Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DCXXV (625)- (6 de julho de 2019)
"PROMETEO" – IV: IDOLATRIA
Concílio Vaticano II – desastre total:
Veneno oculto para impedir que Deus seja o Mestre.
Parte I – a
essência do Vaticano II é uma glorificação do homem disfarçada pelos oficiais
da Igreja como catolicismo. Parte II – O Novo Homem do V. II é livre: da
realidade, pelo subjetivismo; da moralidade, pela consciência; da graça, pela
natureza. Parte III – A Neoigreja do V. II já não está contra o mundo, nem
contra outras religiões; é a Neoigreja da simpatia e do diálogo com todos. Na
Parte IV do seu livro, o Pe. Calderón pergunta se o Vaticano II equivale a uma
nova religião, e diz que o faz, porque já não rende culto à Santíssima
Trindade, porque 1 a Revelação e a
Tradição, 2 os atos centrais de
culto, e 3 o Deus Encarnado, foram
todos modificados.
1 A verdadeira doutrina da Igreja está
modificada porque um católico pode crer tanto no objeto mesmo, como, por
exemplo, a Encarnação, como em uma proposição objetiva que expressa esse
objeto, como, por exemplo, "Deus encarnou". A proposição expressa o
mistério de forma inadequada, mas o expressa verdadeiramente, e é o suficiente
para que o crente salve sua alma. Mas a Neoigreja é modernista, e para os
modernistas nenhuma proposição objetiva pode ser conhecida. Por isso, na
Neoigreja só pode haver experiência subjetiva do mistério (Dei Verbum n. 2; L.G.
n.4), o que deixa a doutrina aberta às extravagâncias de todos os tipos de
sujeitos carismáticos. Pois, na Neoigreja, o Mistério está presente na
comunidade eclesial viva, com a qual a doutrina da Revelação e da Tradição pode
e deve evoluir em suas circunstâncias históricas mutáveis. Assim, a Nova Fé é
um estado de espírito que nos permite experimentar e interpretar o Mistério em
alguma comunhão. As fórmulas ou credos simplesmente seguem. A Escritura é
meramente a fixação fundamental dessa experiência, um modelo para o povo de
Deus seguir. A Neo-Ortodoxia consiste em pensar com a comunidade da Neoigreja,
de modo que aquele que rejeita essa Nova Comunidade é o pior dos hereges, como,
por exemplo, Dom Lefebvre.
2 Quanto ao culto, a religião medieval
da Cruz é deprimente! Então a Neoigreja conservará a alegria, mas eliminará o
sacrifício. Assim, se foi o pecado dos homens o que levou à dívida deles para
com Deus, o que levou Cristo a pagar a dívida por meio do sacrifício,
desfaçamo-nos do pecado. Deus está acima e além do sofrimento, de modo que os
pecados dos homens não o ferem; Ele pode lamentar por eles, mas nunca
castigaria ninguém com o inferno eterno. Cristo morreu meramente como
instrumento do Pai (G. & S. n.
22), para mostrar solidariedade com os homens; por isso não é Cristo, mas o Pai
que nos salva, e não pela Cruz, mas pela Ressurreição que foi forjada pelo Pai
para glorificar o homem! Então, a Missa foi renomeada, ou seja, o
"Mistério Pascal" é para glorificar o homem, e Deus deveria agradecer
ao homem por ser tão glorioso para Ele! Esta sequência de mentiras blasfemas,
que orientam claramente a Missa Nova imposta à Igreja por Paulo VI em 1969,
está mais implícita do que explícita no decreto do V. II sobre a liturgia, Sacrosanctum Concilium, porque remonta
ao período inicial do Concílio, quando os modernistas ainda precisavam agir com
cautela. Mas a partir de 1969, os freios foram desativados. A liturgia da
igreja está agora mergulhada no caos.
3 Quanto ao Deus Encarnado, Jesus
Cristo, no centro do cristianismo e da verdadeira Igreja Católica, Ele é
tratado diretamente nos documentos do V. II, Gaudium et Spes e Ad Gentes.
O Pe. Calderón declara que a doutrina de ambos é a mesma: a Cruz é horrível,
por isso é melhor ser um simples homem de paz do que um filho adotivo de Deus
pelo sofrimento. O homem é à imagem de Deus (por sua liberdade), e então,
quanto mais homem ele se faz, mais divino ele se torna. Portanto, Jesus Cristo
se fez homem não para que homem se torne filho adotivo de Deus, mas para que o
homem se torne mais plenamente homem! Ademais, em nenhuma parte do V. II se
afirma que Jesus Cristo é verdadeira e propriamente Deus, nem menciona sequer
uma só vez a União Hipostática. Os teólogos conciliares flutuam, em sua
linguagem, entre a Tradição e a Neoigreja, de acordo com sua audiência.
4 A conclusão do Pe Calderón é que a
dignidade do homem é o objetivo final do V. II, e os propósitos finais, com
efeito, fazem as religiões, de modo que o V. II é uma religião diferente do
catolicismo, cujo objetivo final é a glória (extrínseca) de Deus. Assim, com o
V. II, a graça é para libertar natureza humana, Jesus
é o homem que veio para tornar-nos mais humanos, e a Missa não é mais o
sacrifício que ele deve a Deus, mas a ação de graças da humanidade
coroando o Criador, porque é mais livre do que Ele, porque é capaz também de
escolher o mal!
Kyrie eleison.
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