Comentários Eleison - por
Dom Williamson
CDL (450)
- (27 de fevereiro de 2016)
Bispos Válidos? – II
A
Neoigreja é ambígua, completamente.
Mas em seu interior ainda se vê alma inocente.
Mas em seu interior ainda se vê alma inocente.
Um recente estudo feito por um
competente teólogo da Fraternidade Sacerdotal São Pio X sobre a validade do
novo rito de consagração de neobispos introduzido em 1969 confirma notavelmente
o segundo ponto do plano de três pontos da Maçonaria para destruir a Igreja
Católica, plano que o moribundo Cardeal Liénart (1884-1973) supostamente
revelou em seu leito de morte. O cardeal foi um líder neomodernista no Vaticano
II e certamente um maçon. Antes de fazer citações a partir do resumo do
testemunho do cardeal que apareceu no “Comentário” 121 (de 31 de outubro de
2009), relembremos aos leitores que a validade do
sacramento católico requer, além de um ministro válido, válidas forma e matéria
(palavras e ações no coração da cerimônia) e a intenção sacramental de
fazer o que a Igreja faz. Todas as palavras a serem ditas na cerimônia constituem
o rito, que circunda e estrutura a forma. Agora, do CE 121:
De acordo com o
cardeal, o primeiro objetivo da Maçonaria no Concílio era minar a missa
alterando o rito católico, de modo que em longo prazo se enfraquecesse a
intenção do celebrante católico: de “fazer o que a Igreja faz”. Gradualmente, o
neorrito iria induzir padres e leigos, igualmente, a tomar a missa antes como
um “memorial” ou uma “ceia sagrada” do que como um sacrifício propiciatório. O
segundo objetivo da Maçonaria era quebrar a sucessão apostólica por meio de um
neorrito de consagração que, eventualmente, enfraqueceria o poder de ordenação
dos bispos, mediante uma neoforma não automaticamente inválida, mas ambígua o
suficiente para semear a dúvida e, sobretudo, por meio de um neorrito que, como
um todo, eventualmente dissolveria a intenção sacramental do bispo consagrante. Isto teria
a vantagem de quebrar a sucessão apostólica tão suavemente que ninguém nem
mesmo notaria (...)
Não é que os neorritos da
missa e da consagração episcopal de hoje correspondem exatamente ao plano
maçônico tal como desvelado pelo cardeal? Desde que estes neorritos foram
introduzidos no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, muitos
católicos sérios recusaram-se a crer que eles pudessem ser usados validamente.
Infelizmente, eles não são automaticamente inválidos. Quão mais simples não
seria se eles fossem assim! São piores. A neoforma sacramental deles é católica
o suficiente para persuadir muitos celebrantes de que pode ser validamente
usada, mas o neorrito e a neoforma são projetados como um todo para serem
ambíguos e sugestivos de uma interpretação não católica, como que para
invalidar o sacramento com o passar do tempo, por meio da corrupção da intenção
católica de qualquer celebrante que seja muito “obediente” ou não esteja orando
e vigiando o suficiente. Assim, neorritos suficientemente válidos para serem
aceitos por quase todos os católicos em curto prazo, mas suficientemente
ambíguos para invalidar os sacramentos em longo prazo são uma armadilha
satanicamente sutil.
Não há lugar no “Comentário”
desta semana para fazer justiça ao recente artigo do Padre Álvaro Calderón, mas
apresentemos suas linhas gerais (cuja justificativa terá de esperar outra
edição destes “Comentários”): o neorrito de consagração episcopal é totalmente
um novo rito. Como tal, é válido? É certamente
ilegítimo, porque nenhum papa tem o direito de romper de tal forma com a
Tradição Católica. Por outro lado, no contexto do neorrito e de sua
instituição, a neomatéria, a neoforma e a neointenção são muito provavelmente
válidas, porque elas significam o que precisa ser significado, e a maioria de
seus elementos vem de ritos aceitos pela Igreja. Mas a validade não é precisa
porque a ruptura com a Tradição não é legítima, e porque o neorrito é somente similar
aos ritos aprovados pela Igreja, e todas as mudanças seguem uma direção
modernista. Assim, entra em jogo a absoluta necessidade da validade indubitável
dos ritos sacramentais: até que o Magistério da Igreja restaurado pronuncie que
o neorrito da consagração seja válido, então, para garantir a validez, que os
neobispos devam ser reconsagrados sob condição e que os neopadres que foram
ordenados somente por neobispos devam ser reordenados sob condição.
O neomodernismo é “singularmente
escorregadio”. Foi desenhado para ser assim.
Kyrie
eleison.