Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXCIV (494) - (31 de dezembro de 2016):
CDXCIV (494) - (31 de dezembro de 2016):
A “Resistência"? Ainda uma dispersão de sementes,
Mas assim têm início os mais poderosos feitos.
O último dia
do ano pode ser um bom momento para fazer um levantamento da batalha pela Fé
Católica em 15 países diferentes visitados no decorrer do ano-calendário de
2016 pelo autor destes "Comentários". É uma batalha que está sendo
travada em condições muito difíceis, porque é claro que a Igreja Católica
depende, como qualquer organização, de sua cabeça, e o Papa Francisco deu
durante todo o ano a impressão de querer destruir a Igreja tal como ela tem
sido por 2.000 anos, e substituí-la com qualquer coisa que agradará às
multidões modernas, o que implica a mídia, o que significa os inimigos de Deus.
Verdadeiramente "o Pastor está ferido e as ovelhas estão dispersas", o
que inclui a Fraternidade Sacerdotal São Pio X; mas vamos dizer melhor como em
todo o mundo Deus está levantando os filhos de Abraão das pedras (Mt 3, 9) – e
se estes se calassem, as próprias pedras teriam de gritar (Lc 19, 40).
Na Índia, um sacerdote e um seminarista,
hoje sacerdote, que pertenciam anteriormente à Fraternidade mantêm atualmente o
único priorado e paróquia da Resistência em todo o subcontinente. Que Deus
esteja com eles. No Brasil, parece
que a consagração episcopal de Dom Tomás de Aquino fortaleceu a defesa da Fé em
torno de seu mosteiro. Graças a Deus. O México
sempre foi forte na Fé, e agora é a base do excelente site em espanhol, Non Possumus. Na Suíça, um pequeno grupo de leigos está feliz à sombra de Écône por
aprender algumas coisas que já não são tão firmemente ensinadas no Seminário de
lá, como quando Dom Lefebvre deu tanto a tantos de nós. Nos Estados Unidos, onde a Fraternidade
conseguiu replantar a doutrina antiliberal da Igreja em todo o continente, o
liberalismo está recuperando terreno perdido, graças à desastrosa mudança de
direção da Fraternidade desde a morte do Arcebispo. No entanto, os sacerdotes
dos Estados Unidos ainda não deram a última palavra, e o Pe. Zendejas, que era
um deles, está bravamente reconstruindo no meio deles.
Outros dois
ex-sacerdotes da Fraternidade, o Pe. Chazal e o Pe. Picot, percorrem todo o
Extremo Oriente e descem até a Austrália e a Nova Zelândia. Na Coreia, mantém-se uma capela da
Resistência na capital, Seul, por uma corajosa médica. No Japão, os católicos foram dizimados pela Segunda Guerra Mundial, pelo
Vaticano II e agora pelo deslize da Fraternidade, mas permanecem alguns poucos contatos
da Resistência, incluindo um veterano sacerdote japonês. Por outro lado, no
país mais católico da Ásia, as Filipinas,
o Pe. Chazal tem dezenas de centros de Missa e um seminário que se tornará mais
fácil de servir com a recente ordenação sacerdotal do Pe. John, um filipino
nativo.
De volta à
Europa, a Irlanda tem um novo
priorado da Resistência perto de Cork, no sul, e a Polônia tem um grupo de católicos acordando para o perigoso deslize
da Fraternidade em direção a Roma, mas eles têm por enquanto apenas um padre
polonês idoso. Paciência. Na República
Checa há um grupo paralelo de católicos ardentes buscando conversões
sacerdotais para a Tradição na Igreja oficial. Sua fé é forte. Na Bélgica há também um grupo forte em uma
cidade provinciana que se volta para um bom sacerdote que há muitos anos deixou
atrás dele um legado de convicção e piedade católicas. Na Alemanha, a Resistência está demorando a tomar forma devido à
obediência instintiva dos alemães à autoridade, mas há agitação. Na Itália também a Resistência é lenta,
porque o conservadorismo dos católicos amenizou a Revolução Conciliar em
comparação com a forma como ela arrasou em alguns países, mas o Papa Francisco
pode mudar tudo isso!
E por último,
mas não menos importante, há a França,
que é sempre uma líder na Igreja, para o bem ou para o mal (por exemplo, o
Arcebispo Lefebvre ou Teilhard de Chardin). Os sacerdotes franceses sempre
predominaram dentro da Fraternidade, e agora eles estão predominando na
Resistência, e centenas de leigos franceses vêm a conferências regulares sobre
as clássicas Encíclicas antiliberais dos Papas pré-Conciliares. Mas a França
como um país está no momento se desintegrando, porque os católicos não têm um
verdadeiro Papa para uni-los, e os cidadãos não querem que nenhum rei católico os
reúna à causa de Deus. Porém, tenhamos paciência, porque Deus levantará a
França novamente, e Ele nos levantará com ela.
Kyrie eleison.