Comentários Eleison – por Dom
Williamson
Número DCLX (660) – (7 de março de 2020):
Malícia do Modernismo - I
Líderes católicos, quando vocês compreenderão,
A praga que está cravada em sua Igreja?
Se
a Fraternidade Sacerdotal São Pio X não é mais uma destacada ponta de lança da
defesa da Fé Católica, como foi sob o Arcebispo Lefebvre (1905-1991), isso
certamente se deve a que seus sucessores à frente da Fraternidade nunca
entenderam tão bem quanto ele toda a malícia desse erro que está devastando a
Igreja atualmente, que é o modernismo. De fato, cita-se o Arcebispo no final de
seus dias dizendo que se ele tivesse lido mais cedo em sua carreira a Histoire du catholicisme libéral et du
catholicisme social en France de 1870 à 1914 [História do catolicismo liberal
e do catolicismo social na França de 1870 a 1914], do Pe. Emmanuel Barbier
(1851-1925), teria dado aos seus seminaristas uma direção diferente. Se esse
comentário é realmente autêntico, sugere que até o Arcebispo teria sido atingido
pela malícia da modernidade. Da mesma forma, cita-se o valente fundador do
periódico Si si no no na Itália, Don
Francesco Putti (1909-1984), como tendo dito ao seu bom amigo, o Arcebispo:
"Metade dos seus seminaristas são modernistas".
E
é fácil subestimar a malícia da modernidade, porque ela vem desenvolvendo-se no
Ocidente há séculos, e porque todos os ocidentais estão empapados nela, do
berço ao túmulo. Dessa modernidade veio o modernismo na Igreja, precisamente
para adaptar-se a ela, e essa mesma modernidade serviu de pano de fundo para
todos os Padres do Concílio na década de 1960, e para os sucessores do
Arcebispo a partir da década de 1980. De fato, só pode ter sido por uma graça
especial de Deus que o Arcebispo viu o problema tão claramente como o fez.
Mostremos
como a falta de compreensão sobre o modernismo subjaz à maioria dos erros de
seus sucessores:
1.
95% dos textos do Vaticano II são
aceitáveis. Pelo contrário, o Arcebispo Lefebvre disse que o problema com o
Vaticano II não está tanto em seus grandes erros de liberdade religiosa,
colegialidade e ecumenismo como está no subjetivismo que impregna todos os seus textos, pelo qual a
verdade objetiva, Deus e a Fé Católica se dissolvem no nada. Pela revolução
copernicana elaborada na filosofia por Kant (1724-1804) e denunciada por Pio X na
Pascendi (1907), em vez de o sujeito girar em torno do objeto, dali em diante o
objeto é que giraria em torno do sujeito. E é em torno dessa loucura que o
mundo inteiro agora gira.
2.
É verdade que o Concílio foi mau, mas
hoje está perdendo o controle sobre os romanos. Sério? E a Pachamama? Desde
quando temos visto essa idolatria pública nos Jardins do Vaticano e nas igrejas
de Roma?
3.
Não adianta nada a Fraternidade esperar
que Roma se converta de seu modernismo, e se os romanos estão dispostos a aceitar-nos
'como somos', significa que Roma está a caminho da conversão, e então devemos
chegar a um acordo. De fato, é inútil esperar que os modernistas romanos se
convertam, porque são liberais. É preciso um milagre para converter um liberal
(Pe. Vallet), porque o liberalismo é uma armadilha cômoda e lisonjeira da qual
humanamente falando é virtualmente impossível sair sem um milagre, e esse
milagre para o mundo e a Igreja será a Consagração da Rússia, e não uma
Fraternidade que segue o caminho dos liberais. Se eles aceitam “tal como é” a anteriormente
recalcitrante FSSPX, isso se dá somente porque a FSSPX não é mais antiliberal
como era antes, porque o sal da Fraternidade perdeu seu sabor (cf. Mt. V, 13).
4.
Precisamos de paciência e tato para
entendermos como os romanos pensam a fim de não ofendê-los. Para entendermos
como esses modernistas em Roma pensam, precisamos de humildade, realismo e recursos
contundentes da Pascendi para assegurarmo-nos de que entendemos corretamente o
vírus de seu modernismo, vicioso e altamente contagioso, antes de aproximarmo-nos
deles. O que eles mais precisariam, se pudessem suportá-lo, é sentirem-se
ofendidos e escandalizados com seu próprio modernismo, até que compreendam o
que o Pe. Calmel quis dizer com: "Um modernista é um herege combinado com
um traidor".
5.
Não se assinou nenhum acordo formal entre
Roma e a Fraternidade; portanto, ainda não se causou dano algum. Houve um
dano imenso em uma série de acordos parciais, por exemplo, sobre confissões e matrimônios,
pelos quais um grande número de sacerdotes e leigos da Fraternidade compreendem
cada vez menos o que seu Fundador quis dizer quando escreveu em seu último
livro que qualquer sacerdote que desejasse manter a Fé deveria ficar longe
desses romanos. Eles podem ser homens "gentis". Eles podem ter "boas
intenções". Mas, objetivamente, eles estão matando a Madre Igreja.
Kyrie
eleison.
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