova direção imposta pelo QG da FSSPX, ou se ele persegue e exclui dos sacramentos qualquer um que tome parte na Resistência, estes são dois sinais de que suas Missas devem ser evitadas, especialmente se há a Missa de um padre resistente não muito distante. Mas há circunstâncias que também entram no jogo, como aquelas em que, por exemplo, há o risco de uma criança sendo tirada de uma escola decente da FSSPX, o que pode justificar a freqüência em um local de Missa da Fraternidade. Quando o tronco de uma árvore está podre, ainda pode haver ramos de onde brotam folhas verdes.

             O fato é que o tronco da FSSPX está mortalmente ferido, sem esperança, humanamente falando, de recuperação. Como a Sinagoga entre a morte de Nosso Senhor na Cruz e a destruição de Jerusalém em 70 d.C., ela está levando a morte dentro dela, mas ainda não está morta. Os Apóstolos pregavam ali, e os bons judeus ainda assistiam, mas todos eles foram perseguidos e eventualmente expulsos. Se um católico pode ver hoje que por todo o corpo da FSSPX, de cima a baixo, o vírus mortal de uma mentalidade conciliar disfarçada está se propagando, ele deve agir no sentido de ajudar a resgatar tantas almas quanto lhe for possível antes que elas naufraguem na fé com o barco salva-vidas que está afundando.

            Que eles modelem suas próprias convicções, lendo tudo o que tiver ao seu alcance, a começar pela troca de cartas entre os três bispos e o Bispo Fellay em abril de 2012. Que eles falem aos padres e colegas paroquianos para coordenar, por exemplo, a construção de refúgios para padres que podem não ter outro meio para agir. Há muito a ser feito, mas há poucos, no momento, para fazerem. Que Deus esteja com esses poucos.

Kyrie eleison.