Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXXV (475) - (20 de Agosto de 2016):
BISPO FELLAY – III
Três Bispos disseram
a verdade, mas “Ninguém tão cego
Como aquele que não
quer ver” – ele se encerra em seu ego.
Lendo as duas questões recentes destes “Comentários” sobre a mentalidade
que induz o Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X a buscar
implacavelmente a um acordo meramente prático com as autoridades da Igreja em
Roma, um bom amigo recordou-me de que as ideias foram expressas há quatro anos
em sua Carta de 14 de abril de 2012, na qual ele responde aos outros três
bispos que o havido advertido seriamente contra a tentativa de qualquer acordo
meramente prático com Roma. Muitos dos atuais leitores destes “Comentários”
podem ter esquecido, quiçá nunca souberam, daquele aviso ou da resposta do
Bispo Fellay. Certamente, a troca das cartas diz muita coisa que vale a pena
recordar. Aqui estão elas, resumidas tão cruelmente como de costume, com breves
comentários:
A principal objeção dos três bispos a qualquer acordo prático com Roma
realizado sem um acordo doutrinal era o abismo doutrinal entre a Roma Conciliar
e a Fraternidade Católica Tradicional. Meio ano antes da morte do Arcebispo
Lefebvre, ele disse que quanto mais se analisa os documentos e a repercussão do
Vaticano II, mais se percebe que o problema é menos os erros clássicos em
particular, mesmo a liberdade religiosa, a colegialidade e o ecumenismo, do que
“uma total perversão da mente” em geral, subjacente a todos os erros
específicos e procedendo de “uma nova filosofia completa fundada no
subjetivismo”. Contra o argumento-chave do Bispo Fellay de que os Romanos já
não são tão hostis, mas benevolentes para com a Fraternidade, os três bispos
responderam com outra citação do Arcebispo: tal benevolência é apenas uma
“manobra”, e nada poderia ser mais perigoso para o “nosso povo” do que
“colocar-nos nas mãos dos bispos conciliares e da Roma modernista”. Os três
bispos concluíram que um acordo meramente prático destroçaria a Fraternidade e
a destruiria.
Para esta profunda objeção, tão profunda quanto o abismo entre o
subjetivismo e a verdade objetiva, o bispo Fellay respondeu (google Bispo
Fellay, 14 de abril de 2012): — 1
que os bispos estavam sendo “muito humanos e fatalistas”. 2 A Igreja é guiada pelo Espírito Santo. 3 Por trás da benevolência real de Roma pela FSSPX está a
Providência de Deus. 4 Equivaler os
erros do Concílio a uma “super-heresia” é uma exageração inapropriada, 5 o que logicamente irá conduzir os
tradicionalistas ao cisma. 6 Nem
todos os Romanos são modernistas, pois cada vez menos deles acreditam no
Vaticano II, 7 a tal ponto que se o
Arcebispo estivesse vivo hoje, não teria hesitado em aceitar o que está sendo
oferecido para a FSSPX. 8 Na Igreja
sempre haverá o joio e o trigo, então o joio Conciliar não é motivo para um
recuo. 9 Como eu desejo aconselhá-los
aos três, mas cada um dos senhores em diferentes posições “forte e
apaixonadamente não conseguiram me compreender”, e até me expuseram em público.
10 Opor a Fé à Autoridade é
“contrário ao espírito sacerdotal”.
E finalmente, os brevíssimos comentários sobre cada um dos argumentos do
Bispo Fellay:
1 “Muito humano”? Como
disse o Arcebispo, o grande abismo em questão é mais filosófico (natural) do
que teológico (sobrenatural). “Muito fatalista”? Os três bispos foram muito
mais realistas que fatalistas. 2 Os
homens da Igreja conciliar estão guiados pelo Espírito Santo enquanto eles
destroem a Igreja? 3 Por trás da malevolência
real de Roma está a firme resolução de dissolver a resistência da FSSPX contra
a nova religião Conciliar – assim como aconteceu com as Congregações Tradicionais
no passado! 4 Apenas os mesmos subjetivistas
não conseguem enxergar o abismo entre subjetividade e Verdade. 5 Os católicos objetivistas firmes na
Verdade estão longe do cisma. 6 Os
maçons mantêm um cinturão em Roma. Ninguém que não seja modernista possui poder
para falar ali. 7 Acreditar que o
Arcebispo teria aceitado as ofertas atuais de Roma é equivocar-se completamente
sobre ele. O problema básico só tem piorado desde a sua época. 8 A colher do Bispo Fellay está muito
curta para ele cear com os (objetivos) demônios Romanos. 9 Os três bispos compreenderam muito bem o Bispo Fellay, mas ele
não quis dar ouvidos ao que os três diziam a ele. Terá sido por ele considerar-se
infalível? 10 São Paulo certamente
imaginou que a Autoridade poderia se opor à Fé – (Gl I, 8-9 e II, 11). São
Paulo carecia de “espírito sacerdotal”?
Kyrie Eleison.
Traduzido por Cristoph Klug